terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

MITOLOGIA GREGA


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MITOLOGIA GREGA
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GRÉCIA  ANTIGA

A mitologia grega é uma fantástica criação da mente humana, insuperável até nossos dias. Na tentativa de explicar o que ocorre no céu e na terra, os gregos conceberam um panteão divino, habitado por seres sagrados e fantásticos, por deuses, semideuses e heróis que transitavam entre o Cosmos e a superfície planetária, descendo também aos mares e aos abismos profundos. Tudo que ocorria nestas duas esferas era definido com base nestes mitos e lendas, que marcaram definitivamente a História da Humanidade, bem como sua religiosidade.

Na Grécia Antiga estas histórias foram transmitidas e preservadas oralmente, de geração para geração. Inacreditavelmente, alcançaram desta forma nossos dias, influenciando até mesmo o Cristianismo, que se inspirou na figura de Zeus, o deus supremo na hierarquia divina, para criar a imagem do Deus cristão – um velho de barbas sentado no trono e de lá regendo o Universo.

Outras fontes nas quais se basearam os historiadores para reconstituir a história da mitologia grega foram vestígios de obras literárias ou pistas deixadas ao longo do tempo pela iconografia produzida na Grécia Antiga, com especial destaque para os vasos desta época. Desta forma concluíram que os deuses gregos eram aparentemente quase humanos, e a eles eram atribuídas todas as emoções humanas, desde a raiva e os desejos de vingança até o amor e a compaixão. Por outro lado, eram considerados imortais, praticamente não adoeciam e não se machucavam, podiam se ocultar da visão dos homens ao se tornarem invisíveis, venciam o espaço com naturalidade e se comunicavam com os seres humanos, muitas vezes, através do próprio homem, sem que estes sequer desconfiassem desse ardil.

De certa forma, a mitologia grega era uma tentativa de se conceber como era a vida em planos supostamente mais elevados, ou seja, nos céus, ou nos infernos abissais. Assim, a vida dos deuses era como a dos homens, apenas traduzida em termos celestiais ou infernais. A amplitude desta concepção foi tão penetrante e persistente que ela se estendeu da pré-história até o século IV, e até hoje exerce intensa sedução sobre o homem. Esta criação era coerente com as crenças dos gregos, já que eles cultivavam o Politeísmo Antropomórfico, melhor dizendo, eles acreditavam em vários deuses, todos com aparências e qualidades humanas. Esta religião não era um bloco homogêneo, pois abrigava em seu núcleo desde os mais céticos com relação a uma vida após a morte, até os platônicos, que confiavam na separação, no além-túmulo, entre os justos e os injustos. No mundo moderno, somente os Kalasha, do Paquistão, mantêm viva a crença na Mitologia Grega.

As primeiras informações sobre este universo mitológico provêm das Lendas Homéricas, datadas do século VIII a.C., embora seja possível detectar traços destas crenças em períodos anteriores. Os Indo-europeus, ao entrarem no território grego, estavam imbuídos de sua própria religiosidade, e traziam na bagagem, entre outros deuses, justamente a imagem de Zeus, responsável pelas guerras e detentor do poder sobre os elementos da natureza. Houve então uma espécie de sincretismo religioso, com os invasores assimilando a cultura local dos Pelasgos, nativos da região. Entre outros cultos, este povo contribuiu com a presença de Deméter, deusa que comandava o reino vegetal. De Creta vieram Hera, que desposou Zeus; sua filha Atena, a deusa guerreira e justa; e Ártemis, irmã gêmea de Apolo. Com o tempo, outros deuses foram acrescentados a este conjunto de divindades, inclusive nos subterrâneos, universo onde imperava Hades, irmão de Zeus, contraposto a este, já que era o deus dos infernos. Famosas obras retratam este universo, tais como a “Odisséia” e “A Ilíada”, de Homero.

Os deuses da Mitologia Grega

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A Mitologia Grega é um conjunto de mitos (histórias e lendas), sobre vários deuses, heróis, titãs, ninfas, e centauros. A Mitologia Grega originou-se da união das mitologias dórica e micênica. Seu desenvolvimento ocorreu por volta de 700 a. C.

Os deuses da mitologia grega são as divindades da religião praticada na Grécia Antiga. Sendo uma religião politeísta, os gregos acreditavam na existência de diversos deuses e deusas. Cada um com poderes de influenciar um diferente aspecto da natureza.
Não existem escrituras sagradas (como a Bíblia para os cristãos) a respeito da Mitologia Grega. As principais fontes a esse respeito foram escritas no século VIII a.C. por Hesíodo (Teogonia), e por Homero (Ilíada e Odisséia). Na Teogonia são tratadas a origem e a história dos deuses gregos. Nas narrativas Ilíada e Odisséia são descritos os grandes acontecimentos envolvendo heróis e deuses.


Os principais deuses da mitologia grega são Zeus (Rei dos Deuses), Hera, Poseidon, Hades, Apolo, Ártemis, Afrodite, Ares, Dioniso, Hefesto, Atena, Hermes, Deméter e Héstia

Interessante observar que os deuses gregos eram figuras imortais e antropomórficas. Ou seja, eram deuses com formas humanas e que também possuíam sentimentos humanos como o amor, o ódio, a maldade, a inveja, a bondade, egoísmo, fraqueza.

Apesar de serem imortais, os deuses não eram onipotentes, sendo obrigados a obedecer as forças do destino. Eles também apresentam vícios e sentimentos humanos, sendo muito comum que andassem entre os mortais e até desenvolvessem relacionamentos com eles.
Os deuses, além de ter forma humana, tinham sentimentos humanos como amor, inveja, traição, ira, entre outros. Suscetíveis a esses sentimentos, era comum os deuses se apaixonarem por humanos e com eles terem filhos. Alguns heróis da Mitologia Grega eram filhos de deuses e humanos. Os deuses, diferentes de seus filhos, eram imortais.


Os Reis
Zeus, Hades e Poseidon

Antes da Era dos Deuses ter início na Mitologia Grega, houveram duas gerações que reinaram no mundo. Primeiro foram as Divindades Primordiais, que surgiram no momento da criação. Na sequência foram os seus filhos, os Titãs.

O Rei dos Titãs era Cronos. Com a esposa Reia teve 6 filhos: Héstia, Deméter, Hera, Hades, Poseidon e Zeus. Devido a uma profecia, Cronos tinha medo de ser destronado por um de seus filhos e, por isso, engolia-os assim que nasciam.

Reia conseguiu salvar o filho mais novo Zeus e, quando este cresceu, libertou os irmãos da barriga do pai. Assim teve início a guerra entre os Titãs e os Deuses. Após 10 anos de luta, os Deuses foram vitoriosos e Zeus se tornou o Rei dos Deuses, enquanto Poseidon se tornou o Rei dos Mares e Hades, o Rei do Mundo Inferior.

Segundo alguns autores, os três irmãos deuses representam, na verdade, a trindade de um deus único. Para René Menard, Hades e Poseidon são apenas desdobramentos da personalidade de Zeus. Ele afirma que nas obras de artistas antigos, os três são sempre representados com o mesmo rosto, podendo ser distinguidos apenas pelos símbolos que carregam: o raio para Zeus, o tridente para Poseidon e o cão Cérbero para Hades.
Zeus
Também chamado o Pai dos Deuses, Zeus é a autoridade suprema entre os deuses, definia as regras e era quem mantinha a ordem e a justiça no mundo. Zeus era casado com Hera, porém era conhecido pelas aventuras amorosas que lhe renderam muitos filhos. Entre seus filhos deuses estão os gêmeos Apolo e Ártemis e, entre seus filhos semi-deuses está o herói Hércules.

O deus do raio e do trovão tem ainda a águia, o touro e o carvalho como símbolo. Entre os seus poderes está o controle do tempo, alterar a sua aparência como de outras pessoas ou de animais e também a própria voz.

Poseidon
Deus dos mares e oceanos, Poseidon detém poder sobre as águas, suas ondas, correntes marítimas, tempestades e terremotos, sendo o segundo deus mais forte na mitologia grega e conhecido pelo temperamento difícil e vingativo.  Ele era cultuado pelos navegantes que, em busca de mares calmos, lhe ofereciam cavalos como sacrifício. 

Poseidon  foi casado oficialmente com Anfitrite. Com ela, teve um filho chamado Tritão, que possuía o torso e cabeça humana e a parte inferior de peixe. Poseidon teve outros filhos fora do casamento, mas seus filhos sempre desenvolveram o gosto pelo terror e ficaram conhecidos pela crueldade. 

O maior símbolo do deus dos mares era um tridente, uma poderosa arma forjada pelos ciclopes durante a guerra dos titãs. Ele também é normalmente representado com golfinhos a sua volta. 
Hades
Hades é o deus do Mundo Inferior e dos mortos, o único de seus irmãos que não vive no Monte Olimpo. Como é o deus da morte, Hades é infértil e não teve filhos. Entretanto, casou com a deusa Perséfone, após raptá-la e levá-la para o submundo. Era o deus mais temido pelos humanos, sendo costume durante os rituais fúnebres ser posta uma moeda de oferenda na boca do morto para pagamento do barqueiro à entrada do Mundo Inferior. Hades costuma ser representado junto ao cão de três cabeças Cérbero.

O deus do submundo foi casado com a deusa da primavera Perséfone. Ele a levou para seu palácio no mundo inferior após raptá-la, mas fez um trato para que ela passasse parte do ano no mundo dos vivos e a outra parte com ele no submundo. Essa história explicava a origem das estações para os gregos antigos.

Segundo alguns autores, os três irmãos deuses representam, na verdade, a trindade de um deus único. Para René Menard, Hades e Poseidon são apenas desdobramentos da personalidade de Zeus. Ele afirma que nas obras de artistas antigos, os três são sempre representados com o mesmo rosto, podendo ser distinguidos apenas pelos símbolos que carregam: o raio para Zeus, o Tridente para Poseidon e o cão Cérbero para Hades.

Principais deuses da mitologia grega: 
os deuses do Olimpo

Os principais deuses da mitologia grega eram os chamados dodecateão, que no grego significa “doze deuses”. Eles viviam reunidos no Monte Olimpo em um grandioso palácio, onde se alimentavam de substâncias divinas como a ambrosia e o néctar.

Esses deuses passavam os dias a ouvir a lira de Apolo, os cantos das musas e a desfrutar dos prazeres do paraíso. Cada um deles era reverenciado por aspectos da condição humana e de suas atividades do cotidiano, tais como o amor, a agricultura e a sabedoria. É por isso que seus nomes até hoje são atrelados a estes significados.

Além de Zeus e Poseidon, os deuses do Olimpo eram:

Afrodite – Deusa do amor, da beleza e da fecundidade. Ela foi casada com Hefesto, com quem teve sete filhos. Afrodite teve casos extraconjugais com outros deuses, como Dionísio e Apolo. Algumas fontes revelam que Eros, o deus da paixão, era filho de Afrodite e Apolo

Apolo - Deus do Sol, da profecia e símbolo de inspiração artística. Era filho de Zeus e Leto e um dos deuses mais adorados do Olimpo. Foi ele o responsável por matar com uma flechada certeira o terrível dragão Píton.

Ártemis – Deusa da Lua, da caça e da pureza. Era irmã gêmea de Apolo e é normalmente representada como uma deusa protetora e ao mesmo tempo vingativa. Nunca foi casada e por isso é também um símbolo da virgindade.

Ares – Deus da Guerra. Era meio-irmão de Atenas e filho de Zeus e Hera. Com Afrodite, é dito ser pai de Eros, o deus da paixão.

Atena – Deusa da Sabedoria, da guerra estratégica e da justiça. Nasceu da cabeça de Zeus e nunca teve a oportunidade de conhecer sua mãe. A cidade de Atenas é uma homenagem a esta popular deusa da mitologia.

Deméter – Deusa da Agricultura, irmã de Zeus, Poseidon e Hades. Uma das filhas de Deméter era Perséfone, deusa da primavera, que foi raptada por Hades e levada ao mundo inferior por ele.

Dioniso – Deus do Vinho e das festas. Era filho de Zeus e da mortal Sémele. Quando sua mãe faleceu, Zeus pegou seu coração e o costurou em sua coxa, até que Dioniso nascesse. Na mitologia romana, o deus correspondente chama-se Baco.

Hefesto – Deus dos ferreiros, escultores e da tecnologia. Era filho de Zeus e Hera e uma grande forjador que trabalhava juntamente com os ciclopes próximos às regiões vulcânicas.

Hermes – O mensageiro dos deuses, deus do comércio, da riqueza, da sorte e protetor das viagens. Era filho de Zeus e da ninfa Maia e uma de suas principais funções era guiar os mortos ao submundo do deus Hades.

Hera – Deusa da maternidade e protetora das esposas. Era irmã e esposa de Zeus e possui inúmeras histórias que revelam sua personalidade vingativa e impiedosa. Hera, no entanto, é também associada ao casamento, por ter sido devota a Zeus por toda a eternidade.

Héstia - Em algumas fontes históricas, a deusa Héstia é incluída como uma das deusas do Olimpo, apesar de geralmente, não aparecer. Era a deusa do Lar, da vida doméstica e da arquitetura. Héstia era irmã de Zeus, Poseidon e Hades.

Práticas religiosas
O culto aos deuses teve grande força entre os gregos antigos, tendo sido criados templos e nomeadas cidades em sua homenagem, como no caso de Atenas, uma reverência à deusa Atena. Apolo e Afrodite foram dos deuses mais cultuados. Os dois maiores santuários em nome de Apolo foram erguidos em Delos e em Delfos, onde eram praticadas procissões, celebrações musicais e rituais de sacrifício e purificação.

Em homenagem a Afrodite existia um festival chamado Afrodisia que decorria durante um mês inteiro em toda a Grécia, sendo bastante intenso em Corinto e Atenas.

Para cada deus, havia uma forma diferente de culto, sendo possível que uma mesma pessoa adorasse mais de uma divindade. Em nome de Poseidon, eram afogados cavalos no mar como forma de sacrífico, havia um festival de 12 dias em fevereiro em honra a Hades e realizavam-se jogos e festividades de atletismo em homenagem a Hermes.


Presença nas Artes
A mitologia grega inspirou diferentes artistas. Na Antiguidade, foram esculpidas estátuas e escritas inúmeras poesias. Os textos mais influentes foram as epopeias Ilíada e Odisseia, escritas por Homero retratando os acontecimentos decorrentes da Guerra de Troia.

Na Ilíada pode-se perceber como os deuses estiveram bastante envolvidos na guerra, que teve 
origem quando os gregos atacaram Troia com o intuito de vingar o rapto de Helena, esposa do Rei de Esparta. Helena havia se apaixonado e fugido com o príncipe de Troia, Páris.

Apoiando os gregos estavam Hera, Atena, Poseidon, Hefesto e Tétis; já ao lado dos troianos ficaram Apolo, Afrodite, Ártemis, Ares e Leto.

As personagens e fatos descritos nos mitos gregos também estão retratados em vários quadros de artistas famosos, principalmente do período Renascentista, como Botticelli, Michelangelo e Leonardo da Vinci.

O “fim” da mitologia
O grego antigo acreditava que a mitologia era parte de sua história e o culto aos deuses fazia parte do seu cotidiano. Porém com a evolução da sociedade e dos conhecimentos sobre a natureza, os próprios gregos passaram a questionar a veracidade dos mitos. Por exemplo, com a criação do calendário, puderam perceber que o clima não mudava conforme a vontade dos deuses e, sim, devido às estações do ano. Ao se questionarem sobre estes assuntos, os gregos criaram a filosofia, surgindo justamente em oposição à crença dos mitos.

Por muitos séculos, a narrativa dos mitos foi essencial para responder diversos questionamentos que se tinha sobre o mundo, mas a partir do século VII a.C. essas histórias começaram a ser questionadas pelos primeiros filósofos gregos, chamados de pré-socráticos. A partir daí, o mundo começou a ser investigado através da razão, da lógica e do natural, em oposição à incoerência, à fantasia e ao sobrenatural.

A clássica obra "A Escola de Atenas" de Rafael Sanzio apresenta a representação da tentativa de recuperar o clássico e a busca por novas verdades. Podemos observa ao fundo da pintura as estátuas de Apolo e Atena, e no centro, os filósofos Aristóteles e Platão.

Com a chegada do domínio Romano após a Batalha de Corinto (146 a.C.) em que a Grécia foi derrotada, adotou-se um forma de sincretismo religioso, tendo os deuses assumido versões romanas. Zeus passa a ser também Júpiter, Hera a ser Juno, Poseidon a ser Netuno e os demais deuses também receberam uma outra versão romana.

Mais tarde em 476 d.C., o Império Romano tem o seu fim e o cristianismo passa a ser a religião adotada pelo povo grego.

Nos dias atuais, apesar de já não ser vista como religião, a Mitologia Grega continua a provocar a curiosidade das pessoas. Os deuses gregos e suas histórias inspiram obras literárias, como a série de livros juvenis Percy Jackson, filmes e desenhos animados, como Troia, Mulher Maravilha e A Pequena Sereia.


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Politeísmo 
 

Politeísmo é a crença em muitos deuses ou sua adoração. Resulta de crenças em espíritos, demônios e forças sobrenaturais, definidas vagamente em crenças como o animismo, totemismo e culto aos ancestrais. As forças sobrenaturais são organizadas e personificadas em uma família cósmica que é o núcleo do sistema de crenças de um povo ou etnia. O politeísmo se espalhou pelo mundo antigo e em muitas culturas antigas existiu a prática do politeísmo e seus deuses tinham características humanas (antropomorfismo) e funções específicas, como na Grécia e Roma antigas, onde havia um intrincado sistema mitológico e diversas divindades que interferiam nas atividades humanas (mitologia grega): Zeus, Hera, Palas-Atena, Poseidon, Ares, Apolo, Afrodite etc. O Império Romano assimilou o politeísmo grego e de outras culturas que conquistara (mitologia romana): Júpiter, Juno, Minerva, Netuno, Marte, Apolo, Vênus. No Egito antigo os deuses tinham formas híbridas de objetos da natureza, animais e humanos num sistema de crenças bem desenvolvido e que era a base de sua cultura. Os faraós eram as personificações de deuses na terra e seus deuses eram o sol (Amon-Rá), a fertilidade (Isis), a fecundidade (Osíris) e outros.

Conforme os sistemas de crenças politeístas se desenvolviam, se estabeleciam sistemas de hierarquia entre essas divindades e as famílias de deuses explicavam os fenômenos naturais e sua relação com o universo. Raramente admite uma verdade absoluta como no monoteísmo e o politeísmo praticado em muitas antigas culturas asiáticas, africanas, europeias e entre indígenas nas Américas, ainda hoje é a crença de muitos povos. Politeístas são as religiões e crenças popularmente praticadas em todo o mundo atual, ou seja, no Hinduísmo, Budismo Mahayana, Confucionismo, Taoísmo, Xintoísmo e nas religiões tribais africanas e americanas. As ideias politeístas de moral e ética são relativas à cada cultura e aos seus indivíduos, sendo cada qual livre para adorar os deuses de sua escolha e para agir à sua própria maneira. Faltam aos politeístas responsabilidades, senso de propósito e esperança como a de salvação e vida eterna, típicas dos monoteístas, com maior relativismo e flexibilidade entre o relacionamento de pessoas e divindades.

Ainda que se admita que o politeísmo é conciliável com o monoteísmo inclusivo ou outras formas de monismo religioso, a incidência histórica do monoteísmo é tão rara e dificilmente se admite a teoria da evolução natural das religiões do politeísmo ao henoteísmo e monoteísmo. Mas, certas doutrinas politeístas modernamente foram chamadas de neopaganismo, porque combinam elementos de várias religiões anteriores ao cristianismo e há quem defenda uma graduação entre o politeísmo e o monoteísmo – o henoteísmo - que adota a crença em vários deuses, mas com a preponderância de um sobre os outros e que somente este maior é que recebe a adoração dos seus crentes, fiéis ou seguidores. Com isso, há antropólogos que defendem a teoria de que as sociedades antigas passaram do politeísmo para o henoteísmo e finalmente chegaram ao monoteísmo. Portanto, a distinção entre monoteísmo, henoteísmo e politeísmo não é objetiva ou clara.

Teogonia de Hesíodo

Contemporâneo de Homero, Hesíodo foi um grande poeta grego que viveu no século 8 a.C. Sua obra mais conhecida é a Teogonia, que nos conta como o mundo surgiu a partir dos primeiros deuses, seus amores e suas lutas. Teogonia significa "o nascimento dos deuses". Ela constituía, com os poemas de Homero, a cartilha na qual os gregos aprendiam a ler, a pensar, a entender o mundo e a reverenciar o poder dos deuses. De certa forma, a Teogonia é o mais antigo tratado de mitologia grega que chegou até nós.

Hesíodo descreve a criação do mundo e a seguir relaciona, cronologicamente, cada uma das gerações divinas.

Após um hino às Musas, Hesíodo relata como as deusas inspiraram seu canto ao cuidar de ovelhas perto do Monte Hélicon. As musas então deram a ele um conhecimento sobrenatural capaz de conhecer as coisas presentes, passadas e futuras e ensinaram-no a cantar, para que ele cantando celebrasse os deuses imortais, as façanhas dos homens antigos e também a elas próprias no começo e no fim das canções.

Segue-se, daí, a narração a origem dos primeiros deuses, que personificavam os elementos primordiais do Universo: Caos, o vazio primitivo; Gaia, a terra; Eros, a atração amorosa.

Os descendentes imediatos são também relacionados: 
Hemêra, o dia; 
Nix, a noite; 
Urano, o céu; 
Ponto, a água primordial.

Há três grandes linhagens divinas: a descendência do Caos, a do Mar e a do Céu. Do Caos provêm todos os males que atormentam a vida humana; os mais importantes deles são os terríveis filhos da deusa Noite. Na família do deus Mar há monstros de estranhas formas, que habitam as águas marinhas e as regiões subterrâneas. Na família do Céu há a sucessão dos reis divinos Cronos e Zeus.

Depois, o poeta descreve como Cronos assumiu o poder e inadvertidamente deu origem a Afrodite, deusa do amor sensual; relaciona os descendentes de Nix, entre eles Tânato, a morte, Hipno, o sono, e Morfeu, o sonho.

Os descendentes de Ponto, entre eles Nereu, o mais antigo deus do mar e pai das nereidas e Fórcis, progenitor de monstros como as Górgonas, Equidna, com tronco de mulher e cauda de serpente, e a Esfinge.

Os descendentes de Oceanos, entre eles os rios e fontes, as ninfas da terra firme, os ventos, Métis, a sabedoria, e Hélio, o sol; os descendentes de Ceos, especialmente Hécate, a dádiva.

Uma profecia da Terra e do Céu avisara de que era destino de Cronos ser destronado por um filho e ele engolindo-os prevenia-se.

Quando Réia, sua esposa, devia dar à luz Zeus, ela suplicou a seus pais, Terra e Céu, que lhe aconselhassem um refúgio para que ela pudesse salvar esse filho. Eles atenderam ao seu pedido e, encoberta pela noite, Réia escondeu seu filho em uma gruta em Creta, confiando-o à deusa Terra, para que ela o nutrisse e criasse. Seguindo as instruções de seus pais, Réia envolveu uma grande pedra em um pano e entregou-a a Cronos. O deus, implacável, engoliu-a, sem desconfiar de nada.

Zeus cresceu rapidamente, libertou das prisões subterrâneas os seus tios paternos Ciclopes e Centímanos, e aliando-se a eles travou contra seu pai Cronos a luta pelo poder. Vencido, o velho deus Cronos vomitou primeiro a pedra por último engolida. Zeus a cravou em Delfos, para que os homens mortais aí a admirassem.

Após a vitória sobre seus inimigos, Zeus é aclamado por seus aliados rei dos deuses e dos homens. Assim fez a partilha dos bens e fixou os privilégios de cada deus. É a terceira fase do mundo, a atual e a mais perfeita de todas. Com uma série de casamentos, que eram verdadeiras alianças políticas, Zeus organizou o seu reinado e tornou o seu poder inabalável.
Antropomorfismo

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Antropomorfismo é o costume de se atribuir características humanas (ou que se presume serem humanas) a outros animais, objetos inanimados, fenômenos da natureza, estados materiais, objetos ou conceitos abstratos, como organizações, governos, espíritos ou divindades. O termo é uma combinação de duas palavras, “antropos” (homem) e “morfé” (forma) e acredita-se que tenha sido originalmente cunhado pelo filósofo grego Xenófanes, que procurava descrever a semelhança entre crentes religiosos e seus deuses, ou seja, deuses gregos, que eram retratados com uma pele clara e olhos azuis, enquanto os deuses africanos tinha a pele escura e olhos castanhos.

Mesmo bem depois das ideias de Xenófanes, o antropomorfismo continuou e persistir como uma questão relevante no raciocínio sobre a lógica das religiões em geral. O politeísmo grego é até hoje uma excelente fonte de estudos sobre a natureza e o funcionamento do raciocínio antropomórfico, na medida em que os deuses tinham todas as características humanas, todos os seus caprichos, qualidades ou defeitos. As religiões do oriente, por sua vez, como o hinduísmo ou o cristianismo também traziam sua carga de prática antropomórfica, em especial, no que tange ao cristianismo, a ideia acerca da natureza de Jesus Cristo, se esta seria divina, humana, ou reunia as duas ao mesmo tempo.

Como artifício literário, o antropomorfismo está fortemente ligado à arte de contar histórias, as chamadas “fábulas”. A maioria das culturas possuem uma longa tradição de fábulas, onde os protagonistas são animais que representam formas reconhecíveis de comportamento humano. Diversas motivações podem influenciar o antropomorfismo, como por exemplo, a falta de conexões sociais com outras pessoas, que acaba por motivar indivíduos solitários a buscar conexões com entes não-humanos. Assim, o antropomorfismo atua como uma ajuda no sentido de simplificar e dar maior sentido a episódios complexos da existência humana. Como exemplo, pode-se citar o costume de “batizar” furacões e tempestades (uma prática que se originou com os nomes dos santos, das namoradas dos marinheiros ou mesmo de figuras políticas impopulares) simplifica e facilita a comunicação eficaz, além de ajudar na mobilização do público, na propaganda pela mídia, e no estímulo de uma eficiente fluência de informações.

Existe ainda a prática diametralmente oposta à do antropomorfismo, que é conhecida pelo nome de desumanização. Esta se dá quando os seres humanos são representados como objetos ou animais selvagens. São inúmeros os exemplos históricos de desumanização, incluindo a perseguição dos judeus durante o Holocausto pelos nazistas e as torturas de prisioneiros na prisão de Abu Ghraib, no Iraque, pelas forças norte-americanas.

Cosmogonia
O Mito da criação Pelasgo

No início, Eurínome, a Deusa de Todas as coisas, ergueu-se nua do Caos, mas, não encontrando nenhum lugar firme onde pudesse descansar os pés, separou o mar do céu, dançando sozinha sobre as ondas. Dançou em direção ao sul, e atrás dela correu um vento novo e incomum, que lhe pareceu apropriado para o inicio de um trabalho de criação. Girado, ela se apoderou desse vento norte, esfregou-o entre as mãos e vejam só: a grande serpente Ofíon! Eurínome dançava para se esquentar, cada vez mais frenética, até que Ofíon, excitada, enrolou-se naqueles membros divinos com a intenção de copular com ela. A partir de então, o Vento Norte, também chamado Bóreas, fertiliza. Por isso as éguas frequentemente voltam as ancas para o vento e ficam prenhas sem a ajuda do garanhão. Da mesma maneira, Eurínome engravidou.

Em seguida, ela assumiu a forma de uma pomba e pôs o Ovo Universal, chocando-o por cima das ondas durante algum tempo. Ao seu comando, Ofíon enrolou-se sete vezes em torno desse ovo, completando a incubação, até ele se partir em dois. Para fora arremessaram-se todas as coisas que existem, seus filhos: o Sol a Lua, os planetas, as estrelas a Terra com suas montanhas e rios, suas árvores e plantas e todas as criaturas vivas.

Eurínome e Ofíon fizeram do topo do monte Olimpo seu lar, onde a serpente enfureceu a deusa ao reivindicar para si a autoria do Universo. Imediatamente, Eurínome esmagou-lhe a cabeça com o calcanhar, arrancou seus dentes e baniu-a para as cavernas escuras sob a Terra.

Em seguida, a deusa criou sete poderes planetários, designando uma titânida e um titã pra cada um deles: Téia e Hipérion para o Sol; Febe e Atlas para a Lua; Dione e Créos para o planeta Marte; Métis e Ceo para o planeta Mercúrio; Têmis e Eurínome para o planeta Júpiter; Tétis e Oceano para Vênus; Réia e Cronos para Saturno. Mas o primeiro homem foi Pelasgo, ancestral dos Pelasgos. Ele emergiu sob solo da Arcádia, seguido por alguns outros, a quem ensinou a construir cabanas, alimentar-se de frutos do carvalho e coser túnicas de couro de porco, como as usadas ainda hoje pelos mais pobres na Eubéia e na Fócida.

Nesse sistema religioso arcaico não havia, até agora, deuses nem sacerdotes, mas apenas uma deusa universal e suas sacerdotisas, a mulher sendo o sexo dominante e o homem, sua vítima assustada. A paternidade não era honrada, e a concepção era atribuída ao vento, à ingestão de feijão ou, acidentalmente, de um inseto. A herança era matrilinear, e as cobras eram consideradas encarnações dos mortos. A deusa, como a Lua visível, tinha o título de Eurínome (vasta perambulação). Seu nome sumério era Iahu (pombo exaltada), título transferido mais tarde a Jeová, como o Criador. Foi uma pomba o animal que Marduk simbolicamente cortou em dois pedaços no Festival da Primavera Babilônica, ao inaugurar a nova ordem mundial.

Ofíon, ou Bóreas, é a serpente-demiurgo do mito hebraico e egípcio - na arte mediterrânea primitiva, a deusa aparece constantemente em sua companhia. Os pelasgos nascidos da terra, que parecem alegar terem surgido dos dentes de Ofíon, talvez tenham sido, originalmente, o povo neolítico das "Mercadorias Pintadas". Partindo da Palestina, eles chegaram à Grécia continental por volta de 3500 a.e.c. Setecentos anos mais tarde, os primeiros Helênicos - imigrantes da Ásia Menor vindos das Cíclades - encontraram-nos ocupando o Peloponeso. Mas o termo "Pelasgo" tornou-se aplicável livremente a todos os habitantes pré-helênicos da Grécia. Nesse sentido, Eurípides (citado por Estrabão V. 2.4) registra que os pelasgos adotaram o nome "dânaos" por ocasião da chegada de Dânao e suas cinquenta filhas a Argos. Severas críticas á sua conduta licenciosa (Heródoto: VI. 137) referem-se provavelmente ao costume pré-helênico de orgias eróticas. Estrabão diz, na mesma passagem, que aqueles que viviam perto de Atenas eram conhecidos como pelargi "cegonhas". Talvez fosse o pássaro totêmico dos pelasgos.

Os titãs "senhores" e as titânides tiveram suas contrapartes nas astrologias primitivas da Babilônia e da Palestina, onde constituíram divindades que governavam os sete dias da semana sagrada planetária. Talvez tenham sido introduzidos pela colônia cananéia, ou hitita, estabelecida no istmo de Corinto no início do segundo milênio a.e.c., ou até mesmo pelos primeiros helênicos. Mas, assim que oculto aos titãs foi abolido na Grécia e a semana de sete dias deixou de figurar no calendário oficial, seu número foi citado por alguns autores como sendo 12, provavelmente para fazê-los corresponder aos signos do Zodíaco. Hesíodo, Apolodoro, Estêvão de Bizâncio, Pausânias e outros autores oferecem listas inconsistentes de seus nomes. No mito babilônico, os governadores planetários da semana - Samas, Sin, Nergal, Bel, Beltis e Ninib - eram todos masculinos, exceto Beltis, a deusa do amor. Mas na semana germânica, que os celtas tomaram emprestada do mediterrâneo oriental, o domingo, a terça-feira e a sexta-feira eram governados por titânidas, e não por titãs. A julgar pelo estatuto divino das filhas e filhos emparelhados de Éolo e pelo mito de Níobe, quando o sistema chegou da Palestina á Grécia pré-helênica, decidiu-se por emparelhar uma titânida a cada um dos titãs, de maneira a salvaguardar os interesses da deusa. Mas, muito antes, os 14 eram reduzidos a uma companhia mista de sete. 
Os poderes planetários eram os seguintes: 
o Sol para iluminação; 
a Lua para encantamento; 
Marte para crescimento; 
Mercúrio para sabedoria; 
Júpiter para justiça; 
Vênus para amor; 
Saturno para paz. 
Os astrólogos clássicos gregos ajustaram-se aos babilônios, atribuindo respectivamente os planetas a Hélio, Selene, Ares, Hermes (ou Apolo), Zeus Afrodite, Cronos - cujos equivalentes latinos supramencionados ainda nomeiam os dias das semanas francesa, italiana e espanhola.

No fim, miticamente falando, Zeus engoliu os titãs, inclusive uma representação primitiva de si mesmo - visto que os judeus de Jerusalém veneravam um Deus transcendente, composto por todos os poderes planetários da semana: teoria simbolizada pelo candelabro de sete braços e pelos sete Pilares da Sabedoria. Os sete pilares planetários instalados próximos á Tumba do Cavalo, em Esparta, eram, segundo Pausânias (II. 20.9), decorados á moda antiga, ligados possivelmente aos ritos egípcios trazidos pelos pelasgos (Heródoto II. 57). Não se sabe ao certo se os judeus tomaram essa teoria emprestada aos egípcios, ou vice-versa. Entretanto, o assim chamado Zeus heliopolitano, analisado por A. B. Cook em sua obra Zeus, tinha um caráter egípcio e ostentava bustos dos sete poderes planetários como ornamentos frontais e sua vestimenta e, com frequência, também bustos dos deuses olímpicos remanescentes como ornamentos da parte de trás. Uma estatueta de bronze desse deus foi encontrada em Tortos, na Espanha, e outra em Bibelôs, na Fenícia. Uma estela de mármore de Marselha exibe seis bustos planetários e uma figura completa de Hermes - revestido da maior importância nas estatuetas - presumivelmente como inventor da astronomia. Em Roma, Quintis Valerias Soramos alegava, de modo semelhante, que Júpiter era um deus transcendente, embora lá a semana não fosse respeitada como em Marselha, Bibelôs e provavelmente Tortos. Mas os poderes planetários foram limitados a jamais influenciar o culto olímpico oficial, pois eram vistos como não-gregos e portanto, não patrióticos: Aristófanes faz Trygalus dizer que a Lua e "aquele velho patife, o Sol" estão tramando um complô para trair a Grécia e fazê-la cair nas mãos dos bárbaros persas.

A afirmação de Pausânias de que os pelasgos foram os primeiros homens registra a continuidade de uma cultura neolítica na Arcádia até a época clássica.

Antropogênese


As Eras da Humanidade

Cada uma das Idades está "aparentada" com um metal, cujo nome toma e cuja hierarquia se ordena do mais ao menos precioso, do superior ao inferior: Ouro, Prata, Bronze, Ferro. O que surpreende é que em todas as quatro Eras, cujo valor se afere pelos metais, Hesíodo tenha intercalado entre as duas últimas mais uma: a Era dos Heróis, que não possui correspondente metálico algum. Há os que procuram explicar o fato por uma preocupação historicista, já que o poeta sabia que antes dele tinham vivido homens e heróis notáveis, que se imortalizaram em Tróia e em Tebas. 

Era de Ouro - Os homens mortais da Idade de Ouro foram criados pelos próprios imortais do Olimpo, durante o reinado de Crono. Viviam como deuses e como reis, tranquilos e em paz. O trabalho não existia, porque a terra espontaneamente produzia tudo para eles. Sua raça denomina-se de ouro, porque o ouro é o símbolo da realeza. Jamais envelheciam e sua morte assemelhava-se a um sono profundo. Após deixarem esta vida, recebiam o basíleion guéras, que quer dizer, o privilégio real, tornando-se daímones epikhthónioi, intermediários, aqui mesmo na terra entre os deuses e seus irmãos viventes. Esse basileion gnéras tem uma conotação toda especial, quando se leva em conta que os daimones epikhthónioi, esses grandes intermediários, assumem em "outra vida" as duas funções que, segundo a concepção mágico-religiosa da realeza, definem a virtude benéfica de um bom rei: como phýlakes, como guardiões dos homens, velam pela observância da justiça e, como plutodótai, como dispensadores de riquezas, favorecem a fecundidade do solo e dos rebanhos. Curioso é que Hesíodo emprega as mesmas expressões, que definem os "reis" da Era de Ouro, para qualificar os "reis" justos do seu século. Os homens da Era de Ouro viam hòs theoí, como deuses; os reis justos do tempo do poeta, quando avançam pela assembleia e, por meio de suas palavras mansas e sabias, fazem cessar a hýbris, o descomedimento, são saudados como theòs bós, como um deus. E assim como a terra, à época da Era de Ouro, era fecunda e generosa, igualmente a cidade, sob o governo de um rei justo, floresce em prosperidade sem limites. Ao contrário, o rei que não respeita o que simboliza seu sképtron, o seu cetro, afastando-se pela Hýbris do caminho que conduz à Díke, transforma a cidade em destruição, calamidade e fome. É que, por ordem de Zeus, trinta mil imortais invisíveis (que são os próprios daímones epikhthónioi) vigiam a piedade e a justiça dos reis. Nenhum deles, que se tenha desviado da Díke, deixará de ser castigado mais cedo ou mais tarde pela própria Díke.

Era de Prata - Foram mais uma vez os deuses, os criadores da raça de prata, que é também um metal precioso, mas inferior ao ouro. À soberania piedosa do rei da Era de Ouro fundamentada na Díke opõe-se uma "Hýbris louca". Tal Hýbris, porém, nada tem a ver com a Hýbris guerreira: os homens da idade de prata mantêm-se afastados tanto na guerra, quanto dos labores campestres. Essa Hýbris, esse descomedimento, é uma asébeia, uma impiedade, uma adikía, uma injustiça de caráter puramente religioso e teológico, uma vez que os "reis" da raça de prata se negam a oferecer sacrifícios aos deuses e a reconhecer a soberania de Zeus, senhor da Díke. Exterminados por Zeus, os homens da raça de prata, recebem, no entanto, após o castigo, honras menores é verdade, mas análogas às tributadas aos homens da Era de Ouro: tornam-se daímones hypokhthónioi, intermediários entre os deuses e os homens, mas agindo de baixo para cima, na outra vida. Além do mais, os mortais da raça agêntea apresentam fortes analogias com os Titãs: o mesmo caráter, a mesma função, o mesmo destino.
Orgulhosos e prepotentes, mutilam o seu pai Urano e disputam com Zeus o poder sobre o universo. Reis, pois que Titán em grego, em etimologia popular, aproxima-se de Titaks, rei, e Titéne, rainha, os Titãs têm por vocação o poder. Face a Zeus, todavia, que representa para Hesíodo a soberania da ordem, da Díke, aqueles que simbolizam o mando e a arrogância da desordem e da Hýbris. De um lado, portanto, estão Zeus e os homens da Era de Ouro, projeções do rei justo; de outro, os Titãs e os homens da Era de Prata, símbolos de seu contrário. Na realidade, o que se encontra no relato das duas primeiras eras é a estrutura mesma dos mitos hesiódicos da soberania.

Era de Bronze - Os homens da raça de bronze, consoante Hesíodo, foram criados por Zeus, mas sua matriz são os freixos, símbolo da guerra. Trata-se aqui da Hýbris militar, da violência bélica, que caracteriza o comportamento do homem na guerra. Assim, do plano religioso e jurídico se passou às manifestações da força bruta e do terror. Já não mais se cogita de justiça, do justo ou do injusto, ou de culto aos deuses. Os homens da Era de Bronze pertencem a uma raça que não come pão, quer dizer, são de uma era que não se ocupa com o trabalho da terra. Não são aniquilados por Zeus, mas sucumbem na guerra, uns sob os golpes dos outros, domados "por seus próprios braços", isto é, por sua própria força física. O próprio epíteto da era a que pertencem esses homens violentos tem um sentido simbólico. Ares, o deus da guerra, é chamado por Homero na Ilíada de Khálkeos, isto é, "de bronze". No pensamento grego, o bronze, pelas virtudes que lhe são atribuídas, sobretudo por sua eficácia apotropaica, está vinculado ao poder que ocultam as armas defensivas: couraça, escudo e capacete. Se o brilho metálico do bronze reluzente infunde terror ao inimigo, o som do bronze entrechocado, essa phoné, essa voz, que revela a natureza de um metal animado e vivente, rechaça os sortilégios dos adversários.
A par das armas defensivas, existe uma ofensiva também estreitamente ligada à indole e à origem dos guerreiros da Era do Bronze. Trata-se da lança ou dardo confeccionado de madeira especial, a melia, isto é, o "freixo". E não foi do freixo que nasceram, segundo Hesíodo, os homens da Era do Bronze? As ninfas mélias ou melíades, nascidas do sangue de Urano, estão intimamente unidas a essas árvores "de guerra" que se erguem até o céu como lanças, além de se associarem no mito a seres sobrenaturais que encarnam a figura do guerreiro. Jean-Pierre Vernant faz uma aproximação muito feliz do gigante Talos com os homens da raça de bronze. Esse Talos, guardião incansável da ilha de Creta, nascera de um freixo (melia) e tinha o corpo todo de bronze.

Como Aquiles, era o gigante cretense dotado de uma invulnerabilidade condicional, que somente a magia de Medeia foi capaz de destruir. Os Gigantes, "à cuja família" pertence Talos, representam uma confraria militar, dotada de uma invulnerabilidade condicional e em estreita relação com as ninfas Mélias ou Melíades. Na Teogonia o poeta "gerou os grandes Gigantes de armas faiscantes (porque eram de bronze), que têm em suas mãos compridas lanças (de freixo) e as ninfas que se chamam Mélias".

Assim entre a lança, atributo militar, e o cetro, atributo real da justiça e a paz, há uma diferença grande de valor e de nível. A lança há que submeter-se ao cetro. Quando isso não acontece, quando essa hierarquia é quebrada, a lança confunde-se com a Hýbris. Normalmente para o guerreiro, tributário da violência, a Hýbris dele se apodera, por estar voltado inteiramente para a lança. É o caso típico, entre outros, de Ceneu, o "lápita da lança", dotado como Talos, Aquiles e os Gigantes de uma invulnerabilidade condicional como todos os que passaram pela iniciação guerreira. Ceneu fincava sua lança sobre a praça pública, rendia-lhe um culto e obrigava a todos que por ali passassem a tributar-lhe honras divinas. Filhos da lança, indiferentes à Díke e aos deuses, os homens da raça de bronze, como os Gigantes, após a morte, foram lançados no Hades por Zeus, onde se dissiparam no anonimato da morte.

Era dos Heróis - A quarta era é a dos heróis, criados por Zeus, uma "raça mais justa e mais brava, raça divina dos heróis, que se denominam semideuses". Lendo-se, com atenção o que diz Hesíodo acerca dos heróis, nota-se logo que os mesmos formam dois escalões: os que, como os homens da era de bronze, se deixaram embriagar pela Hýbris, pela violência e pelo desprezo pelos deuses e os que, como guerreiros justos, reconhecendo seus limites, aceitaram submeter-se à ordem superior da Dike. Um exemplo bem claro desses dois escalões antitéticos é a tragédia de Ésquilo. Os sete contra Tebas: em cada uma das sete portas ergue-se um herói mordido pela Hýbris, que, como um gigante, profere contra os imortais e contra Zeus terríveis impropérios; a este se opõe outro herói, "mais justo e bravo", que temperado pela sophrosýne, pela prudência, respeita tudo quanto representa um valor sagrado. O primeiro escalão, os heróis da Hýbris, após a morte, são como os da Era de Bronze, lançados no Hades, onde se tornam nónymoi, mortos anônimos; o segundo, os heróis da Dike, recebem como prêmio, a Ilha dos Bem Aventurados, onde viverão para sempre como deuses imortais.

Era de Ferro - "Oxalá não tivesse eu que viver entre os homens da quinta era: melhor teria sido morrer mais cedo ou ter nascido mais tarde, por agora é a era de ferro..." Hesiodo em Trabalhos e Dias 174 - 176. No mito de Prometeu e Pandora, Hesíodo nos dá um panorama da Era de Ferro: doenças, a velhice e a morte; a ignorância do amanhã e as incertezas do futuro; a existência de Pandora, a mulher fatal, e a necessidade premente do trabalho. Uma junção de elementos tão díspares, mas que o poeta de Ascra distribui num quadro único. As duas Érides, as duas lutas, se constituem na essência da Era de Ferro.

A causa de tudo foi o desafio a Zeus por parte de Prometeu e o envio de Pandora (vide mito de pandora). Desse modo, o mito de Prometeu e Pandora forma as duas faces de uma só moeda: a miséria humana na Era de Ferro. A necessidade de sofrer e batalhar na terra para obter o alimento é igualmente para o homem a necessidade de gerar através da mulher, nascer e morrer, suportar diariamente a angústia e a esperança de um amanhã incerto. É que a Era de Ferro tem uma existência ambivalente e ambígua, em que o bem e o mal não estão somente amalgamados, mas ainda são solidários e indissolúveis. Eis aí por que o homem, rico de misérias nesta vida, não obstante se agarra a Pandora, "o mal amável", que os deuses ironicamente lhe enviaram. Se este "mal tão belo" não houvesse retirado a tampa da jarra, em que estavam encerrados todos os males, os homens continuariam a viver como antes, "livres de sofrimento, do trabalho penoso e das enfermidades dolorosas que trazem a morte". As desgraças, porém despejaram-se pelo mundo; resta, todavia, a Esperança, pois afinal a vida não é apenas infortúnio: compete ao homem escolher entre o bem e o mal. Pandora é, pois, o símbolo dessa ambiguidade em que vivemos.

Em seu duplo aspecto de mulher e de terra, Pandora expressa a função da fecundidade, tal qual se manifesta na Era de Ferro na produção de alimentos e na reprodução da vida. Já não existe mais a abundância espontânea da Era de Ouro; de agora em diante é o homem quem deposita a sua semente (spérma) no seio da mulher, como o agricultor a introduz penosamente nas entranhas da terra. Toda riqueza adquirida tem, em contrapartida, o seu preço. Para a Era de Ferro a terra e a mulher são simultaneamente princípios de fecundidade e potências de destruição: consomem a energia do homem, destruindo-lhe, em conseqüência, os esforços; "esgotam-no, por mais vigoroso que seja", entregando-o à velhice e à morte, "ao depositar no ventre de ambas" o fruto de sua fadiga.

As cinco idades do Homem

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Há quem negue que Prometeu tenha criado os homens, ou que qualquer homem tenha surgido dos dentes de uma serpente. Dizem que a Terra os gerou espontaneamente, como o melhor de seus frutos, especialmente no solo da Atica, e que Alalcomeneus foi o primeiro homem a surgir na Beócia, às margens do lago Copais, antes mesmo da existência da Lua. Ele detinha as funções de conselheiro de Zeus na ocasião de sua briga com Hera, e de tutor de Atena na época em que ela era ainda uma menina. Esses homens constituíam a chamada raça dourada, súditos de Cronos que viviam sem trabalhar nem se preocupar, alimentando-se somente de frutos do carvalho, frutas silvestres e do mel que pingava das árvores, bebendo leite de ovelha e de cabra, jamais envelhecendo, dançando e regozijando-se. A morte, para eles, não era mais terrível que o sono. Todos já se foram, mas os espíritos deles sobrevivem como gênios do feliz refugio musical, doadores de boa sorte e protetores da justiça.

Em seguida, surgiu uma raça prateada de comedores de pão, igualmente criada de maneira divina. Os homens eram totalmente submetidos à autoridade materna, embora pudessem viver cem anos. Eram rudes e belicosos, jamais faziam sacrifícios aos deuses, mas pelo menos não guerreavam entre si. Zeus os destruiu a todos.

Em seguida, surgiu uma raça de bronze, cujos membros caíram dos freixos como frutos, e portavam armas desse mesmo material. Comiam carne e pão e se deliciavam nas guerras. Eram homens insolentes e impiedosos. A peste negra ceifou todos eles.

A quanta raça humana era igualmente de bronze, porém mais nobre e mais generosa, tendo sido gerada por deuses que amaram mulheres mortais. Eles lutaram gloriosamente no cerco de Tebas, na expedição dos argonautas e na Guerra de Troia. Tornaram-se heróis e habitam os Campos Elísios.

A quinta raça é a atual raça de ferro, descendentes indignos da quarta. Eles são degenerados, cruéis, injustos, maliciosos, libidinosos, desonrosos com os pais e traiçoeiros.

Embora o mito da Idade do Ouro derive consequentemente de uma tradição de subserviência tribal à deusa-abelha, a selvageria de seu reinado na era pré-agrícola já havia sido esquecida à época de Hesíodo e tudo o que restou foi uma convicção idealista de que, no passado, os homens eram unidos e viviam em harmonia, como as abelhas. Hesíodo era um pequeno agricultor. A vida dura que levava tornou-o melancólico e pessimista. O mito da raça de prata também registra condições matriarcais - tais como as que ainda sobreviviam na era clássica entre os pictos, os moesios do mar Negro e algumas tribos nas ilhas Baleares, na Galícia e no golfo de Sirte -, nas quais os homens ainda representavam o sexo desprezado, embora a agricultura já houvesse sido introduzida e as guerras fossem raras. Prata e o metal da deusa-Lua. A terceira raça era constituída pelos primeiros invasores helênicos: pastores da Idade do Bronze, que adotaram o culto do freixo da deusa e de seu filho Poseidon. A quarta raça era formada pelos reis guerreiros da Era Micênica. A quinta, constituída pelos dórios do século XII a.e.c., que utilizavam armas de ferro e destruíram a civilização micênica.

Alalcomeneus ("guardião") é um personagem fictício, uma forma masculina de Alalcomeneïs, título de Atena (Ilíada IV 8) como guardiã da Beocia. Ele serve ao dogma patriarcal, segundo o qual nenhuma mulher, nem mesmo uma deusa, pode ser sábia sem a instrução masculina, e que a deusa-Lua e a própria Lua foram criações tardias de Zeus.
Vida após a morte


A vida pós morte na Grécia antiga

TÁRTARO é o grego (Tártaros), "abismo subterrâneo, local de suplícios". Orco é o latim Orcus, "morada subterrânea dos mortos, os infernos". Talvez provenha do indo-europeu areq, "trancar, enclausurar". Neste caso, de areq, areg proviriam também o latim arca, "cofre, caixão", e arcera, "carro coberto". Inferno ou "Os Infernos" é palavra latina infernus. Etimologicamente infernus é uma forma segunda de inferus, "que se encontra embaixo", por oposição a superus, "que se encontra em cima", donde a oposição Di Inferi, deuses do Inferno, do Hades, e Di Superi, deuses do Olimpo. Observe-se, ainda, em latim, os comparativos inferior, que está mais embaixo, "inferior", por oposição a superior, que está mais acima, "superior".

Substantivado, o neutro plural inferna, -orum, significa as habitações dos deuses de baixo e também dos mortos, quer dizer, o Inferno, abstração feita, em princípio, de local de sofrimento ou de castigo, já que todos na Grécia e em Roma iam para o "Inferno", como parece ter sido no Antigo Testamento, o sentido de Sheol, onde é documentado sessenta e cinco vezes, como por exemplo em Jó 17,16: in profundissimum infernum descendent omnia mea: "todas as minhas coisas descerão ao mais profundo dos infernos". E era, precisamente, com esta acepção que ainda se rezava, no Credo, não faz muito tempo, (que Jesus Cristo) desceu aos infernos, expressão que, para evitar equívoco, foi substituída por desceu à mansão dos mortos. É a partir do Novo Testamento, todavia, que o Inferno é identificado com a Geena, local de sofrimento eterno e a parte mais profunda do Sheol, como está em Lc 16,22-23: Factum est autem ut moreretur mendicus et portaretur ab angelis in sinum Abrahae. Mortuus est autem et diues et sepultus est in inferno: "Ora sucedeu morrer o mendigo e foi levado pelos anjos -314- para o seio de Abraão, e morreu também o rico, e foi sepultado no inferno".

A seqüência da parábola diz que Lázaro, o mendigo, estava lá em cima e o rico, lá embaixo, havendo entre ambos um abismo intransponível.

Na Grécia, ao que tudo indica, somente a partir do Orfismo, lá pelo século VII-VI a.e.c, é que o Hades, o Além, foi dividido em três compartimentos: Tártaro, Érebo e Campos Elísios. O fato facilmente se explica: é que o Orfismo rompeu com a secular tradição da chamada maldição familiar, segundo a qual não havia culpa individual, mas cada membro do guénos era co-responsável e herdeiro das faltas de cada um de seus membros, e tudo se quitava por aqui mesmo. Para os Órficos a culpa é sempre de responsabilidade individual e por ela se paga aqui; e quem não se purgar nesta vida, pagará na outra ou nas outras. Havendo uma retribuição, forçosamente terá que existir, no além, um prêmio para os bons e um castigo para os maus e, em conseqüência, local de prêmio e de punição. Veremos um pouco mais adiante que, desses três compartimentos, somente um era permanente, na concepção popular.


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Quanto à localização, o Hades era um abismo encravado nas entranhas da Terra, e cuja entrada se situava no Cabo Tênaro (sul do Peloponeso) ou numa caverna existente perto de Cumas, na Magna Graecia (sul da Itália).

Também na literatura babilônica, na epopéia de Gilgamesh, nos mitos de Nergal e Ereskigal, a descida de Ishtar para os Infernos, estes são um lugar debaixo da Terra, além do oceano cósmico. Há dois caminhos para se chegar lá: descendo na terra ou viajando para o extremo ocidente; mas antes de atingir o Além, é necessário transpor o rio dos mortos, "as águas da morte". Também as concepções ugarítica e bíblica localizam o Inferno nas profundezas da Terra (Sl 63,10). Abrindo-se esta, Coré, o levita, que se opôs a Moisés, bem como Datã e Abirão, com os seus, desceram vivos para os infernos (Nm 16,30-33). Jó, que considera os infernos como o lugar mais baixo da criação (11,8), imagina os acessos à outra vida no fundo do oceano primordial, em que a Terra bóia (Jó 38,16sq.; 26,5).

O universo, por conseguinte, é dividido em três partes: "acima da Terra, na Terra e debaixo da Terra" ou Céu, Terra e Inferno (Ex 20,4; Fl 2,10). -315- Para que se possa compreender o destino da alma no Hades, vamos acompanhá-la em sua longa viagem, do túmulo ao reino de Hades. A obrigação mais grave de um grego é a que concerne ao sepultamento de seus mortos: os filhos, ou, na carência destes, os parentes mais próximos devem sepultar seus pais segundo os ritos, sob pena de lhes deixar a alma volitando no ar por cem anos (o cômputo é puramente fictício), sem direito a julgamento, e, por conseguinte, à paz do Além. Lembremo-nos do já citado verso da Ilíada (XXIII, 71) no Capítulo VII, em que a psique de Pátroclo pede angustiadamente a Aquiles que lhe sepulte o corpo, ou as cinzas, após a cremação, não importa.

Sepulta-me o mais depressa possível, para que eu cruze as portas do Hades.

O sepultamento, todavia, depende de certos ritos preliminares: o cadáver, após ser ritualmente lavado, é perfumado com essências e vestido normalmente de branco, para simbolizar-lhe a pureza. Em seguida, é envolvido com faixas e colocado numa mortalha, mas com o rosto descoberto, para que a alma possa ver o caminho que leva à outra vida. Certos objetos de valor são enterrados com o morto: colares, braceletes, anéis, punhais. Os arqueólogos, escavando túmulos, encontraram grande quantidade desses objetos. Em certas épocas se colocava na boca do morto uma moeda, óbolo destinado a pagar ao barqueiro Caronte, para atravessar a alma pelos quatro rios infernais. Essa ideia de pagamento da passagem, diga-se logo, não é um simples mecanismo da imaginação popular. Toda moeda é um símbolo: representa o valor pelo qual o objeto é trocado. Mas, além de seu valor próprio de dinheiro, de símbolo de troca, as moedas, consoante Cirlot, "desde a antiguidade tiveram certo sentido talismânico", uma vez que nelas a conjunção do quadrado e do círculo não é incomum. Além do mais, a moeda, em grego nómisma, é o símbolo da imagem da alma, porque esta traz impressa a marca de Deus, como a moeda o traz do soberano, segundo opina Angelus Silesius. A moeda chinesa, denominada "sapeca", é um círculo com um furo quadrado no centro; vê-se aí claramente a coniunctio oppositorum: a conjunção do Céu (redondo) e da Terra (quadrada), o animus e a anima, formando uma totalidade. Por vezes se colocava junto ao morto um bolo de mel, que lhe permitia agradar o cão Cérbero, guardião da porta única de entrada e saída -326- do Hades. O cadáver é exposto sobre um leito, durante um ou dois dias, no vestíbulo da casa, com os pés voltados para a porta, ao contrário de como entrou na vida. A cabeça do morto, coroada de flores, repousa sobre uma pequena almofada. Todo e qualquer homem podia velar o morto, acompanhar-lhe o féretro e assistir-lhe ao sepultamento ou à cremação, mas a lei era extremamente rígida com a mulher: na ilha de Ceos só podiam entrar na casa, onde houvesse um morto, aquelas que estivessem "manchadas" (a morte sempre contamina) pela proximidade de parentesco com o mesmo, a saber, a mãe, a esposa, as irmãs, as filhas e mais cinco mulheres casadas e duas jovens solteiras, cujo grau de parentesco fosse no mínimo de primas em segundo grau.

Em Atenas, igualmente, a legislação de Sólon era severa a esse respeito: só podiam entrar na casa do morto e acompanhar-lhe o enterro aquelas que fossem parentes até o grau de primas. Os presentes vestiam-se de luto, cuja cor podia ser preta, cinza e, por vezes, branca, e cortavam o cabelo em sinal de dor. Carpideiras acompanhavam o féretro para cantar o treno. Diante da porta da casa se colocava um vaso (ardánion) cheio de uma água lustrai, que se pedia ao vizinho, porque a da casa estava contaminada pela morte. Todos que se retiravam, se aspergiam com essa água, com o fito de se purificar. O enterro se realizava na manhã seguinte à exposição do corpo. A lei de Sólon prescrevia que todo enterro se deveria realizar pela manhã, antes do nascimento do sol. Desse modo, os enterros em Atenas se faziam pela madrugada e por um motivo religioso: até os raios de sol se manchavam com a morte! No cemitério, sempre fora dos muros da cidade, o corpo era inumado ou cremado sobre uma fogueira: neste último caso, as cinzas e os ossos eram cuidadosamente recolhidos e colocados numa urna, que era sepultada. Após se fazerem libações ao morto, voltava-se para casa e se iniciava o minucioso trabalho de purificação da mesma, porque, para os Gregos, o maior dos "miasmas" era o contato com a morte. Após um banho de cunho rigorosamente catártico, normalmente com água do mar, os parentes do morto participavam de um banquete fúnebre; este banquete se renovava, em Atenas, ao menos, no terceiro, nono e trigésimo dia e na data natalícia do falecido.

Sepultado ou cremado o corpo, a psique era conduzida por Hermes, deus psicopompo, até a barca de Caronte. Recebido o -327- óbolo, o robusto demônio da morte permitia a entrada da alma em sua barca, que a transportava para além dos quatro temíveis rios infernais, Aqueronte, Cocito, Estige e Piriflegetonte. Já do outro lado, após passar pelo cão Cérbero, o que não oferecia grandes dificuldades, pois o que o monstro de três cabeças realmente vigiava era a saída, a psiqué enfrentava o julgamento. O tribunal era formado por três juizes integérrimos: Éaco, Radamento e Minos. Esse tribunal, no entanto, é bem recente. Homero só conhece como juiz dos mortos a Radamanto. Éaco aparece pela primeira vez em Platão.

Radamanto julgava os Asiáticos e Africanos; Éaco, os Europeus. Em caso de dúvida, Minos intervinha e seu veredicto era inapelável.

Infelizmente quase nada se sabe acerca do conteúdo desse julgamento e a maneira como era conduzido, embora na Eneida, VI, 566-569, Vergílio nos fale, de passagem, que Radamanto supliciava as almas, obrigando-as a confessar seus crimes ocultos.


Julgada, a alma passava a ocupar um dos três compartimentos: Campos Elísios, Érebo ou Tártaro. Neste último eram lançados os grandes criminosos, mortais e imortais. Era o único local permanente do Hades: lá, supliciados pelas Erínias, ficavam para sempre os condenados, os irrecuperáveis. O mesmo Vergílio, ainda no canto VI, 595-627, nos dá uma visão dantesca dos suplícios a que eram submetidos os réprobos e a natureza dos crimes por eles perpetrados. O grande poeta, todavia, no que se refere às faltas graves cometidas, mistura habilmente "aos que espancaram os pais, aos avarentos, aos adúlteros, aos incestuosos, aos que desprezam os deuses", os condenados por crimes políticos. Estão no Tártaro os que "fizeram guerras civis, os desleais, os traidores, os que venderam a pátria por ouro e impuseram-lhe um senhor despótico..." É bom não perder de vista que, a par de ser um poema tardio (século I a.e.c.), a Eneida é também uma obra assumidamente engajada e comprometida com a ideologia política do imperador Augusto, cuja pessoa, cuja família, que era de -318- origem divina, cujo governo e cujas reformas o poeta canta, exalta e defende. No Tártaro vergiliano, os assassinos principais de César, Cássio e Bruto, e seus grandes inimigos políticos, como Marco Antônio e a egípcia Cleópatra, entre muitos outros, sem omitir os heróis gregos, inimigos do troiano Pai Enéias, fundador da raça latina, certamente formariam um inferninho à parte, com suplícios adequados... Talvez mais violentos do que os do Inferno político da Divina Comédia de Dante!

Mas a Sibila de Cumas, que acompanhara Enéias à outra vida, diz-lhe que, embora tivesse cem bocas, seria impossível nomear todas as sortes de crimes e relatar as espécies de castigos.


O Érebo e os Campos Elísios são impermanentes: trata-se mais de compartimentos de prova do que de purgação. As provações aí realizadas servem de parâmetro de regressão ou de evolução e aperfeiçoamento, cuja natureza nos escapa. Quer dizer, a descida definitiva ao Tártaro ou a próxima (ensomátosis), "reencarnação", ou ainda a próxima (metempsýkhosis), "metempsicose", que são coisas muito diferentes, dependeriam intrinsecamente do "comportamento" da psiquê durante sua permanência no Érebo ou nos Campos Elísios. No Érebo estão aqueles que comentaram certas "faltas". Seria conveniente deixar claro que alguns habitantes temporários do Érebo, que Vergílio denomina lugentes campi, Campos das Lágrimas, não têm suas faltas especificadas e outros lá estão sem que possamos compreender o motivo. Recorrendo mais uma vez à Eneida, VI, 426-450, vamos ver que nos Campos das Lágrimas estão criancinhas que morreram prematuramente; as vítimas de falso julgamento; as suicidas (o poema só fala em mulheres) por amor, como Fedra, Prócris, Evadne, Dido.

Alguns heróis troianos (mirabile dictu!) também lá estão e heróis gregos igualmente.

O poeta latino, no entanto, deixa bem claro que essas almas não estão no Érebo por acaso, "sem o aresto de juizes, uma vez que Minos indagou de sua vida e de seus crimes".
Donde se conclui que cometeram "faltas". -319-

Do Érebo, que é temporário, elas ou mergulharão no Tártaro ou subirão para outra impermanência, os Campos Elísios, único local de onde poderiam partir os candidatos à reencarnação ou à metempsicose.

Em se tratando do último nível ctônio, em que estão os poucos que lá conseguiram chegar, os Campos Elísios, em grego (Elýsia pedía) são descritos, ao menos na Eneida, VI, 637sqq., como um paraíso terrestre em plena idade de ouro. Lá residem os melhores, em opulentos banquetes nos gramados, cantando em coro alegres canções, nos perfumados bosques de loureiros. Lá estão os que já passaram por uma série de provas e purgações. Mas, decorridos mil anos, após se libertarem totalmente das "impurezas materiais", as almas serão levadas por um deus às águas do rio Lete e, esquecidas do passado, voltarão para reencarnar-se.

Em nove versos, o grande poeta latino sintetiza toda a doutrina da reencarnação emanada da doutrina órfico-pitagórica:


Quisque suos patimur manis; exinde per amplum mittimur Elysium et pauci laeta arua tenemus, donec longa dies perfecto temporis orbe concretam exemit labem, purumque relinquit aetherium sensum atque aurai simplicis ignem. Has omnis, ubi mille rotam uoluere per annos, Lethaeum ad fluuium deus euocat agmine magno, scilicet immemores supera ut conuexa reuisant rursus, et incipiant in corpora uelle reuerti.
(Aen. VI, 743-751)

"Todos sofremos em nossos manes os merecidos castigos. Em seguida somos enviados para o vasto Elísio e são poucos os que ocupam estes prados alegres, enquanto o escoar dos anos destrói a impureza material, deixando puro o etéreo espírito, no estado primeiro de fulgor ígneo. Um deus então, decorridos mil anos, leva às águas do Lete as almas purificadas, para que, esquecidas do passado, tornem a ver a face da terra e queiram voltar a novos corpos".

Poderia causar estranheza aos menos avisados o fato de nos termos apoiado, em alguns pontos, num poema latino, para explicar a escatologia popular grega. A explicação é fácil: toda a parte doutrinária do c. VI da Eneida é órfico-pitagórico-platônica. Boyancé fez um estudo extraordinário da religião vergiliana e no capítulo VII, intitulado Inferi (Os Infernos), sintetizou não apenas quanto o poeta latino deve à Grécia no c. VI, mas quanto também Vergílio é original no mesmo canto sexto, que é considerado, com justas razões, como o termômetro da Eneida: "Observando-se as concepções religiosas (do canto VI), tudo é grego, quer se trate de mitos infernais ou de doutrinas filosóficas. Mas que o Pai (Anquises) seja o hierofante e que Enéias, por sua pietas, tenha sido conduzido a ele, que o cívico e o cósmico estejam estreitamente associados, tudo isto faz que o espírito, que dá vida às concepções, aos mitos e à doutrina, se torne profundamente romano".

Eis aí uma visão da escatologia grega popular em suas linhas gerais, mas poder-se-ia perguntar: a quantas reencarnações se tinha direito? E depois de totalmente purificada das misérias do cárcere do corpo, qual o destino final da psiqué? À primeira pergunta talvez se pudesse responder evasivamente que o número de reencarnações se mediria pela paciência dos deuses (que certamente não era muito grande!); e à segunda, dizendo-se que, via de regra, o céu grego era platonicamente a Via Láctea. Ao menos, que se saiba, a cabeleira de Berenice e os imperadores romanos, que morriam benquistos do povo, eram transformados em astros.

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OLIMPO

Olimpo é o nome de várias montanhas da Grécia antiga, a mais famosa situa-se entre as regiões da Macedônia e da Tessália. De acordo com a mitologia, era o lugar onde os deuses moravam.

Quer dizer, o Olimpo representava para os gregos o mesmo que o céu representa para os cristãos. Ao contrário do céu cristão, o Olimpo não era um lugar onde as pessoas que podem ser consideradas boas durante a sua vida terrena merecem ir para lá.

O Olimpo não é uma forma de recompensa ou gratificação para os mortos. É um lugar onde os deuses tem o direito de viver devido ao que eles representam e são, ou por conseguirem sua imortalidade através de alguma conquista ou feito realizado em alguma dimensão inimaginável por nós humanos.

Em outras palavras, o Olimpo representa um estado de espírito e mental equilibrado, que só dá para ser alcançado pela humanidade se ela superar as instabilidades que são naturais da condição humana.

O Monte Olimpo propriamente dito, tem no seu pico a aparência de um anfiteatro e as rochas mais altas assemelham-se a tronos gigantes. A própria natureza confirma, com sua extraordinária beleza e com formatos intrigantes, o misticismo do lugar.


Olimpo, 
a morada dos deuses

Nas histórias da mitologia grega temos a forte presença do local onde habitam os deuses, o Monte Olimpo, lar de criação das mais diversas condições míticas.

De acordo com a Titanomaquia, Zeus e seus aliados construíram uma fortaleza no topo do Monte Olimpo para lutar contra os Titãs, que por sua vez batalharam de cima do Monte Ótris. Com a vitória dos deuses o palácio, que leva o nome do monte, tornou-se a morada oficial das entidades divinas.

O Olimpo abrange estruturas características para ser a morada dos deuses. É neste ambiente que diversas histórias são contadas e muitos acontecimentos são apresentados, como a relação entre os deuses e as narrativas de fatos sobrenaturais.

Era descrito como uma acrópole situada no topo da colina. Um magnífico complexo de enormes palácios de colunas brancas e douradas. Os portões desta fortaleza, também de ouro, eram vigiados pelas três Horas. O complexo continha ainda menores palácios de bronze, pequenas construções de pedra e estábulos.

Outro ambiente importante descrito em citações antigas é o salão de festas onde aconteciam os grandes banquetes e as várias histórias já registradas. Um local situado bem ao alto do palácio com visão ampla da terra, onde os deuses observavam o que acontecia com os humanos, como seus avanços, retrocessos, grandes destaques materiais, intelectuais, construções significativas, etc. Sendo todas os acontecimentos anotados.


Deuses do Olimpo
Olimpo, Morada dos deuses

Apesar do completo arbítrio que permitia que vagassem por onde quisessem, os deuses escolheram este lugar específico para habitar. Tudo foi construído por Hefesto, o deus artesão, entre as nuvens.

Os 12 principais deuses do Olimpo são: Zeus e sua esposa Hera; suas irmãs Héstia, deusa do lar e Deméter, deusa da agricultura; e da próxima geração: Atena, deusa de sabedoria; Ares, deus de guerra; Apolo, deus do sol; Ártemis, deusa da lua e da caça; Afrodite, deusa de amor; Hermes, mensageiro dos deuses; Hefesto, o construtor dos deuses; e Dionísio, deus do vinho.

Dos principais deuses do Panteão somente Poseidon e Hades não moravam no Olimpo e sim no fundo dos oceanos e no mundo inferior, respectivamente.

Zeus é o líder, por assim dizer, é ele quem cuida de todos e tem grande poder sobre a natureza e os raios. Está acima na hierarquia dos deuses. É representado como figura de justiça e sempre com tom de equilíbrio e segurança para seus filhos e subordinados.

Hera por sua vez, é a rainha dos deuses, além de ser irmã de Zeus o tem como marido devido alguns acontecimentos mágicos. Na mitologia grega é a protetora das mulheres e dos casamentos, além de ser fortemente ligada à cultura feminina.

Héstia é conhecida como a deusa virgem das lareiras e do fogo e está relacionada a ofertas e sagrações religiosas. Tem papel significativo como protetora dos lares e do bem-estar familiar.

Atena está fortemente ligado aos atos de vitória e de sabedoria. Era exemplo e referência de cultura, inteligência, equilíbrio e principalmente influência feminina.

Ares é considerado o deus da guerra sangrenta, com indicações de artifícios vingativos. Estava voltado para os padrões masculinos e de fortes reações.

Apolo é o deus do sol, tendo sua imagem associada à saúde e ao atletismo, bem como à arte e cultura. Um deus considerado sensato e ligado ao equilíbrio.

Ártemis, irmã gêmea de Apolo, é considerada a deusa do parto. Já ao nascer ajudou sua mãe no parto do irmão. Também é conhecida como a deusa da caça e da lua.

Dionísio é o deus dos excessos. Por ser o deus do vinho, tem a personalidade alegre e impulsiva, muitas vezes irresponsável. Por muitas vezes é colocado como o oposto do meio-irmão Apolo.

Hefesto, o construtor, é exemplo de força e superação, já que nasceu deformado e foi rejeitado sendo lançado do alto do Olimpo. Deu a volta por cima, retornou à sua casa e tornou-se um dos deuses mais importantes da mitologia grega.

Além de lar dos principais deuses da mitologia grega, o Olimpo também era morada de divindades menores, como Hebe, Íris, Nike, Cratos, Bia, Zelo, Ganimedes e até do herói Hércules, após sua morte.

O verdadeiro Monte Olimpo, 
na Grécia


Como sabemos, a mitologia grega é ficção. Os gregos antigos na busca de respostas para questões inexplicáveis, criaram lendas através de associações, que na maioria das vezes vinham da natureza.

Se era uma tempestade de raios e trovões, diziam que era Zeus muito zangado. Um terremoto, era Poseidon cravando seu tridente na terra. Um arco-íris era a deusa Íris, mensageira de Hera, à serviço da deusa.

Já a maior e mais imponente montanha da Grécia era vista como a morada dos deuses.

O Monte Olimpo existe de verdade e fica na região da Tessália, próximo ao mar Egeu. Possui 2.917 metros de altitude e uma flora especial que só se desenvolve naquele lugar. Há quem diga que aquela região é realmente abençoada pelos deuses.

Outras grandes montanhas de países com influência grega também receberam o nome de Olimpo. Quatro, especificamente: Olimpo de Cilícia e Olimpo de Mísia, na Turquia; Olimpo de Élida e Olimpo da Arcádia.


OS DOZE DEUSES DO OLIMPO  

Resultado de imagem para Politeísmo é a crença em muitos deuses ou sua adoração.

Mitologia Grega
Eu amo a mitologia grega. Aquelas lendas fantásticas me fascinam desde criança. Conheço quase todas as histórias, mas mesmo assim sempre quis ter um livro que reunisse todas elas, para eu ler e reler quando quisesse. Mas infelizmente eu nunca consegui achar um que tenha todos os mitos, quando acho, não os conta direito. Então decidi criar o meu próprio livro de Mitologia grega, com as melhores histórias .

Na Grécia Antiga, as pessoas seguiam uma religião politeísta, ou seja, acreditavam em vários deuses. Hoje em dia, para nós tudo não passa de mitos, mas os gregos antigos acreditavam muito nessas divindades e achavam que elas habitavam um palácio no topo do Monte Olimpo, a mais alta montanha da Grécia, localizada na Tessália, que ultrapassava as nuvens. Lá em cima, os deuses decidiam a vida dos humanos e se deliciavam com o ambrósia e o néctar, o alimento e bebida que lhes possibilitava a imortalidade. Mas apesar de serem imortais, os deuses possuíam características e comportamentos semelhantes aos seres humanos: raiva, tristeza, alegria, medo, paixão, ciúme etc. Inclusive, muitas vezes, eles se apaixonavam por seres humanos comuns e desciam de sua morada divina para se relacionarem com eles, o que acabava dando origem a filhos semi-deuses ou heróis, como Hércules, Teseu e Perseu, só para citar os mais famosos.


Mas antes de conhecer melhor os Deuses Gregos, 
temos de saber como tudo começou...

Tudo se inicia com o Caos: a escuridão total, o completo vazio, o nada. Dele, surge Gaia (a Terra), e outros seres divinos primordiais:Tártaro (as trevas abismais), Eros (o amor), Érebo (a escuridão) e sua irmã Nix (a noite). Érebo desposou Nix, gerando Éter (a luz) e Hemera (o dia).

Sem intermédio masculino, Gaia deu à luz Urano (o céu) que então a fertilizou. Urano fazia seguidos filhos em Gaia, mas como nunca se afastava dela, seus descendentes, entre eles os titãs, permaneciam presos no ventre da mãe. Insatisfeita com a situação, Gaia incentivou um de seus filhos, o titã chamado Cronos, a decepar os órgãos genitais de Urano, fazendo com que este se separasse dela e os outros filhos pudessem nascer. Cronos assim fez e então nasceram os outros titãs, que eram: Oceano (os mares e rios), Hipérion (a representação original do sol, possuía as características que seriam mais tarde atribuídas a Hélios e depois a Apolo), Céos, Crio, Jápeto, Téia, Réia, Têmis, Mnemosine, Febe e Tétis.

Hipérion se uniu com Téia, que então gerou Selene (a Lua), Hélios (o Sol) e Eos (a Aurora). Também nasceram de Gaia os Ciclopes, gigantes de um olho só, e os Hecatônquiros (ou Centímanos), gigantes que possuíam cem braços e cinquenta cabeças.

Cronos desposou sua irmã Réia e, como foi ele quem enfrentou o pai, passou a reinar entre seus irmãos Titãs. Os Hecatônquiros e os Ciclopes, ele aprisionou no Tártaro, as trevas abismais, a região mais profunda do mundo dos mortos, com medo de que esses monstros gigantes resolvessem se rebelar contra ele.

Mas acontece que Urano profetizou que Cronos também seria destronado por um de seus filhos. Com medo, Cronos engolia todos os filhos que tinha com Réia, mal eles nasciam, para evitar que a profecia se concretizasse. Assim aconteceu com Hera, Hades, Poseidon, Héstia e Deméter. Réia fica horrorizada e quando descobriu que estava grávida do sexto filho, ela decide salvá-lo, e vai parir secretamente a criança numa caverna em Creta, bem longe de Cronos. Lá, Réia dá à luz seu filho que chama de Zeus e o deixa aos cuidados das ninfas da floresta. Logo Réia retorna ao Palácio de Cronos, enrola em panos uma pedra e depois dá ao seu marido, que engole achando ser o sexto filho.

Quando Zeus cresceu, ele se tornou um esplêndido homem e desposou Métis, que forneceu-lhe uma poção para fazer Cronos vomitar todos os filhos que havia engolido. Eles ainda estavam vivos dentro da barriga de Cronos, afinal, eram imortais. Zeus disfarçou-se de viajante e deu a bebida a Cronos, que regurgitou todos os filhos que tinha devorado. Agora adultos, eles se juntaram a Zeus para enfrentar seu pai, dando origem a uma guerra, de Deuses contra Titãs, cujo o resultado definirá quem comanda o mundo e o universo.

Os Titãs lutaram ao lado de Cronos, eles atacavam jogando enormes blocos de pedra em chamas contra os deuses, e Zeus revidava lançando sobre o exército de seu pai a fúria dos raios. O confronto sacode a Terra. Apolo lança uma chuva de flechas enquanto Poseidon, com um só golpe de seu tridente, racha em duas a ilha de Cós e joga uma das partes sobre um dos titãs , que é achatado e desde aquele dia passou a ser a ilha de Nisiro. Atena faz a mesma coisa e, arremessando uma enorme rocha, esmaga outro titã que se torna a ilha da Sicília.
No entanto, os deuses só conseguiram vencer realmente quando libertaram os Ciclopes e os Hecatônquiros, que, como já dito, foram aprisionados por Cronos. Mas agora libertados, esses monstros gigantes ajudaram os Deuses e assim eles venceram a guerra e aprisionaram os Titãs nas profundezas do Tártaro. Estão lá, muito abaixo da Terra, e as inúmeras erupções vulcânicas provam que até hoje eles continuam vivos e tentando se libertar. Para Atlas, porém, Zeus deu um castigo especial. O deus condenou o titã a sustentar eternamente o Céu nas costas, impedindo que ele mais uma vez se unisse à Terra. Alcançada a vitória, os deuses partilharam o universo, Zeus ficou com o céu e a Terra, Poseidon ficou com os mares e Hades ficou com o mundo dos mortos. A humanidade foi criada por Prometeu .



A Caixa de Pandora

Prometeu (aquele que vê antes ou prudente, previdente) era um dos Titãs, filho de Jápeto e Clímene e também irmão de Epimeteu (o que vê depois, inconsequente), Atlas e Menécio. Os dois últimos se uniram a Cronos na batalha dos Titãs contra os deuses olímpicos e, por terem fracassado, foram castigados por Zeus que então tornou-se o maior de todos os deuses.

Prevendo o fim da guerra, Prometeu se uniou a Zeus e recomendou que seu irmão Epimeteu fizesse o mesmo. Assim, eles não foram castigados e viviam em paz na terra. Os irmãos foram incumbidos de criar os homens e todos os animais. Epimeteu encarregou-se da obra e Prometeu encarregou-se de supervisioná-la.

Coube a Epimeteu distribuir aos seres qualidades para que pudessem sobreviver. Para alguns deu velocidade, a outros, força; a outros ainda deu asas, etc. Mas quando chegou a vez do homem, Epimeteu, que não sabe medir as consequências de seus atos, já havia gastado todos os seus recursos com os outros animais e agora o ser humano estava indefeso. Perplexo, recorreu ao seu irmão Prometeu, que subiu até o Olimpo, acendeu uma tocha no carro do sol de Apolo, trazendo o fogo, que antes era algo exclusivo dos Deuses, para os homens. Isto assegurou a superioridade dos homens sobre os outros animais. Com o fogo, o homem pôde, entre várias outras coisas, se proteger dos animais ferozes, cozinhar o seu alimento e aquecer sua moradia.

Num célebre episódio, durante um banquete destinado a selar a paz entre mortais e deuses, Prometeu foi responsável por aplicar um estratagema em Zeus. Colocou duas oferendas diferentes diante do deus olímpico: uma delas consistia de um saco cheio de fartas carnes de touro, porém, escondidas dentro de um exterior repulsivo. A outra consistia, num outro saco, onde o titã colocou só os ossos e gorduras do touro, mas revestidos por uma embalagem atrativa. Zeus escolheu a segunda, abrindo assim um precedente para os futuros sacrifícios, e a partir de então os humanos teriam passado a ficar com a carne dos animais que sacrificavam, dedicando aos deuses apenas os ossos, envoltos numa camada de gordura.

Ao descobrir que só havia ossos e gordura dentro do saco, Zeus se enfureceu, e retirou o fogo dos humanos como forma de retribuição. Prometeu, por sua vez, roubou o fogo dentro de um gigantesco caule de funcho, devolvendo-o à humanidade. (está é a outra versão para a história do roubo).


De qualquer forma, este roubo ousado de Prometeu deixou Zeus muito furioso, e isto não é nada bom. O deus dos deuses decidiu então punir Prometeu e seu tão adorado homem pela ousadia de furtar o fogo divino. Para isso mandou criar a primeira mulher, que se chamou Pandora. Ela foi feita no céu, moldada por Hefesto á semelhança das deusas, e cada um dos deuses contribuiu com alguma qualidade para aperfeiçoá-la. Afrodite deu-lhe a beleza e a meiguice, Atenas deu-lhe a sabedoria, Apolo, o dom da música, Zeus, porém, pediu secretamente a Hermes, o traiçoeiro deus dos ladrões, que impusesse na personalidade de Pandora a traição e a mentira. Assim dotada, destinou-a Zeus à espécie humana.

Hermes conduziu Pandora até Epimeteu, a quem Prometeu recomendara que não recebesse nenhum presente dos deuses. Porém, vendo-lhe a radiante beleza, o inconsequente Epimeteu esqueceu quanto lhe fora dito pelo irmão e tomou Pandora como esposa. Epimeteu tinha em sua casa uma caixa (em outras versões, um jarro) na qual guardava certos artigos malignos de que não se utilizara para a preparação do homem e fez a mulher prometer que não a abriria. Mas Pandora foi tomada por intensa curiosidade e, depois de uma noite de amor com Epimeteu, que caiu no sono, ela lhe enganou e abriu a caixa. De lá saíram todos os males, a inveja, a mentira, o ódio, a velhice, a morte e todas as doenças que até hoje assolam a humanidade. Espantada, Pandora apressou-se em tampar a caixa mas, infelizmente, escapara todo o conteúdo da mesma, com exceção de uma única coisa que ficara no fundo, a esperança.

Quanto a Prometeu, como se não bastasse o fato de ter a sua tão adorada humanidade devastada por tantos males, o titã ainda foi condenado pelo vingativo Zeus a ficar eternamente acorrentado a uma rocha, com um abutre que vinha todos os dias para lhe devorar o fígado que se regenerava durante a noite, para que fosse devorado novamente no dia seguinte. A vingança de Zeus estava feita.

DEUSES GREGOS

Deuses do Olimpo
Os Deuses do Olimpo, também chamado de Deuses Olímpicos, são os 12 deuses que formam o panteão grego.

Todos viviam no topo do Monte Olimpo e por isso, recebem esse nome. São eles: Zeus, Hera, Poseidon, Atena, Ares, Deméter, Apolo, Ártemis, Hefesto, Afrodite, Hermes e Dionísio.

Em algumas versões, os nomes desses deuses podem variar, mas geralmente são esses que compõem o panteão. Quanto a isso, podemos citar Hades, deus do submundo, que por vezes é incluído como deus do Olimpo. Além dele, em algumas versões, Héstia, irmã de Zeus, é incluída também.

Os deuses do Olimpo são considerados as principais divindades gregas. Ali, eles moravam juntos num imenso palácio e tinham alguns deuses que os serviam. Os alimentos que consumiam, os quais eram considerados divinos, eram a ambrosia e o néctar.

Os doze deuses do Olimpo também são chamados de "dodecateão", que corresponde a junção de dois termos gregos que significa "doze deuses".

O Monte Olimpo é a montanha mais alta da Grécia com quase 3 mil metros de altitude.

Até os dias de hoje, os deuses do Olimpo são cultuados por uma religião que ficou conhecida como "dodecateísmo".
    Os 12 deuses do Olimpo 
      e seus poderes na mitologia grega
    Imagem relacionada

    Segundo a mitologia grega, os deuses do Olimpo eram chamados desse modo por viverem no alto do Monte Olimpo, uma montanha existente na Grécia com cerca de 3.000 metros de altitude.

    Doze deuses ocupavam o Olimpo, sendo o nome deles: Zeus, Hera, Poseidon, Atena, Ares, Hefesto, Afrodite, Apolo, Ártemis, Deméter, Dioniso e Hermes. Esses deuses eram considerados os principais deuses do panteão grego.
A mitologia grega serviu de inspiração também para os romanos. Desta forma, eles passam a adorar os mesmos deuses dos gregos, dando-lhes, no entanto, apenas nomes diferentes. Enfim, confira abaixo os 12 deuses gregos, com os seus respectivos nomes romanos entre parênteses.
    1. ZEUS 
    (JÚPITER)

    Nascido na ilha de Creta e criado na caverna no monte Ida, Zeus é filho mais novo de Cronos e Réia. Ele teve cinco irmãos: Héstia, Hades, Hera, Poseidon e Deméter. Além disso, teve diversas esposas e filhos, sendo que a união mais conhecida é com Hera, sua irmã.

    É o deus principal, governante do Monte Olimpo, rei dos deuses e dos homens. Era o senhor do céu e o deus da chuva, aquele que tinha o terrível poder do relâmpago. A tempestade representava a sua fúria. Sua arma era o raio e sua ave a águia, animal em que costumava se transformar. Zeus era um tanto mulherengo e teve diversas esposas e casos com deusas, ninfas e humanas, tendo vários filhos semi-deuses, entre eles, Hércules e Perseu.
    Na mitologia romana seu correspondente é Júpiter
       Zeus, o deus do trovão
    Significado do nome: "céu" ou "brilho";
    Correspondente na mitologia romana: Júpiter;
    Símbolos: raio, trovão, águia;
    Poderes: controlar o tempo, lançar raios, causar chuvas, imitar as vozes das pessoas, transformar-se em animais ou em outras pessoas, transformar pessoas em animais;

    O deus mais poderoso do Olimpo! Era considerado o governante do Monte Olimpo e o rei dos deuses gregos. As regras eram definidas por ele, que controlava a ordem e a justiça. Era também chamado de o Pai dos Deuses, por ser a autoridade suprema entre os deuses.

    Zeus era um deus sábio, prudente e justo, mas às vezes era imprevisível. A mitologia conta que ele causava muitos estragos na Terra pelos seus raios, quando bravo.

    Ele era casado com Hera, mas teve casos com outras deusas e mulheres, o que o levou a ser pai de vários dos deuses do Olimpo, como Atena, Ares, Apolo, Ártemis, Hefesto, Afrodite, Dioniso e Hermes. Foi também pai de Hércules, semideus e herói grego.

    Zeus tornou-se o rei do Olimpo ao derrotar seu próprio pai, Cronos, resgatando seus irmãos: Deméter, Poseidon, Héstia, Hades e Hera. Assim, ele virou o deus governante do Olimpo e dos céus, Hades tornou-se o deus governante dos mortos e Poseidon passou a ser o deus governante dos mares.
Conheça a história de Zeus, 
o maior deus da mitologia grega

Quando falamos de mitologias antigas, poucos deuses tiveram tanta popularidade e adoração como Zeus. Zeus era o rei dos deuses gregos e governante do Monte Olimpo.

Ele era o deus do céu, do raio, do trovão, da lei, da ordem e da justiça. Foi primeiro adorado pelos gregos, depois pelos romanos (que se referiam a ele como Júpiter), e depois por outros povos de muitas partes do mundo.
Zeus: 
o maior deus da mitologia grega

Como rei dos deuses e ocupando o topo do trono dourado no Olimpo, Zeus foi reverenciado por todos.

Embora ele seja mais conhecido como deus do trovão, Zeus foi o deus mais importante dentre as crenças religiosas gregas, e ele possuía muitos títulos que enfatizavam diferentes aspectos de sua autoridade.

Junto com seu poder supremo, vieram uma série de papéis e responsabilidades. O poeta grego Hesíodo descreveu Zeus como um deus que
"trouxe a paz no lugar da violência" e se referia a ele como o 
"senhor da justiça".

Como ele se tornou o deus dos deuses gregos

Zeus foi o último filho dos titãs Cronos e Réia, e se salvou de ser engolido por seu pai, que devorava seus filhos para que nenhum deles pudesse tomar seu lugar.

O deus do trovão foi criado longe do Olimpo, e quando cresceu ele enfrentou seu pai, obrigando-o a tomar uma bebida mágica e fazendo com que todos os seus irmãos que foram devorados voltassem a vida. Assim ele conheceu Deméter, Poseidon, Héstia e Hades. Sua outra irmã, Hera, também havia conseguido escapar de seu pai.

Zeus também liberou os irmãos de Cronos, que foram presos por ele, e em troca, recebeu o raio que se tornou sua arma.

A guerra entre Zeus e seu pai durou dez anos, até que ele, junto com seus irmãos Poseidon e Hades, subiram ao Olimpo e destruíram Cronos.

Zeus compartilhou com seus irmãos Hades e Poseidon o domínio do mundo, e cada um se tornou um governante. Zeus tornou-se o rei do Olimpo, governante do céu e do ar, Hades se tornou governante do reino dos mortos e Poseidon tornou-se governante das águas.

Os poderes de Zeus


Além de controlar o tempo, e ser o deus dos raios e trovões, Zeus tinha diversos outros poderes.

Ele tinha a capacidade de imitar as vozes das pessoas, assim como de alterar sua aparência, se transformando em animais ou em outras pessoas. Geralmente ele usava esses truques para conquistar belas mulheres.

Quando irritado, Zeus podia transformar pessoas em animais. Ele também lançava raios sobre a Terra, ou mandava chuvas para as plantações.

Seu cavalo era chamado Pegasus, e ele carregava os raios para Zeus. Ele também possuía uma águia, que foi ensinada a recuperar os raios depois que ele os jogava.

Aparência e personalidade de Zeus

Zeus é muitas vezes descrito como um homem imponente, com um corpo forte e cabelos longos e encaracolados. Ele geralmente tinha uma barba curta e carregava seu raio em todos os momentos.

De acordo com o poeta Hesíodo, Zeus era um deus despreocupado, que gostava de rir alto. Ele era considerado sábio, justo, misericordioso e prudente. Ele também era imprevisível - ninguém conseguia adivinhar as decisões que ele tomaria.

Porém, Zeus se irritada facilmente, o que poderia ser muito destrutivo. Segundo os mitos, ele já lançou raios e causou tempestades violentas, que causaram grandes estragos na Terra.

Mas ele não era severo apenas em seus castigos aos mortais, mas também à outros deuses e deusas. Por exemplo, quando Prometeu roubou o fogo e o entregou aos humanos, Zeus o puniu fazendo com que uma uma águia gigante comesse seu fígado eternamente.

As muitas mulheres e amantes de Zeus

Zeus não era um deus fiel à sua esposa Hera, e teve muitos filhos com diferentes mulheres. Sua relação infiel resultou em muitas criaturas heroicas e conhecidas da mitologia grega, como Hércules, Apolo, Hermes, Perseu, Minos, Ártemis e Perséfone.

E Hera não foi a única mulher de Zeus. O deus do trovão se casou três vezes, e sua primeira esposa foi a deusa da prudência Métis, com quem teve a filha Atena. Têmis, a deusa da justiça, foi sua segunda esposa, e sua terceira mulher foi sua irmã Hera, a deusa do casamento.

Para seduzir suas muitas amantes, ele metamorfoseava sua imagem, sendo que suas formas mais conhecidas eram como o Cisne de Leda e o Touro da Europa.

Os filhos de Zeus

Zeus teve muitos filhos, tanto com suas mulheres, com outras deusas, e com mortais que ele seduzia ou enganava. Entre seus filhos, muitos ficaram famosos e se tornaram importantes deuses ou grandes heróis entre os humanos. Veja abaixo a árvore genealógica desse deus.

Árvore genealógica de Zeus

Pai: CronosMãe: Réia

Filhos

Descendentes divinos

Semi-deuses e mortais

MãeFilhoMãeFilho
Deméter

Perséfone

AlcmenaHércules (Héracles)
DioneAfroditeAntíopeÂnfion, Zeto
EurínomeGraçasCalistoArcas
HeraAres, Ilitia, Éris, Hebe, Hefesto, ÂngeloDanaePerseu
LetoApolo, ÁrtemisÉginaÉaco
SeleneErsa, PandiaElectra

Dardano, Iásio, Harmonia

MaiaHermesEuropaMinos, Radamanto, Sarpedão
MétisAtenaIoEpafo
MnemosineAs 9 musasLaodâmiaSarpedão
Têmis

Astreia, Ninfas de Eridanos, Nêmesis,Horas

Leda

Pólux, Castor, Helena de Troia

NiobeArgos, Pelasgo

Plota

Tântalo

Sêmele

Dioniso
TaigeteLacedémon

    2.  HERA 
    (JUNO)
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    Filha de Cronos e Reia, Hera é a irmã e esposa de Zeus e rainha do Olimpo, Hera é a deusa do matrimônio, do parto e da família. Apesar de ter um temperamento difícil, Hera era muito fiel e não teve casos extraconjugais, como seu marido, Zeus. Extremamente ciumenta, é vingativa com as amantes do marido e com os filhos de Zeus que elas geram.

    Íris, a deusa do arco-íris, era a servente e mensageira de Hera, e o pavão, a sua ave favorita.
    Seus filhos são: Hebe, Ares, Hefesto, Ênio, Éris e Ilítia. Na mitologia Romana ela corresponde a deusa Juno.

    Hera, a deusa da maternidade

    Significado do nome: protetora, heroína;
    Correspondente na mitologia romana: Juno;
    Símbolos: coroa de ouro, trono, romã, pavão e vaca;
    Poderes: ciúme destruidor, manipulação, castigar amantes e filhos bastardos;

    Irmã e esposa de Zeus, era a rainha dos deuses, sendo uma personagem muito forte dentro da mitologia grega. Era considerada a deusa da maternidade, do casamento e protetora das esposas. Um dos seus principais símbolos era o romã, por estar associado à fertilidade.

    Quando se casou com Zeus, Hera passou a ter uma grande representatividade dentro do Olimpo, sendo tratada como rainha e passando a atuar como conselheira entre os outros deuses.

    Hera tinha uma personalidade vingativa, tendo provocado diferentes ações raivosas, por causa da inveja que sentia das traições de Zeus com outras mulheres. Por exemplo, Dioniso precisou ser criado sozinho, porque ela matou a mãe dele e amante de Zeus, a Sêmele.
    3. POSEIDON 
    (NETUNO)
    Imagem relacionada

    Filho de Cronos e Reia e  irmão mais velho de Zeus e Hades, Poseidon é o deus dos mares, das tempestades e dos terremotos. Isso porque tem como característica um comportamento violento e instável. Como é o deus dos mares, em algumas versões ele habita as profundezas do oceano, em seu palácio no fundo do mar, junto a sua esposa Anfitrite. Com um movimento de seu tridente, causa terremotos e tsunamis e por isso os navegantes sempre rezavam para esse deus pedindo águas tranquilas e que lhes protegessem dos "monstros marinhos" (que eram as baleias).
    Teve diversos filhos, dos quais se destacam Belerofonte e Teseu. 
    Na mitologia romana seu correspondente é Netuno.

    Poseidon, o deus dos mares

    Significado do nome: “senhor da água”;
    Correspondente na mitologia romana: Netuno;
    Símbolos: tridente e golfinhos à sua volta;
    Poderes: controlar as criaturas aquáticas, causar tempestades, terremotos, inundações, teletransportar-se e mudar de formas;

    Irmão de Zeus e de Hera, Poseidon é o rei dos mares e das águas, considerado o deus dos oceanos, das tempestades e dos lagos.

    Muitos navegantes rezavam por Poseidon, para garantir uma viagem tranquila e de mares calmos. Apesar disso, o deus também tinha um lado instável: quando bravo, usava seu tridente para provocar o caos e terremotos, derrubando barcos.

    Ele era casado com Anfitrite, mas também se relacionou com Medusa, Gaia, Afrodite e outras.

    Poseidon e Atena disputaram, entre eles, a região de Ática, conhecida hoje como Atenas. Poseidon ofereceu um cavalo e uma fonte de água salgada, enquanto Atena criou uma oliveira e prometeu sabedoria à cidade. No fim, Atena foi escolhida patrona da região.
Poseidon: 
história e fatos sobre o deus do mar da mitologia grega

Poseidon é o deus dos mares, dos oceanos, das tempestades, dos lagos e dos cavalos de acordo com a mitologia grega. Um entre os doze deuses gregos olímpicos, ele é o filho dos titãs Cronos e Reia e a principal divindade adorada nas cidades de Pilos e Tebas.

Poseidon é usualmente representado com seu tridente e por vezes com golfinhos a sua volta. Na mitologia romana, o deus correspondente a ele é Netuno.

A história de Poseidon

Existem diversas teorias sobre o significado do nome Poseidon. Alguns estudiosos dizem que seu nome vem das palavras gregas antigas posis, que significa mestre, e dâwon, que significaria água. Portanto, Poseidon é desde seu nome o “senhor da água”.

Qual é a origem de Poseidon?

O pai de Poseidon, Cronos, estava destinado a um trágico fim: assim como tinha derrotado seu pai, ele também seria derrotado por seus filhos. Sabendo disso, Cronos tomou a decisão de engolir todos os filhos que nasciam. Zeus, no entanto, foi escondido na ilha de Creta por sua mãe, Réia, e conseguiu derrotar o pai e salvar os irmãos, incluindo Poseidon.

Após a derrota de Cronos, três de seus filhos decidiram qual parte do mundo iriam comandar. Zeus ficou responsável pelo céu, Hades pelo submundo e Poseidon se tornou o rei do mares.

A lendária competição entre Poseidon e Atena

A região da Ática na Grécia foi primeiro comandada pelo rei Cécrope, que era metade humano e metade serpente. O lugar era rodeado por mares e, portanto, o culto a Poseidon era forte entre os habitantes. O deus dos mares tinha o desejo de uma cidade devota a ele. Para isso, prometeu à cidade um cavalo e uma fonte de água salgada.

Acontece que a deusa Atena também tinha o desejo de ter Ática devota a ela. Por isso, criou uma oliveira e prometeu sabedoria à cidade. Os homens, que viviam grande parte do tempo nos mares, escolheram Poseidon como deus da cidade. Contudo, as mulheres, em maior quantidade, escolheram Atena. Zeus teve de interferir, levando a situação para ser decidida pelos deuses do Olimpo.

No fim, Atena acabou sendo escolhida patrona da região e um templo em sua homenagem foi erguido no topo da Acrópole na cidade até hoje conhecida como Atenas. Irritado com a perda do patronato da cidade, Poseidon tomou uma das mais atitudes mais machistas de toda mitologia grega: ele tirou das mulheres de Atenas seu direito de voto, privando-as da cidadania.

Quem é a esposa de Poseidon?

Outro fato importante que você precisa saber sobre Poseidon é que ele teve incontáveis relacionamentos e descendentes, mas se casou oficialmente com Anfitrite, que ficou conhecida como a deusa dos mares. Conta-se que Anfitrite a princípio se recusou se casar com Poseidon, mas acabou sendo persuadida pelos golfinhos do deus.

Na mitologia grega, é também destacado que navegantes rezavam para Poseidon pedindo por uma boa viagem e mares calmos. Muitas vezes, eles sacrificavam cavalos atirando-os ao mar como oferenda. Se ignorado ou contrariado, Poseidon poderia utilizar o seu tridente para o caos, terremotos e derrubar barcos. Este era o lado destruidor do deus dos mares.

Origem do tridente de Poseidon

É quase impossível imaginar Poseidon sem seu seu icônico tridente. De acordo com a mitologia, durante a Guerra dos Titãs, o irmão de Poseidon, Zeus, libertou os ciclopes do submundo conhecido como Tártaro. Em troca, estes seres forjaram as armas que seriam utilizadas pelos poderosos deuses. Foi assim que Poseidon recebeu seu famoso tridente, com o qual poderia gerar terremotos e maremotos batendo-o contra o chão.

Sumário de poderes de Poseidon


Poseidon é um dos deuses mais poderosos e fortes do Olimpo, abaixo apenas de seu irmão, Zeus. Na mitologia, ele é capaz de atirar montanhas nos inimigos em batalhas e fazer a submersão de ilhas inteiras.

Ele tinha controle total de todas as criaturas aquáticas e a habilidade de criar tempestades, terremotos, inundações, se teletransportar e mudar de formas. A única vez que perdeu seus poderes foi por restrição de Zeus. Abaixo você pode conhecer vários poderes de Poseidon:

1 - DEUS DOS MARES
- Criar tsunamis e maremotos;
- Convocar água de qualquer lugar;
- Andar sobre a água;
- Poder absoluto sobre a vida aquática, inclusive sobre todos os seres marinhos.

2 - DEUS DOS CAVALOS
- Poseidon criou os cavalos a partir da espuma dos mares. Ele tem o poder e controle sobre todos estes animais.

3 - GEOKINESIS
- Poder de causar terremotos.

4 - ATMOKINESIS
- Deus das tempestades, possui controle supremo sobre o clima dos mares. De acordo com  seu desejo, ele pode limpar o céu ou criar furacões ferozes contra os marinheiros.

5 - TOMAR  E RESTRINGIR PODERES
- Capacidade de restringir os poderes de seus filhos e descendentes.

6 - MUDAR DE FORMA
- Capacidade de se transformar em outras formas, em especial, animais. É registrado sua transformação em uma águia, morcego, um cavalo branco e um carneiro.

7 - TELETRANSPORTE
- Poder de teletransporte de um local a outro com facilidade.

Os filhos de Poseidon

O número de filhos de Poseidon na mitologia grega é incerto, mas ao menos 100 são mencionados como descendentes deste poderoso deus.

Nem todos os filhos de Poseidon tinham a forma humana. Um exemplo disso é Tritão, fruto de seu relacionamento com a deusa Anfitrite
(sua esposa oficial). Tritão possuía a cabeça e o torso humanos e a parte inferior de peixe. Basicamente, um enorme "sereio". Com Medusa, ele gerou Pégaso, o famoso cavalo branco alado. E com a deusa Deméter teve o cavalo imortal que possuía o dom da fala, Árion.

Abaixo listamos alguns dos mais conhecidos filhos de Poseidon dentro da mitologia grega:

            FILHO                       MÃE                                          CARACTERÍSTICA
    
        Belerofonte                   Eurínome          Um dos maiores heróis destruidores de monstros.

          Agenor                           Líbia                Se tornou rei de Tiro, uma cidade fenícia.

         Polifemo                         Teosa                Ciclope apresentado na Odisséia de Homero.

           Órion                             Gaia                Um gigante caçador na mitologia.
      
          Pérgaso                        Medusa             Cavalo branco alado divino.

           Árion                           Deméter            Cavalo divino imortal com poder de fala.

           Tritão                          Anfitrite            Sereio descendente dos deuses oficiais dos mares.

            Rode                           Afrodite            Ninfa e divindade da ilha de Rodes.

           Anteu                            Gaia                 Forte gigante que aparece também na Divina 
                                                                             Comédia.                                                                                                                                                           

4. ATENA
(MINERVA)
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Filha de Zeus e Métis, Atena, também chamada de "Palas Atena", é a deusa da sabedoria e das artes, imbatível na guerra, nem mesmo Ares lhe era páreo, pois, enquanto este só prezava a guerra violenta e sanguinária, Atena era extremamente estratégica. Filha de Zeus com a primeira mulher dele, Métis.
    Quando Zeus recebeu a notícia de que Métis estava grávida, ficou com medo de que seu filho o destronasse, como aconteceu com seu pai e seu avô. Então Zeus enganou Métis, que se metamorfoseou em uma mosca durante uma "brincadeira" imposta por ele, e acabou sendo engolida propositalmente pelo deus. Mas Métis gerou Atena no ventre de Zeus, que começou a sentir uma insuportável dor de cabeça, e pediu que Hefesto lhe abrisse o crânio com seu machado, e de lá saiu Atena já adulta e toda armada. A deusa jamais se casou ou manteve amantes, mantendo virgindade perpétua.

    A coruja é o seu símbolo e a capital da Grécia recebeu o nome de Atenas, como uma homenagem a esta deusa.Em outras versões do mito, teve um filho com Hefesto chamado Erictônio de Atenas. Na mitologia romana ela é chamada de Minerva.

    Atena, 
    a deusa da sabedoria


    Significado do nome: “louvor aguçado";
    Correspondente na mitologia romana: Minerva;
    Símbolos: oliveira, coruja e equipamentos de guerra, como escudo, lança e capacete;
    Poderes: força, invisibilidade, velocidade, transformar-se em animais ou transformar pessoas em animais;

    Também conhecida como Palas Atena, ela era uma deusa guerreira, sábia e justiceira. É considerada a deusa da sabedoria, das artes e da guerra na mitologia grega.

    Atena era uma deusa equilibrada, sendo muito estratégica em batalhas! Era também protetora de cidadelas, como Atenas. Ao contrário de outros deuses como Ares, Atena entendia as guerras como um espaço de conquistas sociais e políticas, no lugar das brutalidades.

    A deusa da Atena é filha de Métis e Zeus. Quando Métis engravidou, Zeus engoliu Métis, por medo de que o filho que nascesse fosse mais forte que ele. Atena acabou por nascer do mesmo jeito, pela cabeça de Zeus, já adulta, forte e armada. Atena se tornou uma das filhas preferidas de Zeus.
Atena: 
as principais características da deusa grega da sabedoria

Atena é a deusa da sabedoria, das artes, da inteligência e da guerra na mitologia grega. Ela era uma das principais deusas do panteão grego, sendo uma das entidades entre os doze deuses olímpicos. Também conhecida como Palas Atena, era uma deusa guerreira que prezava pela justiça entre as pessoas.

Em uma disputa com Poseidon, Atena se tornou patrona de uma região da Ática, hoje conhecida como Atenas. Na mitologia romana, a deusa correspondente é Minerva.
O significado de Atena e o nascimento da deusa da sabedoria

O significado do nome Atena pode ser o resultado da junção das palavras gregas ather, que significa
“aguçado” e aine, que significa “louvor”. O nome da deusa, portanto, teria o significado de “louvor aguçado”.

Atena nasce da cabeça de Zeus. De acordo com o mito, seu pai engoliu sua esposa, a deusa Métis, por medo de que o filho que nascesse dela pudesse derrotá-lo, conforme a profecia de Urano, Céu, e de Gaia, Terra.

Após sentir fortes dores, Zeus pediu para que lhe abrissem a cabeça e Atena nasceu dessa forma, já adulta e armada, nas margens do rio Tritão. Ela nunca conheceu sua mãe.


Principais características de Atena

A deusa da sabedoria e das estratégias em batalha era considerada equilibrada, sábia, diplomática e protetora de cidadelas. Para Atena, a guerra não era um espaço de brutalidade, mas de conquistas sociais e políticas. Ela era uma verdadeira guerreira justiceira!

A deusa Atena é vista como a antítese de Ares, também deus da guerra, cujo comportamento impulsivo e atitudes irracionais contrariam a postura intelectual e equilibrada de Palas Atena. Assim, lembre-se: enquanto Ares era imprevisível, Atena agia sempre de modo responsável e sábio.

Outro atributo da deusa da sabedoria é a sua busca por justiça, corrigindo injustiças! Uma curiosidade sobre isso é o
"voto de Minerva": quando Atena votou pela inocência de Orestes - que havia matado a mãe e o amante para vingar a morte de seu pai -, foi um voto do desempate, sendo visto como uma decisão sabia. Atualmente, decisões que precisam de um desempate em tribunais são denominadas de voto de Minerva, nome inspirado na sábia deusa.

Atena era também a protetora da cidade grega de Atenas. O grande templo chamado Partenon, localizado em Atenas, foi construído para o culto da deusa grega.

Os símbolos de Atena

Na mitologia grega, Atena tinha dois fortes símbolos. O primeiro era a oliveira, presente oferecido à cidade de Atenas. Ela representa a proteção do azeite de oliva, produto agrícola considerado fundamental no local. Foi visto como símbolo da renovação, pois uma oliveira sagrada localizada na Acrópole voltou a brotar após ser incendiada pelos persas em um período de guerra. A oliveira também conecta Atena à fertilidade do solo e à natureza em si.

O segundo símbolo relacionado à Atena é a coruja, que estava sempre presente com ela. O animal passou desde então a representar a sabedoria e o conhecimento.

Outros símbolos que aparecem com a deusa grega são os equipamentos de guerra, como o escudo
(Égide), a lança e o capacete. Ela foi representada utilizando estes equipamentos em inúmeras esculturas, pinturas e desenhos ao longos dos milênios.

A história de Atena

São muitas as histórias associadas à deusa Atena, uma das mais importantes e conhecidas deusas da mitologia grega. Sua narrativa, contudo, se inicia com o seu curioso nascimento, quando surgiu da cabeça de seu pai, Zeus.

Como nasceu armada, Atena teve um importante papel em muitas guerras, entre elas, a Guerra de Troia. A deusa também foi importante no retorno de Odisseu, herói da guerra, em direção ao seu lar. Atena também agiu junto de Hércules
(chamado de Herácles pelo gregos) na defesa dos deuses do Olimpo contra os gigantes.

Erictônio, o único filho de Atena: Atena foi uma eterna deusa grega virgem. O filho que teve com Hefesto, chamado Erictônio, nasceu de forma não natural, fruto de uma violação não concretizada. Atena se defendeu de uma tentativa de Hefesto, jogando o sêmen que ele colocou em sua perna na terra. Dessa forma nasceu o filho dos dois. Pela relação de conflito, Hefesto nunca foi marido de Atena, que seguiu virgem, com a intenção de continuar sua missão em batalhas.

Atena e Poseidon: A mitologia aponta que Atena e Poseidon, deus dos mares, disputaram a cidade de Atenas. A deusa da sabedoria ganhou a disputa e de presente para a cidade a árvore de oliveira. Ela também foi a responsável por amansar os cavalos, o que possibilitou com que as pessoas conseguissem domá-los.

Atena e Medusa:
Também conhecida como protetora dos heróis, Atena ajudou, na mitologia grega, o seu meio irmão, Perseu a matar a Medusa, a famosa criatura com cabelo de serpentes e com o poder de, pelo olhar, transformar em estátuas de pedra quem a encarasse. Atena auxiliou-o ao emprestar seu escudo.


Poderes da deusa Atena

Atena era uma das deusas mais poderosas da mitologia grega e isso é revelado ao longo de diversos mitos e histórias, inclusive nas epopeias de Homero: a Ilíada e a Odisseia. Ela protegeu e ajudou diversos heróis da mitologia em suas jornadas épicas, lhes oferecendo armas, munição e conselhos.

Abaixo, listamos os maiores poderes associados à deusa Atena!

Super força: as forças sobre humanas estava também associada à deusa da sabedoria;
Transfiguração: tinha a habilidade de se transformar em outros animais e humanos; assim como transformar outras pessoas em animais;
Invisibilidade: ela podia ficar invisível quando bem entendesse;
Velocidade: a deusa também podia correr em uma velocidade sobre humana;
Atmokineses: assim como Poseidon, ela podia provocar tempestades quando quisesse;
Artesanato: Atena concedeu às mulheres o poder de criar diversos utensílios úteis para a vida dos gregos, tais como carruagens, arados, navios e cerâmicas.

    5. ARES 
    (MARTE)
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    O terrível deus da guerra é outro filho de Zeus e Hera e meio-irmão de Atena. Representado como um homem forte e de caráter violento, possuía um temperamento muito selvagem, típico de sua figura belicosa. Ele tinha o prazer em apreciar a dor alheia e, no campo de batalha, pode matar um mortal apenas com seu grito de guerra! Quando estão perto dele, as pessoas sentem raiva e vontade de bater uma nas outras.

    Teve um relacionamento com Afrodite que era esposa de Hefesto e por isso, foi banido do Monte Olimpo durante um tempo. Com ela, teve alguns filhos dos quais se destacam Eros e Harmonia. Na mitologia romana seu equivalente é o deus Marte.


    Ares, o deus da guerra

    Significado do nome: violência;
    Correspondente na mitologia romana: Marte;
    Símbolos: armadura, lança, espada, capacete e forma de um cão;
    Poderes: matar um mortal com um grito, reanimar cadáveres da morte e espalhar sentimentos de agressividade nos combatentes de guerra;

    Meio-irmão de Atena, Ares era filho de Zeus e Hera. Ares era visto como um deus violento e vingativo, sendo considerado o deus das guerras. Segundo a mitologia grega, Ares nasceu da inveja e do desejo de Hera, que não gostava do modo como Zeus era próximo de Atena.

    Ao contrário de Atena, Ares tinha um comportamento bastante agressivo, impulsivo e pouco voltado para a defesa da justiça. Para ele, era sempre bom estar nas guerras ao lado dos mais sanguinários. Atena tentava muitas vezes controlar as atitudes exageradas de Ares!

    Ares era dos deuses menos adorados do Olimpo, sendo tido como intolerável, pelo seu próprio pai, Zeus. Assim, mais de uma vez, Ares foi banido do Olimpo pelas suas atitudes impulsivas, mas, depois de algum tempo, voltava a ser recebido pelos deuses olímpicos.

    Entre seus relacionamentos, Ares chegou a se relacionar com Afrodite, embora esta fosse casada com Hefesto.
    6. HEFESTO 
    (VULCANO)
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    Também filho de Zeus e Hera, Hefesto era o arquiteto, o forjador, construtor de todas as obras do Olimpo. Foi ele que, com a ajuda dos Ciclopes, forjou o raio de seu pai Zeus e os gregos antigos acreditavam que as erupções vulcânicas eram causadas por este deus, que forjava no interior das montanhas. Hefesto nasceu tão feio que foi jogado pela mãe, Hera, 
    - a despeito de ela ser a deusa da família - do alto do monte Olimpo. Ele despencou durante um dia inteiro até cair no oceano, onde foi criado pela oceânide Tétis (mãe de Aquiles).
     
    Ele aprendeu a forjar e, depois de adulto, decidiu se vingar da mãe. Hefesto fez um belo trono de ouro e enviou para Hera. Lisonjeada, ela se sentou, mas não conseguiu mais se levantar, pois o trono estava enfeitiçado. Vários deuses tentaram libertá-la sem sucesso, até que Dionísio, o deus do vinho, levou sua bebida para Hefesto, que bebeu até cair e foi carregado para o Olimpo para desfazer o feitiço do trono. Ao acordar, ele disse que só libertaria sua mãe se Afrodite, a mais bela das deusas, aceitasse se casar com ele. Assim aconteceu, Afrodite e Hefesto se casaram (esta é uma outra versão de como eles ficaram juntos) e Hera foi libertada do trono.

    Certo dia, Hefesto descobriu que era constantemente traído por Afrodite por meio de Hélios, o sol que tudo vê, e planejou uma armadilha para eles durante uma de suas escapadas. Enquanto Afrodite e Ares estavam juntos na cama, Hefesto envolveu-os com uma rede tão fina que era praticamente invisível, mas muito forte, e levou-os ao Monte Olimpo para humilhá-los diante dos outros deuses. Estes, no entanto, apenas riram diante da visão dos amantes nus, e Poseídon conseguiu persuadir Hefesto a libertá-los como troca de uma garantia de que Ares pagaria uma multa pelo adultério. Pobre Hefesto!
    Na mitologia Romana ele é chamado de Vulcano.

    Hefesto, o deus do fogo

    Significado do nome: “acender, pôr fogo em”;
    Correspondente na mitologia romana: Vulcano;
    Símbolos: objetos de ferreiro, como machado, martelo, bigorna e alicate;
    Poderes: fazia qualquer coisa por meio da metalurgia;

    Conhecido como o deus do fogo, dos metais, da metalurgia, dos ferreiros e escultores. Trabalhava nos vulcões, com a ajuda dos ciclopes, gigantes de um olho só.

    Produziu o Tridente de Poseidon, as flechas de Apolo e o cinturão de Afrodite.

    Filho de Zeus e Hera, quando nasceu, foi observado que era coxo (manco), o que fez Hera querer causar a morte do filho, jogando-o de um penhasco. Apesar disso, Hefesto sobreviveu e foi cuidado por Tétis, uma ninfa do mar, que o ensinou a mexer nos objetos de ferreiro.

    Para voltar ao Olimpo, conseguiu prender sua mãe, Hera, a um trono, e somente aceitou soltá-la quando negociou seu casamento com Afrodite.
    7. AFRODITE
     (VÊNUS)
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    Filha de Zeus e Dione, Afrodite é deusa do amor, da beleza e do sexo. Afrodite é a mais bela das deusas.
    Ela nasceu quando Cronos cortou os testículos de Urano e arremessou-os no mar; Da espuma que surgiu na água, ergueu-se a virgem Afrodite. Sua presença causou tumulto no Olimpo, pois os deuses começaram a brigar para conquistá-la, inclusive Zeus. 
    Temendo que o ciúme pusesse fim à paz que reinava entre eles, Zeus a casou com Hefesto, o mais decidido e tranquilo dos deuses, e também como forma de agradecê-lo por ter forjado os raios. E então, contraditoriamente, a mais bela das deusas acaba por se casar com o mais feio dos deuses, Hefesto, que era deformado e encardido. 

    Hefesto lhe construiu um cinto mágico de ouro, o Cestus, que tinha o poder de inspirar o amor. Mas Afrodite não gostou muito da ideia de casar com o feio Hefesto e o traia com o bruto e musculoso Ares, com o qual teve  sete filhos: Eros, Antero, Deimos, Fobo, Harmonia, Himeros e Pothos. A deusa ainda teve outros casos extraconjugais com Hermes, Apolo, Dionísio, Adônis e Anquises. 
    Suas aves favoritas eram os pombos e os cisnes, e a rosa era a flor a ela dedicada.


    Afrodite, 
    deusa do amor

    Significado do nome: "espuma do mar”;
    Correspondente na mitologia romana: Vênus;
    Símbolos: cinturão mágico, pomba, o pássaro, a maçã, acompanhada de cupidos;
    Poderes: sedução, encantamento, persuadir os outros, amor;

    Conhecida como a deusa do amor, da sexualidade e da beleza, era encantadora. Segundo o mito contado pelo escritor grego Hesíodo, Afrodite teria nascido nas espumas do mar, o que inspirou a pintura do artista renascentista Botticelli, com a deusa em uma concha gigante.

    Afrodite tinha um cinturão mágico, que a fazia sedutora, podendo encantar qualquer um. Assim, com este cinturão, ela tinha um poder do encantamento que a possibilitava persuadir os outros.

    Oficialmente, estava casada com Hefesto, por um casamento arranjado, mas se apaixonou por Ares e por outros deuses da mitologia grega, como Poseidon e Dioniso.

    Quando Hefesto descobriu a traição com Ares, buscou humilhar os amantes, levando-os nus para o Olimpo. Entretanto, o ocorrido apenas levantou risadas entre os outros deuses.
    8. APOLO/FEBO
     (APOLO)
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    Irmão gêmeo de Ártemis, e filho de Zeus e de Leto, Apolo era o deus da luz e do sol, na verdade, os gregos acreditavam que ele era o próprio sol, conduzindo a sua carruagem dourada e resplandecente no céu, para chegar, à noite, ao oceano onde os seus cavalos se banham, enquanto a noite prevalece. Por isso era chamado também de Febo (brilhante). 

    Nascido na ilha de Delos, ele é Deus do sol, das artes, da profecia, da ordem e da justiça, sendo um dos deuses mais cultuados do Olimpo.
    Foi alimentado com Ambrosia e néctar dos deuses, o que lhe transformou em um homem adulto e destemido. Teve diversos relacionamentos, do qual merece destaque o da ninfa Dafne.

    Seus cabelos eram louros e seus olhos claros como o dia. Também era o deus da música, poesia e da arte de atirar com o arco. Assim como sua irmã, era muito habilidoso com arco e flecha, e tocava belas melodias em sua lira. Com poucos dias de vida, lutou contra a enorme serpente Píton e a matou com suas flechas
    Note que Apolo é o único deus da mitologia grega e romana que possui o mesmo nome em ambas.

    Apolo, 
    deus do Sol

    Significado do nome: “espírito do calor”;
    Correspondente na mitologia romana: Apolo;
    Símbolos: loureiro ou a coroa de louros, cisnes, golfinho, arco e flecha;
    Poderes: germinar a terra, proteger as atividades agrícolas, adivinhação;

    Um dos principais deuses do Olimpo, é o deus do Sol, da beleza e o patrono das artes(da música, poesia e da pintura). Pela sua ligação com o Sol, era considerado um deus com influência nas colheitas e na proteção dos rebanhos, sendo chamado de deus pastoral também.

    Conhecido como "aquele que afasta o mal", por ter poderes medicinais e proteger as pessoas contra enfermidades.

    Era filho de Zeus e Leto, sendo irmão gêmeo de Ártemis. Nasceu na ilha flutuante de Ortígia, depois chamada de Delos, pois Hera, com ciúmes de Leto, impediu que esta fosse amparada e recebida por outros deuses, quando grávida de Zeus.

    Apolo, com somente um ano de vida, salvou a vida de sua mãe, matando o monstruoso Píton, um dragão-fêmea, enviado pela invejosa deusa Hera! Desde então, Apolo foi considerado mestre na arte do arco e flecha.
Saiba tudo sobre Apolo, 
o deus do Sol nas mitologias grega e romana

O deus Apolo é o mais belo e um dos mais poderosos de todo o Olimpo. Filho de Zeus, o deus supremo da mitologia grega, Apolo é o deus do Sol, e por isso também é o deus do calor e da claridade. Por ser também o deus da beleza, ele é o patrono das artes: da música, da pintura e da poesia. É o deus do canto e da lira, instrumento musical que lhe serve de símbolo.

Como deus do Sol, atribuía-se a ele a germinação da terra e a proteção das atividades agrícolas. Na Antiguidade, em algumas regiões da Grécia, as primeiras colheitas eram consagradas a ele. É também conhecido como deus pastoral, cuja tarefa é proteger os rebanhos.

É o deus das pragas e das doenças, conhecido como
"aquele que afasta o mal", ou mesmo "Apolo médico", responsável por proteger as pessoas contra enfermidades. Mas o verdadeiro deus grego da medicina não era Apolo, mas seu filho Asclépio.

Também era adorado como deus guerreiro, mestre na arte do arco e flecha. Foi ele o responsável por matar com uma flechada certeira o terrível dragão-fêmea Píton. Outro feito notável de Apolo foi derrotar os Alóadas, os dois gigantes filhos de Poseidon que tentaram alcançar o Olimpo. Mais uma vez, suas flechas infalíveis entraram em ação. E nessa arte Apolo era mesmo invencível.

Outra atribuição importante de Apolo é a adivinhação. Ele é a divindade da profecia e dos oráculos. Na Grécia Antiga, havia diversos santuários aonde as pessoas iam para consultar as pítias, sacerdotisas dotadas do poder da adivinhação. Em seu delírio profético, as pítias falam em nome de Apolo. O mais famoso desses santuários de Apolo era o Oráculo de Delfos.

História do deus Apolo

Apolo pertence à segunda geração dos deuses olímpicos. É filho do maior deus da mitologia grega, Zeus (o Júpiter dos romanos), e Leto, filha dos Titãs Céu e Febe. Tem uma irmã gêmea, Ártemis, deusa da castidade, da caça e da Lua. Nas mitologias grega e romana, os deuses do Sol e da Lua eram irmãos gêmeos.

O duro nascimento de Apolo 
e sua irmã Ártemis

A bela ninfa Leto foi possuída por Zeus e engravidou de Apolo e Ártemis. O nascimento de Apolo foi bastante complicado. Isso porque Hera, esposa legítima de Zeus,  descrita como extremamente ciumenta e vingativa,  descobriu o romance e voltou sua ira para Leto e fez de tudo para impedir o trabalho de parto de Leto.. Hera pediu à Gaia, a Terra, que não oferecesse lugar para Leto, assim a coitada não poderia mais pousar sobre terra firme para ter seus filhos. Como se não bastasse,  ainda enviou uma enorme serpente para persegui-la, assim ela não ia permanecer viva tempo o suficiente para dar à luz.

Com medo da raiva de Hera, todos se recusavam a dar acolhimento a Leto, que  quase morrendo de tanta dor, só conseguiu das à luz os gêmeos divinos na ilha flutuante de Ortígia, depois chamada de Delos. que ao contrário de todos os lugares que passara antes, não era ligado a Gaia, pois era uma ilha flutuante e podia abrigar e esconder Leto de Píton, e assim ela conseguiu parir os gêmeos divinos.

Mesmo assim, o parto não foi nada fácil, já que a enciumada Hera prendeu no Olimpo a deusa dos partos, Ilítia. O sofrimento de Leto só chegou ao fim após nove dias e nove noites, quando Hera aceitou libertar Ilítia em troca de um colar de ouro e âmbar. Primeiro nasceu Ártemis, depois Apolo.

Infância de Apolo:
manjar dos deuses e a vitória sobre a Píton

Leite materno? Esqueça! As primeiras refeições do bebê Apolo não saíram dos seios maternos. Em vez de leite, Apolo foi alimentado pela deusa Têmis com néctar e ambrosia, que hoje conhecemos pelo nome de manjar dos deuses.

Com apenas um ano de vida, Apolo realizou um feito notável: matou a monstruosa Píton, um dragão-fêmea enviado por Hera para perseguir e matar a mãe de Apolo. Quando dissemos que Hera era vingativa, não estávamos brincando.

Quando Apolo procurava um local para seu santuário, deu de cara com o monstro nas imediações do Monte Parnaso, onde a Píton guardava o oráculo de Têmis. Ao ser atacado, Apolo fez uso de sua incrível habilidade de arqueiro, matando a gigantesca serpente que aterrorizava os habitantes da região. A vitória sobre o dragão foi muito celebrada pela população local.

Fundação do Oráculo de Delfos


Ele se apoderou do santuário de Têmis e ali consagrou a trípode, um móvel de três pés sobre o qual sua sacerdotisa, Pítia, se sentava para fazer suas previsões. O exato local onde Apolo executou tal façanha mais tarde ganhou o nome de Delfos. Estava fundado o famoso oráculo de Apolo.

Delfos era o lugar eleito por Apolo. Lá foi construído o altar e instituído o culto ao deus Apolo assim que a serpente Píton foi derrotada. Faltavam apenas os sacerdotes para ocupar o templo. E estes foram conseguidos por Apolo num navio que se aproximou de Delfos. Esse navio, tripulado por cretenses, recebeu a visita de Apolo sob a forma de um golfinho, que anunciou aos marinheiros que, de agora em diante, eles seriam os sacerdotes do novo templo.

Mas Apolo nem sempre ficava em Delfos. Diz a lenda que, chegado o outono, Apolo se retirava para Hiperbórea, um país mítico situado para além dos montes Rifeus, onde vivia um povo adorador de Apolo. O retiro só terminava na primavera, quando o deus voltava para Delfos.


As aventuras de amor do deus grego


Como já dissemos, Apolo era belíssimo - um verdadeiro deus grego. Era jovem, forte, tinha um rosto com traços delicados e cabelos longos que lhe caíam sobre os ombros. Além disso, era um guerreiro destemido e muito poderoso.

Mas se engana quem pensa que esses atributos facilitavam a vida do deus Apolo na hora da paquera. Dafne, por exemplo, disse-lhe não. Diante da recusa, Apolo passou a perseguir a ninfa, que, prestes a ser alcançada, pediu proteção ao pai, deus do rio Peneu. Para evitar que a filha fosse possuída por Apolo, o pai a transformou num loureiro.

A paixão por Cassandra também terminou mal. Para convencê-la a ficar com ele, Apolo propôs, como moeda de troca, dar-lhe o poder da adivinhação. Cassandra, então, se tornou vidente. Mas quando chegou a hora de cumprir sua palavra, voltou atrás. Como punição, Apolo tirou de Cassandra o poder da persuasão, o que na prática anulava o outro poder. Afinal, de que vale uma vidente que não consegue convencer ninguém?

Outra aventura de amor famosa envolve Cirene, uma ninfa caçadora. Só que desta vez houve um final feliz. Foi paixão à primeira vista: Cirene caçava nas encostas do monte Pelion, na Tessália. Quando Apolo viu sua beleza e sua coragem, convidou-a para viajar em seu carro de ouro. Dessa viagem nasceu Aristeu.

Do relacionamento com Urânia, musa da astronomia, nasceram os músicos Lino e Orfeu. Com Crisorte, nasceu Corono. Com Estilbe, Centauro. E por aí vai. Apolo nunca se casou, mas teve muitas amantes e muitos filhos.

Asclépio, deus da medicina, é fruto de sua união com Corônis. Aliás, a história de Corônis é trágica. Já grávida de Apolo, ela traiu o deus com Ísquis. Ao saber da infidelidade, Apolo mandou matar os dois amantes, cujos corpos foram levados à pira para serem cremados. Mas antes do fogo consumir o corpo de Corônis por inteiro, Apolo retirou Asclépio de seu útero.


Principais combates do deus guerreiro


Já sabemos que Apolo era um deus guerreiro. Também sabemos que ele matou a serpente Píton com uma flechada certeira, e que despachou os gigantes Alóadas, filhos de Poseidon. Mas Apolo se meteu em outras brigas homéricas:

Briga com Tício, o gigante
Tício era um gigante, filho de Zeus e Elara - portanto, meio irmão de Apolo. A origem da desavença entre os irmãos foi o fato de Tício ter dado em cima de Leto, mãe de Apolo.

Apolo era daqueles que não levam desaforo para casa. Com a mãe no meio, pior ainda. Matou Tício sem dó nem piedade.

Forbas, o mortal valentão
Como diz o ditado, quem procura acha. E foi isso que aconteceu com Forbas, o mortal valentão que ficava às margens da estrada que conduzia a Delfos chamando pra briga todo viajante que passava por ali. Como Forbas era forte, não tinha para ninguém.

Até que Apolo resolveu intervir. Mas para não dar na pinta, resolveu aparecer para o valentão disfarçado de atleta. Sabe como Apolo venceu o combate? Com apenas um murro.

Desentendimento com Hércules
Diz a lenda que Apolo e seu irmão Hércules (Héracles, para os gregos) tretaram feio depois que este se apossou do trípode do Oráculo de Delfos. É que Hércules, que era semideus, não havia obtido da Pítia a resposta que queria. Irritado, resolveu roubar o tripé sagrado e fundar seu próprio oráculo em outro lugar.

Sabe quem apartou a briga? Zeus, o pai, que lançou um raio entre os dois. Conclusão: o tripé foi devolvido a Delfos, e os irmãos fizeram as pazes.

As aflições do deus Apolo 
diante da cólera de Zeus

Apolo era um dos filhos prediletos de Zeus. Mas isso não o livrou de passar uns maus bocados nas mãos do governante do Olimpo. Em duas oportunidades, Zeus castigou Apolo, obrigando-o a servir os mortais.
O assassinato de Asclépio 
e a expulsão de Apolo do Olimpo

A primeira punição ocorreu após Apolo matar os Ciclopes, os fabricantes dos raios, vingando o assassinato de seu filho Asclépio por Zeus. Asclépio havia desenvolvido os poderes de curar enfermos e ressuscitar os mortos, o que despertou o descontentamento de Hades, deus dos mortos, que receava ver seu reino despovoado. Para manter a ordem natural das coisas, Zeus fulminou Asclépio com um raio.

Como punição pela morte dos Ciclopes, Zeus expulsou seu filho Apolo do Olimpo. O deus teve que servir um mortal durante um ano. Esse mortal era o rei Admeto, da Tessália. Lá Apolo trabalhou pastoreando gado, e dizem que se saiu muito bem. Essa servidão passageira deu origem a uma das atribuições de Apolo: deus-pastor.

Passado o exílio de um ano, Apolo retornou ao Olimpo.


A conspiração contra Zeus

Por motivações diferentes, Hera, Poseidon e Apolo conspiraram contra Zeus. O objetivo era destroná-lo. Hera estava cansada das constantes traições de seu marido. Poseidon e Apolo, irmão e filho, por invejarem o poder do rei dos deuses.

Não é difícil de imaginar que a conspiração não deu certo. Afinal, bater de frente com Zeus não era tarefa fácil. Como punição, Apolo foi obrigado a trabalhar na construção das muralhas de Troia, sob comando do mortal Laomedonte, rei da cidade.


Apolo romano

A adoração de Apolo em Roma começou cedo. No século V a.C., na época da República, já havia um templo dedicado a ele próximo ao Capitólio. Mas como se tratava de um deus estrangeiro, esse templo ficava localizado fora dos muros da cidade.

Durante o Império, era um dos deuses mais adorados, ao lado de Júpiter
(Zeus). Diferentemente do que ocorreu com os outros deuses, os romanos mantiveram o nome usado pelos gregos. Tal como na Grécia, em Roma Apolo era conhecido como o deus da profecia e dos oráculos, responsável pela conexão entre os mundos dos deuses e dos homens.

O primeiro imperador de Roma, Augusto
(63 a.C.-14 d.C.), adotou Apolo como seu protetor pessoal. A adoração era tanta que, perto do seu palácio, Augusto mandou construir um templo ao deus. Algumas vitórias militares e até o nascimento do imperador Augusto eram, segundo a crença, obras do deus Apolo. O imperador dizia que Apolo era seu pai.

Símbolos de Apolo

Loureiro ou a coroa de louros
Cisnes
Golfinho
Lira
Cabrito
Arco e flecha

    9. ÁRTEMIS
     (DIANA)
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    Filha de Zeus e Leto, Ártemis era irmã gêmeo de Apolo,  Ártemis se tornou a deusa da vida selvagem e da caça. Seus cabelos eram negros e tinha olhos escuros, ao contrário de Apolo, ela era a deusa da noite enluarada. Como era uma caçadora, desprezava a companhia de homens, prometendo ser eternamente virgem. Não foi casada com ninguém e não teve nenhum filho. 

    Ela possuía um temperamento vingativo, mas por outro lado, era protetora e amorosa.
    Possuía um arco e flecha como os de Apolo, só que prateados.
    Na mitologia Romana seu correlato é a deusa Diana.

    Ártemis, 
    deusa da Lua

    Significado do nome: "a brilhante";
    Correspondente na mitologia romana: Diana;
    Símbolos: arco, flecha, veado e cão de caça;
    Poderes: cura, proteção, transformar a si mesma e outros em animais, visão noturna, controlar as forças da natureza;

    Irmã gêmea de Apolo, é a deusa da Lua. Considerada também como a deusa da caça, dos animais, da vegetação, da fertilidade e da castidade. De espírito caçador, Ártemis era muito talentosa com o arco e a flecha.

    Apesar de ser conhecida como uma deusa dedicada à castidade, Ártemis também estava associada à fertilidade, garantindo a proteção das mulheres durante o parto.

    Ártemis dedicou-se à castidade, obrigando suas ninfas a fazerem o mesmo. Quando contrariada, matava facilmente quem tivesse a ousadia de provocá-la. Foi assim que acabou com a vida de Acteon, seu sobrinho-neto, que a espiou nua no rio, e Calisto, uma ninfa que se relacionou com Zeus.
Conheça Ártemis, 
a deusa da Lua na mitologia grega


Ártemis, chamada por alguns de Artemisa ou mesmo Artemísia e de Diana pelos romanos, é a deusa da Lua na mitologia grega. É também a deusa da caça, da vegetação, dos animais, da fertilidade e da castidade. Protetora das jovens mulheres, dos animais domésticos e dos campos, a casta Ártemis também é conhecida pela crueldade com que trata os que ousam contrariar sua vontade.

Seu culto na Grécia Antiga era tão importante que a deusa Ártemis ganhou no século VI a.C. um enorme templo na antiga cidade de Éfeso, hoje reconhecido como uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.

A deusa da Lua na mitologia grega

Segundo o Dicionário de Mitologia Grega e Romana, do historiador Georges Hacquard, Ártemis é filha de Zeus e Leto, fruto de uma aventura extra-conjugal do deus dos deuses com a filha dos Titãs Febe e Céu. Tal como seuirmão gêmeo Apolo, Ártemis é uma divindade associada à luz. Daí o epíteto "A Brilhante".

Se Apolo é a divindade do calor, sua irmã gêmea ficou a claridade noturna. Apolo é o deus grego do Sol. Ártemis, a deusa da Lua.


Ártemis: 
uma deusa devotada à castidade

Já dissemos que Ártemis tem muitas atribuições. Algumas delas soam até contraditórias. Ora, como uma deusa da fertilidade pode estar ao mesmo tempo associada à castidade? Pois Ártemis é assim mesmo.

Logo após nascer, Ártemis não só decidiu jamais amar em sua vida como também ordenou a todas as ninfas que andavam com ela a fazer o mesmo. Caso alguém ousasse desafiá-la, fosse uma ninfa ou um homem desavisado, aí o gênio vingativo de Ártemis entrava em ação.

Ártemis não tolerava ser contrariada


Sabe aquele papo de que tal pessoa não é flor que se cheire? Essa expressão popular é totalmente aplicável à deusa Ártemis. Quem ousasse violar sua castidade - ou mesmo sua intimidade - estava com sérios problemas.

Que o diga Acteon, filho de Aristeu, neto de Apolo. Portanto, sobrinho-neto de Ártemis. Certo dia Acteon ousou espiar a bela Ártemis tomando banho no rio. Quando a deusa se deu conta de tamanho atrevimento, transformou-o imediatamente num veado, que logo em seguida foi devorado pelos cães que o acompanhavam!

Como Ártemis matou Órion

Parece que o voto de castidade de Ártemis sofreu um abalo quando ela conheceu Órion. Segundo o historiador francês Georges Hacquard, há duas versões para o mito de Ártemis e Órion.

Uma delas diz que foi Apolo quem se intrometeu para frear o desejo da irmã, encantada com a beleza de Órion. Enciumado, ele teria convencido a irmã a atingir com uma flecha um objeto em alto-mar
- que na verdade era a cabeça de Órion! Como estavam a uma grande distância desse suposto objeto, Ártemis não se deu conta da natureza de seu alvo. Exímia arqueira, ela acertou em cheio.

Quando se deu conta do que fez, Ártemis colocou o caçador lá no céu, dando origem à constelação de Órion.

Outra versão diz que Ártemis matou Órion porque este se insinuou para cima dela durante uma caçada. Ela usou de seus poderes para fazer surgir do chão um escorpião, que desferiu uma picada mortal em Órion. Satisfeita com a eficácia do escorpião, transformou-o num conjunto de estrelas. Segundo o mito, foi assim que surgiu a constelação de Escorpião.

Como a ninfa Calisto foi morta por Ártemis

Calisto era uma das 80 jovens ninfas que viviam com Ártemis na região montanhosa da Arcádia. Lá elas passavam o dia se divertindo e caçando. Uma lei jamais deveria ser quebrada: todas, sem exceção, deveriam permanecer solteiras.

O problema é que Zeus era gamado na bela Calisto. E era difícil segurar Zeus quando ele punha alguma coisa na cabeça.

Bom, nem é preciso entrar em detalhes: Calisto engravidou de Zeus, despertando o ódio mortal de Hera, esposa do pai dos deuses. Hera, então, transformou Calisto em ursa. Durante uma de suas caçadas, Ártemis matou Calisto por engano. O bebê Arcas foi retirado do útero da mãe. A bela Calisto foi transformada na constelação da Ursa Maior.


Ártemis: 
deusa da caça e da natureza selvagem


Um traço essencial da personalidade de Ártemis é o seu espírito caçador. Essa é uma característica que vem de berço, já que logo após nascer a deusa pediu para o seu pai Zeus, além da virgindade eterna e das jovens ninfas para lhe servirem de damas de honra, um arco e uma flecha para poder caçar. Por isso, a deusa Ártemis é geralmente representada como uma arqueira.

Outro pedido da deusa ao seu generoso pai foi um lugar para morar: as montanhas da Arcádia. Nesse local, a deusa e sua legião de ninfas viviam em meio à natureza selvagem e próximo dos animais silvestres. É comum que animais selvagens, como veados, apareçam ao lado dela em representações artísticas. Há casos em que ela é acompanhada por cães de caça.


Deusa da fertilidade e dos partos

Uma das atribuições da deusa Ártemis, valorizada especialmente na cidade de Éfeso, é a fertilidade. Segundo o mito, o nascimento de Ártemis e seu irmão gêmeo Apolo foi bastante difícil. Isso porque Leto estava sendo impedida de parir os gêmeos devido à fúria ciumenta de Hera, a esposa traída de Zeus. Ela bem que tentou impedir o nascimento dos gêmeos bastardos, detendo no Olimpo a deusa dos partos.

Após dias de sofrimento, a deusa dos partos foi libertada e Leto deu à luz Ártemis na ilha de Ortígia, próxima de Éfeso. Um dia depois, nasceu Apolo, na ilha de Delos, e diz a lenda que a recém-nascida Ártemis até auxiliou no parto no irmão. Que bebê prodígio, não é mesmo? É por isso que ela ganhou os atributos da fertilidade e do parto.

Ártemis, 
padroeira das mulheres jovens

Devido a esse atributo, a deusa Ártemis passou a ser adorada pelas meninas e pelas jovens solteiras. A deusa protegia as mulheres na transição da infância para a fase adulta, assegurando-lhes fertilidade na vida conjugal. Além disso, Ártemis também garantia a proteção das mulheres durante o parto.

    10. DEMÉTER
     (CERES)

    Filha de Cronos e Réia, era a deusa das plantas, da terra cultivada, das colheitas e das estações do ano. De seu romance de trágico desfecho com Iásion, Deméter teve um filho chamado Pluto, que posteriormente tornou-se a personificação da riqueza e da abundância. Iásion morreu atingido por um raio fulminante enviado pelo enciumado Zeus ao surpreender juntos os dois amantes. De sua união com sei irmão Zeus nasceu Core que, raptada por Hades, tornou-se Perséfone, a rainha dos mortos.

    Esse momento foi muito marcante no mito da deusa e por meio de um acordo, passou a ter sua filha ao seu lado durante três estações do ano. Ela teve ainda outros relacionamentos e com isso, outros filhos como Despina e Pluto.

    Na mitologia Romana ela é conhecida como Ceres.

    Deméter, 
    a deusa da fertilidade


    Significado do nome: "mãe da terra";
    Correspondente na mitologia romana: Ceres;
    Símbolos: tocha, coroa de espigas de milho, ou na forma de uma serpente;
    Poderes: controlar as estações do ano, conforme o seu humor, e controlar as plantas e a colheita;

    Considerada a deusa grega da colheita, da terra cultivada, da fertilidade e da agricultura. Segundo a mitologia grega, ela teria um papel fundamental no cultivo do milho e do trigo para o ser humano.

    Deméter era irmã de Hera, Poseidon e Zeus. Teve uma filha chamada Perséfone, deusa da primavera, fruto de um relacionamento com Zeus.

    A deusa da agricultura envolveu-se num conflito com Hades, o deus do submundo, que raptou sua filha, Perséfone, com a autorização de Zeus! No fim, Deméter conseguiu recuperar a filha, provocando, para isso, quase o fim do mundo, com a paralisação das estações do ano.
    11. DIONÍSIO
     (BACO)
    Zeus se apaixonou pela mortal Sêmele, e ainda que Zeus ficasse sempre metamorfoseado de homem comum, ela sabia que ele era um deus porque ele lhe sussurrara isso mais de uma vez. Mas a ciumenta Hera, com raiva de ter sido traída mais uma vez por seu esposo divino, armou uma cilada para a rival. Sob a aparência de uma velhinha foi se encontrar com Sêmele e lhe persuadiu a perguntar para Zeus se este era mesmo um Deus, e não um impostor, e que lhe provasse isso. 
    Sêmele ficou com sérias dúvidas, até que resolveu perguntar. Zeus tentou convencê-la a desistir, mas só fazia Sêmele insistir mais ainda. Então ele se revelou em toda a sua glória, resplandecendo em relâmpagos. O corpo de uma mortal não era capaz de suportar aquela luz tão intensa e a infeliz foi fulminada.

    Acontece que Sémele estava no sexto mês de gravidez, e Zeus se apressou a salvar o filho que ela trazia no ventre. Para dar continuidade à gestação, o deus negociou com seu irmão Hades, o deus dos mortos, que concordou em lhe dá apenas o bebê. Zeus abriu a própria coxa e nela colocou a criança, depois fechou-a com grampos de ouro. Quando o tempo fixado pelo destino chegou a seu termo, Zeus deu à luz Dionisio, que se tornou o Deus do vinho, das farras, da loucura e do teatro.

    Casou-se com Ariadne e ainda teve outros casos com deuses e mortais. Um dos casos mais conhecidos é sua relação com Afrodite, com quem teve o filho Priapo. Na mitologia romana ele é conhecido por Baco.

    Dioniso, 
    o deus do vinho


    Significado do nome: “espírito das águas” ou “dia e noite”;
    Correspondente na mitologia romana: Baco;
    Símbolos: vinho, cálice, cacho de uva, manto feito de leão;
    Poderes: agilidade, diversão, produzir seu próprio vinho;

    O deus do vinho, das festas, da alegria, do teatro, da natureza, dos ciclos vitais e da fecundidade. Em muitas das estátuas e pinturas do deus, ele está com um cacho de uva e com uma taça de vinho. Em algumas delas, seu rosto é retratado com um ar embriagado.

    Dioniso aprendeu a fazer vinho quando pequeno, descobrindo como plantar as uvas e como produzir cada vinho. Por essas razões, logo virou o deus das festas.

    Filho de Zeus e Sêmele, perdeu sua mãe no parto, vítima da invejosa deusa Hera. Assim, diante da perseguição de Hera, Dioniso precisou ser criado por um protetor escolhido por Zeus.

    Dioniso casou-se com a princesa Ariadne.
    12. HERMES
     (MERCÚRIO)
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    Filho de Zeus com a deusa Maia, Hermes era esperto e rápido e estava sempre a serviço de Zeus. Ele era o mensageiro dos deuses e também conduzia a alma dos mortos até o submundo de Hades. Protetor dos viajantes, comerciantes, dos ladrões e trapaceiros, em suma, de tudo que requer habilidade e astúcia. Representado como um homem de sandálias e capacete com asas e também portando em uma das mãos o caduceu, uma vara com duas serpentes entrelaçadas.

    Ainda bebê, o astuto Hermes inventou o fogo, friccionando folhas de loureiro com uma acha de lenha, criou um instrumento musical com os cascos de uma tartaruga, chamado Lira, e em uma noite, fugindo de seu berço, ele foi furtar cinquenta gados sagrados de Apolo, e os trouxe puxando-os pela cauda, para que as pegadas indicassem o caminho oposto e confundisse o deus do sol. Mas quando Apolo deu por falta de seus bois, ele logo desconfiou de Hermes, que negou dizendo que seria incapaz devido a tão pouca idade, mas mesmo assim ele foi levado ao Olimpo para ser julgado por Zeus. Ele continuou negando tudo. O problema se encerrou quando Apolo viu a Lira e seu doce som, o deus da música ficou encantado com o instrumento inventado por Hermes e ficou para si, deixando, em troca, Hermes ficar com os gados.

    Na mitologia romana seu equivalente é o deus Mercúrio.
     
    Hermes, o deus mensageiro dos deuses

    Significado do nome: "marcador de fronteira";
    Correspondente na mitologia romana: Mercúrio;
    Símbolos: sandálias mágicas, bastão com serpentes e asas, lebre e açafrão;
    Poderes: velocidade, agilidade, proteger os viajantes;

    Era considerado o mensageiro dos deuses. Também era visto como o deus do comércio, da riqueza e da sorte. Era o deus do esporte, da astronomia e da astrologia.

    Protetor das viagens, Hermes guiava os mortos ao submundo do deus Hades, sendo, portanto, o guardião da entrada no submundo.

    Filho de Zeus e da ninfa Maia, era visto como um deus brincalhão e malandro, podendo usar isto para o bem e para o mal. Logo que nasceu, foi capaz de furtar seu irmão Apolo, criar as sandálias mágicas e fazer o instrumento musical conhecido como lira.
Há ainda outros deuses muito importantes, 
mas que não fazem parte dos 12 Olimpianos, como:

HADES 
(PLUTÃO)
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Hades é o deus dos mortos. Não tinha assento no Olimpo porque preferia passar a maior parte do seu tempo no reino subterrâneo, o mundo dos mortos, chamado também de Hades, onde vivia com sua esposa que ele mesmo raptou, a rainha Perséfone. Assim como Zeus tem o raio e Poseidon o tridente, Hades possui um capacete que o deixa invisível. Por ser o deus da morte, era bastante temido entre os gregos.

Quem foi Hades, 
deus do submundo na mitologia grega

Na mitologia grega, Hades era o deus do reino dos mortos ou do submundo, correspondente à Plutão na mitologia romana. Ele era filho dos titãs Cronos e Reia e junto de seus irmãos, Zeus e Poseidon, é um dos deuses que formam a trindade dos deuses olímpicos.
Busto de Hades romano copiado de uma versão grega do século V a.C.

Hades era também o deus da riqueza, pois era o guardião de toda a fonte dos minerais encontrados embaixo da terra, tais como o ouro, a prata e as pedras preciosas. Seu nome significa
“aquele que não pode ser visto”, pois durante a guerra contra os titãs, recebeu dos ciclopes o elmo da escuridão, um capacete que permitia com que ele ficasse invisível quando o utilizava.

Em filmes como Hércules e Fúria de Titãs, o deus do submundo é geralmente representado como um grande vilão impiedoso. Mas será que ele era tão mau assim? Descubra agora as maiores curiosidades sobre Hades e sua fascinante história na mitologia.

História de Hades

Hades era o mais velho dos três grandes deuses olímpicos. Seu pai, Cronos, estava destinado a um trágico fim: assim como tinha derrotado seu pai, ele também seria derrotado por seus filhos.

Sabendo da profecia, Cronos tomou a decisão de engolir todos os filhos que nasciam. Zeus, no entanto, foi escondido na ilha de Creta por sua mãe, Reia, e conseguiu eventualmente derrotar o pai e salvar os irmãos, incluindo Hades e Poseidon.

Após esta guerra, foi decidido que Zeus reinaria o céu e a terra, Poseidon os mares e os oceanos e Hades o submundo.

O reino de Hades, como ficou conhecido o mundo inferior, encontrava-se após cinco rios: Aqueronte, Cócito, Flegetonte, Lete e Estige. Depois deles, estava um portão de diamantes guardado por um cão de três cabeças chamado Cérbero.

Dentro do submundo estava o palácio de Hades, com quartos de ouro e prata, decorados com pedras preciosas.

Como conta a mitologia, após a morte, as almas eram conduzidas por Hermes para a entrada do submundo. Em uma balsa, as almas atravessavam o rio Aqueronte. Existia apenas uma balsa comandada pelo balseiro Caronte e ele só levava as pessoas que podiam pagar pela travessia. Para o pagamento, os mortos geralmente eram enterrados com moedas em seus lábios ou olhos. Quem não podia pagar pela balsa, ficava preso entre o submundo e o mundo dos vivos pela eternidade.

Quando passavam pela travessia, as almas chegavam aos portões do submundo. Cérbero permitia com que as almas entrassem no mundo inferior, mas nunca saíssem. Elas eram recebidas pelos três juízes: Radamanthys, Minos e Aiacos. Esses personagens julgavam a severidade dos atos das pessoas em suas vidas passadas e aqueles que tiveram uma vida boa e honesta iam para o campo de Elísios, os outros seriam atormentados pela eternidade em um local chamado Tártaro.

Hades e Perséfone

Perséfones era a deusa da primavera e uma das filhas de Zeus e Deméter, a deusa da colheita. Na história, Hades sequestrou Perséfone em uma de suas poucas visitas ao mundo dos vivos. Ele ofereceu a ela sementes de romã, o fruto proibido. Quando aceitou, a deusa estabeleceu um vínculo inquebrável entre ela e Hades, tornando-se esposa do deus do submundo.

Contudo, a mãe de Perséfone não ficou feliz com a perda filha e ameaçou fazer com que toda a terra ficasse estéril e congelada para sempre. Com essa ameaça, foi estabelecido com que Perséfone dividisse o seu tempo entre o submundo e o mundo dos vivos.

Esse mito explica a origem das estações. Parte do ano, quando as árvores florescem, Perséfone está com a mãe e quando o inverno chega, significa que ela está com seu marido no submundo.

Curiosidades sobre Hades

As armas de Hades: a arma mais associada à Hades era o bidente, capaz de eliminar qualquer um que passava por ele. Além dela, ele possuía um capacete que possibilitava com que ele ficasse invisível quando utilizava.

Filhos de Hades: o deus do submundo nunca teve filhos com sua rainha Perséfone. Contudo, Macária, Melinoe e Zagreu podem ser descritos como filhos de Hades em alguns textos da mitologia.

Hércules e Hades: em um dos 12 trabalhos de Hércules, o herói teve que levar Cérbero até o mundo dos vivos. Hades permitiu com que Hércules levasse o cão de três cabeças com a condição de que ele não seria machucado. Hércules conseguiu realizar a tarefa e Cérbero retornou ao submundo sem qualquer sequela.

Hades e Orfeu: outra história muito associada à Hades é a de Orfeu. O deus concedeu ao poeta que ele resgatasse sua esposa Eurídice do submundo com a condição de que no trajeto de volta ele não olhasse para ela. Contudo, Orfeu não resistiu e olhou para Eurídice, perdendo-a pela segunda vez.

As histórias associadas à Hades revelam que ele não era um deus maligno. Quando os personagens iam até ele em tempos de necessidade, ele os ajudava. No entanto, Hades sempre colocava uma tarefa para que eles se provassem merecedores dessa ajuda. 

HÉSTIA 
(VESTA)
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Também costumava aparecer entre os doze, Héstia. Quando foi dado lugar a Dioniso, o número total de Olímpicos passou a ser treze. Sendo tal número indesejável, e de modo a evitar conflitos, Héstia abdicou do seu lugar entre os doze. 
Ela é a deusa grega dos laços familiares, simbolizada pelo fogo da lareira. Cortejada por Poseidon e Apolo, jurou virgindade perante Zeus, e dele recebeu a honra de ser venerada em todos os lares e ser incluída em todos os sacrifícios. Sua chama sagrada brilhava continuamente nos lares e templos.


Deusas gregas: 
tudo que precisa saber sobre as deusas da mitologia grega

Símbolos do poder feminino e importantes figuras nas histórias da mitologia, as deusas gregas representavam diversos aspectos da natureza e da vida social na Antiguidade.

Nas histórias da mitologia grega, elas eram apresentadas como seres poderosos que tinham habilidades extraordinárias, motivações complexas e símbolos que estavam ligados à criação, à origem e ao controle da vida.

1. Afrodite, 
a deusa da beleza e do amor

Significado do nome Afrodite: “espuma” ou “espuma do mar”
Símbolos: Concha, pomba, rosas
Correspondente na mitologia romana: Vênus

A mais bela de todas as deusas gregas, Afrodite era a representação do ideal de beleza na mitologia. O significado do seu nome se relaciona com um dos mitos de seu nascimento. De acordo com Hesíodo (750 - 650 a.C.), a deusa da beleza surgiu a partir dos órgãos genitais de Urano, personificação do céu. Cronos, rei dos titãs e deus do tempo, mutilou Urano e jogou seu órgão nos mares, da espuma, nasceu Afrodite, o ser mais lindo que já havia passado pela Terra.

Para Homero (928 - 898 a.C.), no entanto, Afrodite era filha de Zeus e Dione, sendo, portanto, irmã de deuses como Atena, Ártemis, Ares e Apolo. Isso, no entanto, não a impediu de ter relacionamentos amorosos e sexuais com vários destes deuses.

Em uma das histórias é contado que quando Afrodite chegou ao Olimpo, sua beleza causou confusão e disputa entre todos os outros deuses. Para solucionar o problema, Zeus a casou com Hefesto, deus dos ferreiros, descrito na mitologia como feio e sem nenhum senso de humor.

2. Atena, 
a deusa da guerra e da sabedoria

Significado do nome Afrodite: “louvor aguçado”
Símbolos: Oliveira e coruja
Correspondente na mitologia romana: Minerva

Diplomática, equilibrada, sábia e protetora, Atena é uma das principais deusas da mitologia grega. De acordo com o mito, ela nasceu da cabeça de Zeus, após o deus do trovão engolir sua mãe, a deusa Métis. Atena já nasce em sua forma adulta e com armas nas margens do rio Tritão.

A deusa da guerra Atena disputou com Poseidon ser protetora e padroeira da cidade que hoje leva o seu nome. Na história, ela criou uma oliveira e ofereceu sabedoria à cidade. Através do voto, grande parte das mulheres escolheram ela para ser a patrona da região da Ática, os homens, no entanto, escolheram majoritariamente o deus dos mares Poseidon. Em contrapartida, ele revogou o direito de voto às mulheres.

Protetora da cidade de Atenas, um templo em sua homenagem foi construído na Acrópole, sendo até hoje possível visitar estas ruínas na capital grega.

3. Ártemis, 
a deusa da caça e da vida selvagem

Significado do nome Ártemis: “luz suave do Sol e do calor criador”, “manifestação luminosa de Deus” ou “segura”, “açougueira”.
Símbolos: Arco e flecha
Correspondente na mitologia romana: Diana

Ártemis era uma das mais reverenciadas e honradas deusas da mitologia grega. Filha de Zeus e Leto, ela era irmã gêmea do deus Apolo, deus do Sol, da profecia, da poesia, das artes e da música. Ela tinha uma forte ligação com o reino animal, a vida selvagem e também era um símbolo da virgindade.

Existem inúmeras histórias atreladas à deusa Ártemis na mitologia grega, mas uma que se destaca é a de seu relacionamento com Órion, seu companheiro de caça. Algumas versões relatam que seu irmão, Apolo, fez com que a deusa atirasse uma flecha no mar, atingindo sem seu conhecimento Órion. Outra versão diz que Ártemis o matou por ele dar em cima dela.

Ártemis também aparece como importante figura na Guerra de Troia. Ela e seu irmão eram reverenciados pelos troianos e é descrita a participação deles na epopeia Ilíada de Homero.


4. Hera, 
a deusa da maternidade

Significado do nome Hera: “heroína”, “guerreira”, “a escolhida”
Símbolos: Romã, pavão e vaca
Correspondente na mitologia romana: Juno

As histórias relacionadas à deusa Hera na mitologia grega revelam sua personalidade vingativa e impiedosa. Hera era irmã e esposa de Zeus e com ele teve os filhos Ares, Hebe, Éris e Ilícia.

Zeus é conhecido especialmente por seus relacionamentos extraconjugais e pelos inúmeros filhos bastardos que teve. Hera não perdoava essas traições e ia atrás de vingança contra as amantes e os filhos de Zeus. Uma das histórias mais famosas é a de que tentou matar Hércules ainda no berço e dificultar por diversas vezes o herói à completar os seus 12 trabalhos.


5. Réia, 
a deusa da fertilidade

Significado do nome Réia: “riacho fluindo”
Símbolos: Leão e biga (carroça puxada por cavalos)
Correspondente na mitologia romana: Cibele

Uma das deusas mais importantes para as histórias da mitologia grega é definitivamente Reia, uma das personificações da fertilidade. Ela era uma titânide, filha de Urano e Gaia e se casou com seu irmão mais novo Cronos.

Em seu relacionamento com Cronos, Réia gerou os deuses do Olimpo Deméter, Hades, Hera, Héstia, Poseidon e Zeus. De acordo com a mitologia, Cronos temia a profecia de que seria destronado por um de seus filhos e para evitar este destino, engolia cada um dos que nascia.

Reia conseguiu enganar Cronos, dando-lhe uma pedra ao invés de seu filho mais novo, Zeus. Ela o escondeu na ilha de Creta e, eventualmente, o deus do trovão conseguiu destronar seu pai e se tornar o rei dos deuses. Após o episódio, Réia pediu uma parte do mundo a seu filho e foi morar nas montanhas, ao lado de animais selvagens, como leões.

6. Gaia, 
a deusa da Terra

Significado do nome Gaia: “Terra”.

De acordo com Hesíodo no poema mitológico Teogonia ou Genealogia dos Deuses, Gaia é personificação da Terra ou da Mãe-Terra. Ela é um dos elementos primordiais que surge do Caos e mãe dos titãs que surgiram a partir daí, sendo chamada também de Titeia.

Gaia gerou Urano (o Céu), Óreas (as Montanhas) e Ponto (o Mar). Fez de Urano seu marido e com ele teve os 12 titãs, 3 ciclopes e 3 gigantes. Com Ponto teve o deus primitivo dos mares Nereu.

Urano temia ser destronado por um de seus filhos e para que isso não acontecesse, os prendia no ventre de Gaia. Clamando ajuda, Cronos, o filho e titã mais novo do casal, conseguiu, eventualmente, castrá-lo, separando, assim, o Céu e a Terra.

7. Deméter, 
a deusa da agricultura

Significado do nome Deméter: “mãe terra”
Símbolos: Coroa de espiga de milho, porco e serpente
Correspondente na mitologia romana: Ceres

Deméter está associada à agricultura, à fertilidade e à colheita. Ela era filha de Cronos e Reia e irmã de Zeus, Poseidon, Hades, Héstia e Hera. A deusa era muito celebrada na Grécia Antiga por sua relação com a fertilidade.

A história da deusa da agricultura explica para os gregos antigos o porquê das estações do ano. Com seu irmão Zeus teve Perséfones, que foi raptada pelo deus do submundo Hades. Entristecida pelo episódio, Deméter fez com que a terra não fosse mais fértil. Eventualmente, um acordo foi feito: Perséfones passava 2/3 do ano com sua mãe, ou seja, o outono, o verão e a primavera. O período do inverno é quando Perséfone está com Hades no submundo.



8. Héstia, 
a deusa do fogo, 
do lar e da vida doméstica

Significado do nome Héstia: “lareira”
Símbolos: Fogo
Correspondente na mitologia romana: Vesta

Filha de Reia e Cronos, Héstia era irmã de Zeus, Hades e Poseidon e uma das deusas que habitava o Olimpo. Era uma divindade ligada ao fogo e, portanto, às lareiras que aqueciam as casas na Grécia Antiga. Héstia era cultuada por toda a Grécia e tinha um enorme respeito de seu irmão Zeus.

Apesar de ter sido pedida em casamento pelos deuses Poseidon e Apolo, a deusa do fogo fez um voto de castidade para toda a vida.

9. Perséfone, 
a deusa do submundo, 
das flores e dos frutos

Significado do nome Perséfones: "Aquela que destrói a luz”
Símbolos: Romã, sementes de grão e abelha
Correspondente na mitologia romana: Proserpina

Filha de Zeus e Deméter, Perséfones inicialmente era chamada de Cora. No entanto, sua beleza atraiu o desejo de vários deuses, entre eles, Hades, deus do submundo, com quem acabou se casando e se tornando a rainha do submundo. A partir daí, começou a ser chamada de Perséfones.

O poeta oral grego Hesíodo foi o primeiro a narrar o seu famoso rapto. De acordo com a lenda, ela foi levada por Hades para o submundo e obrigada a comer uma romã, o fruto proibido. Dessa forma, ficou ligada a ele por toda a eternidade. Apesar de ser resgatada pelo seu irmão Hermes, ela acaba tendo que ficar um terço do ano com Hades, no período do inverno, quando sua mãe sente a sua falta.

10. Nix, 
a deusa da noite

Significado do nome Nix: “noite”
Símbolos: Manto negro estrelado e coroa de papoulas
Correspondente na mitologia romana: Nox

Personificação da noite, Nix surge do Caos e é, portanto, um dos elementos primordiais do universo de acordo com Hesíodo.

Nix era irmã gêmea de Érabo, personificação das trevas e da escuridão. Por ser considerada a primeira deusa da morte e das trevas é também atrelada às bruxas e feiticeiras. De acordo com a mitologia, foi a deusa Nix quem criou a foice para que Cronos mutilasse Urano e salvasse sua mãe, Gaia, e seus irmãos titãs.

11. Hemera, 
a deusa do dia

Significado do nome Hemera: “dia”
Símbolos: Sol
Correspondente na mitologia romana: Dies

Filha de Nix e Érabo, Hemera era a personificação do dia e do ciclo da manhã. De acordo com o poeta romano Higino, ela gerou Gaia, Urano e Tálassa como fruto de seu relacionamento com seu irmão Éter, personificação do céu superior.

De acordo com Hesíodo, Hemera e Nix moram juntas em um palácio, mas nunca são vistas juntas. O poeta relata que “nunca o palácio se fecha com ambas”. Quando Hemera sai para iluminar o dia, sua mãe a espera, até que chega o momento de saudá-la e jogar o manto da escuridão sobre o mundo, para escurecê-lo.

12. Tálassa, 
a deusa do mar

Significado do nome Tálassa: “mar”
Símbolos: Os mares

Personificação do mar, em especial, do mar mediterrâneo, Tálassa era filha de Hemera e Éter e uma das deusas primordiais, segundo a mitologia grega.

O poeta Hesíodo é um pouco vago quanto a sua representação, mas revela que a deusa do mar originou o gigante Egeon, que era a personificação do mar Egeu e com Pontos foi a progenitora de todos os peixes e demais seres do mar. Algumas versões também atrelam Tálassa como mãe de Dione, deusa da ninfas.

13. Febe, 
a deusa da lua

Significado do nome Febe: “brilhante”
Símbolos: Lua

A titã Febe era uma das filhas de Gaia e Urano e é geralmente atrelada à lua, se relacionando, especialmente, às noites de lua cheia. Ela também está associada à profecia, pois recebeu de sua irmã Têmis o controle do Oráculo de Delfos, que inicialmente tinha sido de sua mãe Gaia.

Febe foi casada com Céos, titã da inteligência e do conhecimento, e com ele teve Astéria, deusa das estrelas e Leta, deusa do anoitecer. Ela era, portanto, avó do deus Apolo (filho de Leta) e, posteriormente, deu a ele o Oráculo de Delfos como presente de aniversário.


14. Tétis, 
a deusa do mar

Significado do nome Tétis: “mãe de Aquiles”
Símbolos: Peixes

Existem duas deusas da mitologia grega com o nome Tétis, uma delas é uma titânide, filha de Urano e Gaia. A outra era uma nereida, ninfa do mar.

A tirânide Tétis era a personificação da fecundidade da água. Ela se relacionou com seu irmão Oceano e juntos tiveram as oceânides (ninfas dos fundos dos mares) e três mil rios como filhos.

Durante a guerra dos titãs contra os deuses do Olimpo, Tétis teve a missão de proteger e cuidar da deusa Hera, que lhe foi grata desde então.

Já a nereida de nome Tétis deu luz ao herói Aquiles com seu marido Peleu, rei de Ftia.

15. Mnemósine, 
a deusa da memória


Significado do nome Mnemósine: “memória”, “lembrança”
Correspondente na mitologia romana: Moneta

Personificação da memória, Mnemósine era uma titânide filha de Gaia e Urano. De acordo com o historiador grego Diodoro Sículo, a deusa foi a responsável por nomear muitas coisas e conceitos para que os mortais se entendessem.

O deus do trovão e rei dos deuses do Olimpo Zeus era sobrinho da deusa. De acordo com o mito, ele se disfarçou de pastor e seduziu sua tia. Eles se relacionaram por nove noites e após um ano, Mnemósine deu luz às nove musas:

Calíope: musa da poesia épica e ciência geral.
Clio: musa da história.
Erato: musa da poesia lírica.
Euterpe: musa da música.
Melpômene: musa da tragédia.
Polímnia: musa da música sacra.
Tália: musa da comédia.
Terpsícore: musa da dança.
Urânia: musa da astronomia e astrologia.





A CRIAÇÃO DAS MUSAS DA MITOLOGIA GREGA

Logo após a vitória dos deuses do Olimpo sobre os seis filhos de Urano, mais conhecidos como titãs, foi solicitado a Zeus a criação de divindades capazes de cantar a vitória e glorificar os olímpicos.
Zeus partilhou o leito com Mnemosine, durante dez noites e, um ano depois, a deusa da memória deu à luz nove filhas, em um lugar próximo ao monte Olimpo.

As musas cantavam o presente, o passado e o futuro, acompanhadas pela lira de Apolo, para deleite das divindades do Panteão. Eram, originalmente, ninfas dos rios e lagos. Seu culto era originário da Trácia ou em Pieria, região a leste do Olimpo, de cujas encostas escarpadas desciam vários córregos, produzindo sons que sugerem uma música natural, levando a crer que a montanha era habitada por deusas amantes da música.


Musas da mitologia grega 
Origem e história das 9 divindades
Musa é uma palavra que vem do grego “mousa”; dela derivam museu que, originalmente, significa “templo das musas”, e música que significa “arte das musas”.

As musas da mitologia grega são conhecidas por inspirar inventores, tanto no campo da arte quanto das diversas ciências que existem. Em primeiro lugar, as musas da mitologia grega fazem parte do panteão de divindades da Grécia Antiga. Nesse sentido, são conhecidas pela capacidade de inspirar a criação artística ou científica. Além disso, deram origem na história da humanidade ao conceito de musa como referência ou inspiração.

De acordo com a tradição antiga, Zeus acasalou com Mnemosine por 9 anos consecutivos, uma noite por ano. E então deu vida a 9 lindas filhas que conhecemos na mitologia como as 9 Musas.
Desse modo, também fazem parte do
 Monte Olimpo, ainda que com menor poder. No geral, sua origem está associada com o trabalho de Hesíodo, que as nomeou e descreveu detalhadamente.

No entanto, Hesíodo em suas obras afirma que as Musas eram filhas de Gaia e Urano.
Nessa versão de Hesíodo, elas pertencem à segunda geração dos deuses gregos.
Enquanto que na versão em que são consideradas filhas de Zeus, pertencem à terceira geração.

Para mais informações sobre a genealogia dos deuses gregos, você pode conferir o artigo em que apresentamos o Panteão da Mitologia Grega!

Segundo outra versão deixada por Pausânias, geógrafo e viajante grego, houve duas gerações de musas.

Nessa versão, a primeira geração era composta pelas 3 filhas de Gaia e Urano, enquanto a segunda geração, pelas 9 filhas de Zeus e Mnemosine. As musas da primeira geração foram Mnimi (memória), Meleti (estudo) e Aoidi (canto).

As musas eram deusas da música, 
da arte e da ciência.
Viviam no Monte Olimpo e tinham vozes agradáveis e sempre cantavam em coro. Qualquer uma delas podia ser invocada, apesar de cada uma proteger uma arte ou ciência especial.
Comumente, as musas da mitologia grega são descritas como acompanhantes do deus Apolo, que as liderava a sua maneira. Ademais, as habilidades do deus do Sol foi responsável por mantê-las jovens e belas. Por outro lado, as musas ainda eram capazes de ver o futuro, curar a tristeza, a dor e ferimentos menores.

Além disso, o seu trabalho era louvar e entreter os deuses do Olimpo, por isso, na mitologia grega, eles participam de todos os banquetes dos deuses.
Elas tinham menos poder que os deuses do Olimpo e foram definidas como musas pelo Hesíodo (um poeta oral grego da Antiguidade), que deu um nome a cada uma e uma descrição particular de acordo com suas virtudes.

Além disso, tendem a ser associadas com a habilidade de cantar, o que aprenderam com Apolo. Em resumo, todas as nove musas formam um coro harmônico e encantador, responsável por inspirar novas invenções. Sendo assim, costumavam ser cultuadas por filósofos, matemáticos, estudiosos e até reis da Antiguidade, principalmente na região de Trácia ou em Pieria. 
 

Onde as Musas da mitologia grega nasceram

Existem várias versões quanto ao número e origem das Musas.
De acordo com alguns relatos, elas nasceram em Pieria e cresceram nas montanhas de Pieria.
No entanto, a versão que prevalece até hoje é a de Hesíodo, que afirma que eles viviam em Elikonas, uma montanha na Beócia.
Muitas vezes, o Olimpo é mencionado como seu local de residência, por isso também foram chamadas de “Olympiades“.
Estas são nove divindades virgens, com incomparável beleza e graça, com as quais nenhuma mulher poderia competir.

Pierides Ninfas contra Musas

Na verdade, segundo uma lenda, as 9 lindas filhas do rei macedônio Pieros, conhecidas como as ninfas de Pierides, eram tão arrogantes que desafiaram as musas para um concurso de música.
A competição aconteceu no topo da Montanha de Elikonas.
Assim que as Pierides começaram a cantar, todo o lugar escureceu.
Por outro lado, assim que chegou a vez das Musas, a luz do sol apareceu novamente e todas as coisas que se moviam no mundo, as estrelas, o céu, os rios e o mar, pararam de se mover para ouvir a melodia mágica.

A Montanha de Elikonas, encantada com a canção maravilhosa, começou a crescer.
Temendo que o topo da montanha pudesse perfurar a cúpula do céu, Poseidon enviou seu filho Pégaso, o cavalo alado, para golpear o topo de Elikona com seu casco e enviar a montanha de volta à Terra.
A partir do golpe do cavalo, a água começou a jorrar, resultando na criação de uma nascente chamada Hipócrina e até hoje ela está localizada em Elikonas, a uma altitude de 1280 metros, onde se encontram o santuário e o altar de Zeus.

Assim, as 9 Pierides, filhas do rei, apavoradas com o poder das Musas, calaram-se e aceitaram a derrota.
Porém, as Musas, enfurecidas porque as mulheres mortais questionaram a sua superioridade, transformaram-nas em abutres selvagens, de modo que choraram pelo resto de suas vidas com vozes horríveis!

Por fim, digamos que até hoje se usa o termo “Musa” para designar uma pessoa que inspira um artista!


QUEM SÃO AS  NOVE MUSAS DA MITOLOGIA GREGA?

A princípio, as musas da mitologia grega apareceram primeiramente na obra Teogonia, do poeta grego Hesíodo. Nesse sentido, o autor narra em seus versos que somente se tornou poeta por influência das musas. 
Assim, em sua poesia, ele descreve a origem e as particularidades de cada musa que compõe a tradição grega.
As musas são companheiras dos reis, porque elas que lhes dão a inspiração de que os presidentes precisam para que seus discursos tenham as palavras precisas e para que possam ter a lucidez necessária para exercer suas funções do governo e beneficiar seu povo.

Logo em seguida, descreve-as com detalhamento. Por fim, conheça-as a seguir:


CALÍOPE

A maior e a mais respeitada de todas as musas.
Ela é considerada a musa da poesia épica, da retórica e geralmente a musa das artes plásticas.
O seu nome vem do grego 
“Καλλιόπη” ( καλόζ = beleza + όψη = face/aparência) e significa aquela com a bela face .

Calíope era geralmente invocada pelos rapsodistas
 (pessoas que compunham
 trechos literários) para inspirá-los.
E foi isso que Homero fez, ele inicia os seus poemas homéricos invocando a musa da poesia épica.
Por esse motivo, essa musa é frequentemente representada com a Ilíada e a Odisséia em suas mãos.
Calíope, a musa mais velha dentre as irmãs da mitologia grega
Em primeiro lugar, Calíope era a primogênita de Mnemosine e Zeis. Sendo assim, inspirava a eloquência e fluidez, o que Hesíodo descreveu como característica fundamental para que ela fosse responsável pelos reis.

Seus símbolos eram a tabuleta e o buril, mas por vezes pode ser vista portando um poema épico.
Por fim, sua posição como irmã mais velha é identificada pelo uso de grinaldas e até coroas de ouro.Com uma mão empunha uma trombeta e com a outra, um poema épico. Foi amada por Apolo, com quem teve dois filhos: Himeneu e Iálemo. E também por Eagro, que desposou e de quem teve Orfeu, o célebre cantor da Trácia.

Na tradição de Hesíodo, ela recebe a tarefa de acompanhar os reis para que seus discursos fossem fluentes, mais belos e assertivos e para que, deles, fluam as melhores palavras, as mais belas e com um senso de oportunidade. É por isso que Calíope é repetidamente representada usando uma coroa de ouro, porque ela viveu entre reis. Além disso, ela também ostenta uma guirlanda por seu papel principal em comparação com o de suas irmãs.

CLIO

A protetora da história.

Seus símbolos são a trombeta que ela segura na mão direita, para anunciar os feitos memoráveis ​​e o livro de história que ela segura na mão esquerda.

Seu nome vem da palavra “κλέος“( cleos) que em grego moderno significa glória.

Clio, era a musa da História, seu nome significa “proclamadora”. Sendo símbolos seus o clarim heroico e a clepsidra. Costumava ser representada sob o aspecto de uma jovem coroada de louros, tendo na mão direita uma trombeta e na esquerda um livro intitulado Tucde.

Dentre as 9 musas do Olimpo essa é a responsável pelas celebrações, por conferir títulos e famas aos indivíduos, inclusive aos semideuses. . Em contrapartida, ainda tem associação com a implantação do alfabeto fenício na Grécia Antiga.

Ela deu à luz a Jacinto através de uma união com Pierus, o rei da Macedônia.

EUTERPE

 
A Musa da arte canalizada e da música em geral, da alegria e do amor.
Muitos a chamam de doadora de alegria.

Seu nome vem das palavras ευ + τωνπω que significa a agradável.
Geralmente é representada tocando flauta e perto deles está o amor e a cantora tetitta 
(cigarra).

Euterpe, a musa da música e inventora da flauta

Euterpe era a musa da poesia lírica e por consequência da música.e tinha por símbolo a flauta, sua invenção. Ela é uma jovem que aparece coroada de flores, tocando o instrumento de sua invenção. Além disso, é descrita como uma jovem alegre, carregando uma coroa de flores e rodeada de instrumentos ou partituras.

No entanto, muitos estudiosos afirmam que foi Athena quem inventou a flauta dupla ou os aulos . Apesar dessa divergência, Euterpe é a protetora dos flautistas.

Seu nome significa 
“muito agradável” “bom humor”, que se refere ao seu bom caráter.

TÁLIA

Uma musa engenhosa que também descobriu a geometria e a arquitetura.
Como uma deusa de bom humor, ela participava de banquetes, mas ia embora assim que começasse o 
“coma” (κώμος), que era o astuto e lúdico ritual em homenagem ao deus Dioniso, cheio de música e bebidas.

Por sua ligação com a poesia bucólica 
(canções folclóricas), ela é retratada sorrindo, com uma coroa de hera, uma máscara de teatro na mão esquerda e uma barra na direita, vestindo uma túnica, que simboliza a música folclórica.
Seu nome vem do verbo thallo
 (“Θάλλω”) que significa florescer.

Sobretudo, dentre as musas da mitologia grega é Tália quem personifica a comédia e a festividade. Nesse sentido, costuma ser responsável por inspirar artistas circenses e atores que trabalham com entretenimento. No geral, é representada carregando uma máscara cômica e portava ramos de hera, É mostrada, por vezes, portando também um cajado de pastor, coroada de hera, calçada de borzeguins e com uma máscara na mão, mas também é possível vê-la com ferramentas como um clarim, ou porta-voz, instrumentos que serviam para sustentar a voz dos autores na comédia antiga.

MELPÔMENE

A musa da tragédia, geralmente representada com uma faca ou espada em uma das mãos e uma máscara da tragédia na outra.
Melpômene aparece em todas as pinturas com a feição de raiva, com uma coroa de louros, segurando um morcego nas mãos.
E frequentemente nas pinturas de cerâmica ela está perto do deus do drama, Dionísio.
De acordo com Apolodoro, Melpômene era a mãe das sereias, que eram criaturas perigosas da mitologia grega.

O trágico mito: musas contra sereias
Certa vez em Creta houve um concurso de música entre as musas e as sereias, com as musas tendo a vitória absoluta.
As sereias eram criaturas da mitologia grega que atraiam navegantes pela sua doce canção e os faziam naufragar.
Para punir as sereias, que tiveram a audácia de competir com elas, as musas cortaram as suas asas, fazendo com que caíssem no mar e se afogassem.
Então, numa demonstração de força, as Musas seguraram as asas cortadas e as transformaram em coroas para suas cabeças.
Melpômene recusou-se a usar a coroa, lamentando assim a morte de suas filhas.

Ao contrário de sua irmã, Melpômene representa a tragédia entre as mudas da mitologia grega. Sendo assim, carrega consigo a máscara trágica e folhas de videira. para representar o oposto complementar de sua irmã Talia.

O significado do seu nome é 
“coro”. Seu símbolo é a máscara da tragédia e ela é representada sempre usando coturnos bem gastos Em algumas representações, ela também aparece portando um bastão ou uma faca em uma das mãos, e a máscara da tragédia na outra.

Por outro lado, ainda apresenta as feições rígidas e tende a estar bem vestida. Em resumo, seu nome significa 
“o melodioso”, o que a associa ao gênero do melodrama e também às tragédias gregas.

Empunhava a maça de Hércules e era oposto de Tália. O seu aspecto é grave e sério, sempre está ricamente vestida e calçada com coturnos.

Ela é a deusa da tragédia, mas era conhecida como a deusa do canto, porque seu nome significa
 “o melodioso”. É a musa por excelência do teatro, graças ao fato de que, na Grécia, a tragédia foi o gênero favorito a ser representado.

Alguns especialistas acreditam que Melpómene é a imagem da frustração, porque um mito diz que ela tinha tudo para ser feliz: riqueza, beleza e homens a seus pés.


TERPSÍCORE

A musa da poesia lírica, da dança e dos coros dramáticos.
É retratada com uma coroa de louros e uma faixa na cabeça, dançando alegremente, com uma harpa na mão direita.

Seu nome vem do verbo τέρπω (dar prazer a alguém) +χορός (dança) que significa dar prazer através da dança.
Seu emblema era a flauta, a lira e o triângulo.

Terpsícore era a musa da dança, também fazia parte do coral com suas irmãs e portava a cítara ou lira. Desse modo, sua representação a envolve em roupas leves e por uma coroa de grinaldas, e em constante movimento.tocando uma lira, ao som da qual dirige a cadência dos seus passos.

O seu nome significa
 “delícia de dançar”. De acordo com algumas tradições e culturas, Terpsícore é a mãe das sereias, sendo que Aquelau, o deus ribeirinho, é o pai.

ÉRATO

Protetora do casamento e do amor, também a musa da poesia lírica erótica e dos hinos aos deuses.
Geralmente, ela aparece nas pinturas usando uma coroa de rosas.

Seus símbolos eram vários instrumentos de cordas da antiguidade, como o formigx e o barbitus, que eram variantes da lira.
Seu nome vem da palavra amor.

Érato, a musa do erotismo e dos desejos
Érato é a musa dos versos eróticos, representada como uma jovem ninfa coroada de mirto e rosas. Nesse sentido, ficou conhecida por inspirar o amor e o desejo em artistas, trazendo novas emoções às invenções. Com a mão direita, segura uma lira e, com a esquerda, um arco. Ao seu lado, está um pequeno Amor, que beija os seus pés.

Seu nome significa
 “adorável” e ela é representada por uma lira e tons de rosa ou vermelho.

POLÍMNIA

Ela é a Musa da poesia sagrada, a quem são atribuídos dois papéis, pois o seu nome tem duas etimologias diferentes.
O papel mais antigo a apresenta como a protetora dos hinos cantados em homenagem aos heróis e aos deuses e é atribuído às palavras poli (Πολύ= muitos) + hino (ύμνος).

De acordo com a versão mais recente, ela é a musa do aprendizado e da memorização, um papel devido às muitas palavras e menções.
No entanto, no final da época romana, ela era adorada como a protetora da mímica e da meditação.

Ela geralmente aparece nas pinturas com uma longa capa branca, uma coroa de louros e pérolas e uma lira nas mãos.

Polímnia era a musa dos hinos sagrados e da narração de histórias. Costuma ser apresentada em atitude pensativa, com um véu, vestida de branco, em uma atitude de meditação, com o dedo na boca. Seu nome significa “Muitas Canções”.

Vale lembrar que Polímnia é também considerada a musa da dança. Porém, existem versões que a colocam ao lado de sua irmã Terpsícore. Contudo, nessas narrativas Polímnia inspira uma dança sagrada, ao contrário da irmã. É também aquela que inspira pantomima, poesia lírica e sagrada. Em alguns mitos, explica-se que foi ela quem ensinou agricultura aos homens.

URÂNIA

Musa da astrologia e astronomia.
O seu nome em grego é “Ουρανία“, que vem de “Ουρανός” (Ouranos, que significa “céu”).

Urânia, a mais nova dentre as musas da mitologia grega
Por fim, Urânia costuma ser apresentava como a última irmã dentre as musas da mitologia grega.

Urânia era a musa da astronomia, tendo por símbolos um globo celeste e um compasso. Com um vestido azul-celeste, coroada de estrelas e com as duas mãos segurando um globo, que ela parece medir, ou então tendo ao seu lado uma esfera pousada uma tripeça e muitos instrumentos de matemática.
 
Urânia era a entidade que os astrônomos/astrólogos pediam inspiração. Além disso, os gregos antigos afirmavam que Urânia tinha poderes divinatórios.O nome dessa musa significa “Rainha das Montanhas”.

Vale lembrar que as nove musas do Olimpo nada mais eram do que divindades da primavera. Foi somente com o passar do tempo que começaram a ser chamadas de deusas das inspirações humanas.

O fato é que a mitologia grega está presente nos dias atuais muito mais do que imaginamos. Imagine que talvez o teatro e o cinema nem existissem sem essas divindades, ou seriam totalmente diferentes do que conhecemos.


16. Têmis, 
a deusa da justiça

Significado do nome Têmis: “lei da natureza”
Símbolos: Balança

Filha de Urano e Gaia, a titânide Têmis era guardiã dos homens e da lei. Ela era a representação do juramento das regras entre os homens.

De acordo com o mito, Têmis foi a segunda esposa de Zeus, antes de Hera e depois de Métis. Ela foi uma mentora do rei do Olimpo e ensinou muito a ele durante o matrimônio. Juntos, tiveram mais de dez filhos, entre eles, Astreia, Talo, Dice e Eupória.

Têmis é geralmente representada com uma balança, o símbolo do equilíbrio, e com os olhos vendados, para simbolizar a justiça.

17. Téia, 
a deusa da luminosidade

Significado do nome Téia: “deusa”, “divina”
Símbolos: Olhos

Poucos escritos são encontrados a respeito da titânide Téia, filha de Urano e Gaia. O que sabemos é que era a personificação da luminosidade. Ela desposou seu irmão Hiperião e juntos tiveram importantes filhos para outras histórias da mitologia grega.

Téia e Hiperião geraram Eos, o deusa do amanhecer, Hélio, personificação do Sol e Selene, personificação da lua. Também é dito que Téia foi quem criou as pedras preciosas e que possuía um templo oracular na cidade de Tessália.
A representação das mulheres na mitologia grega

Um estudo apresentado pela investigadora Dessa Meehan da Western Washington University revela que a representação das deusas na mitologia grega era uma forma que os homens daquela sociedade tinham de controlar as mulheres e impedirem com que elas buscassem independência.

Além da representação negativa das deusas mais poderosas, que normalmente possuíam características de manipuladoras e vingativas, mitos como o de Pandora (que levou a queda da humanidade) e de Helena de Troia (que causou uma guerra épica) eram uma forma de manter o poder masculino e alertar aos homens sobre os perigos de permitir com que as mulheres saíssem da reclusão.

Ainda hoje, a cultura da Grécia Antiga influencia a nossa sociedade e utilizamos palavras e expressões que vieram da mitologia. Em relação aos mitos das deusas gregas possuímos nomes como Afrodisíaco (de Afrodite), Música (proveniente da musas) e ninfomaníaca (em relação às ninfas).
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Mitologia grega: 
os 20 principais mitos da Grécia Antiga

A mitologia grega é formada por um conjunto de histórias e relatos fantásticos que fizeram parte da vida diária dos povos de língua grega entre o século VIII a.C. e o século IV d.C. Essas histórias explicam, entre outras coisas, a origem da vida, dos deuses e dos homens e servem de base para as crenças dos gregos na Antiguidade.

1. O mito grego de criação do mundo


Toda mitologia explica como nasceu o mundo. Na mitologia grega não é diferente. O que deu início a tudo que conhecemos? Qual o princípio do universo?

Para os gregos, no início de tudo só havia trevas, habitadas por duas entidades primordiais: Érebo, a personificação da escuridão, e Nyx, a própria noite. No meio do vazio original, só existiam essas duas entidades irmãs, filhas do Caos. E teria continuado assim não fosse a sua separação, que resulta na divisão entre a Terra
(Gaia) e o Céu (Urano).

Quando Nyx e Érebo se separam, também nasce Eros, o deus do amor. Segundo o historiador Pierre Grimal, é o amor que "assegura a coesão do universo nascente". No princípio da existência, para os gregos, havia o amor. Bonito, né?

2. O nascimento dos 12 Titãs

Na continuação dessa lenda, conhecemos como nasceram os Titãs, as divindades poderosas que precederam os deuses do Olimpo. Portanto, antes de Apolo, Atena e companhia, da união entre Gaia e Urano surgiram 12 criaturas elementares: Têmis, Febe, Tétis, Mnemosina, Teia e Reia (do lado feminino) e Crio, Hiperião, Jápeto, Ceos, Oceano e Cronos (do lado masculino).

Também surgiram do enlace da Terra com o Céu criaturas monstruosas como os Ciclopes (que personificam o relâmpago) e os gigantescos Hecatônquiros.

3. O mito de Cronos, 
o deus que devorava seus filhos


Urano não gostava de seus filhos e não queria que eles saíssem da Terra. Isso provocou a ira de Gaia, que convocou seus filhos a se rebelarem contra o pai. Só Cronos atendeu ao chamado.

Munido de uma foice dada por Gaia, na primeira oportunidade Cronos perfurou Urano no seu órgão sexual, de onde jorrou sangue que fecundou a Terra. Assim nasceram os Gigantes, as Erínias (entidades punitivas) e as ninfas Melíades. Algumas gotas de sangue caíram no mar, dando origem a Afrodite, deusa do amor e da beleza.

Mas Cronos não cumpriu com sua palavra. Ele não libertou seus irmãos das profundezas da Terra (Tártaro) e passou a reinar sozinho. Devido a uma profecia de Gaia, que dizia que o reino de Cronos terminaria pelas mãos de um de seus filhos, sabe o que ele decidiu fazer? Comer todos eles. Sempre que a esposa de Cronos (Reia) dava à luz algum filho, o pai ia lá e devorava o recém-nascido.

Mas não deu certo com o caçula, Zeus. Com ajuda de Gaia, Reia conseguiu enganar Cronos e proteger o filho da fúria insana do pai, escondendo-o numa caverna na ilha de Creta. Mais tarde, a profecia iria se cumprir, com Zeus assumindo definitivamente o trono.


4. Titanomaquia ou Guerra dos Titãs


Mas para Zeus chegar lá, teve muita confusão. A Guerra dos Titãs, que durou 10 anos, pôs frente a frente os deuses do Olimpo e os Titãs para ver quem iria controlar os céus. Zeus foi esperto e, com o uso de uma poção mágica, conseguiu fazer Cronos vomitar os filhos que havia devorado. Esses filhos, obviamente, aliaram-se a Zeus contra o pai.

Algumas guerras são decididas nos detalhes. E no caso da Titanomaquia, a estratégia vencedora foi a iniciativa de Zeus de trazer à superfície as criaturas monstruosas presas nas profundezas do Tártaro para engrossar suas fileiras. A guerra terminou com a vitória de Zeus, que se tornou o deus supremo, soberano do Olimpo. Os Titãs, por sua vez, foram encarcerados no Tártaro.


5. O mito de Pandora



Pandora é a primeira mulher na mitologia grega. Ela foi enviada por Zeus à Terra como um presente para os homens. Na sua ida à Terra, Pandora levou consigo uma caixa e recebeu dos deuses a advertência de jamais abri-la. Ela não sabia, mas dentro da caixa havia todos os males que podemos imaginar, como guerras, pestes e fome. Detalhe: até então, o mundo dos homens era regido pela paz.

Mas a curiosidade de Pandora falou mais alto. Passado um tempo, ela abriu a caixa, deixando escapar tudo o que havia lá dentro. Ela ainda tentou desfazer o erro, voltando a fechar a caixa, mas já era tarde. A única coisa que restou lá dentro foi a esperança.


Caixa de Pandora: 
como a curiosidade arruinou a humanidade

A Caixa de Pandora é um mito grego sobre a chegada da primeira mulher à Terra (Pandora) e o surgimento de todos os males do mundo, como os vícios, as guerras e as doenças.

Segundo o mito, Pandora foi um instrumento da ira de Zeus contra Prometeu, que havia roubado o fogo divino para dar aos homens. Como punição, Zeus enviou a bela Pandora de presente ao irmão de Prometeu, Epimeteu. Contra todos os conselhos do irmão, Epimeteu aceitou o presente divino e casou-se com Pandora, com quem teve filhos.

Mas Pandora não veio só. Com ela, foi enviada uma caixa misteriosa que não deveria ser aberta em hipótese alguma. Certo dia, porém, cedendo à curiosidade, Pandora abriu a tampa da caixa, liberando todos os males do mundo. Quando se deu conta do erro que havia cometido, ela fechou a caixa. Mas lá dentro só havia restado a esperança.

Significado do mito da Caixa de Pandora

O mito da Caixa de Pandora sugere que, apesar de todos os males e todas as angústias, ao menos podemos nos apegar à esperança, "a última que morre".

Faz parte da curiosidade humana querer saber como e por que as coisas acontecem no mundo da maneira como elas ocorrem.

Muitos mitos, em diferentes culturas, tentam explicar os primórdios dos seres humanos e por que há coisas más como doenças, ódio e guerras no mundo. Em vários deles, esses males são liberados porque os humanos desobedeceram aos deuses, como no mito de Pandora, que nos mostra como a curiosidade, que nos incentiva a aprender e a explorar, também pode nos trazer resultados negativos.

O surgimento dos mortais


O mito da Caixa de Pandora começa com a história de Zeus, Prometeu e Epimeteu, em uma época onde não existiam mortais, apenas deuses e titãs.

Prometeu e seu irmão Epimeteu eram titãs, que juraram lealdade à Zeus e aos deuses olímpicos e ficaram ao seu lado durante a guerra entre os titãs. Como recompensa por sua lealdade, Zeus deixou que Prometeu e Epimeteu criassem as primeiras criaturas para viver na Terra. Epimeteu criou os animais e deu a cada um uma habilidade especial e uma forma de proteção.

Prometeu demorou mais tempo, moldando o homem do barro e da água, e quando ele terminou já não havia sobrado nenhuma proteção para dar ao homem, pois seu irmão havia usado todas. Mas Prometeu sabia que o homem precisava de algo para se proteger e perguntou à Zeus se ele poderia deixar o homem utilizar o fogo.

Zeus negou seu pedido, dizendo que o fogo pertencia apenas aos deuses. Porém Prometeu, convencido de sua ideia, roubou o fogo dos deuses e entregou aos homens.

Pandora: 
a primeira das mulheres

Prometeu foi punido pelos seus atos sendo amarrado em uma montanha, onde todos os dias uma águia comia seu fígado, que crescia novamente durante a noite. Mas Prometeu não foi o único a ser punido. Zeus acreditava que os humanos também tinham culpa por aceitarem o dom do fogo de Prometeu, e, para punir o homem, Zeus criou a primeira mulher, que foi chamada de Pandora.

Ela foi moldada para se parecer com a bela deusa Afrodite, e recebeu diversos dons de todos os deuses, como a sabedoria, beleza, bondade, paz, generosidade e saúde.

Zeus então a enviou para a Terra para ser esposa de Epimeteu, e embora Prometeu o tivesse alertado para nunca aceitar presentes dos deuses, o titã ficou encantado com a beleza da mulher e quis se casar com ela de qualquer maneira.


Caixa de Pandora: 
a maldição dos deuses


Como presente de casamento, Zeus deu uma caixa para Pandora, mas advertiu que ela nunca poderia abri-la. Pandora, que foi criada para ser curiosa, não pode ficar longe da caixa, e depois de muito resistir, sucumbiu ao desejo de abrir o presente.

Nesse momento, coisas horríveis saíram da caixa, incluindo a ganância, inveja, ódio, dor, doença, fome, pobreza, guerra e a morte.

Quando Pandora viu o que havia feito, rapidamente ela fechou a caixa, deixando apenas uma coisa dentro. Pandora então escutou uma voz chamando-a da caixa, suplicando que fosse solta. Epimeteu concordou que nada que estivesse dentro da caixa poderia ser pior do que os horrores que já haviam sido liberados, então eles a abriram mais uma vez.

Tudo o que restava na caixa era a esperança, que voou da caixa, tocando as feridas criadas pelos males e curando-as. Embora Pandora tenha liberado dor e sofrimento no mundo, ela também permitiu que a esperança surgisse na humanidade.

Porém, esse mito tem muitas versões, e em uma delas Pandora não teria aberto novamente a caixa, e por isso a esperança permanece até hoje guardada.

Por que havia Esperança na 
Caixa de Pandora?

Muito se questiona sobre a presença da Esperança junto aos males, na Caixa de Pandora. Na maioria das vezes ela é interpretada por um lado positivo, pois nossa Esperança estará sempre guardada conosco, nos impedindo de desistir. Daí surge o famoso ditado que diz que “a esperança é a última que morre”.

Porém, Nietzsche trouxe uma nova interpretação ao mito, onde a Esperança também seria uma forma de punição dos deuses, pois assim, por mais torturados que eles fossem, eles teriam esperança de que iria melhor e assim continuariam a se deixar torturar.


O que esse mito nos conta

A história da Caixa de Pandora é um mito de origem, ou seja, a tentativa de explicar o início de algo. Os antigos gregos usaram esse mito não apenas para alertar sobre as fraquezas do homem, mas também para explicar as coisas terríveis que acontecem à humanidade, como a doença e a guerra.

O mito de Pandora nos conta que o homem vivia em um mundo sem preocupação, e os males foram causados por causa da desobediência humana sobre as instruções de Deus. Essa história se repete em diversas outras culturas, como em Adão e Eva, onde Eva ao desrespeitar as regras de Deus e comer a maçã, fez com que os homens fossem expulsos do paraíso.


6. O mito de Prometeu

A história de Prometeu é uma das mais famosas da mitologia grega. Prometeu é um titã de segunda geração que participou da batalha contra os deuses, vencida por Zeus. E foi este mesmo Zeus quem condenou Prometeu a um dos destinos mais terríveis que se possa imaginar. O crime? Roubar o fogo dos deuses e compartilhá-lo com os homens.

O castigo a que Zeus condenou Prometeu é horripilante. Todos os dias uma água devoraria o fígado do indefeso titã, acorrentado a uma rocha. Para piorar, o martírio se repetiria diariamente, já que o fígado se reconstituiria durante a noite, ficando novinho em folha para águia repetir o serviço no dia seguinte. Consegue imaginar um castigo pior?

7. Apolo: 
luta contra Píton e fundação do Oráculo de Delfos

Apolo era filho bastardo de Zeus. Seu nascimento já não foi nada fácil, já que Hera, a esposa legítima do deus dos deuses, fez de tudo para atrapalhar o parto da pobre Leto, mãe de Apolo. No final das contas, acabou dando tudo certo, e Apolo, com apenas um ano de vida, teve de enfrentar um novo desafio enviado por Hera: a serpente Píton.

O encontro se deu próximo ao Monte Parnaso, quando Apolo procurava um local para instalar seu santuário. Mas Apolo era um arqueiro formidável, e bastou uma flecha certeira para derrubar o dragão. No local onde se deu a batalha foi fundado o Oráculo de Delfos, onde a sacerdotisa Pítia realizava as suas previsões.

8. Afrodite, Helena 
e a Guerra de Troia


A relação da deusa Afrodite com a Guerra de Troia é bem curiosa. Tudo começou com um concurso, promovido durante o casamento do herói Peleu com a deusa Tétis, para saber quem era a deusa mais bonita do mundo. Concorriam Hera, Afrodite e Atena. Cada uma prometeu algum benefício ao juiz, Páris, príncipe de Troia, que acabou escolhendo o suborno oferecido por Afrodite: a mulher mais bonita do mundo.

Porém, a mulher mais bonita do mundo, a semideusa Helena, já era casada, e com ninguém menos do que Menelau, rei de Esparta. Findo o concurso, Páris foi buscar o seu
"presente" - na verdade, foi sequestrar Helena. Revoltado, Menelau, junto de seu irmão Agamenon e outros aliados gregos, partiram para Troia para tentar recuperar Helena. Eis o início da guerra.

Será que foi Afrodite 
a responsável pela Guerra de Troia?

A Guerra de Troia é uma das mais conhecidas guerras do mundo antigo. Esse conflito entre gregos e troianos durou 10 anos, e foi a causa da destruição da cidade-estado de Troia.

Muitas histórias e mitos contam sobre o inicio da Guerra de Troia, e apesar de muito se falar do rapto de Helena como principal causa, um famoso mito grego conta que teria sido a intervenção de sua meia-irmã, a deusa  Afrodite
, que iniciou a tão conhecida guerra.

A mais bela entre as mulheres

Quando o casamento de Peleus (Rei da Tessália) e Thetis (uma Ninfa) foi anunciado, todos os deuses foram convidados, exceto Éris, a deusa da discórdia. Ela ficou furiosa com isso e para estragar a festa colocou uma maçã de ouro na mesa do banquete, com uma nota que dizia “para a mais bela”.

Nesse momento, Hera, Afrodite e Atena agarraram a maçã, insistindo que mereciam a fruta. Zeus interveio para evitar uma briga e, como ninguém na festa queria decidir qual das deusas merecia a maçã, ele sugeriu que Paris, o mais belo entre os homens, resolvesse a disputa.

Paris esteve diante de três das mais poderosas deusas do mundo, e todas clamavam por sua atenção, para que ele decidisse. As três concorrentes tentaram subornar Paris: Hera lhe ofereceu riqueza e poder e Atena ofereceu sabedoria e habilidade.

Afrodite, que conhecia muito dos desejos dos homens, prometeu o amor da mulher mais bela entre as humanas, o que causaria a inveja de todos os seus irmãos. Paris adorou a ideia, pois seus irmãos sempre o trataram como tolo, e aceitou a oferta, declarando Afrodite como a mais bela de todas.

Com essa escolha, Paris ganhou a amizade de Afrodite, porém também conseguiu duas inimigas mortais: Hera e Atena.

A fuga de Helena e Paris

O tempo passou e Paris estava impaciente à espera de sua noiva, então ele saiu acompanhado de Eneias, filho de Afrodite, para encontrá-la. Os ventos os levaram à Esparta, onde o rei Menelau e a rainha Helena, meia-irmã de Afrodite e a mais bela mortal, os acolheram.

Durante a permanência de Paris em Esparta, Menelau foi convocado para participar do funeral de seu avô em Creta, deixando Helena para entreter os convidados. Na manhã seguinte, Paris partiu de volta à Troia, levando consigo Helena, que estava sobre encantamentos de Afrodite para acreditar que Paris era seu marido.

A revolta do rei de Esparta
 e o início da Guerra

Então, chegou aos ouvidos do rei de Esparta que sua mulher havia sido sequestrada por Paris, o príncipe de Troia, e logo Menelau foi atrás de sua esposa para resgatá-la. O rei de Esparta convocou os outros reis da Grécia para o ajudar, e um grande número de guerreiros gregos partiu para Troia.

Afrodite manteve-se durante toda a Guerra ao lado de Paris e dos troianos, e interviu diversas vezes para os ajudar. Enquanto isso, Hera, que era inimiga de Paris, ficou ao lado dos gregos.

Esse é o modo como a mitologia grega explica o início desta guerra, que durou 10 anos e levou à destruição de toda a cidade-estado de Troia. Agora que já conhece esse mito, acha que a deusa Afrodite poderia estar por trás dessa famosa guerra?


Afrodite: 
a deusa grega do amor e da beleza


Afrodite foi uma das deusas mais adoradas da mitologia grega. Ela era a deusa do amor, da beleza e do sexo. A deusa era conhecida pelos romanos como Vênus, e geralmente era representada nua em pinturas e estátuas.

Muitos mitos rondam a deusa Afrodite, desde o seu nascimento até seus muitos amantes. Descubra agora mais detalhes dos mitos sobre a deusa Afrodite.

O nascimento da deusa grega: 
as duas histórias

Duas histórias dividem o mito sobre o nascimento da deusa Afrodite: a mais popular, contada pelo escritor grego Hesíodo, diz que Afrodite nasceu nas espumas do mar; a segunda, contada pelo escritor Homero, sugere que Zeus teve relações com Dione, a deusa das ninfas, e que Afrodite teria nascido desse caso.

De acordo com a versão mais comum, Cronos, deus do tempo e filho cruel de Urano, cortou os membros genitais de seu próprio pai e os lançou ao mar. A partir dessa mistura da carne de Urano com a espuma do mar nasce Afrodite, uma jovem e lindíssima mulher com cabelos dourados como o sol, olhos azuis como o céu e pele branca como a espuma.

Esse mito do nascimento de Afrodite inspirou a famosa pintura do artista renascentista Botticelli, da deusa em uma concha gigante.

O casamento forçado de Afrodite 
e seu amor por Ares

Esse mito começa com a história de Hefesto, marido de Afrodite.

Hefesto: 
da rejeição materna à vingança

Quando Hefesto nasceu, sua mãe Hera, esposa de Zeus, o lançou do alto dos céus, pois tinha vergonha da aparência de seu filho e suas deficiências.

Ele foi resgatado na Terra, e se tornou um mestre e ferreiro experiente. Para se vingar de sua mãe, ele enviou vários presentes para o Olimpo, incluindo um trono de ouro para Hera. Quando a deusa sentou-se sobre este trono amaldiçoado, ela ficou presa à ele.

Zeus pediu ajuda aos deuses para liberar sua mulher. Ele ofereceu a mão da deusa Afrodite em casamento ao deus que conseguisse trazer Hefesto ao Olimpo. Afrodite concordou com o acordo, pois acreditava que Ares, o deus da guerra, por quem era apaixonada, conseguiria tal ato. Ares tentou trazer Hefesto à força, mas não conseguiu.

A "conquista" de Afrodite

O deus Dionísio, então, sugeriu à Hefesto que ele poderia reivindicar Afrodite para si mesmo, se ele fosse libertar sua mãe. Ele aceitou a ideia e subiu ao Olimpo com Dionísio, liberou sua mãe e casou-se com Afrodite.

Porém, Afrodite teve que se casar contra sua vontade, pois não amava Hefesto e o achava muito feio. Por não aceitar seu casamento arranjado, ela o traía com Ares.

Descoberta da traição de Afrodite 
e exposição no Olimpo

Quando Hefesto soube das traições de Afrodite, ele preparou uma armadilha e capturou sua mulher com Ares na cama, usando uma rede de malha inquebrável. Ele então os levou para o monte Olimpo, para humilhá-los em frente aos outros deuses, porém, todos apenas riram dos amantes nus.

Hefesto conseguiu se vingar por meio da filha que nasceu do caso adúltero de Afrodite com Ares, chamada Harmonia. Ele amaldiçoou a menina e seus descendentes através de um colar como presente de casamento.

O cinturão dos encantamentos

Afrodite tinha um cinturão mágico, feito do mais fino ouro, que continha todas as suas graças e atrativos, seu sorriso sedutor, sua doce fala, a expressividade dos olhos e seu suspiro persuasivo. Com ele, ninguém poderia resistir aos seus encantos.

Conta o mito que, apesar de Hera e Afrodite serem inimigas e estarem em diferentes lados na Guerra de Tróia, a deusa do amor emprestou seu cinto a Hera.

Durante o conflito, que teve início por causa de uma competição de beleza entre Afrodite, Hera e Atena, Zeus tentou impedir o envolvimento dos deuses na guerra e queria evitar que eles chegassem a cidade de Tróia para lutar. Acontece que Hera, que estava ao lado dos gregos espartanos, não concordava com atitude do marido. Por isso, ela pediu emprestado o cinturão de Afrodite para atrair o marido e impedi-lo de executar o seu plano, permitindo assim que muitos combatentes troianos morressem.

Os amantes e os filhos de Afrodite

Afrodite era a deusa do amor e da sexualidade, então não é de se espantar que seu coração não pertencesse a um só homem. Apesar de Afrodite ser casada com Hefesto, a deusa se entregou a muitos homens e deuses, com os quais teve vários filhos. Veja abaixo alguns dos amores e filhos da deusa

Afrodite e Ares: Afrodite teve um longo caso de amor com Ares, que fez com que seu casamento com Hefesto fosse arruinado. Com ele, ela teve quatro filhos divinos: Eros, o cupido alado que sempre a acompanhava, os gêmeos Deimos e Phobos, e uma filha chamada Harmonia.

Afrodite e Dionísio: Dionísio, o deus do vinho, também teve um caso com Afrodite. Hera então amaldiçoou a deusa para que ela tivesse uma criança horrivelmente feia, como punição por sua promiscuidade. Esse filho foi Priapo, o deus grego da fertilidade.

Afrodite e Hermes: Afrodite também se envolveu com Hermes, filho de Zeus. Juntos eles tiveram um filho que era tanto do sexo feminino quanto masculino. A criança foi chamada de Hermafrodito, uma junção dos nomes dos pais.

Afrodite e Poseidon: Um outro amante de Afrodite foi Poseidon. Ela se deitou com o deus para agradecê-lo pelo seu apoio após a revelação de sua relação adúltera com Ares. Ela teve com ele duas filhas chamadas Rodes e Herophile.

A deusa e o mortal: 
o amor de Afrodite e Adônis

A ligação da deusa Afrodite com o mortal Adônis, segundo a mitologia, existe desde quando seu amado era um bebê. A história por trás desse mito é a seguinte:

A mãe de Adônis era a bela mortal Mirra, que o teve de uma relação incestuosa com seu pai. A deusa Afrodite sentia ciúmes da beleza da humana, e por isso fez com que a menina se deitasse com seu próprio pai, o rei Cíniras de Chipre. Quando Cíniras descobriu que ele havia sido enganado, perseguiu Mirra com uma espada, com a intenção de matar a ela e seu filho. Afrodite, arrependida de sua ação, rapidamente transformou a menina em uma árvore. Mirra deu à luz um menino meses depois.

Afrodite então escondeu o recém-nascido, Adônis, em um baú, e o entregou aos cuidados de Perséfone, rainha do mundo inferior. Quando Perséfone abriu o baú, ficou encantada com a beleza do bebê, e se recusou a devolvê-lo a Afrodite. As duas disputaram o menino até que Zeus resolveu o conflito decretando que Adônis deveria permanecer com Perséfone em uma parte do ano e com Afrodite em outra parte.

Por isso, de acordo com a mitologia, o inverno está associado ao tempo em que Adônis ficava no submundo, e a primavera ao tempo em que ele voltava novamente a Terra, fazendo tudo florescer.

Um dia, quando Adônis já era adulto, Afrodite foi atingida por uma das flechas de seu filho Eros, o cupido, e se apaixonou perdidamente por Adônis. O romance dos dois terminou de forma trágica, quando Adônis foi morto por um javali durante uma de suas caças. O local onde o corpo foi sepultado ficou conhecido pelo florescimento de uma cor vermelha cor de sangue, que passou a levar o nome de Adônis, o amado de Afrodite.

Afrodite e a Guerra de Troia


Um dos mais famosos mitos sobre a deusa Afrodite conta como sobre ela teria sido a responsável pela Guerra de Tróia, influenciando sua meia-irmã, Helena, a fugir com Paris.

Cavalo de Troia: 
a famosa estratégia de guerra usada pelos gregos

Já havia passado 10 anos do cerco à cidade de Troia, quando os gregos utilizaram a derradeira e vencedora estratégia de guerra ao presentear o inimigo com um enorme cavalo de madeira, o Cavalo de Troia.

Tudo começou quando o Príncipe de Troia, Páris, instigado pela deusa Afrodite, raptou Helena, a mais bela das mortais e esposa de Menelau, Rei de Esparta. Menelau, por sua vez, reuniu o exército grego e atacou Troia com o intuito de vingar-se de Páris e recuperar a esposa.

Depois de tanto tempo de guerra, os dois exércitos haviam perdido os seus principais guerreiros. Pelo lado de Troia, o príncipe Heitor, comandante do exército troiano, e o próprio Páris haviam perecido na luta. Para os gregos, Ájax, o Grande, e o herói mítico Aquiles estavam mortos. Mesmo assim, as batalhas continuavam e Odisseu, com a ajuda da deusa da Sabedoria, Atena, criou a armadilha que daria fim à guerra.

A estratégia

Troia era cercada por grandes muralhas que a protegiam e impediam a entrada dos inimigos. Após a morte de Heitor, os gregos simularam a sua retirada do território troiano fingindo rendição. O exército grego deixou como “presente” para os troianos, que eram conhecidos como domadores de cavalos, um enorme cavalo de madeira como símbolo de “paz”. Mas o cavalo, na verdade, era oco e estava cheio de soldados gregos.

Com o fim do cerco, os troianos acreditaram que tinham vencido a guerra e levaram o cavalo para dentro da cidade, onde festejaram longamente. Durante a noite, quando todos dormiam em Troia, os soldados gregos saíram do cavalo e atacaram a cidade. O resto do exército que estava escondido na Iha de Tenedos se juntou ao grupo de soldados para finalizar o saque.

Literatura

Apesar dos acontecimentos da Guerra de Troia terem sido narrados na Ilíada, a estratégia final nunca chega a ser mencionada, pois este poema de Homero se encerra no momento do funeral de Heitor.

O Cavalo de Troia é mencionado na Odisseia, também escrita por Homero. Onde se conta os desafios da viagem de Odisseu para a sua casa em Ítaca, após sair vitorioso da guerra. Porém, a última batalha da Guerra de Troia nunca é contada em detalhes por Homero. A estratégia apenas é falada pelo fantasma de Aquiles quando se encontra com Odisseu em Hades, o Mundo Inferior. Também é mencionada por Menelau conversando com Helena, já de volta à Esparta:

Eu que viajei muito e cheguei a conhecer muitos heróis, nunca meus olhos viram alguém como Odisseu. Que perseverança, e que coragem ele mostrou dentro do cavalo de madeira, onde estavam todos os mais bravos dos argivos esperando para levar a morte e a destruição aos troianos.

A estratégia só é contada séculos mais tarde por Virgílio em sua obra Eneida. No poema é contada a história de Eneias, um troiano que se salva durante a batalha do Cavalo de Troia e, posteriormente, se torna o fundador da cidade de Roma.

Os poetas arcaicos Arctino e Lesques também falaram do cavalo em suas obras, O Saque de Troia e Pequena Ilíada, respectivamente, porém os originais destas obras se perderam e não existem registros dos seus escritos. Muitos outros autores inspiraram-se nos versos de Homero e desenvolveram suas próprias versões dos acontecimentos da Guerra de Troia.

Mito ou realidade?

Não existem indícios da existência do enorme cavalo de madeira. Por muitos séculos sequer acreditou-se que a cidade de Troia teria existido.

Porém na segunda metade do século XIX, o historiador Heinrich Schliemann encontrou sinais de que um pequeno monte chamado Hisarlik
(“forte poderoso”, em turco) poderia ser o local da antiga Troia. Cruzou informações retiradas da Ilíada e de relatos de viajantes famosos, como o imperador Alexandre 
Magno

Após as escavações foi encontrado um caminho com nove cidades, nomeadas de Troia I a IX. Na cidade de Troia VI foi encontrada uma fortificação onde provavelmente aconteceu a guerra. Schliemann havia encontrado o palco da Guerra de Troia.

São muito poucas as evidências sobre os vários eventos relatados nos versos de Homero, não se sabe de verdade como a guerra foi terminada. Uma das teorias diz que pode ter ocorrido um terremoto que danificou as muralhas da fortificação e permitiu a entrada dos soldados.

Mas uma coisa não se pode negar, a versão mítica com o Cavalo de Troia é bem mais popular e inspiradora. Nas artes e na guerra. Para a historiadora Margarida Maria de Carvalho:

Ele foi um símbolo de guerra importante para os gregos. Há quem se refira a ele como o primeiro tanque de guerra da humanidade.


9. O mito de Aquiles, 
o herói quase invencível


Já que estamos falando da Guerra de Troia, vamos aproveitar para contar a história do herói Aquiles, o maior guerreiro grego de todos os tempos. Diz a lenda que, quando pequeno, sua mãe, Tétis, banhou o filho no rio Styx, que fica no submundo. Um mergulho nessas águas mágicas era o bastante para tornar alguém invencível. O problema é que nesse mergulho o calcanhar de Aquiles não se molhou, ficando desprotegido.

E não deu outra: após dominar a batalha, matando muitos guerreiros troianos, Aquiles acabou sendo atingido por uma flecha envenenada atirada por Páris, príncipe de Troia, vingando a morte de seu irmão Heitor.

Aquiles: 
conheça o herói durão com calcanhar de donzela

Quando se trata de heróis mitológicos, o primeiro nome que surge como maior guerreiro entre os helênicos é o de Aquiles.

Origem do herói

Aquiles já possuía uma longa história mesmo antes de nascer. Ele era filho de Peleu, rei dos mirmidões, com uma ninfa, chamada Tétis.

Uma profecia grega dizia que, um dos filhos de Tétis teria mais importância e grandeza que o seu próprio pai. O que fez com que Zeus e Poseidon, que disputavam a posse da ninfa, desistissem dela, obrigando-a a casar-se com Peleu.

Tétis temia que Aquiles, assim como seus outros irmãos, morresse precocemente. Então, ela o levou até o Hades
(mundo inferior), para que o banhasse nas águas do rio Estige, onde Aquiles se tornaria imortal.

Ao afundá-lo nas águas do rio mágico, Tétis o segurou pelo calcanhar, o que fez com que esta parte do seu corpo não fosse coberta pela proteção das águas do rio, tornando-o vulnerável.
Até hoje utilizamos a expressão
"calcanhar de Aquiles" quando nos referimos ao ponto fraco de alguém. Até mesmo em anatomia, é citado o "tendão de Aquiles", quando nos referimos ao tendão calcâneo, que liga o osso do calcanhar à musculatura na parte posterior das pernas.

Uma história grandiosa

Aquiles possuía exagerada beleza de rosto e de corpo e tinha cabelos dourados.

Ele foi entregue por seu pai a um centauro chamado Quíron, que o educou durante sua infância em artes, música, medicina e nas virtudes. Assim ele se tornou um grande guerreiro e adestrador de cavalos.

Na sua adolescência, seu pai o levou para o sábio Fénix, que também ensinava a Pátroclo, que se tornou o maior amigo de Aquiles.

Mais tarde, surgiu uma profecia que dizia que a vitória sobre Troia só viria se Aquiles estivesse lutando junto aos gregos.

Então sua mãe o enviou para a ilha de Ciros, onde reinava Licomedes. Lá, disfarçado de mulher para que não fosse para a guerra, Aquiles foi educado junto às filhas do rei.

Ao descobrirem esta profecia, os gregos enviaram Odisseu à corte de Licomedes para encontrar Aquiles. Odisseu se disfarçou de Mercador e ao perceber o interesse de uma das mulheres por uma das armas que trazia, ele logo descobriu o disfarce de Aquiles. Aquiles então concordou em lutar ao lado dos gregos na guerra.

Aquiles ao deixar o palácio do rei Licomedes, também deixou um filho, de nome Neoptólemo, no ventre de uma das filhas do rei chamada Deidamia.

Há também histórias em que Aquiles chegou a conhecer seu filho, e só partiu pra guerra alguns anos depois dele nascer.

A guerra que matou Pátroclo e Aquiles

Aquiles partiu para a guerra mesmo tendo sua mãe a tentar impedi-lo, por conta da profecia do oráculo em que ele morreria em Troia, caso matasse um dos filhos de Apolo. Mas Aquiles estava em busca de glórias e não deu ouvidos à sua mãe.

Aquiles convenceu seu pai a lhe dar uma grande frota de navios e muitos soldados. Junto a ele, embarcaram seu mentor Fénix e seu grande amigo Pátroclo, rumo a Troia.

Durante a viagem, como profetizado, Aquiles teve uma desavença com um dos filhos do deus Apolo, Tenes, terminando por matá-lo.

Após o inicio da guerra contra os troianos, Aquiles foi traído por Agamemnom quando este obrigou-o a devolver Briseida (que foi dada a Aquiles como prêmio pela vitória em uma batalha), ao seu pai. Aquiles então decidiu se retirar da guerra com seus homens.

Os gregos começaram a ser derrotados após a retirada de Aquiles. Os troianos, liderados pelo príncipe Heitor, encurralaram o exército grego e tomaram seu acampamento e navios. Então Pátroclo, se fazendo passar por Aquiles, reuniu o exército mirmidão e lutou junto aos gregos, afastando os troianos. Mas durante a batalha, Pátroco acabou sendo morto por Heitor.

Após descobrir que Pátroclo fora morto, Aquiles resolveu se vingar do príncipe troiano. Enfurecido, Aquiles reuniu seu exército e retornou à batalha para matar Heitor. Após vários cercos ao palácio troiano, Heitor finalmente decidiu enfrentar a ira de Aquiles.

Aquiles desferiu um golpe na garganta de Heitor, alcançando assim sua vingança pela morte de Pátroclo.

Aquiles arrasta o corpo de Heitor depois de derrotá-lo na batalha

Aquiles prendeu o corpo de Heitor ao seu carro de batalha, onde o arrastou por vários dias. O rei Príamo, pai de Heitor pediu, aos pés de Aquiles, que devolvesse o corpo do filho para o seu funeral.

Aquiles, comovido pela humilhação em que se submeteu o rei de Troia ao pedir o corpo de Heitor, concedeu o pedido e então concordaram em ter uma breve trégua para chorarem seus mortos.

Em uma das batalhas que pôs fim a Troia, Páris (irmão de Heitor), guiado pelo deus Apolo, conseguiu acertar uma flecha envenenada justamente no calcanhar de Aquiles.
Como esta era a única parte do seu corpo que não estava sob proteção divina, Aquiles acabou morrendo, dando fim à profecia do oráculo. Aquiles teve seu corpo enterrado junto aos restos mortais de seu grande amigo Pátroclo.

Sua história é contada até hoje

Na mitologia sobre Aquiles, muitas obras foram produzidas para nos contar sua história.

Podemos encontrá-las em esculturas, pinturas, literatura e até mesmo no cinema. Na obra Ilíada, de Homero, é onde encontramos os maiores feitos de Aquiles, principalmente durante a Guerra de Troia, mas há muitas outras obras sobre este herói grego, como em Aquilíada, escrita por Estácio, onde surge a mística sobre seu ponto fraco.

Outros autores como Sófocles e Ésquilo também escreveram sobre o herói.

A história de Aquiles, assim como quase todas nas mitologias, vem nos trazer diversos ensinamentos. E o principal é que "todo homem, por mais forte e grandioso que seja, sempre possuirá alguma fraqueza".


10. Odisseu 
e o Ciclope Polifemo

Após a Guerra de Troia, o herói Odisseu tomou o caminho de volta a sua terra natal, Ítaca. O problema foi chegar lá... No caminho, houve uma série de contratempos, entre os quais o encontro com o monstruoso ciclope Polifemo.

Desviados de sua rota, Odisseu e seus companheiros foram parar na ilha dos ciclopes. Explorando a ilha, eles encontraram uma caverna vazia. Mal sabiam se tratar da morada do gigantesco Polifemo. Quando o ciclope apareceu, flagrou os homens de Odisseu comendo suas comidas e ficou furioso. Dois dos intrusos foram jantados pelo ciclope naquela mesma noite.

Mas Odisseu era esperto. Certa noite, ofereceu vinho ao ciclope. Já embriagado, o monstro perguntou o nome de Odisseu, que respondeu "Ninguém". Polifemo pegou no sono, e Odisseu aproveitou o momento para fincar uma estaca no seu único olho. Quando o ciclope acordou, foi buscar ajuda nas outras cavernas, gritando "Ninguém está tentando me matar!".

Ora, se "ninguém" estava tentando matar Polifemo, nada mais natural que os outros ciclopes voltassem a dormir despreocupados. E foi assim que Odisseu e seus homens conseguiu sair da ilha dos ciclopes, retomando sua rota a Ítaca.

11. O mito de Atena e Aracne

Aracne era uma jovem tecelã muito talentosa. Ela era tão talentosa que, do alto de seu orgulho, chegou a dizer que suas habilidades na arte da tecelagem eram superiores à da deusa Atena. Ela foi desafiada por Atena para uma competição de tecelagem.

A deusa Atena criou uma tapeçaria mostrando os deuses. Já a mortal Aracne teceu uma tapeçaria igualmente bela, com imagens dos deuses seduzindo mortais. Os dois trabalhos ficaram magníficos, mas a deusa declarou-se vencedora. E é claro que ela não deixou barato. A audácia de Aracne foi severamente punida: foi transformada em aranha. Eis a origem do nome aracnídeo.


12. O mito de Perséfone, 
rainha do submundo

Perséfone era cobiçada por Hades, deus do submundo. Certo dia, quando a bela Perséfone colhia flores, Hades raptou-a. Deméter, deusa da agricultura e mãe de Perséfone, ficou desesperada. O desespero de Deméter resultou numa seca sem precedentes. Com isso, Zeus, pai de Perséfone, enviou Hermes ao submundo para convencer Hades a soltar sua filha.

Hades topou soltar Perséfone. Mas sem antes pôr em execução um plano infalível. Ele pôs um caroço de romã na boca da jovem deusa, fazendo com que ela jamais se esquecesse do submundo. Assim, todo ano Perséfone voltava ao submundo para ficar com Hades. A outra metade do ano ela passava com seus pais no Olimpo. O mito simboliza a mudança das estações do ano e o próprio ciclo da vida.


13. O mito da Medusa


Segundo o poeta Ovídio, a Medusa era uma sacerdotisa do templo de Atena. Uma das versões do mito diz que Poseidon, atraído pela beleza monumental de Medusa, violou-a. Isso infringiu a regra da castidade do templo, e Atena, em vez de dirigir sua fúria ao agressor, puniu a pobre vítima, transformando-a num terrível monstro.

Com dentes afiados e cabelos de serpente, a Medusa foi condenada à eterna solidão. Quem ousava olhar para seus olhos era transformado em pedra. Desafiado num torneio, o semideus Perseu atreveu-se a matar a fera. E para executar seu plano sem riscos, ele se guiou pelo reflexo de seu escudo, conseguindo se desviar do olhar petrificante da Medusa, que acabou decepada.

Conheça a história da Medusa, um 
dos monstros mais terríveis da mitologia grega

Na mitologia grega, a Medusa foi um monstro alado feminino, uma das três Górgonas, filhas das divindades marinhas Fórcis e Ceto. Sua imagem é chocante, já que possuía dentes afiados, uma língua longa e serpentes no lugar dos cabelos. Além disso, tinha o poder de transformar em estátua de pedra a pessoa que a olhasse diretamente nos olhos.

Habitante do Extremo Ocidente, bem próximo do reino dos mortos, a Medusa era motivo de terror para todos, fossem eles mortais ou imortais. Dizem as versões mais antigas do mito que apenas Poseidon teve coragem de se aproximar da fera. E acabou a engravidando.

Outro que foi ao encontro da Medusa, mas desta vez para matá-la, foi o semideus Perseu, filho de Zeus. Segundo uma das versões do mito, ele teria se utilizado do reflexo de um escudo dado pela deusa Atena para não olhar diretamente para os olhos da Medusa. Assim, privada de seu poder petrificante, ela foi decapitada pelo herói.

Até aqui, temos uma velha história entre o bem e o mal: o herói mata o monstro, livrando a humanidade de uma criatura terrível.

Mas as Metamorfoses do poeta romano Ovídio
(43 a.C.-18 d.C.) introduzem elementos ao mito da Górgona que nos fazem encarar a história de uma maneira bem diferente da convencional.

A outra história da Medusa: 
de vilã a sacerdotisa injustiçada

Muita gente pensa que a Medusa já nasceu monstro. E é isso que dizem as versões mais antigas do mito. Segundo o poeta grego Hesíodo (que viveu no século VIII a.C.), a Medusa era um monstro pertencente à geração pré-olímpica. Era, portanto, de uma divindade primordial e já nasceu com os atributos monstruosos que conhecemos.

Mas segundo a versão mais tardia de Ovídio, a Medusa passou por um processo de metamorfose. Ou seja: originalmente era uma mulher, e só depois, pelos motivos que vamos ver logo a seguir, ela se transformou em monstro.

Assim, a Medusa ressurge, nessa versão atualizada, como a mais bela sacerdotisa do templo da deusa Atena, uma belíssima ninfa, em nada semelhante à figura horrenda representada pelos artistas.

Os motivos pelos quais a bela Medusa teria se transformado em monstro divergem de acordo com o mito. Há uma versão que diz que a sacerdotisa era muito vaidosa e orgulhosa de seus belos cabelos. Atena, com inveja da beleza da outra, teria punido Medusa, transformando sua bela cabeleira num horrendo ninho de cobras.

A violação de Medusa e a fúria de Atena

Outra versão do mito diz que a ira de Atena teria sido motivada pelo fato de Poseidon, o rei dos mares, atraído pela beleza estonteante da sacerdotisa, ter estuprado Medusa dentro do templo sagrado dedicado a Atena. Por ocupar uma função de caráter religioso, Medusa tinha de se manter casta até que seu casamento fosse autorizado.

Essa versão, convenhamos, chega a causar escândalo. Quer dizer então que a Medusa se tornou uma das maiores vilãs da mitologia grega pelo fato de ter sido violada? Parece que sim. Em vez da cólera de Atena ser dirigida ao violador, quem acabou pagando pelo crime foi a própria vítima.

E a punição não foi nada branda. Antes bela, Medusa foi transformada numa criatura horrenda. Além disso, ganhou o poder de fazer virar pedra qualquer ser que ousasse dirigir um olhar a ela. Assim, a bela sacerdotisa que antes vivia rodeada de pretendes foi condenada à solidão eterna.

O triste fim do mito da Medusa

A forma como Medusa foi morta varia de acordo com o mito. Mas de uma coisa ninguém discorda: foi Perseu quem fez o serviço.

A versão mais famosa da lenda diz que foi Atena quem ordenou o assassinato da Medusa. Para fugir ao olhar terrível da Górgona, o herói guiou-se pelo reflexo do seu escudo polido e cortou a cabeça do monstro. Da ferida saíram Crisaor e Pégaso, filhos de Medusa e Poseidon.

A cabeça foi transportada até Atena, que a utilizou em seu escudo. A partir daí, todo inimigo que ousasse olhar para o escudo da deusa seria transformado em pedra. Perseu também colheu o cobiçado sangue do monstro, que tinha propriedades mágicas.

Isso porque a maldição de Atena também atingiu o sangue de Medusa. O sangue que corria do lado direito tinha poderes de cura, capaz de ressuscitar os mortos. Já o sangue que corria do lado esquerdo havia se transformado num veneno letal.

Outra versão da lenda diz que foi Polidetes, rei da ilha de Séfiro, quem mandou Perseu para matar a Medusa. O tirano era apaixonado por Dânae, mãe de Perseu. E a presença de Perseu atrapalhava os planos de Polidetes. Portanto, sob pretexto de querer dar a cabeça do monstro de presente de núpcias a Hipodamia, Polidetes tirou Perseu do caminho.

Na ausência de Perseu, Polidetes tentou estuprar Dânae. Por isso, quando regressou de sua jornada, Perseu usou a cabeça da Medusa para transformar o tirano em pedra.

14. O mito do rei Midas

Midas era um rei com muitas riquezas. Mas ele queria mais. Assim, na primeira oportunidade que teve, pediu ao deus Dionísio, que lhe devia um favor, a habilidade de transformar qualquer coisa em ouro. E foi assim que Midas ganhou o poder incrível de, com apenas um toque, transformar o mais simples objeto no mais precioso dos metais.

Mas essa dádiva logo se transformou em maldição. Quando foi montar no seu cavalo, o bicho virou uma estátua de ouro. O mesmo ocorreu com suas roupas quando foi se vestir. E a comida? Ora, ninguém pode comer ouro! Sorte que o deus foi bonzinho e topou desfazer a mágica. E Midas pôde voltar a viver normalmente.

15. O mito de Narciso e Eco

Sabe o adjetivo "narcisista"? Vem desse mito. Narciso era filho da ninfa Liríope, que consultando o oráculo descobriu que seu filho só viveria enquanto não se conhecesse. Quando cresceu, Narciso se tornou o mais belo dos rapazes. Recusou uma fila de pretendentes, inclusive a ninfa Eco, que devido a uma maldição imposta por Hera só era capaz de repetir o final das frases ditas por seu interlocutor. Desdenhada, Eco se isolou, definhou e morreu.

O jovem Narciso era tão belo, mas tão belo, que acabou se apaixonando por sua própria imagem refletida nas águas do rio. Por não poder consumar seu amor, desesperou-se. Segundo conta o poeta Ovídio, ele começou a esmurrar o próprio peito e se transformou em flor. Narciso foi punido por excesso de vaidade.

16. O mito de Sísifo

Obcecado pela ideia de enganar a morte, o rei de Corinto, Sísifo, acabou tendo o mais terrível dos destinos.

Ele chegou a enganar a morte duas vezes. Numa delas, o malandro conseguiu persuadir Hades e sua esposa Perséfone, que o deixaram voltar à vida. Sísifo só não escapou da terceira morte. É que dessa vez quem resolveu tomar um atitude foi Zeus, que condenou Sísifo ao castigo eterno de empurrar uma enorme pedra para o topo de uma montanha localizada no submundo. O problema é que, próximo do topo, a pedra sempre rolava para baixo, e Sísifo tinha retomar a tarefa desde o início.


17. O mito de Teseu 
e Minotauro

O Minotauro é fruto da relação entre Pasífae e um touro branco. O touro havia sido ofertado por Poseidon a Minos, rei de Creta e marido de Pasífae, com a condição de que fosse morto. Mas o touro era tão majestoso que Minos quis ficar com ele. Como punição, o deus dos mares fez com que a rainha se apaixonasse pelo touro.

A maldição de Poseidon gerou o Minotauro: uma criatura com corpo de homem e cabeça e cauda de touro. Minos contratou o arquiteto Dédalo para construir um labirinto para abrigar o monstro devorador de gente.

Enquanto isso, um dos filhos de Minos foi morto por cidadãos atenienses durante os jogos. Para reparar a perda, Atenas concordou em enviar, a cada nove anos, sete rapazes e sete donzelas para serem abandonados no labirinto e servirem de refeição ao Minotauro.

O herói ateniense Teseu, que fez parte do terceiro tributo, foi a Creta determinado a acabar com essa história sangrenta. E para isso, ele contou com o auxílio da meia-irmã da besta, Ariadne. Ela deu a Teseu um novelo de lã, que ele usou para não se perder no labirinto. Conforme Teseu avançava nos corredores do labirinto, ia desenrolando o novelo. E foi assim que o herói matou o Minotauro e, seguindo o fio de Ariadne, saiu do labirinto são e salvo.

18. O mito de Ícaro


O mito de Ícaro é, na verdade, uma continuação do anterior. Quem sugeriu a tática do novelo a Ariadne foi o próprio idealizador do labirinto, Dédalo. Quando Minos descobriu a traição, mandou encarcerar no labirinto Dédalo e seu filho Ícaro.

Mas Dédalo era um inventor nato e logo encontrou uma forma de sair dali. Usando penas de pássaros e cera, ele construiu dois pares de asas. Com elas, eles poderiam voar através da alta janela de um dos corredores do labirinto e fugir da ilha de Creta. Porém, antes da fuga, o pai aconselhou o filho a não voar próximo ao Sol.

Dito e feito: Ícaro não ouviu os conselhos do pai e, ao se aproximar do Sol, a cera de suas asas derreteu. Ícaro caiu nas águas do mar e morreu afogado.

A história de Ícaro na mitologia grega

Na mitologia grega, Ícaro era filho do artesão Dédalo. Aprisionados em uma alta torre, eles tentaram escapar do local com o auxílio de asas feitas de pena e cera. Contudo, Ícaro voou muito próximo do sol e suas asas derreteram, o que fez com que ele caísse e morresse.

O mito de Ícaro foi contado ao longo dos anos na civilização grega para ensinar lições como o perigo dos homens de tentarem se aproximar dos deuses, a importância de ouvir os conselhos de pessoas mais velhas e também sobre o valor da humildade.
 
O exílio de Dédalo para a Ilha de Creta

Dédalo é apresentado na mitologia grega como um dos maiores e mais inteligentes artesãos que já pisaram na terra. Ele vivia e trabalhava em Atenas, realizando diversos serviços relacionados à arquitetura, escultura e construções inovadoras. É dito que suas esculturas eram tão realistas que o herói Hércules certa vez confundiu uma delas com uma pessoa de verdade.

Este exímio inventor tinha como aprendiz o seu sobrinho. Em algumas versões seu nome aparece como Talus, em outras, Perdix. O jovem em questão começou a apresentar um talento extraordinário para invenções, o que causou a fúria e a inveja de Dédalo. Um dia, quando visitavam a Acrópole de Atenas, Dédalo o empurrou da montanha e o matou.

Na sociedade ateniense, os crimes eram julgados através de uma corte. Dédalo foi condenado por assassinato e a sua punição foi o exílio de Atenas para a cidade de Creta. Na ilha, o inventor logo se tornou um dos principais arquitetos e inventores para o rei Minos.

Minos era casado com Pasífae, que tinha recebido uma maldição de Poseidon: ela eventualmente se apaixonaria por um touro.
O labirinto do minotauro e a punição para Dédalo e Ícaro
Em Creta, Dédalo continuou a desafiar os limites humanos, realizando invenções que iriam ajudar os homens a controlarem ainda mais a natureza. Dentre as invenções, estava a vela e o mastro para as navegações.

A esposa do rei Minos, Pasífae, pediu o auxílio de Dédalo para seduzir o touro branco por quem estava apaixonada. Dédalo construiu uma escultura de vaca, feita de madeira para que ela conseguisse se aproximar do touro e ter relações com ele. Do fruto dessa paixão proibida nasceu o mitológico minotauro, um ser metade humano, metade touro.

Furioso, o rei Minos pediu que Dédalo construísse um elaborado labirinto para aprisionar o minotauro. O labirinto criado era tão complexo que o próprio Dédalo teve dificuldade em sair de lá. Minos também estava furioso por Dédalo ter ajudado Pasífae a se aproximar do touro branco e, como punição, aprisionou Dédalo e seu filho Ícaro na torre mais alta de Creta.

Em algumas versões do mito, Dédalo e Ícaro ficaram aprisionados no próprio labirinto; em outras, eles foram mandados para a torre. Outro motivo para aprisionar os dois homens, era para proteger o segredo do labirinto. Dessa forma, ninguém saberia como escapar de lá.
 
A queda de Ícaro

Ícaro e seu pai Dédalo estavam definhando em sua prisão e começaram a pensar em planos para sair de lá. Dédalo logo percebeu que a única maneira de escapar era pelo ar, tendo em vista que todas as outras passagens estavam guardadas pelo rei Minos.

Dédalo observou o comportamento dos pássaros no céu e logo teve a realização de construir asas para ele e para o seu filho. Por um longo período de tempo, ele recolheu penas de pássaros e as juntou com cera. Finalmente, conseguiu construir dois pares de asas que possibilitariam a fuga.

O dia da fuga tinha chegado e Dédalo deu um importante conselho à Ícaro. Ele disse que seria arriscado voar muito próximo ao sol, pois as asas poderiam derreter. Também era arriscado voar muito próximo ao mar, pois as asas poderiam umedecer. 

Logo que começou a voar, Ícaro se esqueceu dos conselhos do seu pai e entusiasmado com a experiência sobre-humana que estava vivendo voou muito próximo ao sol. Suas asas derreteram e ele acabou caindo no mar. Ícaro se afogou e morreu no local.


Significado do mito de Ícaro

O mito de Ícaro foi contado através de gerações dentro da civilização grega. Dentro desta história, os gregos tiraram diversas lições que eram passadas especialmente para os mais jovens.

Dentre os significados e lições contidas no mito de Ícaro estava o perigo de desafiar os deuses, pois as invenções de Dédalo desafiavam o Olimpo. Sua criação mais imponente foram as asas que possibilitaram com que ele e seu filho voassem pelos céus.

Outra lição contida no mito de Ícaro é a importância de ouvir e respeitar os seus pais. Quando Ícaro desafiou os conselhos de Dédalo, ele acabou voando muito próximo ao sol, o que custou a sua vida.

A expressão
“voar muito próximo do sol” é também uma clara referência a este mito e pode ser utilizada como um aviso para uma pessoa que está tomando altos riscos.
Memória de Ícaro: a ilha Icária e o mar Icário

Na história mitológica, quando as asas de Ícaro derreteram e ele caiu no mar, o local começou a ser chamado de mar Icário. Este mar faz parte do mar Egeu, que por sua vez está localizado dentro do mar Mediterrâneo. Diversas referências à força do mar Icário podem ser encontradas nas obras de Homero e Horácio, grandes escritores épicos.

Uma ilha chamada de Icária também foi batizada em referência ao mito de Ícaro. Ela está localizada no mar Egeu setentrional e é especialmente conhecida pela expectativa de vida de seus habitantes. Grande parte da população possui mais de 90 anos e a ilha começou a ser descrita como “o céu da longevidade”.
Este conteúdo utilizou pesquisas encontradas em: Greek Mythology, Greeka e Ted-Ed

19. O mito de Orfeu 
e Eurídice

Orfeu e Eurídice formavam um casal apaixonado. Até que um dia, picada por uma cobra, a ninfa morreu. O poeta Orfeu, inconformado com a perda, passava os dias cantando o amor pela amada. Foi ao reino dos mortos com a intenção de trazer Eurídice de volta à vida.

Lá, tocando sua lira, Orfeu deixou os senhores do submundo, Perséfone e Hades, tão comovidos que eles concordaram em deixar Eurídice voltar. Mas com uma condição: que na viagem de volta, Orfeu não olhasse para trás em hipótese alguma.

Na subida ao mundo dos vivos, Orfeu cometeu um erro fatal: ele não resistiu e acabou olhando para o rosto da amada Eurídice, que vinha logo atrás dele. Esse descuido fez Orfeu perder Eurídice para sempre.

20. O mito de Faetonte

Faetonte vivia com uma pulga atrás da orelha: será que Hélio, a personificação do Sol, era mesmo seu pai? Para prová-lo, Hélio disse a Faetonte que lhe pedisse o que quisesse. Faetonte, então, pede algo que Hélio não estava esperando: guiar o carro do Sol, responsável por carregar o fogo no céu. Apesar da advertência do pai, Faetonte insistiu em realizar seu desejo.

Ocorre que Faetonte era um mero mortal e não sabia guiar os cavalos com firmeza. Houve um momento em que a carruagem desgovernada passou tão próximo da Terra que as chamas queimaram montanhas, florestas e cidades. Rios e lagos secaram. Foi um caos. Com o mundo em chamas, Zeus resolveu tomar uma atitude: lançou um raio fulminante em Faetonte, para a tristeza de seu pai Hélio.


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Quem é Gaia, 
a deusa da Terra 
nas mitologias grega e romana


Gaia é a deusa da Terra ou simplesmente Mãe-Terra nas mitologias gregas e romana. Segundo o poeta Hesíodo, Gaia é a personificação do mundo se formando. É a própria Terra divinizada. Por tudo isso, Gaia é a base de todas as outras coisas que vieram depois dela. Surgida do Caos, ela é a origem de tudo, a fonte de toda a matéria: do céu, das montanhas e dos mares.

Assim, após surgir do nada, Gaia gerou espontaneamente (ou seja, sem fertilização) três filhos: Urano (divindade que representa o Céu), Óreas (as Montanhas) Céu e Ponto (o Mar). Ao menos é isso que diz Hesíodo no poema mitológico Teogonia (ou Genealogia dos Deuses).

Céu e Terra mais tarde se uniram. Sim, por mais estranho que isso possa parecer, Gaia fez de seu filho Urano seu marido. Dessa relação nasceram, por exemplo, os 12 Titãs. É por isso que Gaia também é chamada de Titeia: a mãe dos Titãs.

São vários os filhos de Gaia, e o número costuma variar de acordo com a versão da genealogia dos deuses. Da sua união com Ponto, nasceram Nereu, Fórcis, Taumas, Ceto e Eríbia - todas elas divindades marinhas. Com Tártaro, deus do Mundo Inferior, teve Tífon ou Tufão, gigante que, segundo a crença, era responsável pelos ventos.

Os atributos da Mãe-Terra

Bom, já deu pra perceber que Gaia era bem importante para os gregos, principalmente em Atenas, centro da Grécia Antiga. Prova disso era a existência de festas públicas dedicadas a Gaia.

E toda essa adoração tinha uma razão bastante clara: os vários atributos da deusa da Terra. Além de criadora, ela também era a deusa protetora não apenas dos deuses, mas de todos os mortais. Ah, nem precisa dizer que, se a Mãe Gaia criou tudo, ela gerou a humanidade também.

Como é possível notar, um dos principais atributos de Gaia era a fertilidade. Tanto a fertilidade do solo quanto a fecundidade - a capacidade de gerar filhos. Por isso, Gaia era a deusa que governava os casamentos.

Mas há outro aspecto de Gaia que pouca gente conhece: ela era também uma divindade funerária. Da mesma forma que Gaia gera, dando início a todo o ciclo da vida, ela também tem papel central no encerramento desse ciclo. Segundo o escritor romano Cícero, os gregos adotaram a prática de enterrar os mortos, em vez de cremá-los, para assegurar o retorno ao seio materno. No caso, a Mãe-Terra, Gaia.

A lenda de Gaia e Urano

Esta é uma das lendas mais fascinantes da mitologia grega. E também uma das mais horripilantes.

Como já dissemos, Urano é filho e marido de Gaia. Dessa união (bastante fértil, aliás), surgem, além dos 12 Titãs, seis criaturas monstruosas: três Ciclopes, que eram gigantes imortais que tinham apenas um olho no meio da testa, e três Hecatônquiros, gigantes que possuíam cem mãos e cinquenta cabeças.

Urano não gostou do que viu. Logo de cara, detestou seus filhos, a ponto de não querer vê-los em liberdade. Sabe o que pai desnaturado fez? Conforme as crianças nasciam, ele as encarcerava no ventre materno - nas entranhas da Terra.

Outra versão do mito diz que o cárcere para o qual Urano enviava seus filhos era o Tártaro - o Mundo Inferior ou os quintos dos Infernos. Seja como for, o destino das pobres criaturas era a reclusão no interior da Terra. E, como é de se esperar, isso gerou algumas reações.



A primeira delas foi o ódio dos filhos e, evidentemente, da mãe. Diante de tamanha crueldade, Gaia clamou a seus filhos por ajuda. E só foi atendida pelo último filho a nascer: Cronos, o Titã do tempo. O deus romano equivalente a Cronos é Saturno.

Como diz o provérbio: a vingança tarda, mas não falha. E o ódio acumulado contra as atitudes de Urano uma hora transformou-se em reação. Gaia forneceu a seu filho Cronos uma foice. E foi com essa foice que Cronos mutilou (mais especificamente, castrou) seu próprio pai no momento em que este, na calada da noite, tentava seduzir Gaia.

Nascimento dos Gigantes, 
das Erínias e da deusa Afrodite

O golpe foi certeiro. O sangue jorrou do ferimento e caiu sobre Gaia, fertilizando-a mais uma vez. Assim nasceram os Gigantes, seres colossais e indomáveis. Também nasceram as Erínias, divindades que personificavam a vingança. Além das Melíades, as ninfas do freixo.

Algumas gotas de sangue caíram no mar. Da espuma gerada por uma onda nasceu Afrodite, deusa do amor e da beleza. Diz a lenda que Cronos, após mutilar seu pai, atirou a foice no mar. Onde a arma caiu surgiu a ilha de Corfu, próxima à costa noroeste da Grécia. De acordo com a Teogonia de Hesíoso, é nesse momento que se inicia o reinado de Cronos.


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Quais foram os 12 trabalhos
de Hércules na mitologia grega?

Enfrentar um leão gigante de juba impenetrável, um monstro de várias cabeças e limpar um enorme estábulo em condições precárias foram apenas três dos 12 trabalhos de Hércules na mitologia grega.

Essa é na realidade uma história recheada de inveja, perseverança e redenção. Se você conhece o clássico filme da Disney sobre o herói, deve se lembrar que ele enfrenta diversos trabalhos para se tornar imortal. Mas você sabe quais foram estas missões e os reais motivos que estavam por trás? Descubra agora nesta fantástica e popular história da mitologia grega! Por que Hércules
teve que realizar 12 trabalhos?
Filho bastardo de Zeus, Hércules
(chamado de Héracles pelos gregos) estava destinado ao trono de Micenas. Contudo, Hera, mulher oficial do poderoso rei dos deuses olímpicos, planejou um parto prematuro para que seu filho, Euristeu, assumisse o trono antes de Hércules.

Já crescido, Hércules continuou a sofrer pela ira de Hera. Em um ataque de alucinação provocado pela deusa, Hércules assassinou sua mulher, Mégara, e seus filhos.

Em uma busca por redenção, ele visitou o Oráculo de Delfos que lhe informou que ele deveria servir ao rei Euristeu por 10 anos e realizar 10 tarefas para que sua honra fosse retomada. Mas espera aí, 10 tarefas? Sim! Como duas tarefas foram anuladas pelo rei ao longo da história, Hércules acabou tendo que realizar 12 trabalhos, dois a mais do que proferido pelo Oráculo. Assim como no filme da Disney, ao fim das missões, Hércules se tornaria imortal.

Na mitologia, existem algumas versões dos 12 trabalhos de Hércules. Apesar de todas possuírem a mesma premissa, algumas divergem em relação a como o herói completou os trabalhos.

Descubra em detalhes como foram essas tarefas e as dificuldades que o nosso herói enfrentou ao longo da jornada épica.

1. Matar o Leão de Neméia

Para sua primeira tarefa, Hércules deveria matar o leão de Neméia e apresentar o seu corpo ao rei Euristeu. Quando finalmente encontrou o leão, nosso herói tentou matá-lo utilizando seu arco e flecha, mas logo descobriu que seu pelo era impenetrável. Hércules então seguiu o leão até uma caverna, onde conseguiu acertá-lo na cabeça e finalmente estrangular a besta até a morte. O herói passou a utilizar o couro do leão como manta e é representado dessa forma em diversas pinturas com este ornamento de conquista.

Quando Hércules foi apresentar o corpo do leão, o rei ficou tão assustado que ordenou que todos os troféus dos trabalhos deveriam ser apresentados do lado de fora dos portões da cidade. Para você ter uma noção do pânico de Euristeu em relação à Hércules, o rei mandou que lhe fizessem um jarro de bronze, para que ele se escondesse toda vez que o herói entrasse na cidade.

2. Matar a Hidra de Lerna

O segundo trabalho de Hércules consistia em matar a Hidra de Lerna, um ser que possuía diversas cabeças, sangue ácido e hálito tóxico. Na missão, Hércules logo descobriu que toda vez que uma das cabeças da hidra era cortada, mais duas cabeças cresciam no lugar. Para este trabalho, Hércules contou com a ajuda de seu primo. Toda vez que Hércules cortava uma cabeça da hidra, seu primo cauterizava o buraco com uma bastão quente para que não crescesse outra no lugar.

Quando finalmente apenas uma cabeça restava, Hércules conseguiu matar a besta e aproveitou o momento para mergulhar várias flechas no sangue venenoso. Ele iria utilizar estas flechas para completar outras tarefas mais para frente.

Quando Hércules contou ao rei como ele matou a hidra, Euristeu disse que o trabalho não contou, pois ele teve ajuda nesta missão.

3. Capturar a Corça de Cerinéia

Em seu terceiro trabalho, Hércules deveria capturar a corça de Cerinéia, uma espécie de veado com chifres de ouro, patas de bronze e que podia correr na velocidade de uma flecha.

Para esta tarefa, Hércules levou um ano inteiro para conseguir finalmente segurar a corça pelos chifres e levá-la à Euristeu. A deusa Ártemis ficou furiosa quando encontrou o herói com o animal que considerava sagrado, mas Hércules a prometeu que o animal retornaria vivo à ela.

Corça de Cerineia (Mitologia Grega)

A ninfa Taígete foi transformada na Corça de Cerineia pela deusa Ártemis para protegê-la das insistentes investidas de Zeus. Maior que um touro, com chifres de ouro maciço e patas de bronze, a corça tinha uma velocidade impressionante e nunca se cansava de correr. Um dos 12 trabalhos de Hércules foi justamente capturá-la, o que só aconteceu depois de um ano de perseguição, quando o animal parou para beber água e foi ferido por uma flecha atirada pelo semideus.

Para além da velocidade, essa criatura mitológica possuía poderes mais simbólicos. O bronze em seus pés representa a relação com o mundo terreno, os perigos de ser consumida pelos desejos terrenos e ainda é o que a impede de alçar voos mais altos. Os chifres de ouro simbolizam o vigor da alma, tão forte e segura que a protegia de qualquer possível fraqueza espiritual.

4. Capturar o Javali de Erimanto

Para o quarto trabalho, Euristeu tentou combinar as tarefas anteriores. Além de capturar uma presa viva, ela agora seria uma perigosa besta selvagem. O Javali de Erimanto aterrorizava as montanhas da região e matava cidadãos com frequência. Hércules recebeu conselho de um centauro para este trabalho.

De acordo com o mito, ele foi instruído a seguir a besta até uma região de neve pesada, onde o animal não conseguiria se locomover com tanta facilidade. Dessa forma, ele poderia acorrentá-lo para transportar até a cidade. Hércules conseguiu concluir o trabalho e apresentar o javali ao rei que mais uma vez ficou aterrorizado.

5. Limpar os estábulos de Áugias

Mais de 1000 gados viviam nos estábulos do rei Áugia, que não limpava o local a mais de 30 anos. Para este quarto trabalho, Hércules fez um acordo com o rei Áugia, dizendo que se ele conseguisse limpar o local em apenas 1 dia, ficaria com 10% do rebanho. O rei concordou com o trato, acreditando que a tarefa seria impossível. Contudo, nosso herói utilizou sua força para desviar dois rios e atingir as águas nos estábulos, concluindo a tarefa em poucas horas.

Pela segunda vez, Euristeu não aceitou o trabalho, pois de acordo com ele, Hércules contou com a ajuda da força do rio e não fez esforço para a tarefa.

6. Matar as Aves do Estínfalo

Para sua sexta tarefa, Hércules teve que enfrentar aves que ameaçam vilas próximas. As aves tinham bicos e calcanhares de bronze para destroçar e comer humanos, além de penas de metal que poderiam atirar em suas vítimas. Hércules utilizou suas flechas envenenadas com o sangue da hidra e matou algumas aves, as que sobreviveram, nunca retornaram ao local.

7. Capturar o Touro de Creta

Utilizando sua enorme força, Hércules conseguiu dominar o poderoso touro que aterrorizava os habitantes da ilha de Creta. Algumas versões contam que ele primeiro estrangulou o animal e o dominou para levá-lo vivo até o rei Euristeu, que o soltou na cidade, causando ainda mais caos.

8. Recuperar as Éguas de Diomedes

Para a oitava tarefa de Hércules, nosso herói teve que recuperar as éguas selvagens do deus Diomedes, filho de Ares, deus da Guerra. Diomedes alimentava as éguas com carne humana e em algumas versões da mitologia, elas cuspiam fogo. Hércules capturou as éguas e deixou que elas comessem Diomedes.

9. Pegar o cinto de Hipólita

Euristeu desejava o cinto da rainha das amazonas, Hipólita, para dar de presente a sua filha. Em algumas versões, a amazona entregaria o cinto à Hércules pela bravura que tinha ouvido falar sobre o herói. Contudo, ela foi incitada por Hera a enfrentar Hércules, que acabou a matando e recuperando o cinto desta forma.

10. Recuperar o gado de Gérion

Para sua próxima tarefa, Hércules deveria pegar o gado de um gigante de três cabeças chamado Gérion. Ele primeiro teve de enfrentar um cão de duas cabeças e um pastor bestial para em seguida matar Gérion com sua clave. Apesar dos esforços de Hera em dificultar o trajeto de retorno com o gado, o herói conseguiu entregá-los eventualmente à Euristeu.

11. Recuperar três pomos de ouro

Guardados no jardim de Hespérides, os pomos de ouro (espécies de maçã) eram guardados por um dragão de sete cabeças. Em sua jornada até o local, Hércules encontrou o Titã Atlas que carrega os céus em seus ombros. Hércules pediu à Atlas que buscasse as maçãs para ele enquanto ele seguraria os céus para o Titã.

Atlas matou o dragão de sete cabeças e pegou as maçãs para Hércules. Contudo, ele queria entregar as maçãs pessoalmente ao rei (uma estratégia para se livrar de seu eterno fardo). Hércules, no entanto, foi mais inteligente e disse que só precisaria pegar uma almofada para colocar em seus ombros. Quando Atlas segurou novamente os céus, Hércules partiu para entregar as maçãs ao rei.

12. Capturar Cérbero,
o cão de três cabeças

Para seu último trabalho, Hércules deveria levar Cérbero, o cão de três cabeças que guardava as portas do submundo, até Euristeu. Hades, deus do submundo, disse que o herói poderia levar o cão para a superfície, contanto que não utilizasse armas. Hércules domou a besta e a levou até o rei. Euristeu, novamente escondido em seu barril de bronze, implorou que Hércules levasse o monstro para fora e nunca mais voltasse à cidade.

Estas não foram as únicas tarefas e jornadas que Hércules enfrentou nas histórias da mitologia grega. Contudo, estes 12 trabalhos são os mais populares e mais retratados ao longo da história. Pinturas, esculturas, mosaicos, filmes, peças de teatro e séries já contaram e recontaram esta épica e inesquecível jornada do deus grego.

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Conheça a história de Perseu, 
o herói que matou a temível Medusa

Perseu foi um guerreiro mitológico grego. Um semideus conhecido por ter derrotado a górgona Medusa, que transformava qualquer um que a olhasse em pedra. Além de ser o fundador da cidade-estado de Micenas, tendo sido ancestral dos imperadores da Pérsia. Como um semideus, Perseu era filho de Zeus com uma mortal, Dânae, filha do rei Acrísio, de Argos.

O nascimento de Perseu

Acrísio ao consultar um oráculo quanto à sua descendência, descobriu que seria morto pelo seu neto. Sendo assim, mandou aprisionar sua filha em um porão feito de bronze, para que ela jamais conhecesse homem algum e não gerasse filhos. Mesmo assim, Zeus, em forma de uma chuva de ouro, conseguiu penetrar na câmara subterrânea e fez com que Dânae ficasse grávida de Perseu.

Dânae tentou esconder sua gravidez, mas após o nascimento de Perseu, seu avô descobriu o bebê após ouvir os choros da criança. Temendo pela profecia, Acrísio mandou colocar sua filha e neto dentro de uma arca de madeira para que fossem jogados ao mar. A arca conseguiu chegar até a ilha de Séfiro, onde foi recolhida por pescadores que salvaram Perseu e Dânae.

As aventuras de Perseu

Perseu cresceu e se tornou um grande e forte guerreiro, mas o rei de Séfiro, Polidécto temia que um dia Perseu pudesse usurpar o seu trono, então criou um torneio onde alguns homens deveriam tentar matar a górgona Medusa. Perseu, com seu ímpeto aventureiro, aceitou o desafio do rei prontamente.

Ao partir para a aventura, onde enfrentaria a deusa das górgonas, Perseu recebeu três presentes. Um elmo que o deixava invisível, dado por Hades, um par de sandálias que o fazia voar, dado por Hermes, e de Atenas, recebeu um escudo tão bem polido, que podia ver seu reflexo nele.

Perseu enfrenta Medusa

Medusa era uma bela donzela, sacerdotisa do templo de Atena, mas ao se deitar com Poseidon, Atena teria amaldiçoado-a, transformando seus lindos cabelos em serpentes, todos que a olhassem seriam transformados em pedra.

Ao entrar na caverna onde vivia Medusa, Perseu a enfrentou utilizando seu escudo para não ter que olhar diretamente para ela, então arrancou-lhe a cabeça com a sua espada. Outras górgonas, irmãs de Medusa, vieram atrás dele, que ao vestir o elmo recebido de Hades, conseguiu ficar invisível para poder fugir da caverna.

Ao matar Medusa, a mitologia conta que de dentro do seu ventre são libertados o cavalo alado Pégaso e o gigante Crisaor.

A viagem de volta

Perseu em sua viagem de retorno para casa, passa pelo país das hespérides, onde ficava o titã Atlas, que foi condenado a segurar a abóbada celeste em seus ombros. Cansado pela viagem, Perseu pediu a Atlas se poderia descansar ali naquele dia. O Titã não acreditou em Perseu, quando este conta que derrotou a rainha das górgonas, Medusa. Perseu mostra a cabeça de Medusa ao titã que ao olhar para os olhos da górgona, começa a ter todo seu corpo petrificado se transformando numa grande montanha.

O casamento com Andrômeda

Continuando sua viagem de retorno para casa, Perseu passa por uma ilha onde encontra uma bela mulher acorrentada a beira do mar. Perseu pergunta a ela o motivo de estar acorrentada, a moça então diz se chamar Andrômeda, filha de Cassiopeia e que foram castigadas por Poseidon que mandou um monstro marinho destruir a cidade pelo fato de se compararem à beleza das filhas dele. Perseu diz que salvará a moça, se ela prometer casar-se com ele.

Em seguida o monstro surge das águas, Perseu luta contra o monstro, aproveitando sua vantagem de voar, e consegue vencer a difícil batalha. Os pais de Andrômeda, agradecidos, concedem sua filha a Perseu, que volta para casa com a nova esposa.

Cumprimento da profecia

Ao chegar finalmente em casa, Perseu descobre que há uma grande confusão e que Polidecto, e seus seguidores, vão atrás de Dânae, mãe de Perseu, para violentá-la. Perseu convoca seus amigos para lutarem por ele contra o rei. Então ele se lembra de Atlas quando este fixou seus olhos no petrificante olhar da górgona Medusa e diz: "Aqueles que forem meus amigos, fechem seus olhos". Então todos que estavam contra Perseu ficaram imediatamente petrificados. Perseu levou o corpo petrificado de Polidecto para sua casa para sempre se lembrar de sua covardia contra sua mãe.

Conforme a profecia, Perseu acabou matando seu avô durante uma competição de arremesso de discos. Fazendo um lançamento desastroso, acertou acidentalmente seu avô sem saber que ele estava ali. Assim, cumpriu-se a profecia que Acrísio mais temia. Apesar disso, recusou governar Argos, preferindo governar Tirinto e fundando Micenas, se tornando então o ancestral dos persas.

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12 palavras que usamos hoje 
que vieram da mitologia grega

A mitologia grega pode estar muito mais perto do nosso dia-a-dia do que imaginamos!

Muitas das palavras que usamos atualmente tem origem em mitos, deuses e seres dessa mitologia. Conheça então algumas palavras do português que têm suas raízes nas histórias de Zeus e outros deuses gregos.

1. Eco, 
da ninfa “Eco”

O eco pode ser definido como o reflexo do som que chega ao ouvinte algum tempo depois que o som original foi emanado. Esse fenômeno é muito bem relacionado com a origem de seu nome, que vem da ninfa Eco.

A Eco da mitologia grega era uma bela ninfa da montanha, que costumava distrair a deusa Hera com contos fascinantes, enquanto Zeus usava esse tempo tirando proveito de outras ninfas sedutoras.

Como esperado, esse esquema não funcionou por muito tempo e quando Hera descobriu, ela amaldiçoou Eco, arrancando-lhe sua voz e a deixando apenas capaz de repetir as palavras que outras pessoas falavam.

2. Atlas, 
do titã “Atlas”

Atlas era o nome do Titã que foi forçado a segurar o mundo nos ombros por toda a eternidade, por ter se voltado contra Zeus e os outros deuses do Olimpo. 
Hoje seu nome é utilizado para descrever o grupo de mapas do mundo, e apesar da conexão com o nome fazer todo o sentido, ele só começou a ser usado na cartografia após o século XVI.

3. Cronológico e crônico, 
do titã Cronos

Essas palavras podem não parecer ter muito em comum, mas existe uma boa razão para terem a mesma raiz: ambas estão relacionadas ao tempo.

A cronologia trata da forma como os fatos aconteceram ao longo do tempo, já a crônica descreve algo que ocorre durante um longo período de tempo. Ambas as palavras se originam do titã Cronos, pai de Zeus e deus grego do tempo.

4. Mentor de “Mentor”, 
uma das formas da deusa Atena

Mentor é a palavra que define um indivíduo experiente que guia e dá conselhos para uma outra pessoa. Essa palavra tem origem em um episódio da Mitologia Grega que envolveu o herói Odisseu e seu filho Telêmaco.

Originalmente, Mentor era o nome de um ancião amigo de Odisseu. Quando o herói partiu para a  Guerra de Tróia, ele deu à Mentor a responsabilidade de cuidar de seu filho, Telêmaco.

Quando Atena visitou Telêmaco, ela se disfarçou como se fosse o ancião, para permanecer escondida das pessoas de Ítaca. Durante esse tempo, ela orientou Telêmaco, lhe ensinando valores, a ter força de vontade e coragem.

5. Música de “Musas”, 
as deusas inspiradoras da música, poesia e literatura

Música é o som produzido de forma harmoniosa, combinando ritmo, harmonia e melodia. Esse sentido também se encontra nas suas origens, que deriva das Musas. As 9 filhas de Zeus personificavam o conhecimento, e inspiravam a música e a arte.

6. Hermafrodita, 
do deus Hermafrodito

Hermafroditas são pessoas que nascem com os órgãos reprodutores feminino e masculino ao mesmo tempo.

Esse nome vem do deus Hermafrodito, filho de um romance adúltero entre Hermes e Afrodite, e por isso esse nome. No mito, esse deus nasceu tanto com os órgãos masculino quanto feminino, e não tinha gênero definido.

7. Graça de “Cháris”, 
três deusas gregas

A graça pode ser definida como as características agradáveis de uma pessoa, ligadas à elegância e graciosidade.

O termo tem origem no trio de deusas gregas Cháris. Tália, Eufrosina e Aglaia eram filhas de Zeus, e simbolizavam a beleza, o charme e a alegria.

8. Erótico, 
do deus Eros

Esta palavra vem do personagem grego Eros, que também é muito conhecido pelo seu nome romano, Cupido.

Eros era filho de Afrodite, e deus do amor e do desejo sexual. Suas intervenções frequentemente faziam com que deuses e mortais se apaixonassem, muitas vezes mesmo quando já eram casados.

9. Hipnose de Hipnos, 
o deus do sono

A hipnose é descrita como um estado de passividade que se assemelha ao do sono, no qual o indivíduo pode ser facilmente induzido pelo seu hipnotizador.

A palavra tem sua origem no deus do sono Hipnos, que morava em uma caverna escura onde o sol nunca penetrava. Sua casa não tinha portas ou janelas, para que ele não fosse despertado. Outras palavras foram derivadas de seu nome romano, Somnus, como a “insônia”.

10. Morfina, 
do deus Morfeu

A famosa droga usada para aliviar dores intensas e que coloca a pessoa em um estado quase de sonho recebeu esse nome devido ao filho de Hipnos, Morfeu.

Morfeu era o deus dos sonhos, que tinha a capacidade de assumir a forma humana e aparecer nos sonhos das pessoas.

11. Narcisismo, 
do herói Narciso

Narcisismo é um conceito que define um indivíduo que admira exageradamente a própria imagem, e esse termo é inspirado no mito grego de Narciso.

Narciso era um homem lindo, meio ninfa e meio deus, que era tão orgulhoso de sua aparência que desprezava a todos que ousavam amá-lo.

Por isso, Nêmesis o puniu atraindo Narciso para uma lagoa, onde ele pode ver seu próprio reflexo. Narciso ficou tão apaixonado pela sua própria imagem que se recusou a deixar o lago, e admirou sua imagem até morrer de fome.

12. Afrodisíaco, 
da deusa do amor Afrodite

Afrodisíaco é o termo utilizado para coisas que despertam o desejo sexual, como alguns alimentos ou substâncias. Essa palavra remete à Afrodite, a deusa grega do amor.

Nos festivais de homenagem à deusa, ela era representada por suas sacerdotisas, que eram prostitutas. Esses rituais eram considerados “afrodisíacos”, o que deu origem ao termo.

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Ninfas



Habitantes da natureza, normalmente encontradas em lagos e bosques, as ninfas são jovens mulheres cheias de leveza e encanto. Elas são os espíritos da natureza e usualmente aparecem na mitologia como alvo da luxúria de sátiros e de deuses como Zeus. As ninfas não são imortais, porém vivem por longo tempo e não envelhecem.

Entre os dons das ninfas estão a habilidade de curar e nutrir plantas e animais. Elas também podem ler o futuro, conseguem manipular a energia e controlar emoções humanas. Então não chegue perto de uma ninfa de mau-humor! Ela pode controlar a sua mente até deixar você louco!

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