sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

RELIGIÕES


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As Religiões e a Velha Estrada

A religião surgiu da necessidade do homem de se encontrar com o seu criador. Nos primórdios da evolução da humanidade, o homem primitivo via nas forças da natureza a manifestação deste ser criador, sentindo um misto de medo e adoração.
Surgiram, então, deuses de toda ordem, geralmente feitos a imagem e semelhança do homem, portando a mesma carga de defeitos da humanidade que os tinha criado.
Surgiram, também, os intermediários entre os deuses e os homens, dotados, na maioria das vezes, de mentalidade superior e faculdades mediúnicas desenvolvidas, dominando consciências através do medo que impunham pelos poderes que possuíam ou fingiam possuir. Muitos praticavam a magia nativa, manipulando forças da Terra, produzindo fenômenos que podiam ser bons ou maus.
Em alguns pontos da Terra surgiram focos de luz espiritual e verdadeiros intermediários entre o homem e o Poder Espiritual começaram a pregar verdades que traziam ao homem a certeza de sua origem Divina. Caldeia, Índia, China, Egito, Grécia, a luz da verdade brotava para aqueles que conseguiam enxergar através da cortina formada por muitos deuses, cultuados pela grande massa da humanidade. Através de símbolos acessíveis apenas aos iniciados, grandes verdades se escondiam, algumas delas sendo consideradas pela humanidade atual apenas como fantasias geradas pelo imaginário popular do homem daquela época.
Infelizmente, a evolução do homem se faz pela escolha entre o bem e o mal.
Como disse Jesus, a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. À medida que as religiões agregavam em torno de si um número cada vez maior de adeptos, influindo nas decisões e destinos de povos inteiros, a ambição e sede de poder, penetrou no coração de muitos homens desavisados, que viam na religião não um caminho para Deus, mas sim um meio de satisfazer os seus anseios e vaidades. Muitos desses homens, ao desencarnarem, ficavam presos ao plano astral inferior, influenciando com suas mentes poderosas e seus corações duros, outros líderes, muitos dos quais sucumbiam àquela força negra, perpetuando um reinado de sombras e sofrimento.
O Mundo Espiritual sempre trabalhou incessantemente para neutralizar as forças da ignorância. Em todas as épocas, missionários das mais diferentes linhas encarnaram na Terra, trazendo a mensagem correta, o alerta necessário àqueles que se tinham desviado do caminho. No entanto, o livre arbítrio do homem, sempre impôs limite à atuação Espiritual.
Quando Jesus chegou à terra, a situação do planeta era caótica. Nuvens negras se irradiavam do mundo físico aos planos etérico e astral, impedindo que a Luz Espiritual chegasse à Terra. Jesus foi a Luz que dissipou as trevas.
Jesus foi o grande Mestre que veio trazer a mensagem do Amor e do Perdão. Jesus trouxe ao homem sofrido da Terra, a Boa Nova: todos eram iguais, ricos ou pobres, senhores ou escravos; e todos eram amados por Deus do mesmo modo. Deus era um Pai de amor, que perdoava sempre e assim devia também fazer o homem.
Mas Jesus sabia que os seus ensinamentos estavam acima da capacidade da grande maioria da humanidade. Sabia que uns poucos o entenderiam e o teriam em seus coração. Esses poucos seriam o Sal da Terra, como os chamou e, em todas as épocas, dali por diante, sofreriam, levando sua mensagem ao coração do homem.
A sua mensagem atravessou os séculos e o Sal da Terra se espalhou por todos os recantos, todos os países e povos, trazendo esperança e consolo. Quando partiu da Terra, do alto de sua cruz, chorou compadecido da humanidade e do longo caminho de dores e ignorância que ainda teria que percorrer.
De braços abertos, naquele momento supremo, abraçou, em Espírito, seus irmãos, bons e maus e, despindo-se de sua roupagem material, se revestiu de luz como a do Sol que ilumina a humanidade!
Postado por Antonio Claudio



I 
 CRISTIANISMO

CRISTIANISMO

Cristianismo (do grego Xριστός, "Cristo") é uma religião monoteísta centrada na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré, tais como são apresentados no Novo Testamento. A fé cristã acredita essencialmente em Jesus como o Cristo, Filho de Deus, Salvador e Senhor.

Os seguidores do cristianismo, conhecidos como cristãos, acreditam que Jesus seja o Messias profetizado na Bíblia Hebraica (a parte das escrituras comum tanto ao cristianismo quanto ao judaísmo). A teologia cristã ortodoxa alega que Jesus teria sofrido, morrido e ressuscitado para abrir o caminho para o Céu aos humanos; os cristãos acreditam que Jesus teria ascendido aos Céus, e a maior parte das denominações ensina que Jesus irá retornar para julgar todos os seres humanos, vivos e mortos, e conceder a imortalidade aos seus seguidores. Jesus também é considerado para os cristãos como modelo de uma vida virtuosa, e tanto como o revelador quanto a encarnação de Deus. Os cristãos chamam a mensagem de Jesus Cristo de Evangelho ("Boas Novas"), e por isto referem-se aos primeiros relatos de seu ministério como evangelhos.
O cristianismo se iniciou como uma seita judaica e, como tal, da mesma maneira que o próprio judaísmo ou o islamismo, é classificada como uma religião abraâmica (ver também judaico-cristão). Após se originar no Mediterrâneo Oriental, rapidamente se expandiu em abrangência e influência, ao longo de poucas décadas; no século IV já havia se tornado a religião dominante no Império Romano. Durante a Idade Média a maior parte da Europa foi cristianizada, e os cristãos também seguiram sendo uma significante minoria religiosa no Oriente Médio, Norte da África e em partes da Índia. Depois da Era das Descobertas, através de trabalho missionário e da colonização, o cristianismo se espalhou para as Américas e pelo resto do mundo.
O cristianismo desempenhou um papel de destaque na formação da civilização ocidental pelo menos desde o século IV. A primeira nação a adotar o cristianismo como religião oficial foi a Armênia, fundando a Igreja Ortodoxa Armênia, em 301.
No início do século XXI o cristianismo conta com entre 1,5 bilhão e 2,1 bilhões de seguidores, representando cerca de um quarto a um terço da população mundial, e é uma das maiores religiões do mundo. O cristianismo também é a religião de Estado de diversos países.

PRINCIPAIS CRENÇAS

Embora existam diferenças entre os cristãos sobre a forma como interpretam certos aspectos da sua religião, é também possível apresentar um conjunto de crenças que são partilhadas pela maioria deles.
Monoteísmo
O cristianismo herdou do judaísmo a crença na existência de um único Deus, criador do universo e que pode intervir sobre ele. Os seus atributos mais importantes são por isso a onipotência, a onipresença e onisciência.
Outro dos atributos mais importantes de Deus, referido várias vezes ao longo do Novo Testamento, é o amor: Deus ama todas as pessoas e estas podem estabelecer uma relação pessoal com ele através da oração.
A maioria das denominações cristãs professa crer na Santíssima Trindade, isto é, que Deus é um ser eterno que existe como três pessoas eternas, distintas e indivisíveis: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
A doutrina das denominações cristãs difere do monoteísmo judaico visto que no judaísmo não existem três pessoas da Divindade, há apenas um único Deus, e o Messias que virá será um homem, descendente do rei David.
Jesus

Outro ponto crucial para os cristãos é o da centralidade da figura de Jesus Cristo. Os cristãos reconhecem a importância dos ensinamentos morais de Jesus, entre os quais salientam o amor a Deus e o amor ao próximo, e consideram a sua vida como um exemplo a seguir. O cristianismo reconhece Jesus como o Filho de Deus que veio à Terra libertar os seres humanos do pecado através da sua morte na cruz e da sua ressurreição, embora variem entre si quanto ao significado desta salvação e como ela se dará. Para a maioria dos cristãos, Jesus é completamente divino e completamente humano. Há no entanto, uma recorrente discussão sobre a divindade de Jesus. Aqueles que questionam a divindade de Cristo argumentam que ele jamais teria afirmado isso expressamente. Os que defendem a divindade de Cristo, por sua vez, valem-se de versículos que, através da postura de Jesus e dentro do próprio contexto cultural judaico da época, deixariam clara sua condição divina.
A salvação
O cristianismo acredita que a fé em Jesus Cristo proporciona aos seres humanos a salvação e a vida eterna, mas vale lembrar que biblicamente, as obras não são capazes de dar a uma pessoa a Vida Eterna, a única maneira de alcançar a Salvação é dando crédito à obra da cruz realizada pelo que os cristãos acreditam ser o filho de Deus, a saber Jesus Cristo.
A vida depois da morte
A visão de determinadas religiões cristãs sobre a vida depois da morte envolve, de uma maneira geral, a crença no céu e no inferno. A Igreja Católica considera que para além destas duas realidades existe o purgatório, um estado de purificação onde ficam as almas que morreram em estado de graça, mas que cometeram pecados.
A Igreja
O cristianismo acredita na Igreja (ekklesia), palavra de origem grega que significa "assembléia", entendida como a comunidade de todos os cristãos e como corpo místico de Cristo presente na Terra e sua continuidade. As principais igrejas ligadas ao cristianismo são: a Igreja Católica, as Igrejas Protestantes e a Igreja Ortodoxa.

HISTÓRIA DO CRISTIANISMO



A História do cristianismo retrata 2000 anos de história da religião cristã e suas Igrejas, iniciando-se no ministério de Jesus (Yeshua ben (bar)-Yoseph) e seus Doze Apóstolos, até a atualidade. O cristianismo iniciou-se no primeiro século d.C. em Jerusalém, sendo uma religião monoteísta baseada nos ensinamentos de Jesus Cristo que teria nascido por volta do ano 6 a.C., na cidade de Belém, na Judeia (Palestina). Ela tornou-se a religião estatal da Armênia, quer em 301 ou 314, da Etiópia, em 325, da Geórgia em 337 e, em seguida, do Império Romano em 380. Durante a Era dos Descobrimentos (século XV-XVII), o cristianismo se expandiu para o mundo. Ao longo da sua história, os cristãos tem se dividido por disputas teológicas que resultaram em muitas igrejas distintas. Os maiores ramos do cristianismo são a Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa Oriental, e as igrejas protestantes.
Atualmente o cristianismo possuí cerca de 2,13 bilhões de adeptos, sendo a maior religião mundial adotada por cerca de 33% da população do mundo. É a religião predominante na Europa, América, Oceania e em grande parte de África e partes da Ásia.
Segundo a religião judaica, o Messias, um descendente do Rei Davi, iria um dia aparecer e restaurar o Reino de Israel.
Jesus Cristo, um judeu, começou a pregar uma nova doutrina e atrair seguidores, sendo aclamado como o Messias, mas não foi reconhecido como tal pela unanimidade dos seus concidadãos. Não terá sido o primeiro nem o último a afirmar-se como Messias. A religião judaica conhece uma longa lista de indivíduos que declararam ser o Messias, que chega mesmo até ao século XX. Nenhum deles, todavia, provocou impacto histórico e cultural semelhante ao de Jesus Cristo.
Jesus Cristo foi rejeitado, tido por apóstata pelas autoridades judaicas. Ele foi condenado por blasfêmia e executado pelos Romanos acusado de ser um líder rebelde.
Seus seguidores enfrentaram dura oposição político-religiosa, tendo sido perseguidos e martirizados pelos líderes religiosos judeus e, mais tarde, pelo Estado Romano.



Com a morte e ressurreição de Jesus Cristo, os apóstolos, principais testemunhas da sua vida, reúnem-se numa comunidade religiosa composta essencialmente por judeus e centrada na cidade de Jerusalém. Esta comunidade praticava a comunhão dos bens, celebrava a "partilha do pão" em memória da última refeição tomada por Jesus e administrava o batismo aos novos convertidos. A partir de Jerusalém, os apóstolos partiram para pregar a nova mensagem, anunciando a nova religião aos que eram rejeitados pelo judaísmo oficial. Assim, Filipe prega aos Samaritanos, o eunuco da rainha da Etiópia é batizado, bem como o centurião romano, Cornélio. Em Antioquia, os discípulos abordam pela primeira vez os pagãos e passam a ser chamados de cristãos.
Paulo de Tarso não se contava entre os apóstolos originais, ele era um zeloso judeu que perseguiu inicialmente os primeiros cristãos. No entanto, ele tornou-se depois um cristão e um dos seus maiores, senão o maior missionário (sem contar o próprio Cristo). Boa parte do Novo Testamento foi escrito ou por ele (várias epístolas) ou por seus cooperadores (o evangelho de Lucas e os atos dos apóstolos). Paulo afirmou que Jesus era o Messias profetizado no Antigo Testamento e que a salvação já não dependia das leis descritas na Torá, mas da fé em Cristo. Entre 44 e 58 ele fez três grandes viagens missionárias que levaram a nova doutrina aos gentios e judeus da Ásia Menor e de vários pontos da Europa.
Nas primeiras comunidades cristãs a coabitação entre os cristãos oriundos do paganismo e os oriundos do judaísmo gerava por vezes conflitos. Alguns dos últimos permaneciam fiéis às restrições alimentares e recusavam-se a sentar-se à mesa com os primeiros. Na Assembléia de Jerusalém, em 48, decide-se que os cristãos ex-pagãos não serão sujeitos à circuncisão, mas para se sentarem à mesa com os cristãos de origem judaica devem abster-se de comer carne com sangue ou carne sacrificada aos ídolos. Consagra-se assim a primeira ruptura com o judaísmo.
Muitos estudiosos, entre os quais Edward Gibbon, acreditam que o sucesso desta nova religião deve muito à simplificação operada em Jerusalém, e que com essa revolução liderada principalmente por Paulo de Tarso, a qual contradizia a tradição judaica, estavam reunidas as condições necessárias para expansão desta nova fé. Principalmente a obrigatoriedade da circuncisão era um fator de detenção para muitos povos gentios. Há até a notícia de povos gentios no território do Império Romano que visitavam as sinagogas judaicas dos seus concidadãos sem no entanto se converterem, tal o apelo da religião judaica e a forte ideia monoteísta.
A este propósito escreve Bertrand Russell
em "História da filosofia ocidental": "As comunidades cristãs que Paulo (de Tarso) fundou em vários lugares, constituíam-se, sem dúvida, em parte de judeus convertidos, em parte de gentios que aspiravam a uma nova religião. As certezas que lhe são características tornavam a religião judaica particularmente atrativa naquele tempo de esvaimento da crença religiosa; a circuncisão, no entanto, dificultava a conversão dos homens. Também as regras de alimentação eram incômodas. Mesmo que estas barreiras fossem as únicas, elas já eram suficientes para tornar praticamente impossível a disseminação da Religião Hebraica. Através da influência de Paulo, o Cristianismo reteve das doutrinas judaicas apenas aquilo que era atraente, sem adotar as peculiaridades às quais os gentios não conseguiriam se habituar".


Outros estudiosos atribuem a rápida expansão do cristianismo a uma conjunção de fatores, dentre eles as seguintes características próprias do cristianismo primitivo:
a fuga da perseguição religiosa empreendida inicialmente por judeus conservadores, e posteriormente pelo Estado Romano;
a natureza da fé cristã que propõe que a mensagem de Deus destina-se a toda a humanidade e não apenas ao seu povo preferido;
a determinação dos seguidores de Jesus de divulgar o que ele havia ensinado a tantas pessoas quantas conseguissem;
os cultos cristãos eram realizados nas catacumbas de Roma, o que era diferente para as religiões da época, que, em sua maioria, tinham seus cultos ao ar livre. Esse fato, das "igrejas subterrâneas" acabou por preservar um grande acervo de pinturas do tipo afresco, sendo os locais verdadeiros tesouros arqueológicos;
um dos símbolos iniciais foi o peixe, que simbolizava também os pescadores e as camadas menos favorecidas em geral;
os cristãos pregavam a paz incondicional, ou seja, eram contra as guerras;
como o judaísmo, era monoteísta.
Os que pensam desse modo reputam a ruptura com os ritos judaicos como uma consequência da expansão do cristianismo entre os não-judeus, e não como sua causa. A narrativa da perseguição religiosa, da dispersão dela decorrente, da expansão do cristianismo entre não-judeus e da abolição da obrigatoriedade dos ritos judaicos pode ser lida no livro de Atos dos Apóstolos.
De resto, os cristãos adotam as regras e os princípios do Novo Testamento. Também o espírito missionário dos primeiros cristãos é desconhecido no Judaísmo. O Judaísmo é visto como uma religião baseada num código de conduta requerido aos seus praticantes, não tendo o propósito de converter a humanidade como o Cristianismo ou o islão.
Em Junho do ano 66 inicia-se a revolta judaica. Em Setembro do mesmo ano a comunidade cristã de Jerusalém decide separar-se dos judeus insurrectos, seguindo a advertência dada por Jesus de que quando Jerusalém fosse cercada por exércitos a desolação dela estaria próxima, e exila-se em Pela, na Transjordânia, o que representa o segundo momento de ruptura com o judaísmo.
Após a derrota dos judeus em 70, com a destruição do Segundo Templo, há uma reunião de sobreviventes em Jebneh, uma cidade nas Planícies de Sharon, perto de Joppa. Esta conferência produziu resultados importantes: a seita dos Fariseus ganhou importância, tendo conseguido influenciar a legislação que acabou por ser adotada. Os judeus voltariam a tentar a revolta por intermédio do suposto Messias Bar Cochba, derrotado em 135. (Ver: Revoltas dos Judeus contra a ocupação pelo Império Romano). Nesta grande revolta, os cristãos tinham razões acrescidas para não participar. Bar Cochba tinha sido nomeado Messias pelo Rabi Aquiva. Os cristãos achavam que o Messias tinha sido Jesus e não Bar Cochba. Não participaram na revolta. Em 135 todos os judeus foram expulsos de Jerusalém, após a derrota do suposto Messias Bar Cochba.
Para o Cristianismo o período que se abre em 70 e que segue até aproximadamente 135 caracteriza-se pela definição da moral e fé cristã, bem como de organização da hierarquia e da liturgia. No Oriente, estabelece-se o episcopado monárquico: a comunidade é chefiada por um bispo, rodeado pelo seu presbitério e assistido por diáconos.


Perseguição dos cristãos.
Gradualmente, o sucesso do Cristianismo junto das elites romanas fez deste um rival da religião estabelecida. Embora desde 64, quando Nero havia mandado supliciar os cristãos de Roma, se tivessem verificado perseguições ao Cristianismo, estas eram irregulares. As perseguições organizadas contra os cristãos surgem a partir do século II: em 112 Trajano fixa o procedimento contra os cristãos. Para além de Trajano, as principais perseguições foram ordenadas pelos imperadores Marco Aurélio, Décio, Valeriano e Diocleciano. Os cristãos eram acusados de superstição e de ódio ao gênero humano. Se fossem cidadãos romanos eram decapitados; se não, podiam ser atirados às feras ou enviados para trabalhar nas minas.
Um batismo na arte cristã do século III.
Durante a segunda metade do século II assiste-se também ao desenvolvimento das primeiras heresias. Tatiano, um cristão de origem síria convertido em Roma, cria uma seita gnóstica que reprova o casamento e que celebrava a eucaristia com água em vez de vinho. Marcião rejeitava o Antigo Testamento, opondo o Deus vingador dos judeus ao Deus bondoso do Novo Testamento, apresentado por Cristo; ele elaborou um Livro Sagrado feito a partir de passagens retiradas do Evangelho de Lucas e das epístolas de Paulo. À medida que o Cristianismo criava raízes mais fortes na parte ocidental do Império Romano, o latim passa a ser usado como língua sagrada (nas comunidades do Oriente usava-se o grego).

Constantino I.


O verdadeiro "fundador" do cristianismo como o conhecemos não era e nem nunca foi um cristão?
lavius Valerius Constantinus, conhecido como Constantino I, Constantino Magno ou Constantino, o Grande (272 - 22 de Maio de 337), foi proclamado Augusto pelas suas tropas em 25 de Julho de 306 e governou uma porção crescente do Império Romano até à sua morte.
Nascido em Naissus, na Alta Dácia (atual Romênia), filho de Constâncio Cloro (ou Constâncio I Cloro) e da filha de um dono de uma albergaria, Helena de Constantinopla, Constantino teve uma boa educação e serviu no tribunal de Diocleciano depois do seu pai ter sido nomeado um dos dois Césares, na altura um imperador júnior, na Tetrarquia em 293. Face à morte de seu pai em 306, ele conseguiu viajar até ao seu leito de morte em Eburacum (atual York). Nos dezoito anos seguintes combateu uma série de batalhas e guerras que o fizeram o governador supremo do Império Romano.
Constantino é talvez melhor conhecido por ter sido o primeiro imperador romano a confirmar o cristianismo, na sequência da sua vitória da Batalha da Ponte Mílvio, perto de Roma, que ele mais tarde atribuiu ao Deus cristão, pois na noite anterior da batalha sonhou com uma cruz, e nela estava escrito "sob este símbolo venceras", e de manhã, um pouco antes da batalha, mandou que pintassem uma cruz nos escudos dos soldados e conseguiu um vitória esmagadora sobre o inimigo.
A sua adoção do cristianismo pode também ser resultado de influência familiar. Helena já terá com grande probabilidade nascido cristã e demonstrou grande piedade no fim da sua vida.
Constantino legalizou e apoiou fortemente a cristandade por volta do tempo em que se tornou imperador, com o Édito de Milão, mas também não tornou o paganismo ilegal ou fez do cristianismo a religião estatal.
Apesar de a Igreja ter prosperado sob o auspício de Constantino, ela própria decaiu no primeiro de muitos cismas públicos. Constantino convocou o concílio de Niceia afim de unificar a Igreja cristã pois com as divergências desta, o seu trono poderia estar ameaçado, duas questões principais foram discutidas no concílio de Niceia a questão da Heresia Ariana que dizia que Cristo não era divino mas o mais perfeito das criaturas, e também a data da páscoa pois até então não havia um consenso sobre isso.
Constantino só foi batizado e cristianizado no final da vida. Ironicamente, Constantino poderá ter favorecido o lado perdedor da questão Ariana, uma vez que ele foi batizado por um bispo Ariano, Eusébio de Nicomedia.


Mas apesar de seu batismo, há duvidas se realmente ele se tornou Cristão. Ele nunca abandonou sua adoração com relação ao deus Sol (Deus Sol Invicto), tanto que em suas moedas Constantino manteve como simbolo principal o Sol. A Enciclopédia Católica diz: "Constantino favoreceu de modo igual ambas as religiões. Como sumo pontífice ele velou pela adoração pagã e protegeu seus direitos." E a Enciclopédia Hídria observa: "Constantino nunca se tornou cristão". "Eusébio de Cesaréia, que escreveu a biografia dele, diz que ele se tornou cristão nos últimos momentos da vida. Isso não é convincente, visto que no dia anterior, Constantino fizera um sacrifício a Zeus porque também tinha o título de Sumo Pontífice." Até o dia da sua morte, em 337 EC, Constantino usou o título pagão de Sumo Pontífice, o chefe supremo em assuntos religiosos.
O imperador romano Constantino influenciou em grande parte na inclusão na igreja cristã de dogmas baseados em tradições. Uma das mais conhecidas foi o Édito de Constantino, promulgado em 321, que determinou oficialmente o domingo como dia de repouso, com exceção dos lavradores.
Um historiador competente que se especializou neste período da história é Edward Gibbon, autor do livro clássico sobre a "A história do declínio e queda do império romano".
A sua vitória em 312 sobre Maxêncio na Batalha da Ponte Mílvio resultou na sua ascensão ao título de Augusto Ocidental, ou soberano da totalidade da metade ocidental do império. Ele consolidou gradualmente a sua superioridade militar sobre os seus rivais com o esfarelamento da Tetrarquia até 324, quando ele derrotou o imperador oriental Licínio, tornando-se imperador único.
Constantino reconstruiu a antiga cidade grega de Bizâncio, chamando-a de Nova Roma, dotando-a de um senado e ministérios cívicos semelhantes aos da antiga Roma. Após a sua morte foi renomeada de Constantinopla, tendo-se gradualmente tornado a capital do império.
Um anos depois do Concílio de Niceia (325), Constantino mandou matar seu próprio filho Crispus. Sufocaria depois sua mulher Fausta num banho sobreaquecido. Mandou também estrangular o marido de sua irmã, e chicotear até à morte o filho de sua irmã.

fonte de pesquisa: wikipedia


Durante o século III, com o relaxamento da intolerância aos cristãos, a Igreja havia conseguido muitos donativos e bens. Porém com o fortalecimento da perseguição pelo imperador Diocleciano, esses bens foram confiscados. Posteriormente com a derrota de Diocleciano e a ascensão do imperador romano Constantino, o cristianismo foi legalizado pelo Édito de Milão de 313, e os bens da Igreja devolvidos.
(A ascensão do imperador romano Constantino representou um ponto de viragem para o Cristianismo. Em 313 ele publica o Édito de Tolerância (ou Édito de Milão) através do qual o Cristianismo é reconhecido como uma religião do Império e que concede a liberdade religiosa aos cristãos. A Igreja pode possuir bens e receber donativos e legados. É também reconhecida a jurisdição dos bispos.)
A questão da conversão de Constantino ao Cristianismo é uma tema de profundo debate entre os historiadores, mas em geral aceita-se que a sua conversão ocorreu gradualmente. Como maneira de fazer penitência, Constantino ordenou a construção de diversas basílicas e outros templos e as doou à Igreja. Dentre elas, uma basílica em Roma no local onde, segundo a Tradição, o apóstolo Pedro estava sepultado e, influenciado pela sua mãe, a imperatriz Helena, ordena a construção em Jerusalém da Basílica do Santo Sepulcro e da Igreja da Natividade em Belém.
Para evitar mais divisões na Igreja, Constantino convocou o Primeiro Concílio de Niceia em 325, onde se definiu o Credo Niceno, uma manifestação mínima da crença partilhada pelos bispos cristãos.
(Constantino quis também intervir nas querelas teológicas que na altura marcavam o Cristianismo. Luta contra o arianismo, uma doutrina que negava a divindade de Cristo, oficialmente condenada no Concílio de Niceia (325), onde também se definiu o Credo cristão.)
Mais tarde, nos anos de 391 e 392, o imperador Teodósio I combate o paganismo, proibindo o seu culto e proclamando o Cristianismo religião oficial do Império Romano.
O lado ocidental do Império cairia em 476, ano da deposição do último imperador romano pelo "bárbaro" germânico Odoacro, mas o Cristianismo permaneceria triunfante em grande parte da Europa, até porque alguns bárbaros já estavam convertidos ao Cristianismo ou viriam a converter-se nas décadas seguintes. O Império Romano teve desta forma um papel instrumental na expansão do Cristianismo.
Do mesmo modo, o cristianismo teve um papel proeminente na manutenção da civilização européia. A Igreja, única organização que não se desintegrou no processo de dissolução da parte ocidental do império, começou lentamente a tomar o lugar das instituições romanas ocidentais, chegando mesmo a negociar a segurança de Roma durante as invasões do século V. A Igreja também manteve o que restou de força intelectual, especialmente através da vida monástica.
Embora fosse unida linguisticamente, a parte ocidental do Império Romano jamais obtivera a mesma coesão da parte oriental (grega). Havia nele um grande número de culturas diferentes que haviam sido assimiladas apenas de maneira incompleta pela cultura romana. Mas enquanto os bárbaros invadiam, muitos passaram a comungar da fé cristã. Por volta dos séculos IV e X, todo o território que antes pertencera ao ocidente romano havia se convertido ao cristianismo e era liderado pelo Papa. Missionários cristãos avançaram ainda mais ao norte da Europa, chegando a terras jamais conquistadas por Roma, obtendo a integração definitiva dos povos germânicos e eslavos.


TABELA CRONOLÓGICA

c.6 a.C. - Data provável do nascimento de Jesus Cristo. Veja também uma data alternativa calculada com base na Profecia das 70 semanas.
c.33 d.C - Data provável da crucificação de Jesus.
70 - Destruição do Segundo Templo de Jerusalém.
135 - Revolta do Messias Bar Cosiba que termina com a derrota dos judeus, que em decorrência deste fato são expulsos de Jerusalém.
312 - Vitória de Constantino sobre Maxêncio na Batalha da Ponte Mílvio. Torna-se o imperador Constantino I. O novo imperador de Roma é o primeiro a ser tolerante para com os cristãos.
325 - Inicia-se o Primeiro Concílio de Niceia.
380 - Teodósio I declara o cristianismo a religião oficial do Império Romano.
380 - Jerônimo traduz a Bíblia para o Latim.
476 - Queda do Império Romano do Ocidente com a deposição do último imperador romano pelo germânico Odoacro.
1054 - Primeiro grande cisma do Cristianismo, com a separação entre a Igreja Ortodoxa e a Igreja Católica.
1517 - Martinho Lutero afixa as suas 95 teses na porta da Igreja de Wittenberg. Este é veio a ser considerado o marco de início da Reforma Protestante na Europa.


II 
 PROFECIAS

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PROFECIAS
Profecia é um relato, muitas vezes com conotação religiosa, no qual se prevê acontecimentos futuros. A previsão profética pode surgir por visões, sonhos ou até mesmo encontros com um ser sobrenatural, sendo muitas vezes considerados como mensagens divinas. Aqueles que obtêm as revelações são, muitas vezes, chamados de profetas.
Algumas vertentes cristãs acreditam que nem todos os livros da Bíblia estão escritos de maneira literal. Segundo estas, alguns livros apresentam textos que usam uma linguagem simbólica para apresentar profecias que seriam cumpridas muito tempo depois do livro ser escrito. Um dos maiores profetas da Bíblia foi Daniel. O livro de Daniel apresenta relatos sobre o fim do mundo, monstros e também anjos. Segundo algumas denominações cristãs, certas partes deste livro foram escritas com uma linguagem propositalmente simbólica e que requer uma maior busca para sua compreensão. Muitos estudiosos e teólogos defendem a ideia de que os profetas, inspirados por Deus, escreveram estes textos de maneira figurada, pois não era o desejo de Deus que fossem entendidos naquele tempo. Esta tese é baseada em textos bíblicos como abaixo:
Para que, vendo, vejam, e não percebam; e, ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados. - Marcos 4:12. E ele respondeu: - Agora, Daniel, você pode ir embora, pois tudo isso deve ficar em segredo até o fim. Muitos serão postos à prova, e com isso se purificarão, e se aperfeiçoarão. Os maus continuarão na sua maldade, e nenhum deles entenderá o que está acontecendo, mas os sábios entenderão - Daniel 12:9-10.


Os mesmos estudiosos defendem a ideia de que a própria Bíblia pode ser usada para compreender as profecias nela contidas. Existem 3 distintas linhas na interpretação de profecias bíblicas, a Interpretação Preterista, Interpretação Futurista e a Interpretação Historicista. Os historicistas acreditam que existem algumas profecias, como as escritas por Daniel (Profecia da Estátua de Nabucodonosor e a Profecia dos 4 animais) que são profecias parcialmente cumpridas e que em breve estarão totalmente realizadas. Ou seja, estas profecias estão sendo cumpridas durante a história da humanidade, chegando até mesmo aos nossos dias e nos remetem a fatos futuros que ainda não aconteceram.
A cultura grega continua a ser abordada como não tendo raízes. A filosofia, a ciência e as artes gregas surgiram por "milagre", ou célebre "milagre grego". Aos gregos são atribuídas, entre outras coisas, as seguintes:
a) O Pensamento Racional. Tudo pode e deve ser explicado, após um exame crítico e de uma forma fundamentada. Parte-se do pressuposto que a razão é capaz de resolver todas os problemas e os únicos problemas reais são aqueles que ela ainda não conseguiu resolver.
b) A Dessacralização da natureza. A natureza é reduzida a uma simples dimensão material, mecânica. Abandona-se a personificação e divinização das forças da natureza, nomeadamente a intervenção de divindades na sua origem e sucessão dos fenômenos naturais. A natureza está sujeita a leis necessárias para cujo conhecimento o saber se encaminha. "Coisificada" está apta a ser explorada e manipulada pelo homem segundo os seus próprios interesses.
c) A Filosofia e a Ciência. As duas maiores criações do pensamento grego. Ainda hoje se afirma que todos os grandes momentos de criatividade do pensamento ocidental foram e são marcados pela redescoberta ou reinterpretação de ideias gregas.


TABELA DE CONVERSÃO PROFÉTICA

A Tabela de Conversão Profética é um artifício utilizado por pessoas que estudam profecias bíblicas, no intuito de poderem entender o significado destas no sentido literal.

Teólogos creem que as
profecias da Bíblia foram escritas numa linguagem denominada "linguagem profética". Tal linguagem seria cheia de simbolismos e enigmas com encaixes históricos a serem revelados, onde a própria Bíblia teria a chave para desvendar tais símbolos.
O conjunto de chaves bíblicas que explicam ou desvendam símbolos proféticos é chamada de Tabela de Conversão Profética.

Segue a tabela:
Símbolo Significado Livro ou Versículo
Animal = Rei ou Reino - Daniel 7:17 e 23
Mulher = Igreja - Efésios - 5:23 e 32
Água = Povos - Apocalipse 17:15
1 Dia = 1 Ano - Ezequiel 4:6-7 / Números 14:34
Ventos = Guerras - Jeremias 51:1-5
Chifres = Poder, Rei ou Reino - Apocalipse 17:2 / Daniel 8:21-22; 7:24
Tempos = Anos - Daniel 11:13
Dragão = Diabo - Apocalipse 12:9
Serpente = Diabo - Apocalipse 12:9 e 20:2
Cordeiro = Jesus Cristo - João 1:29
Cauda = Falso Profeta - Isaías 9:15
Estrelas = Mensageiros - Apocalipse 12:4 (Anjos) / Daniel 12:3 (Pregadores)
Apocalipse = Revelação - Apocalipse 1:3


III 
 TEOLOGIA

TEOLOGIA

Teologia (do grego θεóς, transl. theos = "Deus" + λóγος, logos = "palavra", por extensão, "estudo"), no sentido literal, é o estudo sobre Deus. Como toda área do conhecimento, tem um objeto de estudo: Deus. Como não é possível estudar diretamente um objeto que não vemos e não tocamos, estuda-se Deus a partir da sua revelação, ou, em termos seculares, conforme suas representações nas variadas culturas.
Evolução do Termo
No cristianismo, isso se dá a partir da revelação de Deus na Bíblia. O teólogo suíço Karl Barth definiu a Teologia como um "falar a partir de Deus". O termo teologia foi usado pela primeira vez por Platão, no diálogo A República, para referir-se à compreensão da natureza divina de forma racional, em oposição à compreensão literária própria da poesia, tal como era conduzida pelos seus conterrâneos. Mais tarde, Aristóteles empregou o termo em numerosas ocasiões, com dois significados:
* Teologia como o ramo fundamental da filosofia, também chamada filosofia primeira ou ciência dos primeiros princípios, mais tarde chamada de Metafísica por seus seguidores;
* Teologia como denominação do pensamento mitológico imediadamente anterior à Filosofia, com uma conotação pejorativa, e sobretudo utilizado para referir-se aos pensadores antigos não-filósofos (como Hesíodo e Ferécides de Siro).
Santo Agostinho tomou o conceito de teologia natural da obra Antiquitates rerum humanarum et divinarum, de M. Terêncio Varrão, como única teologia verdadeira dentre as três apresentadas por Varrão: a mítica, a política e a natural. Acima desta, situou a Teologia Sobrenatural (theologia supernaturalis), baseada nos dados da revelação e, portanto, considerada superior. A Teologia Sobrenatural, situada fora do campo de ação da Filosofia, não estava subordinada, mas sim acima da última, considerada como uma serva (ancilla theologiae) que ajudaria a primeira na compreensão de Deus.
Teodicéia, termo empregado atualmente como sinônimo de teologia natural, foi criado no século XVIII por Leibniz, como título de uma de suas obras (chamada Ensaio de Teodicéia. Sobre a bondade de Deus, a liberdade do ser humano e a origem do mal), embora Leibniz utilize tal termo para referir-se a qualquer investigação cujo fim seja explicar a existência do mal e justificar a bondade de Deus.
Na tradição cristã (de matriz agostiniana), a Teologia é organizada segundo os dados da revelação e da experiência humana. Esses dados são organizados no que se conhece como Teologia Sistemática ou Teologia Dogmática.
A teologia é fortemente influenciada pelas mais diversas religiões e, portanto, existe a teologia budista, a teologia islâmica, a teologia católica, a teologia mórmon, a teologia protestante, a teologia umbandista, a teologia hindu, e outras.

TEOLOGIA CRISTÃ




Teologia cristã pode ser definida como as verdades fundamentais da Bíblia e de outras fontes reconhecidas como divinamente inspiradas apresentadas de forma sistemática; ou ainda, a filosofia que trata do nosso conhecimento de Deus e do relacionamento dele com o homem, compreendendo assim tudo quanto se relaciona a Deus, a Bíblia e os propósitos divinos.
Encontra-se expressa, basicamente, em quatro grandes seções: teologia sistemática, teologia bíblica/teologia exegética, teologia prática e teologia histórica. Os teólogos cristãos usam da exegese bíblica, a análise racional e argumentos para entender, explicar, testar, criticar e defender o Cristianismo.
A teologia também pode ser utilizada para atestar a veracidade do cristianismo, fazer comparações entre ela e outras tradições ou religiões, defender de críticos, corroborar qualquer reforma cristã, propagar o cristianismo, ou uma variedade de outras razões. A teologia cristã foi de grande influência na Europa ocidental, especialmente na Europa pré-moderna. 

Perspectiva católica
A Igreja Católica defende o uso da teologia enquanto ciência ou estudo racional, mas assente sempre na obediência à fé, que estuda sistematicamente e com método a Revelação divina na sua totalidade, que está compilada na chamada Tradição. A Tradição tem uma parte oral e uma parte escrita que está centrada na Bíblia. As conclusões da Teologia faz evoluir a compreensão e definição da doutrina católica.
Os métodos usados, os tópicos estudados e as suas disciplinas são semelhantes às outras teologias das principais confissões cristãs, algo que tem muito a ver com a sua base comum. Mas a sua interpretação das verdades reveladas e posterior definição das doutrinas apresentam diferenças em relação às suas congêneres cristãs, nomeadamente na questão da veneração dos santos e da Virgem Maria, da justificação, da infalibilidade e primazia do Papa, da noção de verdadeira Igreja de Cristo, da composição dos cânones da Bíblia e da validade da Tradição oral.

Divisões da teologia cristã
Síntese
Muitas vezes, as variadas disciplinas teológicas e suas respectivas sub-disciplinas associam-se e englobam-se umas às outras, inter-relacionando-se, podendo frequentemente um tema ou até um locus (área específica de estudo e reflexão) ser tratado em conjunto, sob aspectos diferentes, por várias disciplinas (e sub-disciplinas). Por esta razão, existe entre elas uma grande permeabilidade, intercâmbio e inter-disciplinidade.
De um modo resumido e geral, o relacionamento entre as disciplinas teológicas dá-se da seguinte maneira:
A teologia exegética, usando a técnica da exegese, analisa profundamente a Bíblia, cujos princípios de interpretação são estudados pela hermenêutica bíblica.
A teologia bíblica usa e organiza os resultados da teologia exegética e estuda também a evolução e o desenrolar da Revelação progressiva de Deus à humanidade, passando obviamente pelo Antigo Testamento e Novo Testamento.
Com o encontro e o conhecimento das verdades reveladas na Bíblia e, no caso católico, em outras fontes válidas da Tradição, toda essa verdade bíblica é estudada, reflectida, debatida, explicada e posteriormente reunida num grande sistema explicativo unificado. Esse trabalho é reservado à teologia sistemática.
As verdades, os princípios e os dogmas explicados e estudados pela teologia sistemática iriam ser depois defendidos pela Apologética perante a sociedade, as heresias, os ateus e as outras religiões.
Depois do estudo puramente teórico, a teologia prática pretende aplicar as conclusões teológicas ao quotidiano e também estudar o modo como a Igreja comunica a sua fé e as suas verdades, bem como as variadas ações de santificação ou de outra natureza da Igreja no mundo. Neste contexto, a teologia moral tem simultaneamente aspectos sistemáticos e práticos.
Finalmente, a evolução da teologia ao longo dos tempos e a História do Cristianismo são estudadas pela teologia histórica, que dá especial destaque à recepção e compreensão das verdades reveladas e à evolução na formulação da doutrina ao longo da História. Esta teologia estuda também, como por exemplo, a Patrística, a Escolástica e outras correntes e movimentos teológicos.



Lista das disciplinas e loci
De um modo mais concreto, a Teologia cristã pode ser dividida em:
Estudos bíblicos:
o Teologia exegética;
o Hermenêutica bíblica;
o Teologia bíblica.

Teologia sistemática, que, pelo menos na perspectiva católica, pode ser dividida em 2 ramos principais: a teologia dogmática e a teologia moral. Esta teologia engloba várias áreas de estudo, como por exemplo:
o Prolegômenos, que introduz os princípios primários, básicos e fundamentais da Teologia;
o Teontologia, que trata do estudo de Deus e, especificamente, de Deus Pai;
o Cristologia, que estuda Cristo, bem como a sua vida, missão, natureza e relação com Deus e com a humanidade;
o Pneumatologia, que estuda o Espírito Santo;
o Antropologia teológica, que estuda a realidade do ser humano sob o ponto de vista teológico;
o Soteriologia, que estuda a salvação, nomeadamente a noção de justificação e de santidade;
o Eclesiologia, que estuda os múltiplos aspectos e facetas da Igreja.
o Escatologia, que estuda o fim do mundo e o destino do Homem;
o Teologia dos sacramentos (ou teologia sacramental), que estuda os sacramentos;
o Hamartiologia, que estuda o pecado e o mal;
o Angeologia, que estuda os anjos e a sua missão.
o Demonologia, que estuda os demônios, particularmente Satanás.
o Mariologia, que é o estudo teológico sobre Maria (mãe de Jesus).

Teologia especulativa, que tenta penetrar mais ainda no mistério contido nas verdades reveladas, mas não desejando ir mais além delas. Ela pretende mostrar a "sua inteligibilidade e a conexão entre elas, com a ajuda das ciências ditas profanas ou naturais".
Teologia prática, que pode ser dividida em:
o "Teologia litúrgica", que estuda os múltiplos ritos ou atos de adoração e culto da Igreja nas suas mais diferentes expressões - a liturgia;
o "Teologia de Direito Canônico", que estuda o poder da Igreja de legislar, enquanto sociedade hierarquizada e instituída por Jesus (direito canônico);
o "Teologia Pastoral", que cuida da aplicação prática dos ensinamentos teológicos à ação ou pastoral da Igreja e à vida quotidiana de cada crente, incluindo a sua formação.
o "Teologia espiritual", que estuda a caminhada de configuração da personalidade humana até esta atingir a santidade e, inclusivamente, a perfeição. Esta teologia engloba a teologia ascética e a teologia mística.

Apologética.
Teologia histórica.
Além destas disciplinas e sub-disciplinas, que podem ser classificados e ordenados de maneira diferente em relação à lista supra-mencionada, existem muitas outras dentro da tão diversa teologia.

Alguns temas tratados
Santíssima Trindade
Ecumenismo
Indulgência
Papa e Infalibilidade Papal
Sucessão apostólica
Purgatório
Virgem Maria
Transubstanciação e Corpus Mysticum
Santidade e canonização
Sacramentos
Sacerdotismo
Doutrina Social da Igreja
Tradição católica
Batismo infantil
Criação (teologia)
Anjos
Igreja
Reino de Deus
Novíssimos e vida eterna
Salvação

Movimentos controversos
Pós-reforma
Adventismo: Tipificado pela Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Anglicanismo.
Anglo-Catolicismo.
Arminianismo (reação ao Calvinismo): soteriologia que afirma que o homem é livre para aceitar ou rejeitar o dom de Deus da salvação; identificado com o teólogo holandês reformista Jacobus Arminius, desenvolvida por Hugo Grotius, defendido pelo Remonstrants, e popularizado por John Wesley. A doutrina chave das igrejas Anglicanas e Metodistas, adotada por muitos Batistas e alguns Congregacionalistas.
Calvinismo: Tipo de soteriologia avançada criada pelo Reformador protestante francês John Calvin, que defende as opiniões de Agostinho sobre a eleição e rejeição; Afirma a Predestinação, a soberania de Deus e a incapacidade do homem para realizar sua própria salvação por acreditar na regeneração;
Movimento carismático: Movimento em muitas igrejas protestantes e algumas católicas que enfatiza os dons do Espírito e no contínuo trabalho do Espírito Santo no corpo de Cristo; frequentemente associada ao falar em línguas e a cura divina.
Congregacionalismo: Sistema utilizado por Congregacionalistas, Batistas, Pentecostais e igrejas, em que cada congregação se auto-regula e é independente de todos os outros.
Contra-Reforma (ou Reforma Católica): A resposta da Igreja Romana Católica a Reforma Protestante. (veja também Concílio de Trento)
Panenteísmo.
Deísmo: A doutrina geral que nenhuma fé é necessária para justificar a existência de Deus e/ou a doutrina de que Deus não intervém nos assuntos terrestres (contrasta com Fideísmo).
Dispensacionalismo: Crença na conservação do literalismo hermenêutico bíblico e na filosofia da história que.
Evangelicalismo: Tipicamente conservadora, predominantemente protestante perspectivas que prioriza evangelismo acima totalidade ou a maioria das outras atividades da Igreja (ver também neo-evangelicalism).
Fideísmo: A doutrina que a fé é irracional, que a existência de Deus transcende a lógica, e que todos os conhecimentos de Deus funcionam na base da fé (contrasta com o Deísmo).
Liberalismo: Crença em interpretar a Bíblia de forma a permitir o máximo de liberdade individual.
Methodismo: Forma de funcionamento da igreja e doutrina usada na Igreja Metodista.
Modernismo: Crença que a verdade muda, assim a doutrina deve evoluir em função de novas informações ou tendências.
Mórmons: Crença de que o Livro de Mormon e outros poderão ser também consideradas Escrituras divinas; crença em profetas; Considerada como uma religião diferente ou pseudo-cristã por outras igrejas cristãs.
Novo pensamento: Movimento baseado na Inglaterra durante o século 19 que acredita no pensamento positivo. Várias denominações surgiram disso, incluindo a Igreja Unida e a Ciência Religiosa.
Anti-conformismo: Advoga a liberdade religiosa; inclui os Metodistas, Batistas, Congregationalistas and Salvacionistas.
Anti-trinitarianismo: Rejeição da doutrina da Trindade.
Pentecostalismo
Presbiterianismo: Forma de governança usada nas igrejas Presbiterianas e Reformadas.
Puritanismo: Movimento para purificar o Episcopalismo de qualquer aspecto ritual.
Supersessionismo: Acredita que a Igreja Cristã, o corpo de Cristo, é o único povo eleito de Deus na era da Nova aliança.
Movimento da restauração: Tentativa do século 19 de retornar ao modelo de Igreja do Novo Testamento.
Restauracionismo: A doutrina considerada por muitas igrejas como apostasia; inclui,Testemunhas de Jeová, e Igreja dos Santos dos Últimos Dias.
Exército da salvação: Um desdobramento da Igreja Metodista conhecido por suas atividade de caridade.
Tractarianismo: Oxford Movement. Levou ao Anglo-Catolicismo.
Ultramontanismo: Um movimento do século 19 da Igreja Católica romana para enfatizar a autoridade papal, particularmente durante a Revolução Francesa e a secularização do Estado.
Igreja Unificada
Unitarianismo: Rejeita a Trindade e também a divindade de Cristo, com algumas exceções.
Universalismo: De várias formas, a crença que todas as pessoas no final serão reconciliadas com Deus.
Notas
1. As disciplinas e loci que não têm explicação nesta secção, é porque já estão explicados na anterior secção Síntese.
2. A Teologia dogmática estuda sistematicamente o conjunto dos dogma e das verdades fundamentais reveladas por Deus, às quais se deve em primeiro lugar o assentimento da fé.
3. A Teologia moral ocupa-se do estudo sistemático dos princípios ético-morais subjacentes às verdades reveladas por Deus, bem como à sua aplicação posterior à vida quotidiana do cristão e da Igreja. Muitas vezes, a teologia moral está também intimamente associada à teologia prática.
4. Por vezes, a Eclesiologia está também associada à teologia prática.
5. A teologia litúrgica relaciona-se por vezes à teologia pastoral.
6. A Teologia de Direito Canônico está mais relacionada com a Igreja Católica, que é uma das Igrejas cristãs mais hierarquizadas.
7. A Teologia espiritual está por vezes associada à teologia especulativa e até à teologia sistemática.
8. A apologética associa-se por vezes à teologia sistemática.


IV 
RELIGIÕES CRISTÃS

RELIGIÕES CRISTÃS

No cristianismo existem numerosas tradições e denominações, que refletem diferenças doutrinais por vezes relacionadas com a cultura e os diferentes contextos locais em que estas se desenvolveram. Segundo a edição de 2001 da World Christian Enciclopédia existem 33 830 denominações cristãs. Desde a Reforma o cristianismo é dividido em três grandes ramos:
Catolicismo: composto pela Igreja Católica Apostólica e que hoje congrega o maior número de fiéis;
Ortodoxia: originária do grande Cisma do Oriente (séc. XI) e é constituída por duas grandes Igrejas ortodoxas - a grega e a russa - que apresentam algumas diferenças entre si, nomeadamente a língua usada na liturgia.
Protestantismo: originária da segunda grande cisma cristã (Reforma Protestante) de Martinho Lutero, no século XVI, e engloba grande número de movimentos e denominações distintas. 

Atualmente a Igreja Protestante (também chamada Igreja Evangélica) pode ser dividida em três vertentes:
1)- Denominações históricas: resultado direto da reforma protestante. Destacam-se nesta vertente os luteranos, anglicanos , presbiterianos, metodistas e batistas.
2)- Denominações pentecostais: originárias em movimento do início do século XX é baseando na crença na presença do Espírito Santo na vida do crente através de sinais, denominados por estes como dons do Espírito Santo, tais como falar em línguas estranhas (glossolalia), curas, milagres, visões etc. Destacam-se nesta vertente Assembléia de Deus,Igreja Presbiteriana Renovada, O Brasil para Cristo, Congregação Cristã, Igreja Cristã Maranata e a Igreja do Evangelho Quadrangular.
3)- Denominações neopentecostais: originárias na segunda metade do século XX de avanço das igrejas pentecostais, não configuram uma categoria homogênea possuindo muita variedade nesse meio. Algumas possuem aceitação de músicas de vários estilos, outras adquiriram o formato 
G-12. Destacam-se nesta vertente a Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Igreja Apostólica Fonte da Vida, Igreja Internacional da Graça de Deus, Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, Igreja Evangélica Cristo Vive, Ministério Internacional da Restauração, Igreja de Nova Vida, Igreja Nacional do Senhor Jesus Cristo, Igreja Bola de Neve e a Igreja Unida. É o ramo que mais cresce no Brasil e no mundo.

Além desses três ramos majoritários, ainda existem outros segmentos minoritários do cristianismo. Em geral se enquadram em uma das seguintes categorias:
Restauracionismo: são doutrinas surgidas após a Reforma Protestante cujas bases derrogam as de todas as outras tradições cristãs, basicamente tendo como ponto em comum apenas a crença em Jesus Cristo. A maioria deles não se considera propriamente "protestante" ou "evangélico" por possuírem grandes divergências teológicas. Nesta categoria estão enquadradas a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, a Igreja Adventista do Sétimo Dia e as Testemunhas de Jeová, entre outras denominações. Quanto às Testemunhas de Jeová, embora afirmem ser cristãs, também não se consideram parte do protestantismo. As Testemunhas aceitam a Jesus como criatura, de natureza divina, seu líder e resgatador, rejeitando, no entanto a crença na Trindade e ensinando que Cristo é o filho do único Deus, Jeová, não crendo que Jesus é Deus.
Cristianismo não-calcedoniano: são as Igrejas que negam as decisões do Concílio de Calcedônia (realizado em 451), por exemplo, a Igreja Ortodoxa Copta, Igreja Ortodoxa Armênia; e a Igreja Assíria do Oriente (Nestoriana).
Cristianismo esotérico: é a parte mística do cristianismo, e compreende as escolas cristãs de mistérios e sincretismo religioso. A este ramo pertence o Gnosticismo que é uma crença com raízes antecedentes ao próprio cristianismo e que tem características da ciência egípcia e da filosofia grega. O Rosacrucianismo também se enquadra nessa vertente sendo uma ciência oculta cristã que ressalta as boas ações por meio da fraternidade.
Espiritismo: algumas vezes é contestado como sendo uma vertente do cristianismo. Os espíritas não acreditam que uma pessoa ou ser, como Jesus Cristo, pode redimir "os pecados" de uma outra, contudo para a maior parte dos adeptos do espiritismo a obra de Allan Kardec constitui uma nova forma de cristianismo, ou então um resgate do cristianismo primitivo, que não inclui os dogmas adicionados pela Igreja Católica em seus diversos Concílios. Inclusive, um dos seus livros fundantes é denominado de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Esse livro apresenta uma reinterpretação de aspectos da filosofia e moral cristã, crendo em parte na Bíblia Sagrada.

DIVISÕES HISTÓRICAS



Algumas denominações ou grupos semi-cristãos do passado não existem hoje. É o caso, por exemplo, dos gnósticos (que sustentavam um modelo dualista), os ebionitas (que negavam a divindade de Cristo), os apolinarianos (defendiam que Jesus teria corpo humano e mente divina), os montanistas (que pregavam uma nova revelação concedida a eles) e os arianos (que acreditavam que Jesus foi um ser criado ao invés de coeterno com Deus Pai, e que, durante um período, foram mais numerosos na igreja institucional que os não-arianos). Muitos desses grupos primitivos, hoje considerados heréticos, se extinguiram por falta de seguidores ou, de uma forma geral, por supressão por parte da Igreja, que em seus primeiros séculos passou por um grande esforço de unificação e definição do que seria ou não doutrina cristã.
Apesar desse movimento, representado especialmente pelos primeiros concílios ecumênicos, foram se aprofundando algumas diferenças entre as tradições oriental e ocidental. Elas derivaram inicialmente das divisões linguísticas e sócio-culturais entre o Império Romano do Ocidente e o Bizantino. Em virtude do Ocidente (ou seja, a Europa) usar o latim como sua língua franca e o Oriente (o Oriente Médio, a Ásia e no norte da África) usarem o grego koine para transmitir seus escritos, os desenvolvimentos teológicos tornaram-se de difícil tradução de um ramo para o outro.
A primeira rotura significativa e duradoura no Cristianismo histórico sucedeu com a Igreja Assíria do Oriente, após a controvérsia cristológica sobre o nestorianismo em 431 (entretanto, os assírios assinaram uma declaração cristológica de fé em comum com a Igreja católica em 1994). Hoje as Igrejas Católica e Assíria vêem este cisma como um problema basicamente linguístico, devido a problemas na tradução de termos muito delicados e precisos do latim para o aramaico e vice-versa (veja Concílio de Éfeso). Depois do Concílio de Calcedônia, em 451, a seguinte grande divisão ocorreu com as Igrejas Síria e Alexandrina (egípcia ou copta), que se separaram em virtude de suas características monofisitas (entretanto, o patriarca sírio Ignatius Zakka I Iwas e o papa João Paulo II assinaram, também, uma declaração cristológica de fé). Estas igrejas monofisistas são conhecidas como Igrejas não-Calcedonianas (a Ortodoxia Oriental), diferenciando-se da Igreja Ortodoxa por aceitarem apenas os três primeiros concílios ecumênicos.


Embora a Igreja como um todo não tenha experimentado maiores divisões nos séculos seguintes, os grupos oriental e ocidental chegaram até ao ponto em que os Patriarcas de ambas as famílias se excomungaram mutuamente em 1054, no que ficou conhecido como o Grande Cisma. As razões políticas e teológicas para o cisma são complexas mas o ponto mais controverso foi a questão da primazia papal: o Ocidente insistia em que o Patriarca de Roma mantinha uma posição especial de autoridade sobre os outros patriarcas (em Alexandria, Antioquia, Constantinopla e Jerusalém), enquanto que o Oriente sustentava que todos os patriarcas eram co-iguais, não tendo qualquer autoridade especial sobre outras jurisdições. Cada igreja considera a outra como a catalisadora da divisão e foi somente no papado de João Paulo II que se fizeram reformas significativas para melhorar a relação entre as duas.
No Cristianismo ocidental houve uma série de movimentos geograficamente isolados que precederam o espírito da Reforma protestante. Na Itália, no século XII, Pedro Valdo fundou o grupo dos Valdenses. Tal movimento foi largamente absorvido por grupos protestantes modernos. Na Boêmia, uma região ortodoxa, os Estados Pontifícios (na época, um estado muito mais poderoso do que a Santa Sé atual) tomaram a região e converteram-na à fé católica. Um movimento iniciado no princípio do século XIV por John Huss (os Hussitas) desafiou o dogma católico, permanecendo até hoje (mais tarde, iriam dar origem aos Morávios).
Um movimento independente, que, anos depois, viria a alinhar-se com a Reforma, foi deflagrado quando o rei Henrique VIII da Inglaterra declarou-se como cabeça da Igreja da Inglaterra, com o Ato de supremacia em 1534, fundando o Anglicanismo como um ramo separado da fé cristã.
Um cisma enorme derivou-se, não intencionalmente, pela postagem das 95 teses por Martinho Lutero, em Wittenberg, em 31 de Outubro de 1517. Escritos inicialmente como uma série de reclamações a fim de estimular a Igreja católica a reformar-se por si mesma, muito mais do que iniciar uma nova seita, os textos de Lutero, combinados com a obra do teólogo suíço Ulrico Zuínglio e do teólogo francês João Calvino, levaram a uma fissura no cristianismo europeu que criou o que é, hoje em dia, o segundo maior ramo do Cristianismo depois do próprio Catolicismo: o Protestantismo.
Distintamente dos outros ramos (Catolicismo, Ortodoxia, os Orientais "monofisitas", os Assírios e os Anglicanos), o Protestantismo é um movimento geral que não tem uma estrutura governamental interna. Desta forma, diversos grupos, como Luteranos, Presbiterianos, Congregacionais, Anabatistas, Metodistas, Batistas, Adventistas, Pentecostais, e, possivelmente, os Restauracionistas, (dependendo do esquema de classificação que for utilizado) são todos parte de uma mesma família.



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