domingo, 5 de fevereiro de 2017

ATEÍSMO


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 O ATEÍSMO


O ateísmo é uma posição filosófica que não aceita a existência de Deus. Só isso já é o suficiente para causar conflitos e fazer com que eles, os ateus, sofram preconceito e sejam mal compreendidos. Será que não acreditar em Deus muda o caráter de uma pessoa?
Há séculos a humanidade sempre acreditou na existência de um “deus”, alguns tinham fé sobre um único e outros sobre vários, porém, a crença em um ser superior e criador do Universo e de todas as coisas também tinha opositores. No fim do século 13, período da história conhecido pelo Renascimento, pequenos grupos formados por intelectuais que tinham uma ideologia ceticista (corrente filosófica que se baseia no raciocínio como operação discursiva, mental e lógica, sem apelar para conceitos místicos e/ou religiosos), passaram a contestar questões religiosas. A visão de mundo que era teocêntrica passa a ser antropocêntrica, e assim, os primeiros indícios do ateísmo começam a surgir.

Naquela época, ser cristão era praticamente uma imposição, por isso, poucos ateus eram realmente conhecidos e aceitos. Atualmente, eles ainda não são vistos com bons olhos. Num país onde a maioria é cristã ainda é difícil bater no peito e dizer: sou ateu. O que muitos perguntam é: O que realmente está por trás do ateísmo? O que ele “prega”? Os ateus são do mal, filhos do demônio que desejam ódio para o mundo todo? Revoltados, descrentes ou apenas pessoas que pensam de uma forma diferente?
Ao contrário do que muitos possam imaginar, os ateus não vivem em “bandos”, não fazem reuniões semanais, não seguem nenhum tipo de regra ou norma e muito menos fazem rituais satânicos. Já que eles não acreditam em Deus também não acreditam no Diabo.
Muitos levam a vida normalmente sem nem fazer menção à falta de religião, já outros se dedicam ao estudo e leitura sobre o assunto, até como forma de reforçar seu ateísmo. De fato é comum entre todos eles a crítica consciente à religião. O que para os religiosos se chama “fé”, ateus consideram como ingenuidade, alienação e ficção.
No Brasil, segundo o IBGE, há mais de 12 milhões de ateus

Crescimento do ateísmo

Resultado de imagem para Crescimento do ateísmoO primeiro registro de crescimento do ateísmo foi por volta de 1859, quando o cientista Charles Darwin (1809 - 1882) apresentou a Teoria da Evolução. A ciência que já vivia em conflito com a religião passou a duvidar de Deus abertamente e a sociedade passa também a se confrontar com os dogmas religiosos. Alguns anos depois, em 1882, o filósofo ateu, Friedrich Nietzsche (1844 - 1900) atestando a força do ateísmo, escreve: "Deus está morto! E quem o matou fomos nós!".
O número de ateus vem crescendo nos países sócio economicamente mais evoluídos, principalmente, os europeus. Nos últimos 100 anos, o ateísmo na Europa cresceu de 1,7 milhão para quase 130 milhões de pessoas (ver gráfico). Estima-se que haja atualmente cerca de 800 milhões de ateus no mundo todo. Marcelo Ronconi, diretor-geral da UNA (União Nacional dos Ateus), alerta para o fato desses números não serem totalmente confiáveis, "muitas pessoas no íntimo são ateias com consciência disso, mas ainda preferem não expor suas opiniões. Então elas tendem a dizer que são 'sem religião'", afirma.

20 NAÇÕES COM OS MAIS ELEVADOS 
ÍNDICES DE ATEÍSMO


PaísPopulaçãoAteístas + Agnósticos – Máx.
1Suécia8,986,00085%
2Vietnam82,690,00081%
3Dinamarca5,413,00080%
4Noruega4,575,00072%
5Japão127,333,00065%
6República Tcheca10,246,10061%
7Finlândia5,215,00060%
8França60,424,00054%
9Coréia do Sul48,598,00052%
10Estônia1,342,00049%
11Alemanha82,425,00049%
12Rússia143,782,00048%
13Hungria10,032,00046%
14Holanda16,318,00044%
15Grã-Bretanha60,271,00044%
16Bélgica10,348,00043%
17Bulgária7,518,00040%
18Eslovênia2,011,00038%
19Israel6,199,00037%
20Canadá32,508,00030%

Fonte: Atheism: Contemporary Rates and Patterns

Brasil e as religiões

Brasil ainda é um dos países com grande parte da população cristã, o catolicismo representa 73% da população (2000 - último Censo do IBGE). Os ateus e os não religiosos formam o terceiro maior grupo em crescimento no país, de 1980 a 1991, a taxa foi de 250%. 
Outro dado apurado pelo IBGE é de que a cada ano, cerca de 600 mil fiéis abandonam a Igreja Católica e migram para outras religiões, derivadas, principalmente, do cristianismo, entre elas as de orientação pentecostal e neo-pentecostal – duas vertentes do protestantismo que mais crescem nos últimos 40 anos.
“Um dos problemas do cristianismo foram as subdivisões da Igreja, antigamente havia uma única igreja, pois Deus falava para sua igreja e não suas igrejas. Não há necessidade de tantas igrejas diferentes pregando conceitos diferentes, acaba causando a competição entre elas. E isso é muito negativo para nós, católicos.” 
Nivaldo Gomes, ministro extraordinário da Capela Basílica do Senhor Bom Jesus de Cuiabá.

Segundo o IBGE: 72% das pessoas sempre seguiram a mesma religião, 82% dos evangélicos já foram católicos e 17% seguem mais de uma religião. Em 1991, a taxa de pessoas que se declararam católicas era de 83%, evangélicas, 9% e os “sem religião”, 4,7%. Em, 2000, esses números mudaram, católicos são 73%, evangélicos 15,4% e “sem religião” formam 7,5% da população brasileira. As Igrejas com maiores números de fiéis são:

Igrejas e seus números (IBGE – 2000)

01- Igrejas Católica Apostólica Romana – 124.980.132

02- Sem religião – 12.492.403

03- Assembléia de Deus – 8. 418. 410

04- Igreja Batista – 3.162.691

05- Pentecostais e Neopentecostais – 2.514.532

06- Congregação Cristã do Brasil – 2.489.113

07- Espírita – 2.262.401

08- Igreja Universal do Reino de Deus – 2.101.887

09- Igreja do Evangelho Quadrangular – 1.318.805

10-Igreja Adventista do Sétimo Dia  1.209.842

11- Testemunhas de Jeová – 1.104.886

12- Igreja Luterana – 1.062.145

O historiador e professor da Universidade Estadual de Goiás, André Caes, concorda com essa afirmação. Segundo o ele, o ateísmo não vem crescendo como muitos pensam, “o dado estatístico mais importante é o crescimento do número dos ‘sem religião’, que não são ateus, mas que optam por não pertencer a uma religião específica. O cristianismo católico não perde adeptos para o ateísmo, mas perde fiéis para as Igrejas Pentecostais e Neo-Pentecostais. Na minha opinião, o ateísmo não vem crescendo, estatisticamente, ele mantém sua porcentagem normal.”

Preconceito

Brasil é famoso pelo espírito de união de raças, credos e culturas, mas quando se trata dos ateus, a situação muda um pouco. Raros são os que não têm uma história de preconceito para contar. Cara feia, incompreensão, isolamento e até casos de agressão são quase rotina para ateus que expõem o que são.
Luana Souza conta que nunca falou abertamente sobre isso com a família, mas que no geral as pessoas se chocam quando ficam sabendo. “Muitas perguntam, ‘mas por quê?’ e pensam que a pessoa que não acredita em Deus é do demônio, não é capaz de amar ninguém. Só não acredito em Deus e isso não me impede de acreditar e amar as pessoas.” Essa relação ateu = “amigo” do demônio, também foi sentida por Cínthia Borges que aos 10 anos falou na sala de aula que não acreditava em Deus e foi chamada de demoníaca. “Isso para uma criança de 10 anos pesa muito”, lembra Cínthia.
O caso de agressão física foi relatado por Marcelo Ronconi, diretor geral da União Nacional dos Ateus: Em uma roda de amigos no centro da minha cidade, Taubaté - SP, um colega comentou "por cima" que eu sou ateu. Entre nós haviam dois caras que não eram meus amigos, apenas estavam junto conosco, e não estavam bêbados nem nada. Um deles começou para variar a dizer que ‘se eu não acredito em Deus eu não amo a vida!’, que ‘é por isso que o mundo está como está’, e sabe quando a pessoa se irrita sozinha? Eu não faço o tipo de discutir estupidamente, na verdade eu tenho um humor muito evidente, mas mesmo assim o cara quis briga. Não foi algo do tipo "vou te socar porque você é ateu" e sim um tapa na minha cara totalmente covarde, do nada, enquanto eu falava já de outro assunto. E quando eu me levantei aí sim para me defender, nos seguraram. Claro que ele me ofendeu horrores e só faltou chamarem a polícia. Ele me ameaçou de morte e ficou nisso. Marcelo acrescenta, “não exijo um sorriso na cara do crente quando digo que sou ateu, mas a intolerância é desagradável demais”.
Lendas antigas os tratavam como “seres da noite que andam de preto, matam animais nas ruas, comem crianças, são adoradores do diabo e vivem em grupos”, uma outra ainda dizia “se você cruzar com um ateu, vá para casa e tome 7 banhos seguidos para se purificar”Claro que tudo isso não passa de mera imaginação e preconceito. “O ateu sempre está errado, as outras pessoas é que estão certas. Eles merecem meu respeito, mas eu não mereço o deles.”, contesta Cínthia.

O ateísmo pode ser observado 
em suas mais variadas diferenciações.


Ao falar sobre o ateísmo, muitos tendem a simplificar tal ideia ao mero conjunto de pessoas que negam a existência de um ou vários deuses. Contudo, o desenrolar dessa questão está cercado de âmbitos mais complexos marcados pela postura e os pressupostos que definem as diferenças entre cada um dos descrentes. Dessa forma, podemos apontar que o ateísmo se desdobra em formas múltiplas de se reconhecer e agir em um mundo desprovido de deuses.

Para alguns ateus, a inexistência das divindades não se limita ao mero espectro de se colocar presença dessas em dúvida. Além de não acreditarem em Deus, muitos ateus defendem que seja possível – por meio de argumentos racionalmente constituídos – comprovar a ideia de que os deuses e sua realidade espiritual não sustentam a criação do mundo em que vivemos. Dessa forma, os integrantes do chamado “ateísmo forte” abraçam o desenvolvimento de um diálogo avesso à existência divina.

Em contrapartida, existem alguns ateus que encaram o ponto da insistência divina como uma opção de âmbito pessoal. Ao invés de se lançarem ao extenso simpósio vinculado ao tema, os representantes do “ateísmo fraco” limitam o abandono às divindades enquanto postura calcada em opções próprias. Sendo assim, estes ateus não se dispõem a participar ativamente do entrave existente entre os partidários da presença de Deus no mundo e os já citados ateus fortes.

Considerados por muitos como um desdobramento do ateísmo fraco, ainda podemos falar sobre a existência dos agnósticos. Os partidários dessa concepção preferem não se comprometer em uma posição rígida sobre o assunto. Para estes, não existem argumentos suficientemente maduros para que a inexistência de Deus seja terminantemente comprovada. Da mesma forma, não se convencem definitivamente que seres espirituais regem o processo existencial mundano.
Ao observar tantas modalidades do pensamento ateu, podemos ver que a questão pode girar em torno das mais variadas nuances. Ser ateu não implica necessariamente em atacar ou desprezar os demais indivíduos que se apegam à presença divina. De tal forma, observamos que assim como as formas de ver a interferência de Deus no mundo variam entre as diferentes religiões, a forma de se encarar a ausência divina também está cercada por um rico corolário de concepções e posturas.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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ATEÍSMO IDEOLÓGICO E DIREITOS ANIMAIS


Nunca foi nem nunca será prerrequisito ser vegetariano para ser um ateu ideológico. Mas é difícil negar que há conexões entre os diversos aspectos do ateísmo ideológico e os Direitos Animais (DA)  e que, no final das contas, torna-se questão de coerência um ateu dessa categoria se tornar veg(etari)ano e simpatizante ou defensor da causa abolicionista animal.

Cada aspecto citado do ateísmo ideológico tem algo que combine com a ética animal:

a) Descrença em deuses 
(e em códigos morais absolutistas)

A inexistência de deuses e a irreligião implicam que não existe uma ética/moral absoluta e de origem divina regendo a conduta dos seres humanos. Nisso os ateus se deixam reger por uma ética exclusivamente secular, que muda ao longo dos tempos -– e são suscetíveis a analisar, aprovar e assim aceitar as mudanças progressistas nessa ética.
Essa ética secular, que Richard Dawkins chama dezeitgeist moral, vive em permanente mudança, há milênios, e continuará se transformando até a extinção da humanidade. Antigamente legalizava a opressão oficializada de minorias (mulheres, estrangeiros, pessoas de outras religiões etc), inclusive permitindo a escravidão de seres humanos. Pouco a pouco foi (e vem) derrubando uma a uma as regras morais permissivas à opressão, com implantação da democracia, abolição de leis racistas, conquista de direitos pelas mulheres, mundialização dos Direitos Humanos, aceitação jurídica integral da homoafetividade, regulação legal das relações entre o ser humano e a Natureza a que ele pertence...
E o próximo passo desse progresso ético tende a ser o reconhecimento cada vez mais abrangente e consistente dos animais não humanos como sujeitos de direito, na sua condição de pacientes morais suscetíveis às consequências das ações dos humanos agentes morais. Negar esse avanço e crer que os animais não humanos não podem, ou não devem, ser eticamente respeitados é subestimar a mutabilidade do zeitgeist moral secular, ou mesmo duvidar dela.
Portanto, a descrença em deuses e, por tabela, em códigos morais absolutos facilita bastante o entendimento de que a incorporação dos Direitos Animais ao paradigma ético vigente é parte da incontível evolução do nosso sistema ético-moral (é perceptível que alguns carnistas questionam os Direitos Animais como se sua eventual sanção fosse a imposição de uma moral absolutista. Porém, nenhum teórico de Direitos Animais considera os DA como o limite ou auge da evolução ética das sociedades modernas. Encaram-nos sim como apenas mais um passo importante na eterna mutação do zeitgeist moral, que será sucedido por outros avanços futuros  como, prevejo eu, a legalização da poligamia e do nudismo casual).

b) Humanismo secular

Este, pelo visto, ainda é limitado à espécie humana, e poderá ser sucedido aos poucos por um supra-humanismo que inclua tanto os animais humanos como os não humanos como sujeitos morais. Mas mesmo hoje ele já possui semelhanças muito fortes e numerosas com o ideal do abolicionismo animal: a oposição a opressões seja quais forem; o estabelecimento de uma cultura de paz e respeito aos vulneráveis; a rejeição do “direito” dos mais fortes de dominarem os mais fracos e lhes imporem suas vontades; a oposição a atos desnecessários de violência; a reivindicação de direitos integrais a categorias oprimidas; a preocupação com a sobrevivência futura e harmonia da humanidade considerando-se que a pecuária está ajudando a comprometer o futuro da espécie humana, através do seu enorme impacto ambiental , entre outros aspectos.
Analisando-se bem a proposta dos DA, é possível concluir que, considerando-se a exploração animal algo que atenta, ainda que indiretamente, contra os pilares do próprio humanismo, o veganismo e a adesão à luta pela abolição desse sistema de escravidão acabam sendo praticamente um imperativo ético aos humanistas seculares, sob pena de estarem sendo incoerentes e contradizendo seu próprio ideário.
Afinal, se os animais não humanos são tão ou mais oprimidos do que os seres humanos pelos quais o humanismo tanto zela, por que não se preocupar com eles também? Por que continuar consentidamente participando, por via do consumo, de um sistema que oprime seres que deveriam ter direitos, quando se é humanista e desejador do fim de todo e qualquer paradigma que negue direitos a quem os merece?

c) Filia à Razão e à Ciência

Os Direitos Animais possuem bases racionais e científicas cada vez mais fortes. Seja no que tange os estudos sobre senciência, consciência e comportamento animal, seja nas sólidas bases fincadas na Filosofia da Ética, seja na factualidade das denúncias contra as atividades de exploração animal, seja nos estudos dos impactos ambientais da pecuária e da pesca, os DA possuem uma forte, e cada vez mais difícil de negar, estrutura racional e científica.

As recorrências a apelos sentimentais orais ou gráficos são apenas uma faceta periférica da militância animalista. Há em contrapartida essa robusta fundamentação filosófica e científica, e o pelotão de filósofos e cientistas abolicionistas só vem aumentando ao redor do mundo e fortalecendo essa base intelectual do vegano-abolicionismo.
Por outro lado, o especismo e o carnismo vêm sendo dissecados por esse movimento e denunciados como carentes de bases racionais fiáveis. E é possível perceber na internet que a maioria dos formadores de opinião que ainda estão do lado antropocêntrico não vem conseguindo sustentar seus argumentos ou mesmo simplesmente argumentar sem que recorram a ideias contraditórias, ofensividade de linguagem, manifestação de paixões deletérias -– como o prazer viciado do paladar em torno das carnes -–  e/ou evidências científicas questionáveis e precárias, contrariando tanto a Razão como a Ciência.
Em suma, a racionalidade e cientificidade, que marcam o ateísmo ideológico, estão cada vez mais a serviço dos Direitos Animais, tanto respaldando-o como desmontando os argumentos do lado oposto -– carnismo e especismo.

d) Ceticismo científico

Ainda é pouco comum na internet brasileira que ateus declaradamente céticos se invistam em desconstruir os argumentos e preconceitos do carnismo e do especismo, tal como se faz muito com técnicas pseudocientíficas como a homeopatia e a clarividência, com crenças religiosas e com lendas de internet. Mas há um enorme potencial para que o ceticismo científico se alie permanentemente com os Direitos Animais, no que se refere a questionar e desmontar as crenças antropocêntricas

Tal como pseudociências, o carnismo e o especismo são, como é possível verificar em análise crítica rigorosa das suas justificativas, sustentados por teorias científicas ultrapassadas, falácias lógicas e preconceitos contra vegetarianos e veganos. São um prato cheio para trabalhos de ceticismo, em especial no que tange a aposentar argumentos como “O ser humano precisa de carne” ou “A ‘lei da sobrevivência’ nos obriga a criar e matar animais para proveitos nossos” e apontar falácias.
Está ficando cada vez mais difícil ser ao mesmo tempo verdadeiramente cético e carnista militante sem ser fortemente questionado, visto que tal posição é muito contraditória e, conforme se flagra hoje em dia, compromete seriamente essa qualidade de cético.
Ainda é possível ser ateu e especista ao mesmo tempo, mas o ateísmo ideológico, pautado em valores como o humanismo secular, a racionalidade militante e o ceticismo científico, tem conexões e semelhanças muito fortes com os Direitos Animais. Tanto que se torna complicado não ver contradições no pensamento de alguém que é ateu, humanista-secular, cético, racionalista e pró-científico mas segue pensamentos baseados em preconceitos, teorias científicas vencidas, paixões (como o prazer do paladar) e até falácias lógicas.
Dado esse grande potencial de aliança entre os DA e o ateísmo ideológico, já selada por muitos ateus veg(etari)anos, é possível afirmar que há tantas ou mais razões para ateus dessa categoria se tornarem simpatizantes ou defensores dos DA quanto/que para hindus e jainistas serem vegetarianos. Não há obrigação coercitiva nem mandamento divino que determine que ateus ideológicos devam se tornar vegetarianos e considerar os animais não humanos sujeitos morais plenos, mas há sim o respeito coerente ao complexo ideológico que esse tipo de ateísmo traz consigo.
Afinal, não convém a um humanista secular apoiar ou consentir com um sistema que oprime seres vulneráveis e nega direitos a quem os merece. Idem a um cético usar falácias e teorias científicas ultrapassadas. A um racionalista e amigo da Ciência defender algo deletério na base da paixão, da reação adversa visceral e de dados cientificamente duvidosos. A alguém que não acredita em deuses e em suas morais absolutas defender que a Ética não mude a ponto de incluir os animais não humanos como sujeitos morais.
Ser “vegano porque ateu ideológico” não é exatamente como ser vegetariano porque hindu. Não é uma ordem divina. Ou uma regra cuja violação acarreta punição. Mas é uma recomendação da Razão e também da consciência ética. É uma correção das qualidades de humanista secular, cético, racionalista, amigo da Ciência, reconhecedor da mutabilidade da ética humana, negador de morais petrificadas. Enfim, de ateu ideológico.

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Darwin: 
evolucionismo anticristão rumo à extinção do homem

As teorias darwinistas, quando levadas a seu extremo de negação de Deus e da ordem natural, induzem à aceitação da “cultura da morte”: a extinção do homem.
Luis Dufaur

O leitor me perdoe começar com este fato aberrante: a Ginemedex, clínica de aborto de Barcelona, utiliza liquidificadores para “sumir” com os restos de bebês abortados com mais de sete meses de gestação! O pretexto para essas “moedoras de bebês” é o fato de a lei obrigar as clínicas a enterrar os despojos das crianças sacrificadas com 11 ou 12 semanas de gestação. E tais clínicas não querem arcar com as despesas do enterro...
Como é possível que tal fato não suscite uma onda de compaixão pelas criancinhas que acabam assim os seus dias? E, convém ressaltar, elas não foram batizadas!
Pensava eu nisto quando lia escritos de John Holdren –– o novo “czar” das ciências do presidente Obama ––, que me lembraram os sofismas da pregação progressista, ecologista e da “cultura da morte”. E ia refazendo na minha cabeça as discussões que tinha com colegas progressistas, aos quais eu apresentava a contra-argumentação.

 “É a evolução... o homem multiplicou-se mais do que o meio ambiente pode suportar. Com sua civilização, ele ameaça o clima da Terra. É preciso reduzir seu número até com métodos drásticos e compulsivos”.
— E a moral? –– reagi como que instintivamente.
 “Moral? Não há moral. Darwin mostrou que nada é definitivo, que o homem é apenas um estado passageiro da evolução. Ontem ele se assemelhava a um simióide que andava de quatro pelas galharias das árvores. Anteontem estava contido numa espécie de ameba no fundo dos mares. Amanhã será outra coisa. A natureza muda... e a moral se altera junto. Os mais fortes prevalecem. No futuro, virá talvez um ‘homem novo’ que substituirá nossa orgulhosa humanidade. É a lei da evolução”.
— Mas o homem não é filho de Deus, saído de suas próprias mãos, feito à sua imagem e semelhança, destinado à bem-aventurança eterna?
 “Ora essa! Darwin mostrou que nada disso tem base científica. Isso é coisa de espírito retrógrado, fundamentalista, inimigo da ciência e do progresso humano”.
— Mas se nada é fixo, imutável, eu não posso ter segurança de nada?
 “Nada... nada..., nada é imutável. Veja a Religião católica, teólogos que aceitam a evolução, como Teilhard de Chardin. Eles criaram uma nova teologia, viraram a Igreja Católica pelo avesso. A única segurança é que tudo ficou inseguro, incerto. É a evolução, meu caro, é preciso adaptar-se ou desaparecer!”
Enquanto afastava estas ameaçadoras idéias, fui me informar sobre o que Darwin, cujo bi-centenário do nascimento comemora-se neste ano, afirmava de fato a respeito da evolução.
A viagem em volta da Terra e
“A Origem das Espécies”

Mais de vinte anos depois, o naturalista Alfred Russel Wallace (1823-1913) mostrou a Darwin o livro que ia publicar, com idéias próximas às dele. Darwin recuperou então as velhas anotações, ordenou-as e publicou-as. Surgiu assim, há 150 anos, A Origem das Espécies.
Charles Darwin (1809-1882) nasceu numa abastada família inglesa. Estudou ciências naturais nas universidades de Edimburgo e Cambridge. Ainda jovem, empreendeu uma viagem de quase cinco anos em volta da Terra (1831-1836). Nela acumulou observações e amostras do reino animal. De retorno à Inglaterra, guardou as anotações embaixo de uma escada. As crianças da casa arrancavam as folhas para brincar.

Contrariamente à saga corrente, a viagem não mudou a atitude de Darwin em face de Deus. 
Por exemplo, após entrar numa floresta brasileira, escreveu: “Não era possível formar-se uma ideia dos sentimentos de maravilhamento, de admiração e de devoção que enchem e encantam o espírito. Lembro-me bem de ter ficado convencido de que no homem há mais do que o simples influxo do corpo”.
Crise religiosa: 
Darwin torna-se anticristão

Resultado de imagem para iguana imagem fractalMas o Charles Darwin de A Origem das Espécies mudara completamente em relação ao naturalista expedicionário. Ele fora criado no protestantismo, tendo depois perdido qualquer vestígio de fé entre 1836 e 1839. Tornou-se agnóstico e visceralmente contrário ao cristianismo. Em sua Autobiografia, narra como voltou-se contra o Deus da Bíblia. Tal confissão de apostasia é tão chocante, que seus descendentes impediram a divulgação. Ela só veio a lume numa edição de 1958, onde afirma num trecho censurado: “De fato, dificilmente posso admitir que alguém pretenda que o cristianismo seja verdadeiro; pois, se assim fosse, as Escrituras indicam claramente que os homens que não creem –– isto é, meu pai, meu irmão e quase todos os meus melhores amigos –– serão punidos eternamente. E isto é uma doutrina condenável”.
Ele optou por um sentimentalismo relativista e vago, que levou até as últimas conseqüências; implicou com a lógica ordenada da moral evangélica, que tem na Igreja Católica sua autêntica realização; repeliu os movimentos de alma ordenados que lhe inspiravam as cenas grandiosas da natureza; pois percebeu “que estavam intimamente ligados à crença em Deus”. Rompendo com sua admiração pela floresta brasileira, explicou: “Hoje, as cenas mais grandiosas não produziriam em mim nenhuma convicção nem sentimento daquele gênero”.

Anticristianismo e evolucionismo 
explicitados simultaneamente
Resultado de imagem para Darwin: evolucionismo anticristão rumo à extinção do homemDarwin passou a confessar-se agnóstico e a menosprezar acintosamente a Religião. Lê-se em sua Autobiografia: “O Antigo Testamento é manifestamente falso, a Torre de Babel, o arco-íris como sinal, etc. Dado que ele atribui a Deus os sentimentos de um tirano vingativo, não é mais digno de confiança que os livros sagrados dos hindus ou as crenças de outros bárbaros. [...] Deixei de acreditar no cristianismo enquanto revelação divina”.

Ele foi abandonando a ideia de um Deus pessoal, e mesmo da existência de uma causa final na natureza: “O velho argumento de uma finalidade na natureza, que outrora me parecia tão concludente, caiu depois da descoberta da seleção natural. [...] Não acredito que haja muito mais finalidade na variabilidade dos seres orgânicos e na ação da seleção natural do que na direção em que sopra o vento”.

Homem e natureza se lhe afiguravam então como meros subprodutos de uma cega fatalidade, que progride rumo ao ignoto. O motor desse progresso seriam transformações devidas a acidentes fortuitos e à necessidade. As espécies resultantes, ou mais evoluídas, exterminariam fatalmente as menos evoluídas, mais fracas e inferiores.

Darwin percebeu que, sem um princípio e um fim, o homem ficaria escravo, como um bicho, ao capricho de sua fantasia e de seus instintos: “Um homem que não tem uma crença bem sólida na existência de um Deus pessoal, ou numa existência futura com retribuição e recompensa, não pode ter outra regra de vida, segundo me parece, senão seguir seus impulsos e seus instintos mais prementes, ou que ele acha os melhores”. Esta conclusão, ele a enfeitou com sentimentos típicos do romantismo vitoriano do século XIX.

Sua crise religiosa, que descambou para a apostasia e para o anticristianismo, correu lado a lado com a explicitação do evolucionismo. Então, não é de espantar que o anticristianismo se encontre entranhado no pensamento darwinista e de seus sucessores “neo-darwinistas”, embora pretendam que se trate de meras doutrinas científicas.

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Bombardeou o conceito que o homem tem de si próprio
Diz um dos corifeus darwinistas hodiernos, o Prof. Dominique Lecourt, da Universidade da Sorbonne-Paris VII: “Darwin estava bem ciente de que tirava o homem do centro, aproximava-o do animal, e entrava em conflito com a imagem de si próprio. [...] Darwin [...] confessou à sua mulher, muito piedosa, que sua teoria não concordava com o dogma cristão. Ele sabia que tinha fabricado uma bomba”. De fato, suas teorias serviram para dinamitar a visão racional da ordem do universo e sua procedência da criação.

Darwin também é tido como um dos fundadores do ecologismo, que exalta a vida tribal animalesca “integrada” numa natureza em perpétua evolução.

Interpretou o conhecido pelo desconhecido

Alfred Russel Wallace e Darwin foram co-inventores da teoria da seleção natural das espécies, peça-chave do evolucionismo. Porém, Wallace manteve a crença numa inteligência diretora que presidiria a luta evolutiva. A partir de 1862, descambou para o espiritismo e o ocultismo. Porém, Darwin permaneceu no agnosticismo naturalista materialista. Entretanto, sua linguagem recende a uma análoga procura de explicação do conhecido pelo desconhecido, pelo oculto. No livro A filiação do homem, ele imagina que o homem descende de algum tipo de símio há tempos desaparecido; este, “provavelmente de um marsupial arcaico”; e este último, de uma ignota “criatura de tipo anfíbio”, por sua vez derivada de um ainda mais inidentificável “animal que se assemelha a um peixe”.
Quanto mais se aprofunda nas suposições de fenômenos inverificáveis, tanto mais Darwin adota uma linguagem próxima à de um adivinhador lendo numa bola de cristal. “Na obscuridade confusa do passado, podemos ver que o primeiro ancestral de todos os vertebrados deve ter sido um animal aquático dotado de brânquias, que possuía os dois sexos reunidos no mesmo indivíduo, tendo os mais importantes órgãos do corpo (como o cérebro e o coração) imperfeita ou nulamente desenvolvidos. Esse animal parece ter-se assemelhado às larvas dos ascidiáceos marinhos atuais”.

Cascata de conjeturas inverificáveis

Evolucionismo tenta abafar debate científico sério


Os discípulos de Darwin tentaram dar embasamento científico a essa acumulação de “obscuridades confusas do passado”, onde Darwin dizia ler com tanta facilidade. Eles até acrescentaram que, na origem, houve uma célula que teria aparecido há quatro bilhões de anos, batizada de LUCA (Last universal common ancestor, ou derradeiro ancestral comum universal). Mas de onde saiu LUCA? De uma “competição darwiniana” entre células que se eliminaram umas às outras, diz Patrick Forterre, da Sorbonne-Paris XI. E acrescenta que LUCA ter-se-ia dotado de DNA ao ser fecundada por um vírus.

De onde saíram esse vírus, a pré-LUCA e outras células engajadas na “competição darwiniana”? Aqui entram mais duas conjeturas dos discípulos. Segundo uma, um meteorito teria trazido as primeiras moléculas vivas à Terra. De acordo com outra, teriam aparecido há bilhões de anos em um “oásis de vida”, perto de fontes hidrotermais, em profundezas oceânicas de milhares de metros. Lá existem escapamentos de lava vulcânica que provocam altas temperaturas e concentrações salinas. As tentativas de reproduzir em laboratório esses hipotéticos caldos de cultura deram em nada.

Precavenha-se o leigo em achar que isso parece um “conto da carochinha”! A confraria darwiniana logo o condenará em coro, como execrável “criacionista”, “fundamentalista cristão”, “retardatário” e outros qualificativos, tão depreciativos quanto gratuitos.



Recusa do sério debate científico
Muitos cientistas, porém, apontam incongruências e impossibilidades científicas na montagem evolucionista. Apoiam-se em numerosos estudos nos mais variados campos das ciências naturais, e sustentam que o estudo sério e metódico dos seres vivos e da estrutura do universo postula a existência de um “plano inteligente” (“intelligent design”, em inglês), que preside a aparição dos seres vivos e a ordenação dos seres.

Nas ciências, é freqüente haver correntes que desafiam o consenso dominante. As oposições que assim nascem são tidas como estímulo para testar as teses geralmente aceitas e depurá-las. Porém, o establishment  evolucionista move implacável campanha de desqualificação, banindo de congressos e publicações científicas os cientistas que defendem o intelligent design. Exemplo paradigmático disso foi a 
Conferência Internacional Biological Evolution, Facts and Theories, promovida neste ano pela Universidade Gregoriana de Roma, um dos máximos centros de ensino católico na capital da Cristandade.

Participaram na Conferência — que não engajava a autoridade da Santa Sé — eminências do evolucionismo, das mais militantemente ateias e anticristãs, como Richard Dawkins. Mas nenhum defensor do “intelligent design” foi admitido, embora essa corrente aceite certo evolucionismo.

O evolucionismo não responde aos argumentos científicos do “intelligent design”, apenas os menospreza como “forma mais moderna de criacionismo”. Contudo, o “intelligent design”, que não se identifica com o criacionismo católico, parece prestar-se a um entendimento com o conjunto das ciências, e talvez com a boa teologia.



Evolucionismo perde base na opinião pública, por isso radicaliza

A cada dia o evolucionismo perde adeptos. O otimismo do século XIX pelo progresso indefinido feneceu, e a medula anticristã do darwinismo tornou-se cada vez mais aparente.
 “Muitos só queriam ver na teoria de Darwin o braço armado do ateísmo”, explica o filósofo das ciências Thomas Lepelthier, da Universidade de Oxford. “Esta dimensão anti-religiosa fez do darwinismo um assunto de polêmica perpétua”. Nesta polêmica, largos setores da opinião pública engrossaram as fileiras do criacionismo. Nos EUA houve históricos processos judiciais que acabaram na Suprema Corte de Justiça. Versavam sobre o ensino nas escolas do criacionismo, nas suas várias formas bíblicas e científicas.

Em geral, o criacionismo foi defendido numa ótica protestante, sem a sabedoria da 
Igreja Católica para interpretar o relato bíblico da criação e delimitar os campos específicos das ciências naturais e da teologia. Isto facilitou a tarefa dos advogados do evolucionismo. Porém, ao longo dessa polêmica patenteou-se que o darwinismo não exibia argumentos persuasivos, e cresceu a ideia de que, não podendo convencer, recorria a instâncias judiciárias para impor o ensino de suas teorizações. As aulas em que se ensinava o evolucionismo viraram um pesadelo para os professores, satirizados pelos alunos e criticados pelos pais de família.

Perdendo a batalha da opinião pública, os acólitos do evolucionismo partiram para maior agressividade. O berreiro anti-criacionista
 — com o apoio quase unânime do macro-capitalismo publicitário — atingiu um clímax neste ano de 2009, em que comemoram simultaneamente o segundo centenário do nascimento de Darwin e o 150º aniversário da publicação de sua obra fundamental, A Origem das Espécies.


Ateísmo e marxismo
 encontram apoio em Darwin

Ônibus ateu de Richard Dawkins
Um exemplo de “cruzada sem cruz” no Brasil

O apologista mais rumoroso do darwinismo, o biólogo Richard Dawkins, promoveu uma coleta de fundos para pagar anúncios colados em ônibus urbanos de cidades como Londres e Madri  os chamados ônibus-ateus —, com a mensagem: “Provavelmente Deus não existe. Deixe de se preocupar e goze sua vida”.
Em sua “cruzada sem cruz” contra Deus e o Criador, Dawkins esteve no Brasil. Falou sobre o tema “Fé e ciência não vivem juntas”, na 7ª Festa Literária Internacional de Paraty (RJ).
Segundo ele, “a religião não oferece coisas boas, obrigando as pessoas a viverem entre a escolha do bem ou do mal. Também não oferece uma explicação convincente para a evolução do homem. Acho que acreditar em algo de que não tenha provas é muito perigoso”. Seu último livro leva o significativo título: Deus, um delírio.

O evolucionismo religioso 
modernista ou progressista
São Pio X: o evolucionismo é um
 “cúmulo infinito de sofismas, com os quais se racha e se destrói toda a religião” 

O evolucionismo científico foi avidamente assimilado por uma corrente interna do catolicismo denominada modernismo, funestíssima doutrina que o Papa São Pio X condenou como herética.
Na encíclica Pascendi, ele verbera o modernismo porque, “em sua doutrina, a evolução é quase o capital. […] O dogma, a Igreja, o culto sagrado, os livros que reverenciamos como santos, e até a própria fé, […] devem se sujeitar às leis da evolução”
“Segundo a doutrina e as maquinações dos modernistas, nada há estável, nada há imutável na Igreja”
Sobre esse erro, o santo pontífice aplicou qualificativos como “a síntese de todas as heresias” e “cúmulo infinito de sofismas, com os quais se racha e se destrói toda a religião”.
Após o falecimento de São Pio X, os modernistas voltaram à tona, recebendo o nome de progressistas.

Pe. Teilhard de Chardin SJ
Entre seus teólogos destacou-se o Pe. Teilhard de Chardin S.J., adepto ferrenho das teorias de Darwin, e que se envolveu numa grosseira fraude para fazer passar o esqueleto de um macaco pelo de um homem primitivo, o denominado "homem de Piltdown".
Pe. Teilhard de Chardin SJ desenvolveu sofismas teológicos para encaixar o evolucionismo na doutrina católica. Recorreu a fórmulas não menos confusas que as darwinistas, embebidas de panteísmo.
Para ele, Deus seria a força que procura realizar-se através da evolução do universo. Esse “deus” incubado na natureza extraiu o homem do macaco e o impulsiona rumo a uma divinização futura.(*)
Em virtude disso, para os progressistas a religião deve se colocar a serviço do homem, não tendo mais sentido cultuar um Deus transcendente e pessoal, invenção de uma etapa medieval ou inferior da evolução.
Na prática, tais doutrinas desfechavam numa “luta de classes” dos leigos contra a Hierarquia eclesiásticana abolição das formas tradicionais de piedade e na adoção de cultos e templos que refletissem essa religiosidade cósmica.

(*) A 30 de junho de 1962, o ex-Santo Ofício — hoje, Congregação para a Doutrina da Fé — publicou uma advertência nos seguintes termos: “Certas obras do Pe. Pierre Teilhard de Chardin, incluindo algumas póstumas, têm sido publicadas e encontrado uma aceitação nada pequena. Independentemente do juízo que é devido no que se refere às ciências positivas, verifica-se claramente que, em matéria de Filosofia e de Teologia, as mencionadas obras contêm tais ambiguidades e também erros tão graves, que ofendem a doutrina católica. Por conseguinte, os Excelentíssimos e Reverendíssimos Padres da Suprema Congregação do Santo Ofício exortam todos os Bispos e os Superiores dos Institutos Religiosos, bem como os Reitores dos Seminários e das Universidades, a protegerem os espíritos, em particular os dos jovens, dos perigos das obras do Pe. Teilhard de Chardin e das dos seus discípulos” (cfr. “L’Osservatore Romano”, 30-6-62; cf. AAS 54 (1962), p. 526.). Por ocasião do centenário do nascimento de Teilhard de Chardin, a validade dessa advertência foi reiterada em nota do Ofício de Imprensa da Santa Sé, publicada no “Osservatore Romano” de 21 de julho de 1981, após consulta ao Cardeal Secretário de Estado e ao Cardeal Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

O "homem de Piltdown": 
uma das maiores fraudes científicas

A moral, a ascese, a ortodoxia doutrinária perderiam sentido. A “nova moral” era a do sorriso, filho da consciência dessa presença do Cristo evoluindo, incubado no mundo. No profético livro Em Defesa da Ação Católica, Plinio Corrêa de Oliveira denunciou em forma magistral e exaustiva para onde levavam tais erros morais.

O evolucionismo social: Marx e a “luta de classes”
O evolucionismo dito científico de Darwin favoreceu o evolucionismo social. Uma das figuras de proa desse evolucionismo foi Karl Marx.
O marxismo desenvolveu teorias muito análogas às darwinistas para justificar as teses mais inumanas. A “seleção natural” das espécies ofereceu uma aparência de cientificismo à “luta de classes” do marxismo-leninismo.
Na obra A Origem das Espécies, discorrendo sobre a “seleção natural”Darwin afirma: “Como resultado direto desta guerra da natureza, que se traduz por fome e morte, o fato mais admirável que possamos conceber é a produção de animais superiores”.
Marx raciocinou de modo semelhante em matéria de “luta de classes” e evolução histórica, como escreveu no diário “New York Daily Tribune”: “As classes e as raças fracas demais para enfrentar as novas condições de vida devem sair do caminho”.
E acrescentou depois que as raças mais fortes (as revolucionárias) deveriam realizar sua tarefa, enquanto “a principal tarefa de todas as outras raças e povos, grandes e pequenos, é perecer no holocausto revolucionário”.

Trofim Danissovich Lyssenko

Nessa luta, gerar-se-ia o “homem novo” comunista, estágio mais avançado da evolução da matéria. O resultado disso foi o mais espantoso genocídio da História, levado a cabo por razões ideológicas e pretensamente científicas. A cifra de 100 milhões de vítimas, denunciada no Livro Negro do Comunismo, é tida hoje como aquém da realidade.
Na URSS de Stalin, o formulador oficial do evolucionismo marxista-leninista foi Trofim Danissovich Lyssenko, que se dizia seguidor de Darwin e aplicava à doutrina comunista o princípio darwiniano da “luta de todos contra todos na natureza”.
Não só expurgos e chacinas, mas extermínios de classe e minorias étnicas “mais fracas” foram assim coonestados. Lyssenko empreendeu experiências para modificar vegetais e animais, mudando seu meio ambiente.
Assim deveria acontecer em virtude dos postulados evolucionistas. Mas a teoria não podia dar certo, e “os camponeses soviéticos jamais puderam se recuperar do desastre provocado por essas inovações”observou o já citado Prof. Lecourt.
Os cientistas russos que contestaram as fraudes de Lyssenko foram deportados para a Sibéria... Uma prefigura, aliás, do exílio moral e propagandístico a que os evolucionistas condenam hoje aqueles que não aceitam o “dogma” darwinista.

O evolucionismo social: Marx e a 
“luta de classes”

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Na URSS de Stalin... 
...o formulador oficial do evolucionismo marxista-leninista foi
Trofim Danissovich Lyssenko, que se dizia seguidor de Darwin
e aplicava à doutrina comunista o princípio darwiniano da
“luta de todos contra todos na natureza” 
O evolucionismo dito científico de Darwin favoreceu o evolucionismo social. Uma das figuras de proa desse evolucionismo foi Karl Marx.

O marxismo desenvolveu teorias muito análogas às darwinistas para justificar as teses mais inumanas. A “seleção natural” das espécies ofereceu uma aparência de cientificismo à “luta de classes” do marxismo-leninismo.

Na obra A Origem das Espécies, discorrendo sobre a “seleção natural”, Darwin afirma: “Como resultado direto desta guerra da natureza, que se traduz por fome e morte, o fato mais admirável que possamos conceber é a produção de animais superiores”.

Marx raciocinou de modo semelhante em matéria de “luta de classes” e evolução histórica, como escreveu no diário “New York Daily Tribune”: “As classes e as raças fracas demais para enfrentar as novas condições de vida devem sair do caminho”. E acrescentou depois que as raças mais fortes (as revolucionárias) deveriam realizar sua tarefa, enquanto “a principal tarefa de todas as outras raças e povos, grandes e pequenos, é perecer no holocausto revolucionário”. Nessa luta, gerar-se-ia o “homem novo” comunista, estágio mais avançado da evolução da matéria. O resultado disso foi o mais espantoso genocídio da História, levado a cabo por razões ideológicas e pretensamente científicas. A cifra de 100 milhões de vítimas, denunciada no Livro Negro do Comunismo, é tida hoje como aquém da realidade.

Na URSS de Stalin, o formulador oficial do evolucionismo marxista-leninista foi Trofim Danissovich Lyssenko, que se dizia seguidor de Darwin e aplicava à doutrina comunista o princípio darwiniano da “luta de todos contra todos na natureza”. Não só expurgos e chacinas, mas extermínios de classe e minorias étnicas “mais fracas” foram assim coonestados. Lyssenko empreendeu experiências para modificar vegetais e animais, mudando seu meio ambiente. Assim deveria acontecer em virtude dos postulados evolucionistas. Mas a teoria não podia dar certo, e
“os camponeses soviéticos jamais puderam se recuperar do desastre provocado por essas inovações”, observou o já citado Prof. Lecourt.

Os cientistas russos que contestaram as fraudes de Lyssenko foram deportados para a Sibéria... Uma prefigura, aliás, do exílio moral e propagandístico a que os evolucionistas condenam hoje aqueles que não aceitam o “dogma” darwinista.


Darwin e o eugenismo adotado pelo evolucionismo


Resultado de imagem para O movimento nazista adotou freneticamente o evolucionismo e o eugenismo, e foi mais fidedigno à cartilha darwinista do que o marxismo. Em 1933, ordenou a esterilização de nove tipos de “doentes”, entre os quais os cegos, os alcoólatras e os esquizofrênicos! Calcula-se que 400.000 esterilizações foram praticadas pelo III Reich, na Alemanha e territórios ocupados. Um decreto secreto de 1940 obrigava as mulheres “inferiores” a abortar. O extermínio das “raças inferiores” e os esforços para produzir o “ariano puro” — a “raça superior” — são bem conhecidos.O termo eugenismo — de origem grega, significando melhoramento genético — foi cunhado por um primo-irmão de Charles Darwin e adepto da teoria da evolução, o matemático Francis Galton (1822-1911). Ele tentou criar uma “ciência para o melhoramento das linhagens” humanas, inspirada na criação dos animais. As doenças, os problemas sanitários, sócio-econômicos ou sociais, como os ligados às classes pobres, eram interpretados como fruto de “taras congênitas” próprias a espécimes “inferiores”.

A utopia eugenista foi adotada pelo evolucionismo social. Diversos métodos foram concebidos para detectar os indivíduos, categorias ou raças “decadentes” ou “inferiores”, que deveriam ser segregados, eliminados ou impedidos de se reproduzir para não servir de obstáculo ao progresso da evolução social.

À testa dessa tarefa anti-humana figuravam as nações protestantes. Em 1907, nos Estados Unidos, o estado de Indiana prescreveu a esterilização dos doentes mentais. Dois anos depois, foi a vez dos estados da Califórnia, Connecticut e Washington. Em 1917, 15 estados tinham adotado essa lei, e em 1950 já eram 33. A Suíça seguiu essa tendência eugenista em 1928; a Dinamarca (incluindo a esterilização para criminosos), em 1933; a Finlândia e a Suécia em 1935, e a Estônia em 1937.


Influência evolucionista no nazismo

O movimento nazista adotou freneticamente o evolucionismo e o eugenismo, e foi mais fidedigno à cartilha darwinista do que o marxismo. Em 1933, ordenou a esterilização de nove tipos de 
“doentes”, entre os quais os cegos, os alcoólatras e os esquizofrênicos! Calcula-se que 400.000 esterilizações foram praticadas pelo III Reich, na Alemanha e territórios ocupados. Um decreto secreto de 1940 obrigava as mulheres “inferiores” a abortar. O extermínio das “raças inferiores” e os esforços para produzir o “ariano puro” — a “raça superior” — são bem conhecidos.

Por certo, os atuais sequazes de Darwin deblateram contra as monstruosas conseqüências que o nazismo tirou do evolucionismo. Contudo, não é certo que manteriam essa linguagem caso o nazismo tivesse ganho a II Guerra Mundial... De fato, após a conflagração, o eugenismo escorado no evolucionismo prosseguiu, e está no cerne das campanhas contra a vida. Os pretextos continuam os mesmos: impedir que nasçam crianças com defeitos graves, economicamente insustentáveis ou simplesmente “indesejadas”.


“assassinato” da moral, 
confessado por Darwin

Aos 35 anos, Darwin escreveu a um amigo, afirmando estar “quase inteiramente convencido de que as espécies (e isto é como se confessasse um assassinato) não são imutáveis”. O prof. Jean-Claude Ameisen, da Universidade Sorbonne-Paris VII, comenta essa “confissão”: “Um assassinato. [...] O assassinato da benevolência divina que vela sobre a natureza? O assassinato da ideia de um fundamento divino que alicerça a moral humana? Talvez Darwin pressentisse não só o abalo que produziria sua teoria em nossa visão da vida, mas também os desastres morais aos quais conduziria a tentação de aplicar aos seres humanos essa ‘lei da natureza’ cuja existência ele descobriu no coração da evolução cega”. Esse “assassinato intelectual” ficou como um “crime fundador” da “cultura da morte”, que surgiu alimentada por suas teorias relativistas e anticristãs.

Do “bebê perfeito” 
à criança fabricada em laboratório
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O novo homem poderia ser chamado 
“homo geneticus”...
que acabaria substituindo o “homo sapiens” 

Na trilha da utopia eugenista, a engenharia genética promete produzir um “bebê perfeito”, sem defeitos nem doenças. Mais ainda, ela tenta fabricar uma criança com coeficiente de inteligência, olhos e qualidades ideais. Segundo o Dr. Jacques Testart, pioneiro dos métodos de fecundação in vitro e defensor do evolucionismo, essa tendência prepara a gestação em laboratório de uma “nova humanidade”,  e esse novo homem poderia ser chamado “homo geneticus”, que acabaria substituindo o “homo sapiens”, fase atual e provisória do homem na cosmovisão evolucionista. O sonho da “criança perfeita” a todo custo, segundo observa o jornalista científico Michel Alberganti, leva a tentar produzir uma “vida inventada de cabo a rabo”. Então a procriação será uma tarefa de laboratórios, e não mais de pais e mães. Nesse dia a família sofrerá um golpe mortal, pois lhe terá sido tirada sua finalidade primordial. A maternidade não existirá mais, e a Encarnação do Verbo parecerá um procedimento de uma espécie superada. O que será do homem rompido tão radicalmente com a Lei de Deus? A quem ele apelará na hora da angústia ou da necessidade? As perspectivas são “aterrorizantes para alguns” e “fascinantes para outros”, diz Alberganti.

O filósofo das ciências Jean-Pierre Dupuy, apoiando-se no pesquisador australiano Damien Broderick, da Universidade de Melbourne, aponta para o dia em que “o acaso que preside a evolução será substituído por uma pilotagem exercida pelo homem”. Contradição suma: com base na “evolução”, recusa-se Deus, mas na ponta do evolucionismo o homem se ergue sobre a tão alardeada evolução e se instala no lugar de Deus.



O pesadelo da confusão das espécies

Para os evolucionistas mais desinibidos, a “vida inventada de cabo a rabo” mergulhar-nos-ia no “paraíso da biodiversidade”. Este consistiria numa utopia igualitária onde as fronteiras entre o homem e os demais seres vivos seriam violadas, para aparecer toda sorte de híbridos: macacos-homens ou animais-vegetais.

Richard Dawkins, o mais renomado porta-voz hodierno do evolucionismo, deplora que “nossa moral e nossa política pressupõem [...] que a separação entre o homem e o animal é absoluta”. Ele deblatera contra os “pró-vida”, que se opõem ao aborto e à eutanásia com base em critérios éticos, como sendo seguidores especialmente condenáveis desse “erro”.

Dawkins também vitupera os católicos porque acreditam que o homem tem uma essência imutável: “Um tal ‘essencialismo’ é profundamente contrário à evolução”Dawkins imagina um perverso “paraíso” em que todos os animais tivessem relações sexuais entre si, e em que um homem pudesse “se reproduzir com um chimpanzé”. Reconhece que tal “paraíso” — nós o chamaríamos de pandemônio — não existe, mas de futuro as ciências biológicas poderão forjar “cadeias de inter-fecundidade, a continuidade lógica da evolução”.

Ele prevê um primeiro passo: a criação em laboratório de “uma quimera composta de um número aproximadamente igual de células de homem e chimpanzé”. A revelação dessa “quimera” visaria provocar um escândalo e uma polêmica na qual os homens seriam habituados à ideia de conviver com entes estranhos à ordem natural. “Eu admito sentir um calafrio de prazer, pensando no momento em que vamos questionar aquilo que até então parecia indiscutível” –– completa este moderno Dom Quixote do darwinismo.

Justificação evolucionista 
para a extinção do ser humano

Aceitas essas perspectivas, os arraiais do evolucionismo se interrogam se está próxima a “extinção da humanidade” como nós a conhecemos.

O ecólogo americano Jared Diamond justifica tal suprema maluquice, apelando para os “dogmas” básicos do evolucionismo. Estes estabelecem — sempre arbitrariamente — que ao longo das fases históricas diversas espécies de humanoides foram extintas pelas espécies mais “evoluídas”. Agora teria chegado a vez do “homo sapiens”, ou sexta extinção. “Todos os indicadores da biodiversidade mostram que o trem rumo à sexta extinção já se lançou a toda velocidade”, diz o prof. Philippe Bouchet, do Museu Nacional de História Natural de Paris.

O darwinismo avançou na base de hipóteses inverossímeis, mas prenhes de otimismo quanto ao progresso evolutivo. No fim do seu desenvolvimento, desemboca num horizonte exterminador, mórbido e blasfemo. Não contêm essas perspectivas uma loucura ímpia, um supremo crime que visa suprimir da Terra o homem que Deus Nosso Senhor criou à sua imagem e semelhança?


Delírio final: o “pós-humano” 
e o fim do homem

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Imaginam esses neo-darwinistas que o homem extinguir-se-ia pelas suas próprias mãos. Não seria um suicídio coletivo impensável, como dizem os retardatários na evolução, mas sim um salto qualitativo.

O que isso quer dizer?

Para os evolucionistas mais atualizados, os avanços das biotecnologias teriam colocado sobre a
 Terra “pós-humano”, antes da extinção coletiva.

O filósofo Jean-Michel Besnier, professor da Sorbonne-Paris IV, explica que o “pós-humano” “começou com a ideia de acabar com o determinismo dos nascimentos, pela aparição da pílula e do bebê de proveta”, e acrescenta nessa linha a procriação assistida, a gestação em laboratório e a clonagem humana: “A utopia pós-humana imagina o fim da história natural da humanidade, tal como foi elaborada pela evolução. No fundo, essa utopia pretende [...] assumir a função da natureza”. Besnier acrescenta ainda que “o protótipo [do “pós-humano”] é o cyborg aparecido nos anos 60, [...] organismos biomecânicos dotados de próteses, vivendo em condições não-terrestres, dotados de faculdades novas que superam os limites humanos. Cyborgs, novos seres, que não evoluirão mais segundo as leis dos seres vivos”. Escritores saídos de laboratórios de nanotecnologias, inteligência artificial e cibernética “se perguntam quais criaturas inumanas vão nos suceder, e imaginam formas de vida radicalmente inéditas”.

Essa multidão de robôs semi-biológicos cessará, sem dúvida, quando não haja mais humanos para consertá-los. A menos que se suponha que alguma espécie de espírito virá a se incubar neles, alegando ser uma inteligência artificial...

Ao contrário de uma hipótese realizável, essas elucubrações parecem um sonho concebido nos abismos infernais, visando frustrar o plano do Criador de todas as coisas para os homens.

“Abyssus abyssum invocat” (“Um abismo atrai outro abismo”, salmo 41, 8), diz a Escritura. A falácia desse “pós-humano”, supremo produto do evolucionismo, disfarça o horror resultante do aniquilamento do gênero humano como auge da recusa de Deus, que é o desfecho lógico da “cultura da morte”.


Na civilização cristã, 
o reto progresso natural e sobrenatural

No fim deste percurso de pesadelo, procurei repousar meu espírito em algo que falasse do desenvolvimento harmonioso do plano da Providência Divina em relação ao homem e ao universo. Encontrei-o contemplando estátuas de catedrais góticas francesas: o Beau Dieu de Amiens, Nossa Senhora de Chartres, o anjo do sorriso de Reims, a miríade de santos e anjos que ornam essas admiráveis sínteses artísticas da visão católica do universo, gravados na pedra em tempos de fé.

Se houve artistas que esculpiram tais fisionomias, tão plenamente humanas e tão luminosamente sobrenaturais, é porque na vida real havia homens e mulheres que eram exemplos vivos dessas riquezas de personalidade. Aqueles rostos graves e sorridentes, austeros e acolhedores, transluzem uma plenitude de desenvolvimento das potencialidades da alma, e também do corpo, própria de quem está a caminho da glória celeste, avançando numa senda de progressivas certezas em busca do que há de mais requintado nesta Terra, rumo à perfeição posterior no Céu. Assim foi a marcha gradual da Cristandade.

Abandonadas as trevas do paganismo, vencidos os obstáculos e fraquezas, corrigidas as faltas, a civilização cristã fez brotar no mais fundo das almas tesouros inefáveis de paz, requinte, beleza, harmonia e perfeição moral e física. Tais tesouros apontavam para além, na linha da plena realização dos mais nobres anseios de alma.

Aquela marcha medieval foi bruscamente interrompida pelo processo revolucionário –– gnóstico, igualitário e sensual –– já muitas vezes secular, que nos trouxe fenômenos perversos como o darwinismo e seu desenlace de destruição e pesadelo.

São dois caminhos opostos, dois rumos diametralmente opostos.

Nossa Senhora, em Fátima, veio pedir aos homens que abandonem a marcha rumo ao abismo no qual tal processo tenta lançá-los.

As estátuas medievais nos mostram a imensa alegria que espera quem optar pelo caminho oposto: o da penitência, da oração e do triunfo do Sapiencial e Imaculado Coração de Maria.



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Evolução:
 Mitos e Fatos

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“Assim como o calor do Sol é um fato, a evolução também é um fato”, afirmou Richard Dawkins, cientista evolucionista . Naturalmente, experiências e observações diretas provam que o Sol é quente. Mas será que experiências e observações diretas dão ao ensino da evolução o mesmo apoio inquestionável?

Antes de respondermos a essa pergunta, há algo que precisa ser esclarecido. Muitos cientistas notaram que, com o tempo, os descendentes de seres vivos podem sofrer leves mudanças. Por exemplo, os seres humanos podem cruzar cães de modo seletivo para que mais tarde os descendentes tenham pernas mais curtas ou pelo mais longo que seus antepassados. Alguns cientistas chamam essas leves mudanças de “microevolução”.

No entanto, os evolucionistas ensinam que essas pequenas mudanças lentamente se acumularam no decorrer de bilhões de anos e produziram as grandes mudanças necessárias para transformar peixes em anfíbios, e criaturas simiescas em seres humanos. Essas supostas grandes mudanças são definidas como “macroevolução”.

Charles Darwin, por exemplo, ensinou que as pequenas mudanças que podemos observar significam que mudanças bem maiores – nunca observadas – também são possíveis . Ele achava que com o passar de longos períodos, algumas formas de vida originais, chamadas de vida simples, evoluíram – por meio de “modificações extremamente leves” – para os milhões de diferentes formas de vida na Terra .

Muitos acham razoável essa afirmação. Eles se perguntam: ‘Se pequenas mudanças podem ocorrer dentro de uma espécie, por que a evolução não produziria grandes modificações com o passar de longos períodos?’ Na realidade, porém, o ensino da evolução se baseia em três mitos. Considere o seguinte.


Mito 1. As mutações suprem a matéria-prima necessária para se criar novas espécies. 
O ensino da macroevolução baseia-se na suposição de que as mutações – mudanças aleatórias no código genético de plantas e animais –
 podem produzir não apenas novas espécies, mas também famílias inteiramente novas de plantas e animais .
Os fatos. Muitas características de uma planta ou de um animal são determinadas pelas instruções contidas em seu código genético, o projeto, ou planta, presente no núcleo de cada célula. Os pesquisadores descobriram que as mutações podem produzir alterações nos descendentes das plantas e dos animais. Mas será que as mutações podem realmente produzir espécies inteiramente novas? O que um século de estudo no campo da pesquisa genética revelou?
Em fins dos anos 30, os cientistas adotaram entusiasticamente um novo conceito. Eles já achavam que a seleção natural – o processo pelo qual o organismo mais bem adaptado ao ambiente teria mais chance de sobreviver e procriar – poderia produzir novas espécies de plantas por meio de mutações aleatórias. Assim, eles agora presumiam que a escolha artificial de mutações, ou seja, a escolha manipulada pelo homem deveria ser capaz de fazer o mesmo com mais eficiência. “Espalhou-se a euforia entre os biólogos em geral e em especial entre os geneticistas e criadores de plantas e animais”, disse Wolf-Ekkehard Lönnig, cientista do Instituto Max Planck de Melhoramento Genético em Plantas, na Alemanha. Por que a euforia? Lönnig, que já passou cerca de 30 anos estudando a genética das mutações em plantas, disse: “Esses pesquisadores pensavam que o tempo de revolucionar o método tradicional de criação de plantas e de animais havia chegado. Achavam que, por induzir e selecionar as mutações favoráveis, poderiam produzir plantas e animais novos e melhores” De fato, alguns esperavam produzir espécies inteiramente novas.
Cientistas nos Estados Unidos, Ásia, e Europa lançaram programas de pesquisa solidamente financiados que usavam métodos que prometiam acelerar a evolução. Depois de mais de 40 anos de intensas pesquisas, quais foram os resultados? “Apesar do enorme gasto financeiro”, diz o pesquisador Peter von Sengbusch, “a tentativa de desenvolver variedades cada vez mais produtivas por meio de irradiação [para causar mutações] mostrou ser um fiasco total” . E Lönnig disse: “Nos anos 80, a esperança e a euforia entre os cientistas acabou num fracasso global. O melhoramento genético como campo específico de pesquisa foi descontinuado nos países ocidentais. Quase todos os mutantes... morriam ou eram mais fracos que os espécimes naturais”.
Os experimentos com mutações revelaram vez após vez que o número de novos mutantes diminuía constantemente, ao passo que os mesmos tipos de mutantes continuavam a surgir. Além disso, menos de 1% das mutações em plantas foi selecionado para pesquisa adicional, e menos de 1% desse grupo foi considerado próprio para uso comercial. Mas nenhuma espécie inteiramente nova foi criada. Os resultados das tentativas de melhoramento genético em animais foram ainda piores que os realizados em plantas, e o procedimento foi descontinuado por completo.
Mesmo assim, os dados agora disponíveis depois de uns cem anos de pesquisa de mutações em geral, e de 70 anos de melhoramento genético em especial, possibilitam que os cientistas tirem conclusões sobre a capacidade das mutações de produzir novas espécies. Após examinar as provas, Lönnig concluiu: “As mutações não podem transformar uma espécie original [de planta ou animal] em outra totalmente nova. Essa conclusão está de acordo com o conjunto de todas as experiências e resultados sobre mutação realizados no século 20 e também com as leis da probabilidade”.
Portanto, podem as mutações fazer com que uma espécie evolua para uma espécie de criatura inteiramente nova? Não, segundo as evidências. As espécies de Lönnig levaram-no a concluir “que espécies geneticamente bem definidas têm limites reais que não podem ser anulados ou ultrapassados por mutações acidentais” .
Pense nas implicações dos fatos mencionados acima. Se cientistas altamente qualificados não conseguem produzir novas espécies por induzir e escolher de modo artificial as mutações favoráveis, seria provável que um processo sem inteligência fizesse um trabalho melhor? Se a pesquisa mostra que as mutações não podem transformar uma espécie original em outra totalmente nova, então exatamente como é que a macroevolução teria ocorrido?

Mito 2. A seleção natural levou à criação de novas espécies. 
Darwin acreditava que aquilo que ele chamou de seleção natural favoreceria as formas de vida mais bem adaptadas ao ambiente, enquanto as formas de vida menos adaptadas acabariam se extinguindo. Os evolucionistas modernos ensinam que, ao passo que as espécies se espalharam e se isolaram a seleção natural escolheu as espécies cujas mutações genéticas as tornaram mais adaptadas ao novo ambiente. Eles especulam que, em resultado disso, esses grupos isolados por fim evoluíram para espécies totalmente novas.

Os fatos. Como já mencionado, as evidencias obtidas pelas pesquisas cientificas indicam fortemente que mutações não podem produzir espécies de animais ou plantas inteiramente novas. Mesmo assim, que provas os evolucionistas apresentam para apoiar sua afirmação de que a seleção natural escolhe as mutações mais favoráveis para produzir novas espécies? Uma brochura publicada em 1999 pela Academia Nacional de Ciências (NAS), nos Estados Unidos, refere-se às “13 espécies de tentilhões estudadas por Darwin nas ilhas Galápagos, agora conhecidos como os tentilhões de Darwin” .
Nos anos 70, um grupo de pesquisa liberado por Peter e Rosemary Grant, da Universidade de Princeton, começou a estudar esses tentilhões e descobriu que, depois de um ano de seca nas ilhas, os tentilhões que tinham o bico ligeiramente maior sobreviviam com mais facilidade que os de bico menor. Visto que observar o tamanho e o formato do bico é uma das maneiras principais de classificar as 13 espécies de tentilhões, essas descobertas foram encaradas como significativas. A brochura NAS continua: “O casal Grant calculou que, se houvesse uma seca a cada dez anos nas ilhas, uma nova espécie de tentilhão poderia surgir em apenas uns 200 anos” .
No entanto, a brochura das NAS deixou de mencionar que nos anos que se seguiram à seca, os tentilhões com bicos menores voltaram a dominar a população. Os pesquisadores descobriram que, conforme mudava o clima na ilha, os tentilhões de bicos mais longos dominavam num ano, mas depois quem dominava eram os de bicos menores. Perceberam também que algumas das supostas espécies de tentilhões se cruzavam e produziam descendência que sobrevivia melhor que seus pais. Eles concluíram que, se esse cruzamento continuasse, poderia resultar na fusão de duas “espécies” numa só .
Portanto, será que a seleção natural realmente criou espécies inteiramente novas? Décadas atrás, o biólogo evolucionista George Christopher Williams começou a questionar se a seleção natural tinha tal capacidade . Em 1999, o teórico evolucionista Jeffrey H. Schwartz escreveu que a seleção natural pode ajudar as espécies a se adaptarem às exigências variáveis da existência, mas não cria nada novo .
De fato, os tentilhões de Darwin não estão se transformando em algo “novo”. Ainda são tentilhões. E o cruzamento entre eles lança dúvidas sobre os métodos usados por alguns evolucionistas para definir uma espécie. Além disso, as informações sobre essas aves revelam que até mesmo academias científicas de prestígio não estão imunes a apresentar provas de maneira tendenciosa.


Mito 3. O registro fóssil prova mudanças macro-evolucionárias. 
A já mencionada brochura da NAS passa para o leitor a impressão de que os fósseis encontrados pelos cientistas são provas mais do que suficientes da macroevolução. Ela diz: “Foram descobertas tantas formas intermediárias entre peixes e anfíbios e répteis e mamíferos e nas linhagens dos primatas, que muitas vezes se torna difícil identificar categoricamente quando ocorre a transição entre uma espécie e outra” .

Os fatos. Essa declaração confiante feita na brochura da NAS é muito surpreendente. Por quê? Niles Eldredge, um evolucionista ferrenho, diz que o registro fóssil não mostra que houve um gradativo acúmulo de mudanças, mas sim que, por longos períodos, “pouca ou nenhuma mudança evolucionária se acumulou na maioria das espécies” .
Até hoje, cientistas do mundo inteiro já desenterraram e catalogaram uns 200 milhões de fósseis grandes e bilhões de micro fósseis. Muitos pesquisadores concordam que esse vasto e detalhado registro mostra que todos os principais grupos de animais surgiram de repente e permaneceram praticamente inalterados, com muitas espécies desaparecendo de modo tão repentino quanto surgiram.

Crer na evolução é um “ato de fé”

Resultado de imagem para Resultado de imagem para Quanto mais se aprofunda nas suposições de fenômenos inverificáveis, tanto mais Darwin adota uma linguagem próxima à de um adivinhador lendo numa bola de cristal. “Na obscuridade confusa do passado, podemos ver que o primeiro ancestral de todos os vertebrados deve ter sido um animal aquático dotado de brânquias, que possuía os dois sexos reunidos no mesmo indivíduo, tendo os mais importantes órgãos do corpo (como o cérebro e o coração) imperfeita ou nulamente desenvolvidos. Esse animal parece ter-se assemelhado às larvas dos ascidiáceos marinhos atuais”.(4)Por que muitos evolucionistas de destaque insistem que a macroevolução é um fato? Richard Lewontin, um influente evolucionista, escreveu candidamente que muitos cientistas estão dispostos a aceitar afirmações científicas não comprovadas “porque já [assumiram] outro compromisso, um compromisso com o materialismo”. Muitos cientistas se recusam até mesmo a considerar a possibilidade de que exista um Projetista inteligente porque, como escreve Lewontin, “não podemos permitir que a ciência abra a porta à ideia de um Deus” .

Nesse respeito, o renomado sociólogo americano Rodney Stark é citado na revista Scientific American como tendo dito: “Há 200 anos se propaga a ideia de que, se você quer ser um cientista, tem de manter a mente livre dos grilhões da religião”. Ele disse ainda que nas universidades em que se faz pesquisa “os religiosos ficam de boca fechada”. A pressão, a discriminação, e a perseguição de grupos organizados no meio acadêmico contra aqueles que acreditam em Deus tem se tornado uma prática terrorista. Existem grupos financiados por inimigos da religião que são tremendamente fanáticos e fundamentalistas.

Para aceitar o ensino da macroevolução como verdade, você tem de acreditar que os cientistas agnósticos ou ateus não se deixam influenciar por suas crenças pessoais ao interpretar as descobertas científicas. Tem de acreditar que as mutações e a seleção natural produziram todas as complexas formas de vida, mesmo que um século de pesquisas tenha mostrado que as mutações não transformaram nem uma única espécie bem definida em algo inteiramente novo. Tem de acreditar que todas as criaturas evoluíram de forma gradual de um ancestral comum, apesar de o registro fóssil indicar de modo eloquente que as principais espécies de plantas e de animais surgiram de repente e não evoluíram para outras, mesmo ao longo de incontáveis eras. Esse tipo de crença parece basear-se em fatos ou em mitos? Realmente, crer na evolução é um “ato de fé”. “Diz o insensato no seu coração: Deus não existe! Suas ações são corrompidas e abomináveis” (Sl 14,1).



CRIAÇÃO E EVOLUÇÃO
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Os criacionistas são contrários à evolução, alegando não ter encontrado os fósseis que indiquem a transição de uma espécie para outra. Por outro lado, os adeptos da evolução, se defendem, por exemplo, como explica o Professor Sérgio Matioli da USP, especializado em evolução e biologia molecular: “As evidências em favor da evolução são tão avassaladoras que ela não é mais vista como teoria e sim como fato”.

Ele explica que o problema dos poucos fósseis de transição se deve a vários fatores... A imensa maioria dos seres vivos não tem características de transição porque está bem adaptada ao ambiente.

Para a Igreja não há oposição entre criação e evolução para explicar a origem do mundo e do homem. Os capítulos de Gênesis 1-3 apenas indicam que as criaturas foram criadas por Deus, a partir do nada e são boas. Deus as confiou ao casal humano, para que leve a termo a obra divina, fazendo que todas as criaturas contribuam para a glória do Criador mediante o sacerdócio do homem.

Não é um relato científico ou geográfico, mas religioso. No início houve um ato criador de Deus, que pode ter partido da matéria caótica e sem forma (o pó das estrelas, o Big Bang), e que através da evolução querida e guiada por Deus, pode ter produzido os seres minerais, vegetais, animais irracionais, até chegar ao ponto em que Deus cria a alma espiritual e imortal e a infunde no primata desenvolvido dando origem ao homem e à mulher.

Esta doutrina está contida nos ensinamentos da Igreja. O Papa Pio XII em sua encíclica Humani Generis, de 12/08/1950, disse:
 “O Magistério da Igreja não proíbe que, em confraternidade com o atual estado das ciências e da teologia, seja objeto de pesquisas e de discussões, por parte dos competentes em ambos os campos, a doutrina do evolucionismo, enquanto ela investiga a origem do corpo humano, que proviria de matéria orgânica preexistente (a fé católica nos obriga a professar que as almas são criadas imediatamente por Deus). Isto, põem, deve ser feito de tal maneira que as razões das duas opiniões, isto é, da que é favorável e da que é contrária ao evolucionismo, sejam ponderadas e julgadas com a necessária seriedade, moderação, justa medida e contanto que todos estejam dispostos a se sujeitarem ao juízo da Igreja, à qual Cristo confiou o oficio de interpretar autenticamente a Sagrada Escritura e de defender os dogmas da fé. Alguns, porém ultrapassam temerariamente esta liberdade de discussão, procedendo como se estivesse já demonstrado com certeza plena que o corpo humano se tenha originado de matéria orgânica preexistente, argumentando com certos indícios encontrados até agora e com raciocínios baseados sobre tais indícios; e isto como se nas fontes da Revelação não existisse nada que exija neste assunto a maior moderação e cautela”.

O Papa João Paulo II em mensagem dirigida à Pontifícia Academia das Ciências, em 22/10/1996, escrevia: “Pio XII sublinhou este ponto essencial: se o corpo humano tem a sua origem da matéria viva que lhe preexiste, a alma espiritual é imediatamente criada por Deus [“anima enim a Deo immediate creari catholica fides nos retinere iubet” Enc. Humani generis, AAS 42 (1950) p. 575]."

“Como consequência, as teorias da evolução que, em função das filosofias que as inspiram, consideram o espírito como emergente das forças da matéria viva ou como um simples epifenômeno desta matéria, são incompatíveis com a verdade sobre o homem”.

Papa João Paulo II retornou e abonou a posição de Pio XII, levando-a um pouco mais adiante, e afirmou ainda que “a teoria da evolução é mais do que uma hipótese”; visto o grande número de dados empíricos (fósseis, testemunhos da Genética e da Biologia) .


Cremos na obra de Deus Criador e na Sua Divina Revelação. Sendo a fé um dom de Deus e a resposta do ato da inteligência humana, fé e ciência interagem para a vida espiritual e física, ou seja, a religião e o conhecimento são fundamentais para o progresso do bem da humanidade. O homem imagem e semelhança do Senhor Deus, segue de forma colossal criativo e abissal.

Pe. Inácio José do Vale, Professor de Historia da Igreja - Instituto de Teologia Bento XVI
Sociólogo em Ciência da Religião - Pesquisador do CAEEC (Área de Pós-Graduação)

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Investida ateia pretende que o nada 
produziu o Universo 

Recentemente o físico inglês Stephen Hawking publicou um livro pretendendo que o nada por si próprio teria gerado a Criação. Para esta afirmação ele apela a argumentos de tipo científico mas envolve como pressuposto o ateísmo, se afastando dos limites da Ciência.

A árdua tese foi alvo de muita discussão e reprovação também por parte de cientistas. Oferecemos a seguir uma amostra dessa polêmica com muitos e decisivos argumentos esclarecedores do truque ateu.
Muitas vezes os grandes sábios não entendem o que, no entanto, era ensinado com simplicidade e concisão aos meninos e meninas que outrora se preparavam para a Primeira Comunhão.
O físico inglês Stephen Hawking “é um cientista de grande fama, conhecido por sua terrível desgraça, até pelo público que não se interessa por astrofísica. Mais de uma vez foi visto na televisão com o seu pobre corpo devastado por uma doença degenerativa do sistema nervoso, que o obriga a andar numa cadeira de rodas e lhe permite comunicar-se apenas através de um sintonizador” (Stefano Zecchi no “Il Gornale”, de Milão, 3/9/2010).
O fato de nos condoermos com sua situação pessoal não implica em concordarmos com suas teses científicas.
Hawking nem sempre foi tão radical quanto se revela no livro O projeto grandioso (The Grand Design), recém-publicado em co-autoria com Leonard Mlodinov, do Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia). O jornal “Times”, de Londres, apresentou dele largos extratos no início de setembro, antes que o volume chegasse às livrarias.

Resultado de imagem para No seu livro anterior, de 1988, intitulado Uma breve história do tempo, Hawking já se questionava sobre a compatibilidade entre um Deus criador e a compreensão científica do Universo,

No seu livro anterior, de 1988, intitulado Uma breve história do tempo, Hawking já se questionava sobre a compatibilidade entre um Deus criador e a compreensão científica do Universo, porém sem afirmá-la nem negá-la: “Se o Universo é contido em si mesmo, sem borda ou fronteira, não teria começo ou fim: simplesmente seria. Neste caso, qual o lugar de um criador?”.
E acrescentava: “Se descobrirmos uma teoria completa, filósofos, cientistas e o público leigo tomariam parte na discussão de por que o Universo e nós existimos. Se encontrarmos a resposta, seria o grande triunfo da razão humana, pois então conheceríamos a mente de Deus” (apud Marcelo Gleiser, Hawking e Deus: relação íntima, “Folha de S. Paulo”, 12-8-2010, pág. A23).
Mas no livro The Grand Design “a tese é radical: não há necessidade de um Deus para se compreender a formação do Universo e de nossa presença nesta Terra” ‒ comenta Zecchi em seu artigo do “Il Giornale”.
Hawking rejeita a teoria de Isaac Newton segundo a qual o Universo não teria podido formar-se de modo espontâneo, mas teria sido posto em movimento por Deus.
Em junho deste ano, durante uma série televisiva do Canal 4 da Inglaterra, Hawking declarou não acreditar na existência de um Deus pessoal:
“A questão é: a forma pela qual o Universo teve origem resulta de uma escolha feita por Deus por razões que não podemos compreender, ou foi determinada pelas leis da Ciência? Eu creio na segunda hipótese. Se quiserem, podem chamar 'Deus' as leis da ciência, mas não será um Deus pessoal com o qual (os homens) poderiam se encontrar, e ao qual poderiam apresentar pedidos” (apud Pietro Vernizzi, site Il Sussidiario, 3-9-2010).

Seria uma forma peculiar de panteísmo, que não estaria propriamente no Universomas nas leis da ciência que o regem; e que, segundo ele pensa, pré-existem em relação ao Universo e permitem que ele surja espontaneamente do nada.

Hawking afirma: “A criação espontânea é a razão pela qual existe alguma coisa e não o nada, pela qual o Universo existe, pela qual nós existimos. Graças à lei da gravidade, o Universo pode criar-se e se cria do nada. É inútil, portanto, apelar para Deus como causa, para fazê-lo mover o céu e acionar a mola do mecanismo do Universo”.
“nada” de onde tudo vem... esse absurdo
Em dois artigos na “Folha de S. Paulo”, o brasileiro Marcelo Gleiser, professor de Física teórica no Dartmouth College (Hanover, EUA), rebate as teses de Hawking do ponto de vista científico. No artigo de 12 de setembro, já citado, ele indica a procedência dessas teses:
Hawking afirma que tem novos argumentos que colocam Deus para escanteio de vez. Será?
A ideia dele, que já circula desde os anos 70, vem do casamento da relatividade (de Einstein) e da mecânica quântica para explicar a origem do Universo, isto é, como tudo veio do nada.
“Primeiro, usamos as propriedades atrativas da gravidade para mostrar que o cosmo é uma solução com energia zero (o 'nada' de onde tudo vem) das equações que descrevem sua evolução".
“Segundo, como na mecânica quântica (que descreve elétrons, átomos etc.) tudo flutua, o Universo pode ser resultado de uma flutuação de energia nula a partir de um Universo que 'contém' todos os Universos possíveis, o Multiverso".

Gleiser comenta:
“É lamentável que físicos como Hawking estejam divulgando teorias especulativas como quase concluídas. A euforia na mídia é compreensível: o Homem quer ser Deus.

“O desafio das teorias a que Hawking se refere é justamente estabelecer qualquer traço de evidência observacional, até agora inexistente. Não sabemos nem mesmo se essas teorias fazem sentido. Certas noções, como a existência de um Multiverso, não parecem ser testáveis”.

Ora, uma teoria científica só pode ser aceita se forem apresentadas comprovações experimentais.

Por isso, conclui Gleiser nesse artigo: “A existência de uma teoria final é incompatível com o caráter empírico da física, baseado na coleta gradual de dados. Não vejo como poderemos ter certeza de que uma teoria final é mesmo final. Como nos mostra a história da Ciência, surpresas ocorrem a toda hora. Talvez esteja na hora de Hawking deixar Deus em paz”.

Stephen Hawking tem muito prestigio nos ambientes anti-católicos. Na foto, com Obama.

Gleiser toca num ponto para o qual acenamos aqui apenas de passagem: Sendo a inteligência do Homem limitada, por mais que avancem os estudos da física, jamais o homem chegará à compreensão final, última, da matéria, do fenômeno da vida, da alma espiritual; numa palavra, do Universo criado.

Só a mente divina compreende tudo até o fim. Por mais que o homem progrida nos seus conhecimentos, desfechará sempre no mistério, que lhe abrirá novas portas para a investigação, sem que jamais chegue à compreensão total e final.
Com Deus é diferente. Não só foi capaz de criar este mundo, com todas as suas complexidades, como poderia criar muitos outros mundos, porque é onipotente. Isso, que desconserta os sábios, as crianças aprendem no Catecismo...
Nossa Terra não seria um fenômeno raro no Universo.
Em sua recensão do livro de Hawking, Stefano Zecchi observa que ele apresenta uma segunda ordem de argumentos para tentar mostrar que não há nenhum intuito sapiencial que postule a intervenção de um ser divino na existência do Universo: Hawking recorda a descoberta, em 1992, de um planeta que orbita uma estrela de modo semelhante ao da Terra em torno do Sol.

Deus Pai

Isto confirma, a seu juízo, que o caso terrestre não é único. Ora, considerando que é altamente provável que não só existam outros planetas semelhantes à Terra, mas inclusive outros universos, Hawking se pergunta: se Deus tivesse querido criar o Universo com a finalidade de criar o homem, que sentido teria acrescentar todo o resto?.

É precisamente a este tema que Marcelo Gleiser consagra o segundo artigo que escreveu, sob o título “Quão rara é a vida?” (“Folha de S. Paulo”, 19-9-2010, pág. A23). Diz ele:
“Outro argumento que Hawking usou é que o Universo é especialmente propício à vida, em particular à vida humana. Mais uma vez vejo a necessidade de apresentar um ponto de vista contrário. Tudo o que sabemos sobre a evolução da vida na Terra aponta para a raridade dos seres vivos complexos. Estamos aqui não porque o Universo é propício à vida, mas apesar de sua hostilidade."
“Note-se que, ao falarmos sobre vida, temos de distinguir entre vida primitiva (seres unicelulares) e vida complexa. Vida simples, bactérias de vários tipos e formas, deve mesmo ser abundante no Cosmos”.
Gleiser aceita, portanto, a existência de seres unicelulares espalhados pelo Cosmos. Mas não há nenhum fato que comprove isso, posto que, como ele mesmo admite e é óbvio, “o único exemplo de vida que conhecemos” é aqui na Terra. Em todo caso, ele prossegue:

“Devemos lembrar que seres multicelulares são mais frágeis, precisando de condições estáveis por longos períodos. Não é só ter água e a química correta."

“O planeta precisa ter uma órbita estável e temperaturas que não variem muito. Só temos as quatro estações e temperaturas estáveis porque nossa Lua é pesada. Sua massa estabiliza a inclinação do eixo terrestre (a Terra é um pião inclinado de 23,5°), permitindo a existência de água líquida durante longos períodos. Sem a Lua, a vida complexa seria muito difícil."
“A Terra tem também dois 'cobertores' que a protegem contra a radiação letal que vem do espaço: o seu campo magnético e a camada de ozônio. Viver perto de uma estrela não é moleza. Precisamos de seu calor, mas ele vem com muitas outras coisas nada favoráveis à vida."
“Quem afirma que o Universo é propício à vida complexa deve dar uma passeada pelos outros planetas e luas do nosso Sistema Solar."
“Ademais, o pulo para a vida multicelular inteligente também foi um acidente dos grandes. A vida não tem um plano que a leva à inteligência. A vida quer apenas estar bem adaptada ao seu ambiente. Os dinossauros existiram por 150 milhões de anos sem construir rádios ou aviões. Portanto, mesmo que exista vida fora da Terra, a vida inteligente será muito rara. Devemos celebrar nossa existência por sua raridade, e não por ser ordinária”.
Não deixa de causar perplexidade que uma mente tão privilegiada como a de Hawking não tenha presente dados tão conhecidos como os que Gleiser recorda. E nem mesmo se pergunta como é que da matéria inanimada se passou para os primeiros seres vivos unicelulares, e daí todo o resto, até chegar à vida racional.
De qualquer modo, termina aqui a explanação de Gleiser, sem dúvida por desejar permanecer no seu campo próprio de cientista e não ser acusado de adentrar pela filosofia e teologia. Mas nós, que não estamos adstritos ao campo das ciências naturais, podemos — e devemos — fazê-lo, posto que elas não esgotam a explicação do Universo.

Finalidade do homem: 
A contemplação sacral do Universo

Após mencionar a pergunta de Hawking sobre por que Deus criou todo o Universo, se seu intuito fosse apenas colocar o Homem num planeta adequado para a vida humana, Stefano Zecchi observa judiciosamente:
“Qual o sentido, qual o significado do Universo, do Homem? A pesquisa científica tenta (sempre tentou) prender numa jaula esse fastidioso, cientificamente inoportuno significado (do Universo) e jogar fora a chave. Mas enquanto existir o Homem, essa jaula nunca poderá ser trancada, porque, enquanto existir o Homem, que tem o lume da razão, ele não renunciará a perguntar-se sobre o significado da vida e da morte, do mal e da beleza”.
Aí está a resposta para a pergunta de Hawking: Deus não fez o mundo apenas para atender às necessidades vegetativas e animais do Homem, mas para que ele, contemplando o Universo, conhecesse, amasse e servisse o seu Criador, e nessa contemplação sacral alcançasse o grau de felicidade possível nesta Terra, prelúdio da felicidade eterna no Céu.
As criaturas são vestígios, representações e sinais que nos ajudam a ver a Deus.
"Do Itinerário da Mente para Deus" de São Boaventura.

Santa Hildegarda contempla a Criação

As criaturas são, efetivamente, uma sombra, um eco e uma pintura daquele Primeiro Princípio potentíssimo, sapientíssimo e boníssimo — daquele que é a eterna fonte, a luz, a plenitude, a causa, o exemplar e a ordenação de tudo. Elas são os vestígios, as aparências, as representações e os sinais divinamente apresentados aos nossos olhos para nos ajudarem a ver a Deus na criação (op. cit. II, 11).

Cego é, por conseguinte, quem não é iluminado por tantos e tão vivos resplendores espalhados na criação. É surdo quem não acorda por tão fortes vozes. É mudo quem em presença de tantas maravilhas não louva o Senhor. É insensato, enfim, quem com tantos e tão luminosos sinais não reconhece o primeiro Princípio.
Abre, pois, os olhos e inclina o ouvido de teu espírito, desata teus lábios e dispõe teu coração para que, em todas as criaturas, vejas, ouças, louves e ames a teu Deus, se não quiseres que todo o Universo se levante contra ti. Um dia toda a criação se erguerá contra os insensatos (Sap. 5, 21)ao passo que será motivo de glória aos sensatos, os quais podem dizer com o profeta: Senhor, a visão de tuas criaturas me encheu de gozo. Exulto perante o espetáculo de tuas mãos. Como são grandiosas, Senhor, as tuas obras! Tudo fizeste com sabedoria. Toda a Terra está cheia de teus bens (op. cit. I, 15).
As perfeições invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, se vêem visivelmente através do conhecimento que as criaturas dele nos dão. De maneira que são indesculpáveis (Rom. I, 20) os que não querem considerar tais coisas e recusam, com isso, reconhecer, bendizer e amar a Deus na criação, porque estes não querem passar das trevas à admirável luz de Deus (op. cit. II, 13).

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ATEU, GRAÇAS A DEUS

Uma carta chegava às mãos do Gonçalves e quem a assinava era  um grande empresário de São Paulo, que ha muitos anos vinha fazendo expressivas doações à Casa Transitória.

Em poucas linhas ele explicava que havia construído, no pátio de sua fábrica, uma creche para abrigar, durante o turno de trabalho, os filhos de suas funcionárias e, em razão dos gastos  que teria com  o empreendimento, ficaria impossibilitado de realizar as doações costumeiras.
Gonçalves, imediatamente após a leitura da carta, através de ligação telefônica, conseguiu agendar uma entrevista com o citado empresário. No dia marcado, após as saudações, o empresário se manifesta, dizendo:
- Sr. Gonçalves, o senhor tem cinco minutos para fazer  a exposição do seu caso, mas quero que saiba que, embora eu tenha colaborado com sua instituição, eu sou ateu !
Com  presença do espírito, Gonçalves retruca:
- Eu aceito os meus cinco minutos, mas com a condição de que me  conceda mais cinco para tratar do seu caso...
Ante o sinal afirmativo, Gonçalves assim se manifesta:
- Primeiro eu vou tratar do seu caso. Havia três religiosos e um ateu que, ao adentrarem o mundo espiritual, foram entrevistados por um anjo que lhes indagava quanto às suas atuações enquanto habitaram o planeta Terra e,  após as  narrações, lhes disse:
- Vocês deverão voltar à crosta terrestre, visto que apenas falaram da caridade, sem a praticar.
Vendo que os três religiosos tomavam o caminho de volta, o ateu os acompanhou.Então o anjo  lhe diz:
- Porque te afastas?
- Ora, bom anjo! Se eles que acreditavam em Deus não puderam ficar, que dizer de mim, que nunca acreditei na sua existência ?
- Não é o que consta na sua ficha, pois, aqui leio o quanto você ajudou a muitas pessoas.
- Ajudei, sim, porque  eu os via suplicar a Deus que os ajudasse;  então eu pensava; " Deus não existe, assim nunca poderá ajudá-los". Por isso, penalizado,  eu os ajudava...
- Pois pode entrar, meu amigo, você praticou a verdadeira caridade.
Tão comovido ficou o empresário que a conversação se estendeu por quase duas horas e, ao final,  o empresário diz :
- Pois bem, Gonçalves,  de que forma eu  posso continuar  ajudando ?
- Triplicando o valor  das suas doações à  nossa Casa Transitória...
- Pois bem, - arremata  o empresário - será triplicada, mas quero que  saiba que continuo ateu,  graças a Deus.
Miguel Pereira
Do livro 
José Gonçalves Pereira - Apóstolo do Bem e Herói  da Caridade.

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