domingo, 19 de março de 2017

DEUS PAI TODO PODEROSO


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Sérgio Biagi Gregório
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SUMÁRIO:
1. Introdução.
2. Conceito:
2.1. A Origem da Ideia de Deus;
2.2. Etimologia;
2.3. Significado de Deus.
3. Deus e a Divindade: Monoteísmo e Politeísmo.
4. A Revelação de Deus.
5. Provas da Existência de Deus.
6. Deus da Fé e Deus da Razão.
7. Atributos da Divindade.
8. Imagem de Deus.
9. Conclusão.
10. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste estudo é buscar uma compreensão mais abrangente da ideia de Deus. Embora seja difícil não só definir Deus como também provar a sua existência, temos condições de senti-Lo e de intui-Lo em nossa mente e em nossos corações. É o que faremos neste ensaio sintético.

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2. CONCEITO DE DEUS

2.1. A ORIGEM DA IDEIA DE DEUS

A origem da ideia de Deus pode ser concebida: através da antiga doutrina cristã, que afirma que Deus se revelou aos antepassados do povo de Israel por meio das comunicações pessoais que lhes deram uma noção verdadeira, porém incompleta do Deus único, infinito e eterno; depois, no decurso de sua história, foi o povo alcançando gradualmente uma ideia mais adequada e estável acerca da natureza e dos atributos de Deus; como resultado de um desenvolvimento puramente natural. Enquanto o homem se manteve no nível meramente animal não houve nele a ideia de Deus, se bem que existisse uma tendência para a religião. As suas necessidades e aspirações não encontravam satisfação no Mundo ambiente; conheceu as dificuldades e a dor. Em tais circunstâncias, surgiram no seu espírito "por necessidade psicológica" a ideia de encontrar auxílio que de algures lhe viesse, bem como a de algum poder ou poderes capazes de lho ministrar. Uma vez introduzida a ideia de Deus, observa-se a tendência para a multiplicação dos deuses (e daí o politeísmo). Com o alargamento da família para a nação, a esfera de deus também ia se ampliando, e as vitórias sobre outras nações, assim como um mais largo entendimento no que concerne ao Mundo, teriam produzido enfim a ideia de um deus único além do qual todos os outros deuses seriam somente pretensos deuses, sem existência real. 
(Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)

2.2. ETIMOLOGIA

Deus é um dos conceitos mais antigos e fecundos do patrimônio cultural da humanidade. Deriva do indo-europeudeiwos (resplandecente, luminoso), que designava originariamente os celestes (Sol, Lua, estrelas etc.) por oposição aos humanos,terrestre por natureza. Psicologicamente corresponde ao objeto supremo da experiência religiosa, no qual se concentram todos os caracteres do numinoso ou sagrado.
(Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado).


2.3. SIGNIFICADO DE DEUS

Tomou esta palavra a significação de princípio de explicação de todas as coisas, da entidade superior, imanente ou transcendente ao mundo (cosmos), ou princípio ou fim, ou princípio e fim, ser simplicíssimo, potentíssimo, único ou não, pessoal ou impessoal, consciente ou inconsciente, fonte e origem de tudo, venerado, adorado, respeitado, amado nas religiões e nas diversas ciências. Deste modo, em toda a parte onde está o homem, em seu pensamento e em suas especulações, a ideia de Deus aflora e exige explicações. É objeto de fé ou de razão, de temor ou de amor, mas para ele se dirigem as atenções humanas, não só para afirmar a sua existência, como para negá-la.
(Santos, 1965)
Para o Espiritismo, Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.


3. DEUS E A DIVINDADE:
MONOTEÍSMO E POLITEÍSMO

Os termos monoteísmo e politeísmo surgem no processo de identificação ou de distinção entre Deus e a Divindade. No politeísmo há uma hierarquia de deuses, de modo que não há uma identidade entre Deus e Divindade. A não observância dessa distinção acaba por confundir muitas mentes. Platão, Aristóteles e Bergson, por exemplo, são qualificados como monoteístas, quando na realidade não o são. No Timeu de Platão, o Demiurgo delega a outros deuses, criados por ele próprio, parte de suas funções criadoras; o Motor de Aristóteles, pressupõe a existência de outros motores menores. Em outros termos, a substância divina é participada por muitas divindades. Convém, assim, não confundir a unidade de Deus com um reconhecimento da unicidade de Deus. A unidade pressupõe a multiplicidade. Quer dizer, Deus sendo uno, ele pode multiplicar-se em vários deuses, formando uma hierarquia. Mas justamente por isso não é único: a unidade não elimina a multiplicidade, mas a recolhe em si mesma. Obviamente a multiplicidade de deuses em que se multiplica e se expande a divindade, não exclui a hierarquia e a função preeminente de um deles (o Demiurgo de Platão, o Primeiro Motor de Aristóteles, o Bem de Plotino); mas o reconhecimento de uma hierarquia e de um chefe da hierarquia não significa absolutamente a coincidência de Divindade e Deus e não é, portanto, monoteísmo.
O monoteísmo é caracterizado não pela presença de uma hierarquia, mas pelo reconhecimento de que a divindade é possuída só por Deus e que Deus e divindade coincidem. Nas discussões Trinitárias da Idade Patrística e da Escolástica, a identidade de Deus e da divindade foi o critério dirimente para reconhecer e combater aquelas interpretações que se inclinavam para o Triteísmo. Certamente, a Trindade é apresentada constantemente como um mistério que a razão mal pode roçar. Mas o que importa relevar é que a unidade divina só é considerada abalada quando, com a distinção entre Deus e a divindade, se admite, implícita ou explicitamente, a participação da mesma divindade por dois ou mais seres individualmente distintos.
(Abbagnano, 1970)
Para o Espiritismo, Deus é o Criador do Universo. Portanto, admite a tese monoteísta. Contudo, os Espíritos por Ele criado, conforme o grau de evolução alcançado, podem ser classificados como Espíritos Co-Criadores em plano maior e Espíritos Co-Criadores em plano menor. De acordo com o Espírito André Luiz, em Evolução em Dois Mundos, os Espíritos Co-Criadores em plano maior "tomam o plasma divino e convertem-no em habitações cósmicas, de múltiplas expressões, radiantes e obscuras, gaseificadas ou sólidas, obedecendo a leis predeterminadas, quais moradias que perduram por milênios e milênios, mas que se desgastam e se transformam, por fim, de vez que o Espírito Criado pode formar ou co-criar, mas só Deus é o Criador de Toda a Eternidade"...
"Em análogo alicerce, as Inteligências humanas que ombreiam conosco utilizam o mesmo fluido cósmico, em permanente circulação no Universo, para a Co-Criação em plano menor, assimilando os corpúsculos da matéria com a energia espiritual que lhes é própria, formando assim o veículo fisiopsicossomático em que se exprimem ou cunhando as civilizações que abrangem no mundo a Humanidade Encarnada e a Humanidade Desencarnada".
(Xavier, 1977, p.20 a 23).

4. A REVELAÇÃO DE DEUS

A revelação de Deus aos homens pode ocorrer de três modos:
1.º) a que atribui à iniciativa do homem e ao uso das capacidades naturais de que dispõe, o conhecimento que o homem tem de Deus;
2.º) a que atribui à iniciativa de Deus e à sua revelação o conhecimento que o homem tem de Deus;
3.º) a que atribui à mescla das duas anteriores: a revelação não faz senão por concluir e levar à plenitude o esforço natural do homem de conhecer a Deus.
Desses três pontos de vista, o primeiro é o mais estritamente filosófico, os outros dois são predominantemente religiosos. O segundo ponto de vista pode ser visto em Pascal, quando afirma que "É o coração que sente a Deus, não a razão". O terceiro ponto de vista foi encarnado pela Patrística, que considerou a revelação cristã como complemento da filosofia grega.
(Abbagnano, 1970)
De acordo com o Espiritismo, o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo sua elaboração fruto do trabalho do homem. E como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciências positivas, aplicando o método experimental: formula hipóteses, testa-as e tira conclusões.

(Kardec, 1975, p. 19 e 20)

5. PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS

A prova da existência pode ser encontrada no axioma que aplicamos à ciência: não há efeito sem causa. Se o efeito é inteligente, a causa também o é. Diante deste fato, surge a questão: sendo o homem finito, pode ele perscrutar o infinito? Santo Tomas de Aquino dá-nos uma explicação, que é aceita com muita propriedade. A desproporcionalidade entre causa e efeito não tira o mérito da causa. Se só percebemos parte de uma causa, nem por isso ela deixa de ser verdadeira. Allan Kardec, nas perguntas 4 a 9 de O Livro dos Espíritos, diz-nos que para crer em Deus é suficiente lançar os olhos às obras da Criação. O Universo existe; ele tem, portanto, uma causa. Duvidar da existência de Deus seria negar que todo o efeito tem uma causa, e avançar que o nada pode fazer alguma coisa. A harmonia que regula as forças do Universo revela combinações e fins determinados, e por isso mesmo um poder inteligente. Atribuir a formação primária ao acaso seria uma falta de senso, porque o acaso é cego e não pode produzir efeitos inteligentes. Um acaso inteligente já não seria acaso.
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MELHOR DEFINIÇÃO
CAIO FÁBIO
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6. DEUS DA FÉ E DEUS DA RAZÃO

Descartes, no âmago da sua lucubração racionalista, descobre Deus através da razão. Pascal, por outro lado, fala-nos que só podemos conhecer Deus através da Fé. A dicotomia entre fé e razão sempre existiu ao longo do processo histórico. Aceitar Deus pela razão é um atitude eminentemente filosófica; enquanto aceitar Deus pela fé é uma atitude preponderantemente religiosa.
De acordo com o Espiritismo, a fé é inata no ser humano, ou seja, ela é um sentimento natural, que precisa, contudo, ser raciocinado. Não adianta apenas crer; é preciso saber porque se crê. É nesse sentido que Allan Kardec elaborou a codificação. Observe que junto ao título de O Evangelho Segundo o Espiritismo, o Codificador colocou uma frase lapidar: "Não há fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade". Quer dizer, nunca aceitar nada sem o crivo da razão.

7. ATRIBUTOS DA DIVINDADE

Allan Kardec, nas perguntas 10 a 13 de O Livro dos Espíritos, explica-nos que se ainda não compreendemos a natureza íntima de Deus, é porque nos falta um sentido. Esclarece-nos, contudo, que Deus deve ter todas as perfeições em grau supremo, pois se tivesse uma de menos, ou que não fosse de grau infinito, não seria superior a tudo, e por conseguinte não seria Deus. Assim:
DEUS É ETERNO. Se Ele tivesse tido um começo, teria saído do nada, ou, então, teria sido criado por um ser anterior. É assim que, pouco a pouco, remontamos ao infinito e à eternidade.
É IMUTÁVEL. Se Ele estivesse sujeito a mudanças as leis que regem o Universo não teriam nenhuma estabilidade.
É IMATERIAL. Quer dizer, sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria, pois de outra forma Ele não seria imutável, estando sujeito às transformações da matéria.
É ÚNICO. Se houvesse muitos Deuses, não haveria unidade de vistas nem de poder na organização da matéria.
É TODO-PODEROSO. Porque é único. Se não tivesse o poder-soberano, haveria alguma coisa mais poderosa ou tão poderosa quanto Ele, que assim não teria feito todas as coisas. E aquelas que ele não tivesse feito seriam obra de um outro Deus.
É SOBERANAMENTE JUSTO E BOM. A sabedoria providencial das leis divinas se revela nos menores como nas maiores coisas, e esta sabedoria não nos permite duvidar da sua justiça nem da sua bondade.


8. IMAGEM DE DEUS

Imaginar Deus como um velhinho de barbas brancas, sentado em um trono, é tomá-Lo como um Deus antropomórfico. Damo-Lhe a extensão de nossa visão. Quer dizer, quanto mais primitivos formos, mais associamo- Lo às coisas palpáveis, como trovão, tempestade, bosque etc. À medida que progredimos no campo da espiritualidade,damo-Lhe a conotação de energia, de criação, de infinito, de coisa indefinível etc. O homem cria Deus à sua imagem e semelhança. Não se trata de criar Deus, mas sim uma imagem de Deus à nossa imagem e semelhança. Observe que a imagem oriental é uma imagem de aniquilação. No Espiritismo, devemos lembrar sempre que Deus não tem forma, pois difere de tudo o que é material. Devemos, sim, intuí-Lo, simplesmente, como a causa primária de todas as coisas.

9. CONCLUSÃO

Lembremo-nos de que encontramos Deus em nossa experiência mais íntima. Quer sejamos crentes ou ateus - estamos sempre procurando transcender-nos rumo a metas cada vez mais novas e nunca completamente realizáveis. Nesse sentido, a experiência superficial é alienante. Somente num constante esforço de aprofundamento de tudo o que nos rodeia é que podemos alcançar a riqueza da vida. Desse modo, convém sempre nos dirigirmos a Deus alicerçados na humildade e simplicidade de coração, com o bom ânimo de atender primeiramente à Sua vontade e não à nossa.

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Que é Deus ?
Paulo Roberto Martins



O professor Rivail, já utilizando desde então o codinome "Allan Kardec", abre o capítulo primeiro, do livro primeiro da codificação da Doutrina (Ensinamentos) dos Espíritos, com a pergunta título deste artigo.
Kardec já tomava por base que para iniciar e ter total empenho nas suas pesquisas espíritas, nunca seria demais a máxima frieza e o sistemático controle das paixões evitando descambar-se para a religiosidade muito forte da época, para a curiosidade pueril, para a sede do sobrenatural ou quaisquer manifestações deste gênero. Tanta convicção tinha neste comportamento que mais adiante advertiria os seus seguidores: "O Espiritismo será científico ou não subsistirá".
Recebeu dos Espíritos que "assinam" os prolegômenos de "O livro dos Espíritos"a resposta mais próxima da verdade científica até hoje já concebida: - Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. 
A lei básica que rege o Universo (todas as coisas) é a lei de Causa e Efeito ou Ação e Reação, como é conhecida no meio científico. Para um efeito inteligente sempre haverá uma causa inteligente correspondente.

Para que possamos chegar próximos a entender o que é Deus, devemos fazer um esforço para idealizarmos mais ou menos o que seria o Universo, começando portanto pela tomada de consciência do espaço tridimensional (comprimento, largura e altura) que ocupamos no mesmo, passando daí para a percepção do espaço da nossa residência, bairro, cidade, estado, país, continente e planeta Terra com seus 40.000 quilômetros de extensão na circunferência. A Terra faz parte de um sistema solar que possui apenas 9 planetas com 57 satélites no total de 68 corpos celestes. A "grosso modo" em relação a outros astros do sistema solar, a Terra possui um volume 49 vezes maior que o da Lua e 1.300.000 vezes menor que o do Sol. É preciso que tenhamos noção de sua pouca importância diante do restante do Universo.
Nosso sistema solar faz parte de uma pequena galáxia conhecida por Via Láctea, um aglomerado de cerca de 100 bilhões de estrelas, com pelo menos cem milhões de planetas e conforme os astrônomos, no mínimo cem mil com vida inteligente e mil com civilizações mais evoluídas que a nossa.
As últimas observações do telescópio Hubble (em órbita), elevaram o número de galáxias conhecidas para 50 milhões. Em 1991, em Greenwich, na Inglaterra, o observatório localizou um quasar (possível ninho de galáxias) com a luminosidade correspondente a 1 quatrilhão de sóis.


Diante destes números pensaríamos haver chegado na ideia do que é o Universo; ledo engano, pois estas áreas, ou melhor, volumes, representariam apenas 3% do que seria a totalidade de tudo dentro do tridimensional e espaço/tempo como conhecemos. Os espaços interplanetários, inter-estrelares e intergalácticos, obviamente, formariam a maior parte daquilo que chamamos de Universo.
Os fenômenos de aporte (transporte de matéria através de outras dimensões) tão conhecidos dos pesquisadores da paranormalidade e a anti-matéria já produzida em laboratórios experimentais mais desenvolvidos através do planeta, nos dão a confirmação dos estudos de pesquisadores da capacidade de um Friedrich Zöllner, que no século passado , comprova a existência da quarta dimensão e conseqüentemente outros tantos Universos, quantas tantas dimensões for possível conhecermos.
A teoria mais moderna da criação do Universo, nos remete não apenas para o Bigbang (a grande explosão) início de tudo, mas, para a ideia de vários Big Bangs, com Universos cíclicos através de quatrilhões ou mais de anos.

E aí? Será que conseguimos chegar perto da ideia da concepção e tamanho da obra de Deus, para tentar entendê-lo?
Não seria no mínimo estranho que após esta monumental obra inteligente, Deus colocasse em um planeta que representa um ínfimo grão de areia em uma cadeia de montanhas como o Himalaia, sua grande criação, o homem, feito sua imagem e semelhança?
Nosso grande irmão e amigo Jesus, há 2000 anos, já passava em forma de contos e parábolas vários conhecimentos intelectuais e morais que possuía devido ao seu grande estado evolutivo, quando em missão entre nós, confiada pelo Criador afirmou: "Na casa de meu pai existem muitas moradas".
Para concluirmos esta nossa pequena intenção de lançarmos nossos confrades na especulação ao entendimento do que seria Deus, iremos nos valer da "coleção de livros" chamada Bíblia, que no entender do grande intelectual e eminente espírita Dr. Carlos Imbassahy, é um livro como outro qualquer, em que nos seus textos contém tudo que a gente queira para justificar, a favor ou contra qualquer coisa.
No Antigo Testamento, Livro Gênesis, Capítulo 1 (Criação do homem), versículo 26 temos: "e (por fim) disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança (sic...)".
Se tomarmos como verdadeira a hipótese de que a Bíblia é a palavra de Deus, qual seria a imagem correta do nosso Criador? Um homem ou mulher? Velho, ariano de barbas longas ou de cor negra, e magro como os etíopes (teoricamente os primeiros hominídeos) ?


Não seria melhor tentarmos entender uma concepção mesmo que não a conheçamos bem? Como por exemplo: o que sabemos a respeito do que somos (espírito)? Qual a imagem fiel que temos do mesmo? Ninguém sabe, ou melhor, conhecemos bem o corpo material, e relativamente o peri-espiritual, mas não o espírito. Conforme Allan Kardec, o espírito é alguma coisa formado por uma substância, mas cuja matéria, que afeta nossos sentidos, ele não nos pode dar uma ideia.
Pode-se compará-lo a uma chama ou centelha cujo clarão varia de acordo com o grau de sua depuração. Sendo assim, pois, teríamos o entendimento melhor de nossa imagem de acordo com a de Deus.
No tocante a semelhança é mais fácil a sua comparação quando procuramos compreender a eternidade, já que a palavra pressupõe algo que não tem início nem fim, como Deus; que é infinito, único, perfeito e todo-poderoso. Já ao passo que nós somos algo como semi-eternos; tivemos um começo criado por Ele e evoluímos na Sua direção conforme o Seu desejo.



DEUS
NA DOUTRINA VALE DO AMANHECER

O conceito de Deus tem algumas diversidades, de acordo com o que consideram as quatro principais religiões monoteístas seguidas pela maior parte da Humanidade, até o momento atual.
O Deus dos Católicos, é um ser criador e salvador, pessoal, que ouve as orações e apelos do Homem, mas impõe a Justiça e castiga os que cometem pecados e infringem suas leis e, embora único, compreende três forças distintas – a Santíssima Trindade: 
o Pai – o Criador; 
o Filho – Jesus Cristo; 
e o Espírito Santo – o Consolador.
O Judaísmo, crê na tradição mística da cabala, em Javé (Iahweh) ou Jeová, que teria estabelecido pacto com o povo Hebreu, amando, protegendo e punindo esse povo, e que é único, criador de todo o universo e governa todos os povos e formas de vida da Terra, manifestando-se em três linhas: 
kether – a Coroa, na criação dos vários universos; 
chokman – a Sabedoria; 
e binah – o Conhecimento.
Para o Islamismo, Deus é Alá e Maomé o seu profeta, sendo o único, juiz e criador do mundo e de tudo que há nele, fazendo, no final dos tempos, com que todos os mortos ressuscitem, para serem julgados por seus atos, considerando que o Homem é tão imperfeito que não merece qualquer ajuda de Alá e, assim, não pode fazer nenhuma invocação ao seu Deus, mas que poderia progredir espiritualmente, sendo como uma gota rumo a se dissolver no mar, que é Deus.
Para o Budismo, Deus não tem uma definição individualizada, mas, sim, é uma ideia relacionada com um tipo de energia amorosa e luminosa atuante por todo o universo, estabelecendo nos Homens os sentimentos e ações ligados ao amor, à perfeição e à bondade, que levam os espíritos à purificação e iluminação interior.
No Hinduísmo, encontramos uma trindade como Deus – Brahman, com seus três aspectos distintos: 
Brahma, o Criador; 
Shiva, o Destruidor e Construtor; 
e Vishnu, o Mantenedor.
Deus se manifesta neste nosso plano sob a forma de enviados – avatares.
No Espiritismo, Deus é o Ser Supremo, bem como o Fim Supremo, bom e justo, objetivo do progresso dos espíritos que, por suas reencarnações depurativas, através da vida em diversos mundos e dimensões, buscam os planos superiores. Jesus Cristo é o Filho de Deus, o aspecto divino sagrado
mais próximo do ser humano.


Na Doutrina do Amanhecer, Deus é a Verdade Absoluta e não procuramos defini-lo e nem temos preocupação com isso. Sabemos que Deus é tão grandioso que o universo é pequeno para Ele, mas que Ele pode caber em nossos corações se tivermos amor, tolerância e humildade. Não nos atrevemos a dizer que Deus tem essas ou aquelas qualidades, que gosta ou não gosta disso ou daquilo, que assume essa ou aquela forma. Sabemos que Ele se manifesta por todo o Universo, em todos os seres, não fazendo parte dessa manifestação cósmica por que é a fonte da criação. Aprendemos a ver Deus no mineral, no vegetal, no animal e no hominal como única essência transcendental.
Segundo o grau de evolução em que se encontra o espírito, o conceito de Deus se modifica e se expande. No estágio mais simples, a ideia é a de um Deus protetor,temível e ao qual devem ser dedicados sacrifícios e grande devoção, participando ativamente de todas as formas e condições da vida, interferindo em tudo o que acontece. Manifesta-se de diversas maneiras, principalmente através das forças da natureza. Submissão, total obediência às suas leis e punição pelo seu não-cumprimento geram o medo de castigos e a culpa,tornando o Homem excessivamente medroso para viver e, também, fazendo com que assumam personalidade autoritária, implacáveis com seus próprios erros e com os erros dos outros, com terríveis conflitos internos.
O espírito um pouco mais evoluído já reconhece um Deus forte e poderoso, mas, ao mesmo tempo, mais amoroso e indulgente, que implanta a disciplina universal pelo amor e pela ordem, fatores que devem ser buscados e obedecidos pelo Homem, bem como por todos os outros elementos da Terra, que seguem os desígnios divinos com maior confiança, reconhecendo seus limites e ampliando sua tolerância com os outros. Quando, no Mantra Universal, emitimos “seja feita a Tua vontade assim na Terra como nos planos espirituais”, estamos dando a nossa prova de total confiança em Deus e no que nos proporcionará como retorno, independentemente do que nos possa acontecer pessoalmente.

Um espírito em fase mais elevada de sua evolução, aprende a buscar um Deus amoroso e íntimo através da meditação, tentando se refugiar do tumulto da vida cotidiana numa projeção divina de paz e luz. Busca respostas para suas inquietações e o conhecimento interior, sentindo que a harmonia com os planos superiores podem levá-lo a um estado de recepção intuitiva mais amplo, aumentando seu autoconhecimento e o autodomínio de sua vida. Aprende a manter o equilíbrio entre sua vivência religiosa e sua vida amorosa entre as pessoas de seu convívio, no lar e no trabalho material.
Com o progresso do espírito, mais luminosa e perfeita se torna a visão de Deus, na medida em que o espírito desperta para a existência e atuação da centelha divina de sua própria constituição, identificando-se com as forças poderosas do Pai Celestial, nosso Deus todo misericordioso. Na convivência com o trabalho na Lei do Auxílio e no equilíbrio de suas vibrações, aprimora seus relacionamento com as pessoas, curando e se curando no envolvimento das energias do amor incondicional, com maior integração interna e com um sentido verdadeiramente missionário à sua vida.
Nosso caminho é a Nova Estrada, onde trilhamos porque acreditamos ser Jesus de Nazareth o portador da Verdade, que nos levará a Deus. Jesus, o Divino e Amado Mestre, edificou a Escola do Caminho, estabelecendo um perfeito sistema que nos chegou através dos Evangelhos, pelo qual sabemos, percebemos e sentimos tudo o que precisamos a respeito de Deus, não sendo necessário desgastar nossas energias especulando a natureza de Deus. Foi superada a visão mosaica, de um Deus terrível, vingativo, rancoroso e mau, que “vingava a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira geração”! Ela é implícita e tranquila em nossa vivência crística. Nossa Doutrina se resume nas três proposições básicas de Jesus: AMOR, TOLERÂNCIA e HUMILDADE - que constituem os Três Reinos de nossa Natureza.
Com a aplicação deste princípio o Homem consegue reformular sua existência, atenuando seu carma, sendo útil e utilizando seu potencial mediúnico para a ajuda de irmãos encarnados e desencarnados, na Lei do Auxílio, e caminhar para Deus, encerrando o ciclo de nascer, viver, morrer e voltar a nascer. Porém, aqueles que ficam em outras jornadas, servindo aos semideuses ou sendo ateus, irão permanecer no ciclo das reencarnações até atingirem o conhecimento verdadeiro da natureza Divina.

“Deus é Natureza, é a Verdade viva e absoluta, revestida de Luz! Deus é Verbo, Energia Luminosa de ação e reação. Deus é o canto supremo da Harmonia, na expressão mais alta da Justiça e do Amor. É a Ciência, a Força e a Razão! É a este poder cabalístico, filho, nesta Doutrina, que a Cabala de Ariano nos aconchega.”
(Tia Neiva, 11/07/1983)

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A ideia de Deus


Existe um Deus Criador e que é a origem de tudo. Sua natureza, sua maneira de ser estão fora do nosso alcance mental. É impossível para um espírito encarnado, isto é, para nós, imaginar ou idealizar esse Deus. Qualquer concepção humana estará automati­camente reduzindo-o ao tamanho do nosso mecanis­mo psicológico. Essa redução é incoerente com a própria ideia de Deus.
Isso é o que, em nossos escritos você irá encon­trar batizado de Antropomorfismo (portanto não se assuste muito com essa palavra).
Isso foi um beco sem saída para os filósofos do passado, até que os Israelitas, os Judeus, resolveram o problema de forma magistral: eles proibiram seu povo de usar a palavra “Deus” substituindo-a sempre por um conjunto gramatical: “Deus Pai”, “Deus Criador”, “Deus de Israel”, etc.
Os Filósofos que herdaram essa solução inteligente, e os povos que vieram depois da vinda de Jesus, tomaram isso no seu sentido literal e, acabaram construindo suas reli­giões sobre esse recurso de semântica. É por isso que você encontra a toda hora a imagem de “Deus” com barbas compridas e aspecto paternal.
Para complicar mais o assunto, os exegetas do Cristianismo identificaram a figura de Jesus com Deus. Mas não ficaram só nisso e, talvez para tornar esse “deus” mais maleável nas suas construções religiosas, fizeram-no gerar, como um homem que gera um filho, ao seu “filho único” que seria Jesus.
E assim foram criando outros “mistérios” que se tor­naram o desespero de toda a Humanidade por todos esses Séculos. E para que tudo isso? Seria para tor­nar a coisa apenas como privilégio de alguns homens especiais? O fato é que inconscientemente nós sofremos com esse problema porque o identificamos com nossas angústias particulares.
Para evitar essa complicação, que não leva a parte alguma, e o que é pior, nos desvia da nossa própria realidade, da nossa vida e dos objetivos para os quais viemos a este Planeta, o Mestre Jesus resolveu tudo com poucas palavras: “Eu sou o caminho da ver­dade e da vida, ninguém vai ao Pai senão por Mim” (João 14:06).
Neste caso, Deus seria a verdade abso­luta; Jesus Cristo o portador da Verdade que leva a Deus. O “Eu”, centraliza no campo consciencional o caminho a ser percorrido por cada Ser Humano, cada qual segundo seu destino.

Vamos agora simplificar mais o problema.
Pela Doutrina do Amanhecer, nós somos segui­dores do  Cristo Jesus e Ele nos dá um sistema perfeito através do qual nós “sabemos”, “percebemos” e “sentimos” tudo que precisamos a respeito de Deus, não como algo indefinível, mas como o autor do nosso universo.
Com isso não é preciso gastar as preciosas energias de nossa vida, em especular a natureza de Deus. Ela é implícita e tranquila em nossa vivência Crística e não precisamos cair na pre­tensão fútil de definir o que é indefinível.
Post: Antonio Claudio

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Trindade


Segundo o sincretismo, Deus é composto de três pessoas, as quais formam um, Este “Um” é chamado de Deus. Independente da natureza abstrata do assunto, alguns grupos religiosos dizem que Deus realmente é uma pessoa, que vez age como Pai, vez como Filho e outra como Espírito Santo. Outros, porém, dizem que há três seres eternos e que todos eles são Deus.
Chamadas de Trindade, estas convicções, além de interessantes, têm existido através dos anos, e pelos séculos são definidas e redefinidas. Contudo, a essência dessas concepções reside numa simplicidade ainda oculta à compreensão do homem. Isto se deve talvez pela insistência da personalidade humana buscar “lá fora” as respostas que residem dentro do próprio homem. Dessa maneira, o complexo se resume na “Unidade”, ou em Deus.
Dado esclarecimento que nos é dispensado na Corrente Indiana do Espaço, sabe-se que este ocultismo faz-se necessário porque existe todo programa sideral em desenvolvimento que, define cada fato e ou/conhecimento ao seu tempo na corrida universal. Assim, pode-se observar que o Universo, na sua amplitude, exerce o papel de residência do Cosmos, dos diversos planos, dos espíritos e por que não dizer de Deus?
É claro que tudo se movimenta de forma dinâmica e de acordo com cada natureza. Dessa maneira não há espaço para inércia. Ao partir desse princípio, pode-se dizer que quanto mais pensamos nos aproximar de Deus, mesmo que estejamos em constante evolução/transformação, Deus no seu também dinamismo estará mais distante. Naturalmente, não é meu propósito aqui, tentar dar uma definição de Deus, pois é lógico que só diminuiria sua grandeza. No entanto, o objectivo é se aproximar do contexto da Tríade Divina.
Para tanto, é preciso que haja a princípio, ou pelo menos uma ideia de como se organizam estes corpos (ou condições do homem), para que assim, entendamos como se movimentam, agem e como vivem. Assim, o conceito de trindade é fundamental para nos esclarecer quanto a estes processos, mesmo ao se considerar a limitação humana, pois o homem há muito busca corroborar com o princípio de que é feito a imagem e semelhança de Deus. Pois bem, vamos aqui partir desta afirmação, uma vez que o homem é também uma “Unidade”.
No universo humano, dentro dos nossos parâmetros simétricos, desde a composição atômica (prótons, elétrons e nêutrons); das células (membrana, citoplasma e núcleo); os poderes terrenos (executivo legislativo e judiciário); dos estados (líquido sólido e gasoso); dos reinos da natureza (mineral, vegetal e animal) e o tempo (passado presente e futuro), todos se dividem em três pessoas. De fato, a cada instante lidamos com pelo menos três forças, positivas, negativas e neutras, nas suas mais variadas formas. Neste contexto, é possível observar que dentre os infinitos planos existentes, o homem ainda é capaz de visualizar, em tese, os planos físico, negativo/etérico, e espiritual/astral.
Em Koatay 108, (Partida Evangélica), sob a explanação do saudoso Tumuchy, a composição dos plexos na Tríade (micro-plexo, macro-plexo e plexo físico) formam a Chave do Verbo Divino. Dessa maneira, vamos considerar a conjugação verbal que utilizamos, na língua portuguesa, em que temos também, três pessoas (1ª, 2ª e 3ª). Ou seja, são os nossos VERBOS! Aliás, as emissões das ninfas são muito claras neste aspecto ao invocarem suas estrelas.
De fato, todo grande mistério reside na verdade oculta. No entanto, o Mestre Jaguar está equipado do esclarecimento básico para a compreensão da vida na matéria e fora dela. E dessa maneira, a verdade embora não seja absoluta, ainda repousa nas chaves da vida e da morte. Ou melhor, ter o conhecimento de todas as coisas! Viver é por sua vez, o grande segredo universal. Na Terra, mesmo que esta seja um pequeno fragmento do Cosmos, a vida é o combustível divino que move o planeta e suas diversas células vitais. E o homem é, sem dúvidas, o composto especial da formação terrena, pois este dispõe da célula vital divina em forma de alma/espírito. Pelo contrário, não seríamos nós objetos de tantos cuidados para os nossos mentores. Uma vez que estes já não estão mais submetidos às pressões magnéticas da atmosfera terrena.
Em resumo, é a Tríade, (plexo físico, micro e macro-plexos) que sintetizam toda complexidade etérico-orgânica do “ser”. E nela, reside chave da vida e da morte. Uma vez que constituídas e alinhadas possibilitam o despertar/respirar do espírito na condição de homem. Por outro lado, desfeita esta “Unidade” em Tríade, mesmo que haja vida, não poderá ser chamado “homem”. Embora tentemos encontrar respostas, e independente das nossas analogias, é preciso ter consciência que Deus, no mínimo que consigamos alcançar, estará sempre distante de uma definição. Pois qualquer conceito mais ousado, só diminuiria sua grandeza. Ao se tratar de Deus, quaisquer adjetivos que exaltem seu “nome” só nos conduzirá a redução do seu propósito. É por isso, que “Ele” está em tudo o que conhecemos no passado, hoje, e que ainda vamos conhecer, conforme reforçam as afirmações bíblicas de que Deus é omnisciente, omnipresente e omnipotente.
Para concluir, é importante lembrar-se do que nos esclareceu o espírito de Natachan ao descortinar as nossas mentes para que saibamos da posição do Jaguar neste enredo sideral. Pois este é, na sua forma de pessoa comum o ser que tem ao seu dispor todas as ferramentas físicas e extrafísicas para alcançar a sua própria “Unidade” em Deus, ou Individualidade, no sentido de compreender a si mesmo, seu reino coronário, em fim, a sua Tríade.

Salve Deus!
Adjunto Petanaro
Mestre Márlio Kleber




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